por RUY MOURA | Editor
do Mundo Botafogo
Companheiros de Escudo, inquestionável mesmo são os números:
4 vitórias no arranque do Brasileirão, algo que não ocorria desde 1981;
liderança isolada com 100% de aproveitamento contra adversários muito bem
cotados; 14 jogos de invencibilidade – quando foi mesmo a última vez que
alcançamos esta marca?...
Sobre Castro e o elenco já li de tudo. Até antes deste jogo
li que “Num jogo tão importante dispensa os titulares? Saco!” e logo após o
jogo as mesmas pessoas rasgando elogios à comissão técnica, ao elenco, à
direção, ao Céu e à Terra…
Aliás, considerei muito importante a Coletiva pós jogo quando
o Auxiliar Técnico realçou que não há equipe alternativa, mas um elenco.
Evidentemente! Essa é uma das características de Castro e que talvez venha a
ser decisiva no futuro próximo: gerir o elenco no médio prazo e não apenas jogo
a jogo, especialmente atuando de 3 em 3 dias; jogo a jogo é cada atleta
focar-se no adversário, na vitória e nada mais, deixando para a comissão
técnica as opções de médio prazo, a escalação consoante as características dos
adversários e de acordo com a performance de cada jogador durante os treinos,
sob os diversos pontos de vista.
Critiquei Castro construtivamente em dois momentos específicos, apontando eventuais soluções para superar a dificuldade de conhecimento das características do futebol brasileiro, na medida em que a prática de jogo era má e o esquema tático não colava com a realidade dos jogadores, mas a verdade é que Castro soube dar a volta e surpreendeu-me com a ousadia e inteligência de manter a mesma linha de rumo estrutural de médio-longo prazo e inovar radicalmente do ponto de vista conjuntural de curto prazo depois de testar e estudar aprofundadamente todos os atletas. Há trabalho silencioso…
Incrivelmente, estes atletas que hoje saudamos, como Victor
Sá, Júnior Santos, Gabriel Pires, Tchê Tchê, são os mesmos que muitas vezes executavam
passes sem sentido, efetuavam lançamentos equivocados, tomavam decisões
totalmente descabidas e marcar gols era uma grande dificuldade pela má pontaria
– o que nos levou a classificar uma boa parte de atletas como medíocres.
Somente um trabalho profundo sobre mentalidade, concentração, intensidade,
automatismos posicionais, afinação de pontaria, entendimento estratégico e
tático permitiria aos jogadores acreditar mais em si mesmos, aplicar com
propriedade os recursos técnicos de que dispõem e compreender cada jogo de modo
a vencê-lo.
Escrever sobre o jogo de ontem é mais ou menos vão na medida
em que tudo o que já foi dito sobre a partida é unânime: o Botafogo jogou
impecavelmente, contra um adversário difícil ao qual não deixou jogar o seu
jogo, e tarefa árdua é destacar um jogador entre todos, porque todos jogaram
incrivelmente bem todo o tempo. Assim, há pouco a dizer sobre o assunto.
Mas, enfim, pelo ‘exotismo’, destaco quatro aspectos: Júnior
Santos atuando ao estilo Mbapé; Victor Sá pelo incrível gol de equipe líder;
Matheus Nascimento pela invenção do sono pleno e reparador dele e de todos os
botafoguenses; torcida Gloriosa que face a resultados tão inesperados quanto
espetaculares não colocou pelo menos 30.000 espectadores no Niltão.
Na verdade, amigos, estou muito surpreendido com tudo isto –
esperava coisas interessantes, mas não este sonho de ‘mil e uma noites’ do qual
não gostaria de acordar. Esperava o crescimento da equipe e um ano de
consolidação, degrau a degrau, mas não ao ponto a que chegamos nos últimos 14
jogos, principalmente ao nível de crença que uma grande parte da torcida agora
evidencia (excepto os corneteiros que estão calados e aguardam ansiosamente o
momento de saída da toca para mostrar novamente as garras afiadas do ‘bota
abaixo’).
Desejando que o meu discurso mantenha atualidade futura, pressinto
que mais do que os jogadores focarem jogo a jogo para a vitória, há uma equipe
a pavimentar a “estrada dos louros” por onde tornará a brilhar a Estrela
Solitária que nos conduz.
OUSAR CRIAR, OUSAR LUTAR, OUSAR VENCER!
