E
tudo o cansaço levou… Ou talvez não… Depende das opções que forem feitas e de
um trabalho que deve porfiar na recuperação física de atletas a quem se exigiu
mais do que podiam fazer.
Afinal,
sempre se confirma que o Botafogo não tem elenco para disputar ao mesmo tempo
dois títulos. Houve um momento, após a última vitória contra o Santos, em que
quase acreditei que talvez fosse possível a disputa do título com os ‘coelhos’
que Oswaldo Oliveira tirou da cartola, mas num calendário em que se joga duas
vezes por semana, a prudência recomenda que se faça o que o Cruzeiro fez: ‘desistiu’
da Copa do Brasil para se entregar ao Brasileirão. Como o Corinthians e o
Atlético Mineiro fizeram: prioridade absoluta a uma única competição (internacional)
e foram campeões em ambas.
Eu
ainda tinha alguma esperança nesta aparente sequência mais fácil de jogos para
o Botafogo do que para o Cruzeiro, mas nem essa sequência ‘moderada’ fomos
capazes de gerir. Por exaustão.
Na
verdade, a gestão física da equipa não foi feita, julgando-se que seria
possível conquistar dois títulos. Porém, o Botafogo arrisca-se a não ganhar
nada ao querer ganhar tudo. Tenho dito isso sempre e só me arrependo de após a
partida contra o Santos ter começado a acreditar, mas a partida contra o
Cruzeiro evidenciou a realidade – a equipa já não tem fôlego e comete erros
sucessivos. Erra passes, não tem poder de infiltração e a defesa abre buracos
descomunais – como se viu hoje.
A
torcida gritava por aí que íamos ganhar tudo: nada mais ilusório, mas como
conseguir ‘racionalizar’ torcidas que vivem de emoções a maioria das vezes
primárias e raramente secundárias?...
Sejamos
francos: o Botafogo caiu radicalmente de produção nos dois últimos jogos e hoje
não criou praticamente oportunidades de gol, exceto na cobrança de falta
convertida, e nunca conseguiu entrar na grande área com a bola dominada. Até ao
1º gol o Botafogo ofereceu-se ao Bahia e só não foi vazado porque o Bahia não
tem criadores nem atacantes de qualidade. Tem um treinador que sabe organizar a
defesa, que tem capacidade de mudar de tática durante o jogo, mas que não pode
dar qualidade técnica a quem não a tem.
E
não vale a pena falar do gol da vitória do Bahia em triplo impedimento, a não ser
para mais uma vez se evidenciar a absoluta incompetência da arbitragem
brasileira. Estava a desenhar-se o empate, e o empate chegou; estava a
desenhar-se a virada, e a virada chegou.
O
Botafogo está sem fôlego, sem brilho e já sem sorte. Ultimamente Oswaldo
Oliveira não tem cometido erros nas escalações e nas substituições (exceto que
eu ainda não vi Alex fazer coisa alguma e não o colocaria a jogar), mas cometeu
o erro que tanto avisei que tinha uma grande probabilidade de suceder: a não
priorização de uma das competições. O bom senso recomendaria, tendo em
consideração um plantel desmanchado e com poucas possibilidades de reposição de
peças, que fizessemos essa priorização.
Ano
após ano digo isso, mas nada muda quanto a essa matéria. E em 2014 repetir-se-á,
porque – talvez tenha a ver com a cultura dos protagonistas do futebol
brasileiro – a emoção continua a imperar sobre a razão. Ora, a emoção é própria
do torcedor que quer acreditar mesmo quando praticamente não acredita, mas os
responsáveis dos clubes já há muito tempo que deveriam assumir e fazer atuar os
neurónios da razão (incluo as comissões técnicas). Caso contrário, o resultado
é sempre o mesmo: jogando para tudo fica-se sem nada.
Os
clubes brasileiros não são estruturados de uma forma consistente, não são capaz
de fazer com que um clube se apresente regularmente ano após ano e não são
capazes de disputar duas competições ao mesmo tempo para ganhar, porque o
calendário do futebol brasileiro é um verdadeiro carniceiro para todos os futebolistas.
E os títulos mais importantes somente conseguidos com priorização: foi assim
com o Corinthians e com o Atlético Mineiro. Veja-se que a ‘pedalada’ de ambos
já não teve forças para o Brasileirão, apesar da qualidade dos plantéis que os dois
clubes dispõem. A capacidade física tem limites. A equipa do Botafogo fez o que
pôde até se esgotar, não pode ser penalizada.
