domingo, 20 de julho de 2014

Voz de Joel Bats: a confissão

Percebi quando o Zico virou a perna para bater de uma forma que já havia visto antes, distribuindo passes durante o jogo. – Joel Bats, goleiro que defendeu a grande penalidade cobrada e perdida por Zico na Copa de 1986.

12 comentários:

Anónimo disse...

Meu caro RUI,ainda sobre a COPA DOS JEGUES,e para encerrar o assunto,um resumo do que alguns amigos e eu pensamos sobre o fato acontecido em PINDORAMA.
É meu amigo,às vezes A VERDADE DÓI MUITO.
RESUMO DA ÓPERA BUFA

Quem viu a Alemanha vencer o Brasil por 7 x 1 testemunhou mais que um jogo: foi a vitória da cultura sobre a mediocridade.
Os alemães entraram em campo para vencer. Entraram de cabeça erguida e com a frieza e a vontade que só os vencedores possuem.
Lá estavam eles, representantes do país mais rico da União Europeia, sem o menor receio da torcida, sem o menor receio do verde-amarelo.
Estavam lá, preparados e treinados para vencer.
País que passou por duas guerras mundiais, sendo que na II GM foi quase todo destruído e ainda perdeu quase metade do seu território
para a URSS, até a queda do Muro, quando o lado desenvolvido da Alemanha teve que arcar e carregar o lado subdesenvolvido,
achatado pelo socialismo marxista da ex-Alemanha Oriental.
Mas lá há um povo de verdade, uma cultura de vencedores. Cultura que fez a Alemanha se tornar a locomotiva da União Européia.
Quantas Alemanhas cabem no Brasil?
Do lado alemão havia soldados do futebol, guerreiros prontos para lutar e vencer. Já do lado brasileiro, somente vedetismo...
jogadores com penteados estranhos, disputados pelas atrizes da globo, representantes dos "heróis do BBB", "ídolos do Galvão Bueno"...
retratos de um País de faz de conta, onde nada ou quase nada é levado a sério.
Mais de 1000 comerciais gravados por eles, incluindo o Felipão ..circo, puro circo.
Não foi a seleção alemã que venceu a seleção brasileira, mas sim a cultura alemã que venceu a decadente cultura brasileira.
Alguém ouviu falar de treinos táticos dos brasileiros? Claro que não, pois como vedetes, seria um "absurdo" exigir isso deles.
E assim os "pops star" de tatuagens e cabelos tingidos deram e atestaram o vexame brasileiro. Depois choraram pedindo perdão,
como se isso os salvasse dos relatos históricos. Mas eles aprenderam, juntamente com os demais brasileiros, que pedir perdão salva a "pele"
de políticos, presidentes, atores, cantores, criminosos etc.
Até dizer: - Eu não sabia de nada..., não sei o que aconteceu..., salva e perdoa até presidente.

Anónimo disse...

(Continuação)
A cultura decadente que teve o presidente mais inculto da história, a presidente guerrilheira e os corruptos mais inescrupulosos, perdeu
para os alemães. A Globo culpa o esquema tático, claro, o Felipão vai pagar a conta, conta essa que passa desde o início da contra-cultura
petista até as indecências das novelas "globais". Cultura da compra de voto, das bolsas isso, bolsas aquilo... e nada de concreto, de sadio,
de vencedor, de estímulo à ética, ao respeito, ao estudo sério e ao trabalho...

Trabalho, nem pensar, pois estamos virando socialistas, nivelados por baixo. Cultura de um País que quer "copiar" as "pérolas" Chavistas,
Castristas, Cristinistas e mais um sem número de sistemas falidos espalhados pelo mundo.
Cultura onde fazem filmes enaltecendo Lamarca, Che, e outros traidores e assassinos da história. Será que na Alemanha há filmes enaltecendo
a URSS? Hitler? Goebels?
Será que na Alemanha, os criminosos presos continuam a chefiar seus cartéis de dentro dos presídios? Será que direitos humanos só valem
para os criminosos e guerrilheiros? Será que usam urnas eletrônicas? Será que satanizam o capitalismo? Será que um Gilberto Gil ou uma
Marta seriam ministros da cultura?