Botafogo 2x0 Atlético-MG
» Gols: Victor Sá, aos 29’, e Matheus Nascimento, aos 59’
» Competição: Campeonato Brasileiro
» Data: 07.05.2023
» Local: Estádio Olímpico Nilton Santos, no Rio de Janeiro (RJ)
» Árbitro: Flavio Rodrigues de Souza (SP); Assistentes: Alex Ang Ribeiro
(SP) e Fabrini Bevilaqua Costa (SP); VAR: Rodolpho Toski Marques (SP)
» Público: 16.415 pagantes; 18.218 espectadores
» Renda: R$ 884.575,00
» Disciplina: cartão amarelo – Lucas Fernandes (Botafogo) e Rubens,
Battaglia e Maurício Lemos (Atlético)
» Botafogo: Lucas Perri; Di Placido, Adryelson, Victor Cuesta e Hugo;
Marlon Freitas, Gabriel Pires (Eduardo) e Lucas Fernandes (Tchê Tchê); Júnior
Santos (Matías Segovia), Matheus Nascimento (Tiquinho Soares) e Victor Sá (Luís
Henrique). Técnico: Vítor Severino.
» Atlético: Éverson; Mariano, Maurício Lemos, Jemerson e Rubens (Patrick);
Battaglia, Edenilson (Pavón), Hyoran (Igor Gomes) e Zaracho; Paulinho (Vargas)
e Hulk. Técnico: Eduardo Coudet.
13 comentários:
Nove jogadores com nones compostos, um com "um" e apenas um com apelido acrescido do sobrenome. Tempos modernos!
2005 se não me engano foram 5 vitórias seguidas.
Quanto aos "corneteiros", eles são fundamentais, não são possíveis mudanças sem cobranças, os campeões nunca estão satisfeitos, sempre almejam a evolução.
A Modernidade nunva perdoa à Velharia das coisas! O Universo move-se, sempre... (rsrs)
Abraçps Gloriosos.
Não existem cinco vitórias seguidas em 2005. menos ainda nas primeiras rodadas. Em 1981 foram 4 vitórias no arranque, o melhor registro.
Abraços Gloriosos.
Certamente temos conceitos muito diferentes sobre 'corneteiros' e sobre a origem de 'mudanças'. As mudanças não se fazem somente através de 'cobranças', isto é, de contestações; as mudanças também se fazem - e essas são as melhores - através da criação pura, de pessoas criativas que buscam o 'novo', que inovam, que inventam, que criam (são 3 conceitos de conteúdos diferentes e progressistas), e que o fazem sem que selam cobrados, mas porque têm dentro de si o próprio processo de movimento permanente, a ambição de se fazer mais e melhor permanentemente. Se apenas houvesse mudanças por cobranças o mundo era muito pobre, porque significava que não havia pessoas diferenciadas, proativas, capazes de criar por si próprias, mas apenas pessoas reativas sujeitas à cobrança dos outros.
Quanto a 'corneteiros', são todos dispensáveis. Corneteiro não sou eu nem outros que analisam, avaliam e criticam determinadas situações com racionalidade, educação e respeito e apontam enventuais soluções. Esses são muito importantes, fazem parte da solução. Os corneteiros só fazem parte do problema: são pessimistas, mal educados, agressivos, não buscam informações fidedignas nem buscam razões concretas, agem sem racionalidade, pensam, falam e agem movidos a emoções primárias, ofendem, maltratam, desconsideram. Um corneteiro pode ir cornetar pra onde quiser, menos neste blogue.
Abraços Gloriosos.
Vou começar meu comentário expressando minha indignação aos corneteiros, que mesmo vendo o trabalho que o treinador vai construindo, não param de falar críticas infundadas e sem nenhuma construção e alfinetam ironicamente o Luís Castro. Acho que torcem mais pelo insucesso do time para provarem a sua pseudo tese que o treinador português é fraco, implicância desde a sua contratação. Quem tem esse tipo de torcedor não precisa de adversários.
Sobre o jogo, muito boa partida e, perce-se o trabalho do treinador potencializando seus atletas e mais importante, confiando no elenco. Há muito não vejo o time do Botafogo num caminho tão promissor; pode não conquistar o título do brasileiro, acho ainda muito cedo para essa previsão, o campeonato é muito difícil e times com tradição e qualidade. Entretanto acredito numa boa campanha, mas vindo as adversidades nós torcedores não podemos esmorecer.
Em postagem anterior li as conquista ou melhor, as quebras de tabu do Luís Castro, e realmente é surpreendente, e mesmo assim há quem desmereça essas conquistas.
