segunda-feira, 1 de maio de 2023

Botafogo 3x2 Flamengo – segue o líder que o Sol brilha no horizonte

Crédito: Vitor Silva / Botafogo.

por RUY MOURA | Editor do Mundo Botafogo

Meus caros amigos, não sei muito bem o que escrever sobre a Gloriosa vitória de ontem no Maracanã em um 3x2 quase tão homérico contra o Flamengo como foi no ano passado o mesmo 3x2 contra o Internacional, também fora de casa, com o técnico e dois jogadores expulsos.

Nem sei o que escrever porque a minha escrita parte sempre de uma análise racional e normalmente na base de emoções secundárias, isto é, emoções racional e culturalmente elaboradas. Porém, ainda continuo dominado por algumas emoções primárias, daquelas que nos tomam de assalto e nem sabemos bem o que estamos fazendo ou como estamos reagindo ou como as podemos controlar. Ontem, as emoções foram demais, porque eu queria demais que esta equipe confirmasse, sem sombra de dúvidas, que finalmente está seguindo um caminho consistente, maduro e dando em campo tudo que tem para dar pelo Botafogo.

Queria que finalmente os corneteiros irracionais se deparassem com este momento extraordinário, mas, ainda assim, o que li de alguns é que foram os jogadores que, exclusivamente, foram responsáveis pelo resultado – querendo com isso dizer que a comissão técnica nada fez para preparar um sistema tático consistente, treinar jogadas de contra ataque, de bola parada e de bola aérea, dar mentalidade e resiliência à equipe. Querendo com isso dizer que a comissão técnica, eu li!, não é fraca, mas… muito fraca! Até mesmo que o técnico é “burro”. E omitindo ou negando todo o trabalho de uma ampla equipe que tem preparado ao pormenor, e com muito afinco, o crescimento da equipe, que de jogo para jogo – apesar dos erros individuais defensivos – se agiganta acima das suas próprias qualidades técnicas, mercê de começar entendendo, quase na perfeição, a estratégia, o sistema tático, o jogo em si no seu decorrer, quando deve atacar em bloco ou defender em bloco, quando deve dar o ‘bote’ final de eficácia metendo a bola nas redes contrárias, uma equipe que já automatiza mecanismos e passes muito mais acertados, que defende muito e consegue marcar pelo menos 2 a 3 gols por partida, que é ousada, corajosa e resiliente e anula os adversários lutando até ao último instante, seguindo à risca as coordenadas estratégicas e táticas e nunca desistindo da vitória.

Crédito: Vitor Silva / Botafogo.

Meus amigos, já me iludi muitas vezes neste século com muitas diretorias e muitos treinadores que, na minha perspectiva, são os elementos essenciais para que se possa construir uma equipe competitiva pela simples razão de serem os líderes e os que tomam decisões sobre o plantel e todas as atividades de apoio fundamentais para que os jogadores possam fluir em campo. Iludi-me muitas vezes e dei a mão à palmatória sempre que me enganei.

Talvez esteja novamente a iludir-me, mas realmente a SAF tem tido comportamentos – que podem ser melhorados, obviamente – nunca vistos nas ‘miseráveis’ diretorias anteriores de Rolim, Palmeiro, Assumpção, CEP e Mufarrej, assim como tem um treinador experiente, convicto, resiliente e de enorme caráter, bem diferente de treinadores tecnicamente muito fracos como Eduardo Hungaro, Vagner Mancini, Felipe Conceição, Marcos Paquetá, Zé Ricardo, Eduardo Barroca, Bruno Lazaroni ou Marcelo Chamusca.

Eu próprio estive disposto a descartar Castro e critiquei Textor pelo componente excessivamente ‘capitalista’ em pelo menos duas das suas ações (sacou Giovanna e Jeffinho do Botafogo, sendo as duas maiores promessas do masculino e do feminino), além da sua retração em maior investimento no plantel, mas reconheço que Castro teve sempre a equipe na mão (algo que temi tivesse perdido após os jogos contra o Vasco e o Flamengo) e que Textor continua a investir nas infraestruturas e provavelmente continuará a investir no próprio plantel face aos resultados obtidos.

Crédito: Captura de tela, 30.04.2023.