OU SERÁ QUE TODOS, DESDE CRIANÇA SÃO ENSINADOS A TRABALHAR E VENCER?
A AMAR A ALEMANHA, A TRABALHAR PELA ALEMANHA, E QUE ROUBAR É ERRADO E QUE A CORRUPÇÃO É PUNIDA EXEMPLARMENTE?

Não foi só futebol que apanhamos "de lavada". Pudemos observar e aprender com os alemães o respeito pela cultura de outros povos,
o respeito pelo sentimento (afinal, poderiam facilmente ter feito 8, 9 ou quantos gols mais quisessem). Aprendemos que grande mesmo
é o vencedor que não se vangloria de ter vencido e não tripudia sobre o adversário, antes, reconhece-lhe os méritos (mesmo quando não
os há). O que vimos do nosso lado foi a absoluta incompetência brasileira em pensar, trabalhar, treinar e agir como um vencedor.
O Brasil é o país dos "tadinhos", onde se ouve falar: - "Ah, a Costa Rica é o xodó dos brasileiros!".
Claro, o brasileiro sempre se alinha com o perdedor, pois ainda não aprendemos a copiar os vencedores.
7 X 1, o maior vexame futebolístico da história das Copas. Será que agora, o povo dos derrotados irá finalmente copiar os vencedores?
Copiar uma cultura vencedora, uma economia vencedora? Uma educação vencedora? Uma saúde vencedora?
Acho que não, afinal somos tão pedantes e "senhores de si" que achamos que "Deus é brasileiro", que o capitalismo é o mal da humanidade,
e que um presidente analfabeto, ou uma que não sabe falar, foram as melhores coisas que nos aconteceram.
7 X 1 NÃO É APENAS O RESULTADO DE UM JOGO DE FUTEBOL.
7 X 1 REPRESENTA O MAIOR VEXAME CULTURAL, SOCIAL E ECONÔMICO DE UM POVO APÁTICO E CIRCENSE.
Com um abraço do JOTA.

Ruy Moura disse...

Caríssimo amigo JOTA, entendo e aceito o desabafo. Desabafo movido por um 7x1 que se junta ao Maracanazo de 1950 e que jamais deixará de ser fantasma na cabeça de todos os brasileiros, especialmente dos que são mais dedicados ao país e pugnam por outra forma de ser um país limpo de corrupção, visionário, trabalhador, respeitador, etc.

Aos seus comentários eu comento assim:

(1) Concordo em absoluto com todos os seus comentários decorrentes do 7x1 e do que ele significa em termos ‘culturais’.

(2) Concordo com todos os comentários à saga alemã, exceto que eles respeitam os povos, porque na verdade não têm feito outra coisa do que desrespeitar os povos, não somente com as duas guerras que provocaram, mas o que estão atualmente a fazer, pondo a ferro e fogo a Irlanda e o sul da Europa, comprando dinheiro a 1% de juros e vendendo o mesmo dinheiro à Irlanda e aos países do sul por 3, 4, 5, 6, 7%, e por isso é o único país da Europa com superavit resultante de ser um país USURÁRIO, que eliminou judeus que considerava usurários e que se mostra tão ou mais agiota do que aqueles que perseguiu e matou, legitimado hoje por bancos internacionais que domina.

(3) Aceito os elogios que fez ao povo alemão, mas recuso que sejam um exemplo para a humanidade na medida em que se fundam no desrespeito pelos outros, numa convicção cultural e rácica de superioridade sobre os demais, tendo sido o único país europeu que, na modernidade, invadiu pelas armas todos os seus vizinhos: França, Luxemburgo, Bélgica, Holanda, Dinamarca, Noruega, Polônia, República Checa e mais alguns que não me vêem a memória - e que não invadiu a Espanha, Portugal e Itália porque eram países dominados por ditaduras fascistas absolutamente horrendas. Quem sabe o que foi a guerra civil espanhola - sobre a qual produzi uma dissertação - conhece a cara do fascismo que os alemães e os italianos impuseram à Europa.

