As grandes décadas de futebol do Glorioso foram, indubitavelmente, 1930, 1960 e 1990 – isto é, de 30 em 30 anos (a ‘escrita’ diz que teremos que esperar por 2020 para um novo período de glória).
Na década de
1930, sob o impulso de Paulo Antônio Azeredo, o Clube conquistou 5 títulos de
campeão carioca (1930, 1932, 1933, 1034, 1935): na década de 1960, novamente
sob a égide de Paulo Antônio Azeredo, o Botafogo foi campeão carioca em 1961,
1962, 1967 e 1968, conquistou a Taça Guanabara em 1967 e 1968, venceu o Torneio
Rio – São Paulo, o mais importante torneio do País não eliminatório, em 1962,
1964 e 1966, e foi campeão da Taça Brasil em 1968 (título conquistado já em
1969); na década de 1990, sob o impulso de Emil Pinheiro, foi bicampeão
estadual em 1990 e campeão estadual em 1997, vencedor da Taça Cidade
Maravilhosa em 1966 e da Taça Guanabara e da Taça Rio em 1997, campeão da Taça
Sul-americana Conmebol em 1993, campeão Brasileiro em 1995 e vencedor do
Torneio Rio-São Paulo em 1998, terminando 1999 apenas como vice-campeão da Copa
do Brasil graças à arbitragem do 2º jogo favorável ao adversário.
Se o
Botafogo se sagrar campeão estadual em 2015, iguala, embora sem o brilho de
outras épocas em que dispunha de atletas magníficos, o número de títulos
estaduais conquistados na década de 1960, sendo o bicampeonato de 1960-61 ganho
com duas goleadas de 3x0 sobre o flamengo, com exibições fabulosas de Garrincha
e Companhia, como Manga, Nilton Santos, Didi, Quarentinha, Amarildo e Zagallo,
enquanto o bicampeonato de 1967-68 foi liderado por Gérson, Rogério, Roberto,
Jairzinho e Paulo César ‘Cajú’, ganhando as finais ao Bangu e ao Vasco da Gama’
(isto é, com 10 campeões do mundo se contarmos que Rogério que foi o ’23 convocado’
na Copa de 1970).
Em todo o caso, a história dos últimos 10 anos (2006-2015) evidencia 10 anos notáveis a nível estadual, liderando indubitavelmente o futebol do Rio de Janeiro, tendo sido campeão ou vice-campeão em 20 ocasiões de um total de 28 decisões. E se mais não conquistou (campeonatos estaduais de 2007, 2008 e 2009) deve-o a arbitragens escandalosamente favorecedoras do flamengo.
Se o
retrospecto vale alguma coisa, dir-se-ia que o Botafogo tem muitas
possibilidades de ser campeão estadual em 2015, já que o Vasco da gama nunca
ganhou ao Botafogo em jogos decisivos para o título de campeão.
Em 92 anos
de história do clássico, nos confrontos com o Vasco da gama o Botafogo tem o
retrospecto menos favorável em embates com os ‘grandes’ do Rio de Janeiro
(apenas 88 vitórias e 138 derrotas), mas em cinco disputas de título o Botafogo
ganhou-as todas: campeão carioca em 1948, 1968 1990 e 1997 e campeão do Torneio
Rio-São Paulo em 1966. E, já neste século, os registros de confrontos em finais
de turnos foram ganhos também pelo Botafogo: Taça Guanabara 2010, Taça Rio 2012
e Taça Guanabara 2013.
DECISÕES
DECISÕES
Botafogo 3x1 Vasco da Gama: Campeonato
Carioca 1948
Botafogo 3x0 Vasco da Gama: Torneio Rio
– São Paulo 1966
Botafogo 4x0 Vasco da Gama: Campeonato
Carioca 1968
Botafogo 1x0 Vasco da Gama: Campeonato
Carioca 1990
Botafogo 1x0 Vasco da Gama: Campeonato
Carioca 1997
Neste século houve três DECISÕES para a
Taça Guanabara e Taça Rio de Janeiro:
Botafogo 2x0 Vasco da Gama: Taça
Guanabara 2010
Botafogo 3x1 Vasco da Gama: Taça Rio
2012
Botafogo 1x0 Vasco da Gama: Taça
Guanabara 2013
Seja como
for, uma coisa é certa: o confronto entre as duas equipes passou a designar-se
por ‘Clássico da Amizade’ porque em nenhum ponto do Brasil o duelo entre duas
torcidas rivais de dois grandes clubes possui um clima tão amistoso como a
vivência entre as torcidas do botafoguenses e vascaínas.
O ‘Clássico da Amizade remonta à década de 1970 quando o Botafogo esteve sem ganhar o campeonato carioca, tal como o Vasco da Gama durante 12 anos, e as cores garridas dos outros dois clubes dominavam os títulos nesses anos, nem que para isso tivessem ‘marçais filho’ apitando, como na decisão do Carioca de 1971 em que a arbitragem assegurou mais um título ilegal para o fluminense.
Nesse tempo
o estádio do Maracanã não era dividido como atualmente e as bandeiras das duas
torcidas eram carregadas para ambos os lados, torneando o anel do estádio,
cruzando-se a meio caminho e recebendo os aplausos festivos de ambas as
torcidas, cimentando-se o clima amistoso e tranquilo que sempre existiu entre
os dois alvinegros do Rio de Janeiro.
Ganhe quem
ganhar o campeonato carioca de 2015, outra coisa é certa: ao fla e ao flu
resta, no máximo, um duelo em Brasília para se saber quem é o vencedor do
patético confronto pela Taça dos Chorões.
Ganhe quem
ganhar, perca quem perder, desejo que o feliz campeão seja um justo vencedor e
que se saiba ganhar com galhardia e perder com fidalguia.
E, de acordo
com a linha editorial seguida desde sempre pelo Mundo Botafogo, neste espaço
não se espere zoações aos vascaínos no caso de sermos os felizes vencedores,
porque sabemos ganhar com galhardia a quem como o Vasco da Gama sempre soube –
tal como nós – perder com fidalguia.
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