Portanto,
se quisermos – e podemos – ganhar algo este ano, é necessário avançar na
direção certa. A equipa está no bom caminho para lograr um grande ano de 2014 –
se não houver outro desmanche no final deste ano. Porém, como sempre digo, não
basta pensarmos bem, é necessário, face às alternativas pensadas, discernir
bem. Isso tem faltado no Botafogo.
Insisto
que a equipa deveria estar apontada à Copa do Brasil e ao G4, que foi o que
propus logo nas primeiras rodadas do Brasileirão – não ao título. Essa era a
opção racional. Mas há sempre outras opções que os dirigentes (incluo comissões
técnicas) fazem. E fazem mal.
Ainda
ontem escrevi num ‘post’ que “é tempo de nos deixarmos de desespero. Estamos
bem, no caminho certo, podendo ainda surpreender este ano e em 2014 possuir uma
equipa competitiva para a Copa Libertadores das Américas, sejamos ou não
campeões brasileiros.” E acrescentei que se devia “traçar como objetivos o G4 e
a Copa do Brasil”. Isto é, continuo a acreditar que num ano se deve priorizar a
Copa do Brasil e fazer um campeonato consistente e, então, no ano seguinte, com
a equipa consolidada, avançar para o tão apetecível título brasileiro. É assim
que procedem os dirigentes e as equipas técnicas mais avisadas e que usam os neurônios
no sentido certo.
O
exemplo do Benfica, em Portugal, é bem significativo: o técnico estourou com a
equipa na temporada de 2011/2012 e nas últimas três rodadas perdeu os cinco
pontos de avanço e o campeonato; na temporada de 2012/2013 quis ganhar tudo e
em duas semanas perdeu outra vez cinco pontos de vantagem e entregou o
campeonato ao FC Porto no jogo decisivo; quatro dias depois perdeu a final da
Liga Europa contra o Chelsea; semana e meia depois perdeu a final da Taça de Portugal
para o Guimarães, acabando os dois jogos com os jogadores se arrastando e
tomando os gols da derrota sempre nos últimos 10 minutos da partida – e não
ganharam nada!
Quanto
a mim, resta erguer a cabeça porque somos uma boa equipa ao nível dos titulares
e gerir bem os oito pontos de folga para o Internacional, 5º colocado do
campeonato, priorizando a Copa do Brasil. E espero que não seja tarde e não
acabemos sendo eliminados se a equipa não conseguir reagir fisicamente. Ou se
recupera o fôlego destes atletas para a prioridade ‘Copa do Brasil’, ou, como
diz o povo, “a vaca vai pro brejo”.
Em
todo o caso, eis o meu sinal de otimismo: é gostoso ver o Botafogo disputando o
topo do futebol brasileiro desde a 2ª rodada e faço votos para que a comissão
técnica saiba classificar-nos devidamente para a Copa Libertadores. ‘Devidamente’,
para mim, é ganhar a Copa do Brasil, priorizando-a – e ‘gerir’ o Brasileirão
como for possível para a manutenção no G4.
FICHA
TÉCNICA
Botafogo 1x2 Bahia
»
Gols: Edílson, aos 30’ (Botafogo); Fernandão, aos 81’ e Obina, aos 86’ (Bahia)
»
Competição: Campeonato Brasileiro
»
Data: 22.09.2013
»
Local: Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro
»
Público: 20.826 pagantes (25.707 presentes)
»
Renda: R$ 627.180,00
»
Arbitragem: Leandro Pedro Vuaden (RS); Assistentes: Vicente Romano Neto (SP) e Danilo Ricardo
Simon Maris (SP)
»
Disciplina: Dória e Alex (Botafogo); Fernandão (Bahia)
» Botafogo: Jefferson,
Edilson, Bolívar, Dória e Júlio César; Marcelo Mattos, Gabriel, Seedorf (Hyuri),
Lodeiro (Henrique) e Rafael Marques; Elias (Alex). Técnico: Oswaldo de Oliveira.
» Bahia: Marcelo
Lomba, Madson (Wallyson), Lucas Fonseca, Titi e Raul (Jussandro); Feijão,
Diones e Hélder; William Barbio (Obina) e Marquinhos Gabriel; Fernandão. Técnico: Cristóvão Borges.