Pode ser apenas ilusão minha, mas a realidade é insofismável: 12 jogos de invencibilidade em três frentes de batalha, 7 vitórias consecutivas, melhor início de sempre da equipe no Brasileirão de pontos corridos, vitórias consistentes dentro e fora de casa quebrando tabus de anos, liderança isolada com 100% de aproveitamento, arrumação tática preparada para a eficácia e a resiliência, uma equipe que entendeu a estratégia, interiorizou o sistema tático, fortaleceu a mente e robusteceu o físico – sob o lema de “mentalidade, foco e intensidade”.

Dizia-se, a 9 de abril, corneteiros e não corneteiros, que a vitória na Taça Rio não era grande coisa – e não era, a não ser que nos classificava para a CdB 2024 – e que a sequência de 6 jogos desde o Ypiranga na Copa do Brasil, passando pela Sul-americana, até ao jogo do Flamengo, seria a grande prova de fogo – para nós com grande esperança, para os corneteiros com a ansiedade do desenlace de demissões. Pois bem, ganhamos os 6 jogos dentro e fora de casa! Três jogadores e técnico eleitos para a Seleção da 2ª rodada do Brasileirão. Um ataque de 2,5 gols em média por partida e 0,7 gols sofridos. Tiquinho artilheiro do Brasileirão.

Analisar o jogo de ontem?... Não dá, amigos… É tão óbvio tudo que se passou neste ‘clássico da rivalidade’ com características históricas… É tão óbvio que os discernentes estão percebendo – tal como eu – muito mais coisas para além do que se passa dentro das quatro linhas, e que os corneteiros insistirão nos seus estereótipos, ofensas e perseguições…

É tão óbvio, amigos, que Luís Castro tem nota 10 na preparação da estratégia, da tática, das opções de escalação e de substituições; é tão óbvio que Tiquinho, atual artilheiro do campeonato, tem nota 10 pelos gols que fez e pela movimentação tática e operacional que executa; é tão óbvio que Lucas Perri é descendente direto do legado de Manga, seja na elegância seja na eficácia, e merece nota 10; é tão óbvio que Adryelson e Cuesta são uma fortaleza que jamais se renderá; é tão óbvio que o meio campo está crescendo e a meio do jogo de ontem dominava o meio campo do Flamengo; é tão óbvio que o conjunto de atacantes começaram a desenvolver-se; é tão óbvio que as laterais precisam ainda de reforços, assim como pelo menos mais um atacante e um criador.

Crédito: Vitor Silva / Botafogo.

É tão óbvio que o Sol do nosso Verão está despontando no horizonte! É tão óbvio que estamos felicíssimos!

Não pode ser ilusão, amigos, não pode ser! Este quadro de empenhamento, solidariedade e vontade da equipe não pode ser ilusão!

Naturalmente vamos perder jogos, teremos algumas oscilações e amarguras certamente, mas do nosso lado estará o ditado “A União faz a Força”!

Temos que nos unir – obviamente criticando com discernimento sempre que necessário – para que 2023, com algum título ou sem título algum, se nos afigure, indiscutivelmente, que seremos, em 2024, uma impetuosa erupção no panorama futebolístico nacional, quiçá internacional!

FICHA TÉCNICA

Botafogo 3x2 Flamengo

» Gols: Tiquinho Soares, aos 29' (pen.) e 70', e Danilo Barbosa, aos 45+4' (Botafogo); Léo Pereira, aos 58' e 85' (Flamengo)

» Competição: Campeonato Brasileiro

» Local: Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ)

» Data: 30.04.2023

» Árbitro: Edina Alves Batista (SP); Assistentes: Neuza Inês Back (SP) e Leila Naiara Moreira da Cruz (DF); VAR: Daiane Muniz (SP)

» Disciplina: cartão amarelo – Tiquinho Soares, Victor Cuesta, Rafael e Luís Castro [técnico] (Botafogo) e Gabigol, Vidal, David Luiz e Thiago Maia (Flamengo); cartão vermelho – Rafael e Luís Castro [técnico] (Botafogo)

» Flamengo: Santos; Léo Pereira, David Luiz e Fabrício Bruno; Wesley (Marinho), Thiago Maia (Victor Hugo), Vidal (Matheus França) e Ayrton Lucas (Everton Ribeiro); Everton Cebolinha (Bruno Henrique), Gabigol e Pedro. Técnico: Jorge Sampaoli.

» Botafogo: Lucas Perri; Rafael, Adryelson, Victor Cuesta e Marçal; Danilo Barbosa, Tchê Tchê (Philipe Sampaio) e Eduardo (Marlon Freitas); Júnior Santos (Di Plácido), Victor Sá (Luís Henrique) e Tiquinho Soares. Técnico: Luís Castro.