(4) Sobre o ex e atual presidente do Brasil peço-lhe que me deixe ficar em silêncio.

(5) E agora, com todo o respeito pelas suas opções, rejeito absolutamente, cabalmente, com toda a minha emoção e com toda a minha razão, que Che Guevara e outras figuras mundiais situadas à esquerda política, tais como Bakunine, Kropotkine, Malatesta, Proudhon, Kropotkine, Parsons, Lingg, Fischer, George Engel, Spies, Schwab, Fielden, Neebe, Marx, Frederic Engels, Plekhanov, Spiridinova, Simon Bolívar, fossem assassinos, bandidos e mais um chavascal de rótulos completamente desfocados da história promovidos por uma direita reacionária e fascista que jamais perdoou a estes revolucionários a emergência de uma classe média mundial. Especialmente Guevara, que sendo médico e ministro largou tudo para seguir um caminho semelhante a Bolívar, é profundamente injusto considerá-lo um assassino ou qualquer coisa semelhante. Assassinos foram os que o denunciaram e mataram e o deixaram a estiolar ao sol como um carneiro qualquer. Tudo porque, como disse uma atriz brasileira, ir agora a New York não tem graça nenhuma, porque toda a gente já lá vai. Eles queriam continuar a lá ir, só eles. Queriam ter a Cuba corruptíssima de 1958, que ainda por cima foi lançada nas mãos da URSS porque os americanos lhe fizeram boicote internacional, pensando que uma ilhota à beira da ‘grande’ América seria engolida. Fidel Castro não era comunista, tendo sido os comunistas os primeiros que ele mandou prender. Mas como não era estúpido e foi largado às baratas pela política americana e por todos aqueles que chupavam Cuba até ao tutano. Inesperadamente para os americanos, Castro aceitou o apoio da URSS para o regime sobreviver. Não sou castrista, longe disso, mas que a direita reacionária não lhe deixou outra solução do que tornar-se comunista, é verdade.

(CONTINUA)

Ruy Moura disse...

(6) Se o mundo hoje é o que é, ou seja, se milhões de pessoas hoje são da classe média e dispõe de direitos e garantias de cidadãos, não foi com a direita reacionária e fascista que eles foram engendrados. Pelo contrário, foi a direita monárquica obscurantista (não a monarquia esclarecida), a direita ultraconservadora, a direita fascista que tudo fez para travar a Tomada da Bastilha e evitar que os revolucionários de esquerda lançassem aquele que, até hoje, é o mais extraordinário lema da humanidade: Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Três coisas que a direita sempre negou ao povo. E foi por via de lutas e combates absolutamente épicos do operariado revolucionário do século XIX, apoiados por movimentos, sindicatos, partidos e militantes de esquerda, que se conseguiram as primeiras conquistas do povo trabalhador, as primeiras leis defendendo a segurança no trabalho em final do século XIX e as primeiras leis de direito ao trabalho já no séc. XX. Lutas extraordinárias e muita dor (ler as Vinhas da Ira, de John Steinbeck), muita resistência, muita luta para que as gerações vindouras beneficiassem daquilo que o operariado do séc. XIX não pode beneficiar, mas que generosamente nos doou. Morreram vendo os filhos com fome (ler Germinal, de Émile Zola), e ainda assim não abandonaram as greves, porque sabiam que se o fizessem estavam historicamente acabados e os seus filhos e os seus netos condenados. Ainda hoje é essa direita maldita que suprimiu a sociedade produtiva pela sociedade financeira, o patrimônio físico e seguro por dinheiro e ações que se evaporam sempre que fazê-lo interessa aos especuladores que dominam o mundo. Em menos de nada, os famosos ‘tigres asiáticos’ foram arrasados pela especulação financeira mundial quando os especuladores que mandam no mundo muito bem entenderam. Nenhum dessas especulares vota na esquerda, lhe garanto, meu amigo.