16 comentários:
Falando sobre o jogo de hoje:
-Seedorf precisa ir para o banco. Sentiu o pênalti perdido e tem errado muitos passes. Hoje, foram uns 5;
-Dória entrou estranhamente nervoso na partida e foi para o ataque desnecessariamente. O primeiro gol deles saiu porque ele não estava na cobertura;
Hyuri perdeu caprichosamente uns 3 gols, mas pode ser decisivo ainda;
-A defesa tentou criar uma linha burra de impedimento e se deu mal;
-O time tem obrigação de ganhar na quarta e entrar com outra mentalidade em campo. É a hora de entender que o Brasileiro não dá mais e focar na Copa do Brasil. Em caso de catástrofe na Copa do Brasil, se manter entre os quatro até o fim do campeonato!
caro Rui. A situação do Botafogo é preocupante. No jogo de hoje três dos nossos principais jogadores não conseguiam andar em campo. Lodeiro, Rafael Marques e Seedorf. No segundo tempo a volta do Lodeiro era de desanimar qualquer torcedor. O Rafael Marques no mesmo ritmo. Temo por não chegarmos nem entre os componentes do G4 pois ela poderá ser G3. Copa do Brasil não acredito pois, uma má jornada em um jogo e adeus. Enfim, é esperar e torcer apenas pelo G3. É bom lembrar que um pessimista é um ex otimista (Millor Fernandes). só nos resta esperar, Loris.
Gosto muito de ler seus comentários após os jogos, pois sempre primam pela lucidez e mesmo sendo um apaixonado pelo Botafogo você consegue comentar sem paixão, sem a revolta e irracionalidade que atinge a grande maioria dos torcedores do Botafogo. Não vou negar que essa derrota foi uma grande decepção,fiquei muito irritado. Mas se olharmos o 1º e o 2º turno, veremos que estamos muito parecidos, a diferença entre os dois turnos nos 4 jogos é de apenas um ponto a menos no 2º turno. Também achei o time cansado, vários jogadores aquém das melhores condições físicas e técnicas e em nenhum momento senti que a vitória estava assegurada. Muito embora o 2º gol do Bahia tenha sido irregular, achei que o time baiano mereceu a vitória. Não sei porque cargas d'água, mas a conquista do título brasileiro não me sai da cabeça e, apesar da queda do time e do desgaste, ainda acredito no título. Também acho que dá prá ganhar a copa do brasil, mas concordo que o melhor, dada as circunstâncias, seria priorizar a copa do brasil e tentar ficar entre os 3 primeiros colocados no brasileiro. Para finalizar, é necessário que alguém diga para os jogadores do Botafogo que não se pode se desguarnecer tanto a defesa com um placar favorável e tomar um contra-ataque como o que tomamos no 1º gol do Bahia. É o tipo de erro que não acontece nem em peladas. Mesmo que não justifique a derrota, mas a arbitragem brasileira é uma calamidade: dois erros absurdos em 2 jogos que decidiram as duas últimas partidas do Botafogo. Será que vamos voltar ao passado recente dos erros da arbitragem? Se nada do que aconteceu ao clube conseguiu derrubá-lo, então a última solução seria esta? Será? Tomara que não. Abs e SB!
Comentando um a um, Aurélio:
(1) O Seedorf não pode jogar dois jogos seguidos, quanto mais quatro! Não acho que deva ser propriamente banco, creio que deve é ser gerido com entradas alternadas em campo, ou alternan do jogos ou alternando meios tempos, porque os 37 anos já estão aí à vista.
(2) O Dória esteve horrível hoje. Se o Bahia tivesse gente com qualidade teríamos saído do 1º tempo a perder por uns 3x0.
(3) O Hyuri é fundamental para refrescar uma equipa estourada.
(4) A defesa está piorando de jogo para jogo; pelo menos há quatro partidas que não joga bem.
(5) Não sei o que é que a equipa tem por obrigação, estourada como está, mas certo é que a comissão técnica tem brigação de recuperar o estado físico do elenco.
Abraços Gloriosos!
Pois é Loris, mas a Copa dio Brasil ainda é a competição que temos mais chances. Veja que s eganharmos ao Flamengo teremos Vasco ou Goiás antes da final. Qualquer ds três times pode ser batido por nós. Mas isso só acontecerá se priorizarmos. Se não, "vaca pro brejo".
Por mim era assim: um esforço grande para quarta-feira sairmos em vantagem e depois fazer uma gestão cirurgica do plantel para o dia 23 de outubro termos os titulares descansados para o 2º jogo das quartas-de-final.
Abraços Gloriosos!
Depois da rodada de hoje, o Brasileiro ficou muito, muito difícil. Mas acreditarei até o final.