9 comentários:

Sergio disse...

Que texto maravilhoso! Também fui tomado de intensa emoção e dispenso comentar sobre o jogo de ontem de forma racional, apenas escrevo o seguinte: não estou nem aí para esses corneteiros irracionais que não querem admitir o belo trabalho do Luís Castro e sua comissão técnica, não querem admitir o crescimento e a evolução da SAF, provavelmente é uma gente frustrada com o sucesso por pura implicância, coisa que começou antes da contratação do Castro, ou o pior, são viúvas fãs nefastas administrações que quase levam o clube a fechar as portas, gente rancorosa que de fato são os piores inimigos do Botafogo, os pseudos torcedores do Gigante Botafogo. Pode acreditar, um ou dois tropeços do Botafogo e os arautos do caos farão a festa.
Vou repetir o que sempre escrevi aqui: quando perde a culpa é do treinador, quando ganha a virtude é dos jogadores. Não reconhecer o trabalho do treinador e sua comissão técnica é de uma indigência intelectual assustadora, gente sem caráter que prefere o insucessos dos outros a admitir a qualidade e o sucesso do trabalho que vem sendo feito. Eu perdi a paciência com essa gente e prefiro manter longe dessa irracionalidade de muitos torcedores.
Pela primeira vez vejo um clube deixar um treinador trabalhador para conseguir resultados mesmo com as enormes pressões, isso é profissionalismo.
Parabéns vá todos os envolvidos nesse trabalho de resgate do Botafogo de Futebol e Regatas, do mais humilde trabalhador até o acionista majoritário, a vitória é de todos vocês. ABS e SB!

Ruy Moura disse...

"Pode acreditar, um ou dois tropeços do Botafogo e os arautos do caos farão a festa." - Acredito piamente, Sergio! É exatamente só com isso que conseguirão obter 'orgasmos intelectuais'.

"Eu perdi a paciência com essa gente e prefiro manter longe dessa irracionalidade de muitos torcedores." - Eu já perdi essa paciência há muito tempo e bloqueio tais indigentes, tanto pela irracionalidade como pela razão de eu não me misturar com a baixa qualidade que grassa. Uma coisa é criticar com argumentos racionais e ético, outra coisa é perseguir,maltratar e ofender as pessoas. Eu estou saindo de redes sociais tal como quando perseguiram continuamente o Jair Ventura. Os únicos treinadores que eu reconheço grande trabalho nos últimos muitos anos são justamente o Jair Ventura e - rendo-me à evidência - o Luís Castro. O Jair fez a melhor campanha de sempre do Botafogo na Libertadores, e no blogue onde o Sergio antes também comentava perseguiu o rapaz do início ao fim, tal como faz o mesmo com o Castro. Comportamentos intelectualmente insuportáveis e emocionalmente indescritíveis. Esse pessoal é memso botafoguense?!...

Há um sujeito numa das páginas do Facebook em que publico coisas do blogue que aparece sistematicamente nas derrotas e nos empates e some completamente nas vitórias. Agora anda meio sumido... A última vez foi escrever que o derrota para o Bahia era o mais certo... Não regressou depois disso... Pode?!...

Toda a equipe está de parabéns, sim, e são muitas pessoas: jogadores comissão técnica, médicos, fisioterapeutas, diretores e acionaista maioritário, entre outros.

Abraços Gloriosos.

jornal da grande natal disse...

Nem vou comentar nada. De novo. Mas vocês viram que até as jogadas individuais estão aparecendo? O "gaúcho" TCHE TCHE levita entre três adversários e serve de bandeja o Tico!

Ruy Moura disse...

Exatamente, Vanilson. Foi a melhor jogada de ataque na partida, e valeu o gol da vitória. Quando uma equipe engrena coletivamente, as jogadas individuais também tendem a ser afinadas. O caminho parece que está começando a ser asfaltado.
Abraços Gloriosos.

Gil disse...