Acredito que se nessa segunda janela vierem reforços pontuais e de qualidade o Botafogo pode sonhar.
Realmente repito: o treinador tem conseguido através de um trabalho sério e honesto tirar o melhor do seu elenco. Vamos em frente pois ainda há muito o que se realizar, mas no momento é curtir a ponta: sigam o líder. ABS e SB!
A grande vantagem do Castro, meu amigo Sergio, é que ele é resiliente e impenetrável aos corneteiros da mídia e do Botafogo. Está tão alto no que respeita a corneteiros que nem o conseguem beliscar sequer. Ao contrário, a grande desvantagem dos corneteiros é que bem podem blasfemar e roer as unhas porque o Botafogo parece estar na estrada certa. Está lhes custando muito suportar 14 jogos de invencibilidade e liderança do Brasilierão à 4ª rodada com 100% de aproveitamente contra equipes difíceis. Diria o povo: "aceita que dói menos".
Já conversamos antes sobre poder haver nisso uma certa xenofobia de alguns (porque é irracional com tais números tanta 'cornetice'), mas se há, ainda pior para eles: quatro treinadores estrangeiros (Botafogo, Palmeiras, Cruzeiro e Fortaleza) estão neste momento no topo da classificação do Brasileirão. Se for isso, a cornetice está a nível verdadeiramente medieval, porque no futebol de hoje os clubes procuram competências e têm inúmeros diretores, treinadores e jogadores estrangeiros. Enfim...
Sergio, nem pense em título no Brasileirão este ano, goze o momento, faça como os atletas agora do Botafogo agora fazem: jogo a jogo e no final fazem-se as contas. Se ganhassemos a Copa do Brasil - inédita - seria a quebra de um grande tabu e uma boa conquista. Se acaso houver reforços de peso ainda este ano, e lá para o fim do ano a possíbilidade de título do Brasileirão ainda bata à porta, então, sim, vale a pena pensar nisso. Porém, continuo a pensar que o Palmeiras está alguns passos à frente de todos os outros. Afinal, tem bom plantel e um treinador há bastante tempo entrosado com a equipe - e isso é uma vantagem - e o bom plantel do Flamengo sofre com os disparates da diretoria. Talvez nem o Sampaoli resolva o problema. Como zebra eu apostaria no Fluminense. Afinal, Palmeiras e Fluminense têm duas comissões técnicas aparentemente de alto nível e jogadores interessantes.
Abraços Gloriosos.
Rindo das duas últimas linhas...
Abraços Glorisos, Grande Vanilson!
Rui,
Acredito que nenhum torcedor do Botafogo imaginaria que na quarta rodada do Brasileirão estivéssemos com os 12 pontos conquistados.
Como critiquei e fiquei “P” da vida com o LC por ter empatado com a LDU, nesse jogo as alterações deram muito certo.
Faz tempo que não temos uma zaga tão segura.
Quando o Perri falhou, a zaga não permitiu e o adversário não conseguiu marcar.
Quanto ao número de torcedores no Nilton Santos, acredito que os valores dos ingressos estão altos para o padrão brasileiro e o nível de desemprego no país.
Ontem eu fiz “upgrade” do meu plano sócio torcedor. Passei para o “Alvinegro” que dá direito ver todos os jogos no Nilton Santos.
E vamos aproveitando e curtindo essa fase maravilhosa!
Abs e Sds, Botafoguenses!
Mais, Gil: NENHUM brasileiro imaginaria!
Contra LDU,depois dos jogos anteriores, nõ critiquei. Em jogos anteriores sim, critiquei e cheguei a falar na saída de Castro por uma razão: após os jogos cntra Vasco e Flamengo pensei que tinha perdido grupo e se descontrolara. Nada disso. O homem nunca se descontrola, é muit convicto e resiliente, e creio que neste século é o treinador que mais foi capaz de unir o grupo.
Se é por questão de emprego e preço alto, compreendo. É, aliás, o único fator justificável de não estarem no NS 30 mil torcedores.
Aproveita bem esta fase, porque ganhar 4 jogos seguidos no Brasileirão com adversários de qualidade não é coisa para se repetir muitas vezes.
Abraços Gloriosos.
Acrescento, Gil: vão acontecer mais empates como o da LDU e mais derrotas. Aliás, creio que houve muito mérito da LDU na sua retranca. Apostavam no empate e conseguiram. Nem sempre faremos bom jogos. É futebol.
Abraços Gloriosos.
Enviar um comentário