O time já deve começar a ser planejar para a Copa do Brasil. É clássico, mas passar pelo Flamengo é nossa obrigação. Não há outra possibilidade a ser pensada.
Irmos com força máxima na quarta e poupar alguns jogadores já no sábado, diante da Ponte Preta.
Seedorf e Rafa Marques precisam descansar. Mattos e Bolívar, também.
Minha sugestão para sábado: Jefferson; Edílson, Dankler, Dória e Júlio César; Zen, Gabriel, Lodeiro e Octávio; Hyuri e Alex.
Dankler precisa estrear para saber como ele é. E André Bahia com Dória não dará certo, pois são canhotos e não deram certo contra o Goiás. Tudo bem que o Alex ainda não fez gol, mas hoje acho que ele não jogou mal e fez uma boa finalização para uma bela defesa do Lomba. Isso é, colocaria o Alex caso se confirme a ausência do Elias por lesão.
Programar Gilberto e Lima para entrarem no segundo tempo. Dar ritmo ao primeiro que está voltando de lesão e para que o segundo possa poupar um pouco o Júlio César.
Derrota inesperada. Mas vamos que vamos. Confiando muito nesse nosso time. Mas o planejamento deverá ser voltado para a Copa do Brasil, sim. Que contra o Vasco e o Galo poupem nossos jogadores, mesmo com ambos sendo no Maracanã.
Saudações botafoguenses.
Thiago Hildebrandt.
Sergio, eu penso que a comissão técnica, se for realmente competente, tem muito que conversar com estes atletas. A defesa tem estado um desastre, e o ataque com pouca capacidade de definição. Eles deviam ver e rever at+é à exaustão os últimos quatro jogos e identificar todos os 'buracos' do time. Se não usarem os neurônios mas forem numa de 'união' e blá-blá-blá, "vaca pro brejo".
Sobre a questão razão / emoção. Não há nenhum argumento sério que justifique perdermos a razão em favor de emoções descontroladas quando se trata de desporto - tanto mais quanto o próprio desporto exige disciplina mental e o torcedor devia 'jogar junto' nessa partilha.
O Sérgio sabe muito bem o que são as emoções primárias e as emoções secundárias, trabalhadas. Quando ouço a sua música eu sinto emoções muito profundas, mas não são primárias, são secundárias. A sua música traz-me cultura e emociona-me, mas não me descontrola, pelo contrário, faz-me viver mais intensamente em harmonia com a graça da vida.
Ora, eu também vivo o futebol com cultura, não como uma emoção primária do tipo de ir para o estádio aos gritos, bradando palavrões e xingando todo o mundo. Ou partindo coisas depois de perder jogos. Ou não saber perder. Eu estou danado hoje, mas como diz um amigo meu, eu já estava preparado para reagir à fúria quando o momento chegasse - e eu previa que chegasse. Quem acompanha sempre os meus comentários sabe que nunca falei em título brasileiro, e só há poucos dias escrevi - e estou arrependido de ter cedido - que estava "começando a acreditar". Foi por causa da vitória sobre o Santos Isto é, eu estava preparado para acontecer como eu previra: esta equipa não podia disputar dois títulos em simultâneo, porque são muitos jogos e o time já vinha com grandes desempenhos desde todo o campeonato carioca, o que significa muitos meses de esforço. Aguentar todo o ano só se fossemos o Real Madrid, o Bayern ou o Barcelona.
Então, quando o Bahia fez o 2º gol, pensei: ficares danado não te adianta; mantém a calma e escreve sobre o estado do time. Pode ser que alguém de General Severiano leia e aproveite, e talvez ajude os nossos camaradas botafoguenses de arquibancada a reagir melhor, percebendo que se pediu demais a esta equipa mediana. Craques só tem dois: Jefferson e Seedorf - e Seedorf, em fim de carreira, está 'out'. Portanto, um craque, umas três promessas que convém ainda haver confirmação (incluindo Dória) e o resto é o Seedorf e uns quantos atletas esforçados, razoáveis, mas nada do outro mundo.
Foi assim que penso ter prestado mais um serviço ao Botafogo, em vez de esbracejar, expandir a minha raiva ou por-me a beber.
Definitivamente, futebol para mim é cultura.
Abraços Gloriosos!
Thiago, concordo absolutamente com tudo o que escreveu e compro essa equipa. Eu também gostaria de apreciar o desempenho do Dankler, porque realmente não gosto do André Bahia. No último jogo confirmei que ele não serve para o nosso time.