(7) De modo que, JOTA, podemos debater muita coisa, podemos nos entender em muita coisa, mas creio que no terreno político jamais nos entenderíamos, se é que interpreto bem as suas tendências políticas.

Abraços Gloriosos.

Ruy Moura disse...

Dito de outro modo: essa direita gostaria que eu fosse tão analfabeto como eram as minhas duas avós ou, no máximo, ter a 4ª classe dos meus dois avôs; que eu me vergasse à dura vida que os meus avós tiveram.

Estou muito grato a todos aqueles anônimos que lutaram por mim muitas décadas antes de eu nascer.

Mais abraços Gloriosos.

Anónimo disse...

Meu caro RUI,acho que o amigo não entendeu o objetivo do comentário feito por mim e um grupo de amigos sobre a copa, e que divulgamos na internet.Enviei para você, sem pensar que causaria tanto estresse.
Estou surpreso como uma pessoa tão culta e inteligente pode ter interpretado o que escrevemos de forma tão diferente.Será que nós nos comunicamos mal ou você "bloqueou" por termos elogiado um país que você não gosta?
RUI,o nosso comentário foi só em relação ao Brasil, comparando-o com a Alemanha.
Sua avaliação não está certa em relação a desabafo, maracanazzo, etc.Nunca tive calafrios por isso e,durante a copa, disse a você que torceria contra o Brasil.
Os seus comentários(2) e (3)foram feitos anteriormente e eu os absorvi, entendi e até elogiei a sua aula histórica.
O item (5)não tem nada a ver com o que tentamos dizer na Msg.Apenas um amigo mais politizado resolveu citar Lamarca, Che, Chavistas, Castristas e Cristinistas, todos do lado de cá, nas AS e AC.
O item (6),como sempre uma bela exposição, também não tem nada a ver como nossa comparação.
Quanto ao item(7), eu realmente não entendi o porque de sua afirmação.Já disse ao amigo que sou a favor da DEMOCRACIA com responsabilidade, o que é quase
utopia no mundo atual.Mesmo que você odeie a democracia, poderemos conversar e nos entender, por que não?
Sobre outras opções políticas, saiba que tenho bons amigos comunistas,socialistas,radicais de direita e de esquerda,etc,e eu os sacaneio sempre,perguntando quem eles admiram ou enaltecem atualmente.Quase sempre silêncio total.Um outro grande amigo botafoguense, certo dia enalteceu tanto Fidel, com um belo discurso, que eu perguntei-lhe porque não ia morar em Cuba com a família.Todos riram e ele mandou-me para a PQP.
Estou curioso em saber que direita é essa que gostaria que você fosse analfabeto?
Neste ponto, eu vejo nos dias atuais, um pouco diferente, pois seja D,E,C,CE,CD,etc, para manterem o poder eles querem o povo ignorante, para não serem contestados e gozarem as benesses do poder.
Para encerrar, peço desculpas por ter enviado o texto, pois senti que o amigo aborreceu-se bastante.
Espero que aceite que o intuito não foi provocá-lo, mas apenas enviar o texto aos amigos como uma opinião, pois não somos donos da verdade.
Um abraço do JOTA.





















Ruy Moura disse...