Grande Rui,

Se esse jogo te deixou sem "emoções racional", consegues imaginar como fiquei e ainda estou?
Vi quase todos os programas esportivos pós jogo e ainda estou vendo os de hoje.
Revi umas duas vezes o jogo.
Acabei de ver um programa esportivo no canal SporTV chamado "Boleiragem", apresentação dos ex jogadores Roger e Caio. O convidado foi o Tchê Tchê. Enalteceram o xeque mate, palavras dos apresentadores, que o LC deu no Sampaoli. Infelizmente a sopradora de apito, Edna, não pegará um gancho, talvez, muito talvez, pela unanimidade dos comentários de ontem e hoje, pegue uma rodada.
O programa "Boleiragem" divulgou a conversa da arbitragem quando a Edna foi chamada pelo var. Ela foi informada pela falta com força excessiva. Ainda pergunta qual jogador fez e se era o que estava caído.
Além disso, os 11 minutos de prorrogação foram causados pela demora dela em pedir várias câmaras e ângulos para não dar vermelho.
Outros programas enalteceram o controle emocional do elenco, mesmo tendo jogador e técnico expulsos não se desestabilizaram e mantiveram o foco. Tempos atrás perderíamos a cabeça e o jogo, exceção desse controle é o Rafael.

Entrei na fila para me desculpar com o LC. Espero não me decepcionar e que não seja mais uma ilusão.

Abs e Sds Botafoguenses

Ruy Moura disse...

Imagino que foste hospitalizado com 55 graus de temperatura assim que acabou o jogo! (rsrsrs)

Também vi o jogo pela 2ª vez, já com mais calma e racional. O Castro deu o xeque mate no Sampaoli, mas os seus executantes, Rei (Perri), Rainha (Tiquinho), Bispos (Adryelson e Cuesta), Cavalos (Tchê Tchê e Danilo Barbosa), Torres (Marçal e Rafael) e Peões (Eduardo, Júnior Santos e Victor Sá) foram absolutamente excecionais porque já conseguem compreender cada jogo onde estão. Isso hoje é decisivo na nossa equipe. Quando não compreendemos a envolvente das coisas nunca somos eficazes. Eles têm sido profundamente eficazes, sobretudo desde que o Castro finalmente abandonou a ideia de escalar Gabriel Pires e Lucas Piazon. Há 5 partidas que nem um nem outro jogam, que foram aqueles jogos em que a equipe mostrou mais entrosamento coletivo. Eles nunca entenderam cada jogo.

Também espero não me iludir, o que não seria a 1ª nem a 8ª vez, mas uma coisa é certa: há quanto tempo o Botafogo não tinha esta invencibilidade? não ganhava 7 jogos seguidos? não iniciava o Brasileirão com vitória nem nunca o fez com 3 vitórias? não liderava o Brasileirão? não conseguiu criar um coletivo tão unido e resiliente como este? Só uma pessoa muito, muito ignorante em futebol, ou de muito, muito má fé, pode explodir de alegria e publicar exultantemente nas redes sociais a atual classificação do Brasileirão e simultaneamente escrever que o Castro "não é mau, é muito mau!" e deve cair "FORA!"

Cá por mim vou gozando este momento que não tinha há anos e completamente fechado com a equipe!

Abraços Gloriosos.

Eduardo Samico disse...