As entradas e saídas deviam ser bem geridas ao estilo que propõe. E evidentemente que já contra a Ponte Preta deveríamos descansar jogadores. Se não o fizermos vamos ter muitos desgostos pela frente, perdendo jogos e vendo atletos que tanto se esforçaram a arrastarem-s eagora em campo.
Vamos ver o que vale Oswaldo Oliveira como gestor de um time estourado que a comissão técnica não soube resguardar.
E não pense no título, meu amigo. A prudência e a realidade recomendam que pensemos numa gestão cirurgica para - como diz o Lorismario - ficarmos entre os três primeiros. Isso sim será possível se fizermos o que devemos. E ganhar a Copa do Brasil, claro!
Abraços Gloriosos!
Sóbrio Rui,
concordo com suas palavras e espero que elas ressoem em GS!
grande abraço, Marlon
Que os deuses do futebol o ouçam, Marlon!
Abraços Gloriosos!
Rui,
Será que os jogadores com 20 ou 24 anos ficam tão cansados, desgastados, como o Seedorf com 38 anos ou Rafael Marques e outros com mais idade?
Além do egoísmo do Hyuri, coloco na conta do OdeO a derrota.
Segundo tempo ele posiciona o Hyuri no lado do campo que ele mais produz, lado direito e fez as melhores jogadas e partidas pelo Botafogo. Foi o melhor momento do Botafogo em todo o jogo contra o Bahia.
Com a contusão do Elias, ele entrou com Alex e tirou o Hyuri da direita. Depois ele tira o Lodeiro e coloca o Henrique. Adianta cinco mil atacantes e não termos um jogador de criação? Por isso a bola não chegou mais nos atacantes. Talvez isso explique o motivo do Dória ir ao ataque.Também acho que a pancada e o corte na cabeça do Dória, inicio do jogo, o prejudicaram. Ele errou tudo depois disso.
Não sei na TV, mas o Lodeiro roda, se desloca o jogo todo e ninguém faz o passe. Cansei de ver isso no primeiro tempo e até os 20 minutos do segundo. Se não estiver enganado, me pareceu que ele queria cobrar a falta, porém jogadores e Edílson o convenceram. Alguns comemoram com ele e deram tapa na sua cabeça após o gol.
Enquanto o Cristóvão Buarque gesticulava, apontava, orientava, chamava seus jogadores, o nosso monge ficou estático, como sempre faz e braços cruzados.
Será só cansaço a perda do futebol do Seedorf?
Quando os salários estavam atrasados os caras disputavam a bola como se fosse um prato de comida. Agora, com salário em dia, jogar futebol ficou chato?
Permita não ter a tua lucidez, racionalidade. A paixão e revolta pela forma como perdemos um jogo como esse me desanimam. Floresce a síndrome do Cuca, principalmente com um gol do Obina, Obina!
Abs e Sds, Botafoguenses!!!
Não acho que floresça o síndroma do Cuca. Estes jogadores não têm história passada pelo Botafogo. Para mim é cansaço mesmo. Gil, a quantidade de jogos é uma coisa absurda, ainda para mais num país quente. Na Europa os times fazem muito menos jogos. A preparação física não foi cuidada. Além do mais, os jogadores não sabem dosear os seus gastos físicos porque os preparadores não são suficientemente capazes. Foi preciso chegar o Seedorf para ensinar ao Fellype Gabriel como não se desgastar, e o FG acabou jogando melhor e correndo menos.
Quanto ao treinador, eu não creio que mude de atitude. Há treinadores que não intervêm durante o jogo. Seguem a filosofia de que o treino é que é fundamental, os jogadores sabem o que fazer e só intervém em última inbstância. Penso que o O.O. é assim, nada a fazer. Ele pode até errar, tu podes até ter razão no caso do Hyuri, mas que este treinador enfrentou o desmanche com serenidade e foi buscar os mais jovens, isso é verdade. Que tirou coelhos da cartola que aparentemente não existiam, tirou. O Cuca exasperar-se-ia e chiaria por todos os poros.
A questão é que o O.O. é um treinador mediano como todos os treinadores brasileiros (talvez faça exceção a Tite). Estão atrasados e parece que não têm consciência disso. Portugal, país pequeno, percebeu há muito tempo a importância de um treinador e os candidatos estudaram, analisaram, evoluíram de tal maneira que neste momento os treinadores portugueses em competições europeias - Liga dos Campeões e Liga Europa - estão em maioria. Há 9 portugueses e a seguir vêm os espanhóis com 7 e os holandeses com 6.