Amigo JOTA, começando pelo fim:

(1) Não tem que me pedir desculpas de coisíssima nenhuma e não me senti provocado. Nem sequer seu se fiquei aborrecido. O que sei é que conheci o fascismo porque ainda vivi os últimos anos da ditadura portuguesa. Era muito jovem mas posicionei-me politicamente contra ela. Jovens daquela altura, fomos positivamente infuenciados por Guevara, pelo Maio francês, por Jean Paul Sartre e acabei, em cumprimento do serviço militar obrigatório, envolvido no 25 de Abril. Conheci o exército fascista. Posicionei-me contra a guerra colonial e a favor de independência de todas a s colónias portuguesas. Escolhi uma disciplina universitária que me permitisse perceber melhor a sociedade e intervir nela. Fi-lo. E hoje vejo que a direita política fez o que quis do mundo com a conivência dos tradicionais partidos de esquerda, comunista e socialista, que deixaram que o capitalismo avançasse nos moldes em que avançou.
(2) Retomando o início, não sei porque diz que não entendi o comentário, já que a intenção é óbvia: a propósito dos 7x1, da Copa e da Alemanha, o tal ‘manifesto/comentário’ que enviou para a Internet centra-se sobre todos os líderes políticos atuais da América do Sul que são considerados à esquerda política. Nem uma palavra com o antes: as ditaduras fascistas brutais militares e civis que grassaram por toda a América Latina da qual o dono era os EUA.
(3) Quando me refiro a ‘desabafo’ falo de tudo aquilo que os 7x1 podem representar culturalmente, e aí creio que é um desabafo não ter o seu país, que suponho que ama, a cultura assertiva, trabalhadora e produtiva do tipo da alemã. Portanto, nada de mais um desabafo sobre o assunto. Às vezes também o faço.
(4) Porém, o tal ‘comentário’ mistura alhos com bugalhos e dos 7x1, da Copa e da Alemanha passa ao ataque a tudo que é de esquerda. Veja que as esquerdas latino-americanas nem são da minha proximidade ideológica, mas seguramente não são tão más quanto foram as brutais, fascistas e assassinas ditaduras sul-americanos. Já li muitos textos desses, e em todos eles se critica os atuais líderes de esquerda sul-americanos – violentamente, diga-se – e nem uma palavra de rejeição das ditaduras do passado. E, todavia,mal ou bem, os atuais líderes são a vontade expressa ‘democraticamente’ pelo povo, enquanto as antigas ditaduras foram golpes sangrentos dos fascistas que se abateram sobre populações que, termindas as ditaduras, tinham centenas de milhares de pessoas assassinadas. Sem querer tomar posição, pergunto-me, todavia: quantos assassinatos foram necessários levar a cabo por Cristina, Morales, Lula, Dilma, Mujica, etc.? Portanto, onde quer chegar um texto como o seu e dos seus amigos partindo da questão da Copa?
(5) Também não fiquei stressado, Creio que stressado e zangado são coisas diferentes. Fiquei zangado por ter partido de si, que tanto estimo, um texto tão mau, tão incorreto, tão politicamente vazio, pretendendo não sê-lo. É um texto politicamente inculto, se mo permite dizê-lo. De tal modo inculto que se o escritor fosse outro eu já teria parado de responder.
(6) Depois ainda devo dizer que ser a favor da democracia pode constituir um chavão. Qual democracia? A democracia política? E a democracia social e económica, também? Ser-se a favor da democracia, sem mais, permite quase tudo: ser socialista, trabalhista ou social-democrata (que na Europa são as designações adotadas pelos partidos de esquerda à direita dos comunistas); ser comunista como o euro-comunismo italiano de caráter parlamentarista; popular democrata; democrata cristão. Portanto, fora as extremas direita e esquerda, todos os demais aceitam a democracia política. Porém, além da política, há a questão social e económica, e a democracia que nos impingem hoje é uma democracia em que as conquistas e os direitos dos trabalhadores, obtidos com muita luta e muita dor, estão a ser literalmente destruídos pelo neo-liberalismo que friamente tomou conta do mundo ocidental.

Ruy Moura disse...


