Leio que o Botafogo não se pode
desesperar, que tem que levantar cabeça, que tem que reagir à derrota… Juras de
amor dos torcedores dizendo que nunca desistirão do Botafogo e comentadores que
falam que o Botafogo está ferido, afastado do título… blá-blá-blá… blá-blá-blá…
(1) No início do ano o Botafogo era
considerado uma carta fora do baralho, e depois de perder para o Flamengo o 1º
jogo do ano de modo elementar, para muitos – botafoguenses e outros – confirmava-se
a profecia.
(2) O Botafogo não perdeu mais no
campeonato carioca, e nas finais da Taça Guanabara e da Taça Rio, os adversários
tinham a vantagem do empate. Vasco da Gama, Fluminense e Flamengo foram
sucessiva e impiedosamente cilindrados e conquistamos as três taças em disputa.
(3) Depois ainda tivemos a perda do
Engenhão, a perda de patrocínios, penhoras, salários em atraso, desmanche da
equipa com a venda de Fellype Gabriel, Márcio Azevedo, Andrezinho, Jadson,
Antônio Carlos… e a perseguição já rotineira da mídia, ao ponto de André Rizek
apelar aos microfones da TV para que o Botafogo tivesse mais cobertura. As
expectativas para o Brasileirão e para a Copa do Brasil não eram, assim, as
melhores, e com justificados temores.
(4) Mas fomos ganhando, ganhando, tendo
sido lançados os ex-juniores que tomaram os lugares dos titulares que foram
saindo ou estavam lesionados. E continuamos ganhando – ‘apertadinhos’ na Copa
do Brasil, mas liderando isoladamente ou ex-aequo o Brasileirão durante quase
todo o 1º turno, ao lado do Cruzeiro.
(5) E ainda tivemos o balde de água
fria presenteado por vitinho, o único que aceitou e forçou a sua venda pelo
valor da cláusula de rescisão, ao contrário de Dória, Lodeiro, Jefferson, que
tinham clubes dispostos a pagar as cláusulas de rescisão e lhes oferecerem
maiores vantagens financeiras.
(6) Mas aí surgiram mais ou menos do
vazio Elias e Hyuri, e um grande campeonato de Rafael Marques. E reinventado o
Botafogo por Oswaldo Oliveira, Seedorf e Companhia, continuamos ganhando, mesmo
com Jeferson e Lodeiro sucessivamente a representarem as suas seleções, emplacando
nos últimos jogos 4 vitórias sucessivas.
(7) E eis que chegamos ao jogo do
Cruzeiro, e perdemos por detalhes. É bom lembrar que se Elias tivesse feito o
gol de baliza escancarada e Seedorf não tivesse perdido o penalty, o Cruzeiro não seria hoje embandeirado em arco pela mídia,
quando afinal fez um bom placar com uma grande dose de sorte.
(8) E depois de tudo isso somos
candidatos a chegar às meias-finais da Copa do Brasil, bastando vencer o
Flamengo, e à final, bastando vencer Vasco da Gama ou Goiás.
(9) E estamos com 8 pontos de avanço no
Brasileirão sobre o 5º classificado, o que nos qualifica para a Copa
Libertadores das Américas.
(10) E enquanto o Cruzeiro tem uma
série de jogos teoricamente mais difíceis, nós teremos uma série de jogos
aparentemente mais fáceis.
(11) Então pergunto aos nossos ‘desesperados’ torcedores, às suas ‘promessas’ e apelos de amor eterno, de não rendição, estão falando de quê? O embandeiramento
em arco que alguma imprensa faz sobre a ‘queda’ do Botafogo, fala de quê? – Por
favor, companheiros, usemos o cérebro e mantenhamos o coração no sítio certo. A comissão técnica e os atletas são profissionais briosos e resolverão as coisas nas horas certas.
(12) Dito de outro modo: isto não é Gávea,
isto é Botafogo! Quanto à mídia, enfim, é a mídia… Mas quanto a nós,
companheiros, é tempo de nos deixarmos de desespero. Estamos bem, no caminho
certo, podendo ainda surpreender este ano e em 2014 possuir uma equipa competitiva
para a Copa Libertadores das Américas, sejamos ou não campeões brasileiros.
(13) E para manter as nossas superstições
– que fazem parte da cultura herdada por Carlito Rocha e o seu fiel seguidor
Aloísio Birruma – termino no item 13:
Avante, companheiros! Avante, Botafogo!
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