É lamentável, mas o futebol brasileiro não presta porque os seus craques somem-se em menos de nada para a Europa e os treinadores não evoluem. Como os árbitros são parciais, os dirigentes péssimos e a mídia escandalosamente não-profissional, podemos esperar tudo. Por isso, em cada ano, é normal que o campeão lute para não descer de divisão no ano seguinte, ou fique discretamente pelo meio da tabela. Não há estrutura consistente que aguente a qualidade de um time 3, 4, 5 anos a jogar em cima. A última vez que isso aconteceu foi no tricampeonato do São Paulo, mas que fez o SP nos últimos anos? Nada, e até esteve em risco de degola este ano.
Em suma, emocionante o campeonato brasileiro é, qualidade é que não tem. Portanto, não te exasperes, meu amigo, porque talvez o Botafogo não mude mesmo e só venha a ser campeão um ano desses por acaso, como em 1995, em que o time estava partido em dois e acabou ganhando. Mas aí havia mata-mata... Só de pontos corridos teremos muita dificuldade em sermos campeões. No entanto, se esta diretoria segurasse os atletas e fizesse reforços no início do ano para o caso de disputarmos a Libertadores, então talvez a consistência obtida este ano funcionasse em 2014 até à Copa do Mundo, pelo menos. E talvez a Libertadores não fosse só um sonho.
Vou aguardar o mais calmamente que consiga.
Abraços Gloriosos!
Caro Rui,
Não concordo com a sua tese de que já deveríamos estar priorizando uma competição (no caso, a Copa do Brasil). E também não acho que, mesmo com 42 pontos, dá pra pensar em fazer diferente do que está sendo feito.
Com exceção da exaustão (técnica, física e psicológica do nosso maior jogador - Seedorf), está tudo bem além do que podíamos imaginar. E só tenho elogios à comissão técnica e aos jogadores.
A Copa do Brasil tem jogos bem espaçados e dá pra administrar isso jogo a jogo. Como está sendo feito, aliás.
Não estaríamos aonde estamos contando com maiores participações em grupo de jogadores como Dankler, André Bahia, Lima, Henrique, Dedé, Lucas Zen, Alex... Note que eles já entram sempre (e muito mais do que deviam, pelo parco futebol que possuem). E é nítida a queda de rendimento da equipe.
Ao contrário, estaríamos próximos da zona de rebaixamento, penso, sem a menor liga com a torcida e sem confiança para ganhar coisa alguma.
Se vamos morrer a partir da próxima rodada a ponto de despencar da tabela eu não sei. Seria futurologia pessimista, embasada por temores de históricos recentes. Mas, sinceramente, acho que não. Este grupo é diferente. Os grupos do Cuca se perderam exclusivamente por questões psicológicas. Não foi por cansaço.
Até porque, com exceção do Cruzeiro, todos os times estão sofrendo pelas mesmas condições. Todos os times estão oscilando.
Por esta razão, discordo também que a exaustão tenha sido a responsável pela derrota contra o Bahia. Muito menos que ela tudo levou. Um exagero. Perdemos um jogo. Só isso. O Bahia jogou tantos jogos quanto nós, inclusive o seu último, na quinta-feira, contra o Inter, enquanto nós jogamos (bem) na quarta. Não serve de desculpa.
A Ponte Preta, nosso próximo adversário, também jogará no meio de semana, pela Sul Americana... e não saberia dizer qual Botafogo diferente do que está jogando poderia entrar em campo no sábado. Só se for o Gilberto no lugar do Edílson e alguém no lugar do Seedorf. Mais do que isso não dá. Aí sim é colocar tudo a perder.
Prefiro ver por outro lado. Por exemplo: no jogo contra o Flamengo, já entraremos sem Elias e Bolivar... e é assim que este grupo descansa, infelizmente.
Enfim, Rui. Entendo a sua tese, mas a única equipe que arriscou algo consistente neste sentido foi o Atlético-PR, ao colocar o time sub-23 durante todo o campeonato local (este, sim, nada relevante)... e os resultados estão aí: eles estão voando em campo, na nossa cola, em plena 22a rodada no Brasileirão e bem na Copa do Brasil.
Penso que é o que devemos fazer em 2014, em relação ao campeonato carioca.
Nas atuais competições, com as condições que temos, não dá pra fazer nada além do que já estamos fazendo.
