quinta-feira, 23 de março de 2023

Mané segundo Nilton Santos (7): tudo aquilo e muito mais

Depoimento de NILTON SANTOS

ao editor CELSO DARIO UNZELTE da revista Placar (1992)

Por causa de coisas como esta muita gente discutia se, afinal, Garrincha era um gênio ou um desequilibrado mental. Nem uma coisa nem outra: era apenas diferente. Para fazer o que fazia, ninguém pode ser normal.

Às vezes eu comentava com o Juvenal, do Botafogo, na concentração: “A gente tá aqui, e os adversários a essa hora, na maior tranquilidade, sem saber que dentro do campo vão ter de enfrentar um demônio desse”.

Mas de tudo o que já se falou dele, a melhor definição talvez tenha partido do próprio professor Carvalhaes, que um dia pensou e barrá-lo da Seleção por causa dos exames psicotécnicos.

Naquela oportunidade, lancei-lhe um apelo, como último recurso: “Professor, o Mané só sabe jogar futebol. E é para isso que nós viemos à Suécia”. Vinte dias depois, dando a volta olímpica no Estádio Raasunda, o psicólogo lembrou-se do fato. E decretou: “Garrincha é mesmo tudo aquilo, Nilton. Tudo aquilo e ainda muito mais”.

2 comentários:

Sergio disse...

E o Brasil correu o risco de perder uma copa por um julgamento que nada tinha a ver com futebol. ABS e SB!

Ruy Moura disse...

Exato, Sergio. A ciência às vezes também se engana, por erro humano... Por isso é que a epistemologia é tão importante.
Abraços Gloriosos.

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