(7) Em suma, meu bom amigo, continuo a pensar que nos posicionamos diferentemente quanto à política. Mas não será por causa dela que perderei amizades, porque atualmente nem sequer voto para as eleições presidenciais, europeias e parlamentares, porque me recuso a votar nestes políticos, que, apesar de tudo, não confundo com os ditadores civis que grassaram outrora pelo mundo, seja qual for o político, desde que aceite a ‘democracia burguesa’, como tecnicamente foi designada por Marx. Limito-me a votar nas eleições municipais porque aí o presidente (prefeito) está muito mais próximo do povo e o atual merece a minha simpatia pela lisura da sua carreira política até agora. Ele é militante do Partido Socialista e, em minha opinião, a única pessoa que, aparentemente, poderia travar a vergonha que é ver, a propósito da intervenção da troika em Portugal, que todos os direitos conquistados com a revolução de Abril estão sendo atirados para o caixote do lixo pela direita neo-liberal, que ataca os mais pobres e mais indefesos, incluindo reformados a quem corta pensões (gente que descontou a vida inteira para a sua reforma) que foram contratualizada sdurante anos e as pessoas acreditaram nesses ‘contrato social’ hoje rasgado.
(8) Finalmente, diz-me que não esperava de uma pessoa culta entendesse, em sua opinião, o seu manifesto/comentário. Bem, cultura é uma coisa, perfeição é outra. E… perfeito, meu amigo, só tenho uma coisa: a paixão pelo Botafogo de Futebol e Regatas.
Regressemos a ele, mesmo tendo à cabeça a provável pior diretoria desde Charles Borer.

Sem stress, sem amuo, sem mágoa, aceite os meus abraços Gloriosos.

Ruy Moura disse...

Se acaso o JOTA quiser continuar a debater, a partir de situações concretas, questões políticas, eu estou aberto a isso, mas talvez fosse melhor fazê-lo por e-mail.

mundobotafogo@gmail.com

Abraços Gloriosos.

Anónimo disse...

Grande RUI,pessoas educadas discordam com educação e sem ofensas, como sempre fazemos.
Valeu meu amigo,a nossa paixão pelo Botafogo é muito maior que a politicagem.
Acredito que a nossa grande diferença é que você acredita ou aceita certos dogmas, digamos políticos.Talvez na Europa sejam válidos e possam ser eficientes. Mas aqui na AS e, particularmente no meu país,há muitos anos o que interessa é o poder,e não a ideologia.Os políticos são quase todos escória,seja de que tendência forem, pois inclusive mudam de partidos constantemente, de acordo com os interesses momentâneos.
Fui Collor fanático, acreditando piamente que ele era o "cara" e que mudaria tudo que havia de errado.O resultado você bem sabe.

OK,vida que segue,realmente aqui é um forum de debates esportivos,assuntos políticos, se for o caso,enviarei para o seu e-mail.
Botafogo em nossos corações.Um forte abraço e, mais uma vez, desculpas por ter ocupado seu espaço dedicado ao esporte.JOTA.



Ruy Moura disse...

Estimado amigo, eu nunca votaria Collor, porque - independentemente da ideologia - é do tipo de pessoas excessivamente exuberantes,geralmente pessoas com entradas de leão e saídas de sendeiro.