Grande abraço, Roma
Caro amigo Roma, provavelmente teremos duas visões diferentes, ou não, de gestão de um plantel de futebol.
Ano após ano venho dizendo o mesmo: com um calendário tão implacável como é o da temporada futebolística brasileira, eu prescindiria do campeonato carioca, que usaria para teste de jogadores, afinação da equipa, etc. e, sobretudo, fazê-la entrar na Taça do Brasil e no Campeonato Brasileiro em boas condições físicas. Na Europa a temporada começa com o campeonato nacional, não com cerca de 15 jogos ou mais de uma competição regional.
Então, seguiria a estratégia de ganhar a Copa do Brasil e ficar o melhor colocado possível no Brasileiro. Consolidada a equipa, iríamos, assim, à Libertadores. Mais uma vez eu prescindiria do Campeonato Carioca para disputar a Libertadores. Com a ruindade dos atuais times sul-americanos, até talvez ganhássemos. Depois tínhamos o Brasileirão e apontávamos novamente para o Campeonato Brasileiro. Outras competições não teriam interesse se no 2º ano. Com a equipa bem consolidada, então sim, no 3º ano, queríamos mesmo o título brasileiro.
Na verdade, de certo modo, o Roma dá-me razão sobre o cansaço. Quando refere que o Atlético Paranaense está voando porque jogou com os juniores o campeonato regional, o que está a dizer é que eles têm 15 jogos a menos nas pernas. O que está a dizer é que concorda com a prevenção de se evitarem tantos jogos para não haver estouro físico. O que está a dizer é que 15 jogos a mais num ano é muito!
Claro que é normal, então, que entre um e outro time a pujança física de um seja muito maior do que a pujança física de outro.
Além de o BFR ter jogado excessivamente, jogou ACIMA das suas possibilidades. Ganhamos jogos pela nossa atitude, mas a nossa atitude tem exigido muito desgaste psíquico e físico que leva ao cansaço, além de umas quantas viagens a mais do que fizeram os outros clubes, por conta da perda dos estádios no RJ. Eu vi jogadores se arrastando contra o Bahia, e só a entrada de Hyuri deu mais velocidade ao ataque. R. Marques está um farrapo, o time não conseguiu engrenar bolas para o Lodeiro, o Dória começou mal desde o início do jogo e entregou bolas de graça antes do incidente do 'galo' na cabeça. Porque se não foi cansaço, eu pergunto, Roma, o que foi que nos fez perder para esta equipa tão fraca do Bahia? O que nos fez perder contra sujeitos como Fernandão ou Obina? O que terá sido?
(CONT.)
(CONT.)
Penso que os jogadores, devido a certas circunstâncias, fizeram tudo para mostrarem que o seu futebol não dependia do salário, e fizeram mais do que podiam, pagando agora o preço. Muitas outras equipas jogaram tanto como nós, mas talvez nenhuma tenha vivido debaixo de fogo tão cerrado da torcida em certo momento. Nem nenhum tinha que demonstrar o que valia além de jogar normalmente. Os nossos atletas sim!
Não acredito em títulos sem planos anuais, embora no Brasil tudo seja possível porque as equipas não têm estabilidade e evoluem muito aos altos e baixos. Acredito em planos, e isso o BFR ainda não fez!
Não houve planos para coisa nenhuma: o plano é ganhar o próximo jogo, sem uma perspetiva de médio prazo assente em probabilidades ou em priorizações ou na adequada gestão física do plantel.
Na Europa é importantíssima a questão física, e as equipas dependem muito dos preparadores físicos e dos nutricionistas. O técnico tem um plano anual bem engendrado, e eu nunca me apercebi que o BFR tenha feito isso, nem mesmo com o Cuca, que durou mais de duas temporadas. Porém, veja-se que o Cuca deixou o time arrastando-se contra a fraca (na altura) equipa do Corinthians. Perdeu não por questões técnicas, mas porque psicologicamente pressionou demais a equipa e porque quiseram dar o litro no campeonato carioca. O Cuca puxava até ao máximo, discutia com os preparadores físicos e o departamento médico para ter os jogadores antes do tempo previsto. O resultado foi a má gestão física.
Então, apoio essa ideia de juniores no campeonato carioca. Coisa plane(j)ada, consistente, com o mesmo treinador do ano anterior.
Eu tenho feito muitos elogios aos atletas e alguns à comissão técnica. Até já disse que é a 1ª vez que o plantel me convence neste século XXI - e já lá vão 13 anos! Mas não podemos pedir o que não podem dar. É um plantel limitado, sujeito a muitos jogos dos titulares, fez mais do que seria expectável. O que eu não concordo é que não se tenha priorizado a Taça do Brasil.