Meu caro Ruy, que vitória épica, heróica! O Botafogo, com 10, logrou vencer o rival com 12 - talvez 13, se considerarmos a bandeirinha que estava a menos de 2 m da agressão praticada pelo jogador rival no nosso lateral maluquinho, o Di Plácido.
Eu temi pelo pior quando o Rafael, mais outra vez, quase pos tudo a perder com 2 amarelos absolutamente inaceitáveis para um jogador profissional do Botafogo.
Depois foi a vez de o Luis Castro perder as estribeiras (compreensível) e acabar expulso. Entretanto o time do Botafogo continuou concentrado - impressionante como os jogadores tem se mostrado conscios (sumiu o acento circunflexo no meu notebook...) de suas funções no decurso das partidas - entregando-se em cada disputa, com absoluto controle do emocional.
Não sei, talvez nenhum de nós nunca venha a saber e/ou entender, o que se passou naquele período tenebroso que se iniciou, ou se evidenciou, na partida contra o Vasco. Foi uma espécie de pane, de curto-circuito, de falha geral. Mas, passou. Surpreendentemente, passou!
O time do Botafogo parece saber muito bem o que fazer, como fazer, quando fazer. Claro que ainda há os erros individuais. O excelente Victor Cuesta falhou feio no 2º gol do rival. Mas o time não se abala e segue lutando, com inteligencia e eficácia.
Contra o S.Paulo - empatou no 1º ataque deles- e contra o Bahia - empatou perto do fim do 1º tempo - tal situação poderia ter ensejado um descontrole do nosso time. Qual nada, seguimos até a vitória final.
Contra o time da beira da lagoa, foi a expulsão besta - besta, porém justíssima e merecida- a celeuma com o L. Castro, impedido de sustar a substituição que iria fazer, a não-expulsão do jogador do time adversário, enfim, os absurdos já recorrentes quando se enfrenta o "mais-ajudado".,
Espero que o L. Castro tenha concluído que o time rende muito melhor sem as prejudiciais presenças do G. Pires - que parece pensar ser um Luca Modric - e do Piazon.
Esse Botafogo me fez lembrar daquela luta do Muhammad Ali - não gosto nada de esportes de lutas, mas esta foi uma luta histórica - contra o George Foreman no Zaire em 1974, se não me engano. O desafiante, mais velho que seu opositor, preparou-se e foi para o embate para deixar o adversário, mais jovem e invicto, a bater e se cansar enquanto Ali se defendia. Até o esperado nocaute e a reconquista do cinturão dos pesos-pesados...
Vamos, Botafogo! Ganhar, perder, faz parte do esporte. O que não se podia admitir era o Botafogo ser dominado por equipes com muito menos recursos que nós. Luís Castro e seus comandados conseguiram dominar a situação, dar a volta por cima e o resultado está aí, a (agora é o acento grave a desaparecer..) vista de todos.
Estão de parabéns! E eu estou muito, muito satisfeito com o que tenho podido acompanhar.
Abs.

Ruy Moura disse...

Caro Eduardo, tão surpreendentemente como irrompeu, o desnorte também surpreendentemente passou. Eu acredito que esse foi um momento que estalou como placas tectónicas abrindo largas fendas, tão surpreendentes que os jogadores compreenderam a necessidade de mudança e Castro idem. Nos últimos 5 jogos Castro mudou o sistema tático radicalmente, abandonando o horroroso tiki-taka de posse de bola inútil, e passou a contra atacar (sistema que tenho defendido enquanto o Castro não tiver à disposição jogadores adequados para o seu famoso 4-3-3), consolidou finalmente os titulares, afastou alguns azarões como G. Pires e L. Piazon, fortaleceu a equipe psicologicamente tirando partido da situação catastrófica ocorrida e, ao contrário do que pensavamos (perder a mão na equipe), julgo que ganhou completamente a equipe.

Detesto qualquer desporto (???) de luta, mas esse notável embate de 1974 eu vi e revi para continuar a minha aprendizagem na vida. Assim como não gosto de filmes de violência, mas já vi e revi inúmeras vezes a trilogia O Poderoso Chefão na mesma lógica de aprendizado. Muitas vezes aprende-se pedagogicamente ao contrário; eu nunca aprendi com a pedagogia behaviorista, mas sempre pelo contraste.

Já há alguns jogos eu levava fé no Castro, mas estou pasmado como o ele conseguiu dar a volta a si mesmo e à equipe. O artigo que acabei de publicar, da autoria de Leonardo Nicolau,tem um final muito interessante no que respeita ao crescimento conjunto da comissão técnica e do plantel. Leia, Eduardo, porque vale a pena.

Abraços Gloriosos.

Ruy Moura disse...

Um acréscimo, Eduardo. Por duas vezes na vida eu não estava conseguindo atingir os objetivos a que me propusera e os entregáveis não me satisfaziam. Pensei, ponderei e fiz duas ruturas radicais. Consegui, então, atingir todos os objetivos, metas e resultados. O Castro foi capaz disso. Aliás, devo dizer que do ponto de vista do homem (não do treinador) o Castro tem muitas semelhanças comigo na ética e na assertividade. Ou eu com ele (rsrsrs). Confesso que a capacidade que ele teve de perceber que as suas convicções não funcionavam - pelo menos nos primeiros tempos - no futebol brasileiro, tendo em conta que não dispunha dos recursos a que estava habituado na Europa e no Qatar, e ser capaz de mudar 180º, conquistou-me. Porque eu temi um novo desastre para o Botafogo após os jogos contra o Vasco e o Flamengo.

Abraços Gloriosos.

Botafogo é bairro, palmeiras são árvores

Numa rua de Filadélfia E por falar em Botafogo, o nosso Bairro continua sendo um centro cultural, dinâmico e lindo. É um Bairro maravilhos...