Mas faça-se justiça a uma coisa sobre Collor. A ditadura fechou o Brasil ao mundo, como o fazem todas as ditaduras, sejam de direita ou de esquerda, porque a lógica de qualquer ditadura é 'fechar' e, por isso e pelas experiências ditatoriais de direita e esquerda, entendo que toda e qualquer ditadura é apenas ditadura, não é de esquerda nem de direita (numa lógica sociológica de que a estrutura do poder, que constitui a espinha dorsal das sociedades, é semelhante em toda e qualquer parte do mundo e tende para a 'instituição total'). Quando o megalómano do Ceausescu era apontado pelos detratores do comunismo como o exemplo da barbárie comunista, eu sempre achei que o homem não era coisa nenhuma a não ser um megalómano sem eira nem beira, sem ideologia e sem valores - quem tinha torneiras de banheiro em ouro maciço seria de esquerda ou de direita, ou seria um megalómano sem eira nem beira? Ademais, a verdade é que o comunismo nunca foi implementado em nenhuma parte do mundo, porque a revolução teria que mudar a forma de produção capitalista para uma forma de produção socialista, transitória até se atingir o comunismo, e a verdade é que a forma de produção não mudou, apenas mudou o destino dado aos lucros, que assumiram a forma de 'capitalismo de Estado'. Por isso o sito 'comunismo' que nunca foi, se tornou uma ditadura, não no sentido técnico da 'ditadura do proletariado' que rumaria à democracia sem Estado, mas no sentido puro: ditadura apenas! Marx foi inexcedível teoricamente, mas falhou quando tratou de passar as extraordinárias descobertas que fez sobre a economia para doutrina política, falhou, porque o marxismo em si mesmo possui uma contradição incontornável: propõe o comunismo como o fim da história, baseado numa sociedade sem classes e sem Estado, porque o Estado era a 'ditadura da burguesia' e desapareceria à medida que a burguesia desaparecesse para dar lugar à sociedade sem classes e sem Estado - condição sine qua non de uma verdadeira democracia. Lenine ainda tentou resolver o imbróglio teórico no seu livro sobre o Estado, mas naturalemnte que não conseguiu, porque a base de ação que é o materialismo dialético nunca pode ter fim, o que significa que o comunismo teria que ser, em minha opinião, perspetivado numa ótica de mudança, sempre em fases de transição para outra coisa qualquer e a favor da equinanimidade - objetivo da esquerda política realmente democrática.

Mas, dizia eu, faça-se justiça a uma coisa: a ditadura fechou o Brasil ao mundo e os brasileiros viviam olhando o seu pobre umbigo de então; Collor, na sua exuberância, iniciou a colocação do Brasil no mundo pela PRIMEIRA VEZ! O Brasil, até ali, para o mundo, era isto: futebol, samba e mulatas.

Ruy Moura disse...

Collor abriu, FHC consolidou essa abertura e, bem ou mal, Lula aprofundou essa abertura procurando espaço nos palcos mundiais. E o Brasil ganhou efetivamente espaço visibilizado por Lula (não estou a julgá-lo sobre questões internas de boa ou má governação), enquanto Dilma continua desbaratando esse espaço conquistado porque não tem uma estratégia definida de política externa e anda a navegar à bolina, mas o seu ziguezague típico da navegação à bolina não tem rumo e não consegue velejar contra os ventos externos, deixando a imagem do Brasil à mercê de quem lhe queira deitar a mão e fazer mal.

Creio que muitos brasileiros têm uma má perspetiva da política externa do Lula (e é só da externa que estou falando), que fez a imagem do Brasil crescer e agora definhar sem tirar o grande partido que se esperava do Mundial de Seleções e das Olimpíadas (veremos em 2016...). No entanto, que posso dizer quando um brasileiro me diz que eu não vivo no Brasil e não entendo o que se passa? Nada... Não digo nada... Estas reflexões valem por isso mesmo e nada mais, isto é, sem certezas, porque não vivo no BR, mas internacionalmente é assim que muita gente viu o Brasil de Lula e vê o Brasil de Dilma.

Porém, se só se pode falar do que se experiencia, então nunca poderemos falar sobre tudo o que ocorreu antes do nosso nascimento e de tudo que ocorre em paralelo aos sítios onde vivemos.

PS: Os políticos têm cada vez menos cultura e bases ideológicas consistentes (claro, uns piores que outros). Por isso mesmo, após os dois governos de Antonio Guterres, deixei de votar. Voto apenas para a 'prefeitura'. Para Portugal espero por um novo LÍDER, com visão estratégica e competência política. Esperanças... A experiência islandesa de recuperação da bancarrota - e que por ter sucesso é calada em todos os órgãos de comunicação social do mundo - é notável. Foi o 1º país a entrar em crise e o único em bancarrota, não pediu empréstimos ao FMI, o povo demitiu os políticos, decidiu em praça pública os novos rumos e outros líderes relamçaram a Islândia na antiga senda de progresso. Portanto, é possível combater o neo-liberalismo com líderes capazes.

Abraços Gloriosos.

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