Todos sabemos que isso pode ser feito gerindo a equipa para as datas dos confrontos, de modo a que nesses momentos a equipa esteja 'voando', como diz o Roma. Aí sim, poderíamos gerir as duas competições. Difícil é ganharmos as duas com este plantel, ou o campeonato brasileiro. Difícil é ganharmos com uma diretoria que joga 'em cima do joelho', e tudo de bom que nos tem ocorrido não passou pela mão do departamento de futebol, mas pela mão da comissão técnica e dos jogadores.
Por isso, se a equipa fracassar e acabar ganhando nada, não a penalizarei. O time é bravo e altivo. Não cobrarei nada deles. Nem mesmo terei por alvo a comissão técnica, porque embora não seja a minha preferida, teve que reinventar uma equipa desmantelada pela ação dos dirigentes. Não cobrarei nada dela, exceto que saiba fazer planos para 2014. Mas aos dirigentes sim, cobrarei.
Desculpe o 'testamento' que escrevi, Roma, mas as palavras vão saindo e é difícil evitar. (rs)
Abraços Gloriosos!
(CONT.)
Penso que os jogadores, devido a certas circunstâncias, fizeram tudo para mostrarem que o seu futebol não dependia do salário, e fizeram mais do que podiam, pagando agora o preço. Muitas outras equipas jogaram tanto como nós, mas talvez nenhuma tenha vivido debaixo de fogo tão cerrado da torcida em certo momento. Nem nenhum tinha que demonstrar o que valia além de jogar normalmente. Os nossos atletas sim!
Não acredito em títulos sem planos anuais, embora no Brasil tudo seja possível porque as equipas não têm estabilidade e evoluem muito aos altos e baixos. Acredito em planos, e isso o BFR ainda não fez!
Não houve planos para coisa nenhuma: o plano é ganhar o próximo jogo, sem uma perspetiva de médio prazo assente em probabilidades ou em priorizações ou na adequada gestão física do plantel.
Na Europa é importantíssima a questão física, e as equipas dependem muito dos preparadores físicos e dos nutricionistas. O técnico tem um plano anual bem engendrado, e eu nunca me apercebi que o BFR tenha feito isso, nem mesmo com o Cuca, que durou mais de duas temporadas. Porém, veja-se que o Cuca deixou o time arrastando-se contra a fraca (na altura) equipa do Corinthians. Perdeu não por questões técnicas, mas porque psicologicamente pressionou demais a equipa e porque quiseram dar o litro no campeonato carioca. O Cuca puxava até ao máximo, discutia com os preparadores físicos e o departamento médico para ter os jogadores antes do tempo previsto. O resultado foi a má gestão física.
Então, apoio essa ideia de juniores no campeonato carioca. Coisa plane(j)ada, consistente, com o mesmo treinador do ano anterior.
Eu tenho feito muitos elogios aos atletas e alguns à comissão técnica. Até já disse que é a 1ª vez que o plantel me convence neste século XXI - e já lá vão 13 anos! Mas não podemos pedir o que não podem dar. É um plantel limitado, sujeito a muitos jogos dos titulares, fez mais do que seria expectável. O que eu não concordo é que não se tenha priorizado a Taça do Brasil.
Todos sabemos que isso pode ser feito gerindo a equipa para as datas dos confrontos, de modo a que nesses momentos a equipa esteja 'voando', como diz o Roma. Aí sim, poderíamos gerir as duas competições. Difícil é ganharmos as duas com este plantel, ou o campeonato brasileiro. Difícil é ganharmos com uma diretoria que joga 'em cima do joelho', e tudo de bom que nos tem ocorrido não passou pela mão do departamento de futebol, mas pela mão da comissão técnica e dos jogadores.
Por isso, se a equipa fracassar e acabar ganhando nada, não a penalizarei. O time é bravo e altivo. Não cobrarei nada deles. Nem mesmo terei por alvo a comissão técnica, porque embora não seja a minha preferida, teve que reinventar uma equipa desmantelada pela ação dos dirigentes. Não cobrarei nada dela, exceto que saiba fazer planos para 2014. Mas aos dirigentes sim, cobrarei.
Desculpe o 'testamento' que escrevi, Roma, mas as palavras vão saindo e é difícil evitar. (rs)
Abraços Gloriosos!
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