Fernando
Santos, ex-comandante da Grécia na Copa do Mundo, é o novo orientador da
Seleção de Portugal. A sua escolha seria também a minha escolha se estivesse no
lugar do presidente da Federação Portuguesa de futebol.
Na
sexta-feira passada Fernando Santos divulgou a nova lista de convocados e
procedeu, em minha ótica, às alterações que se justificavam, designadamente
tornar a convocar jogadores que o treinador anterior rejeitara por questões de conflitos
de personalidade, chamar novos ‘astros’ a despontar que não foram convocados
anteriormente e dispensar os ‘velhos’ que nada mais podem dar à Seleção e os
quais Paulo Bento, o anterior comandante, insistia em convocar.
Paulo
Bento, cuja contratação apoiei, manifestou incapacidade de progredir como
treinador, não sei se por incapacidade intelectual no que respeita à profissão,
mas certamente por ser absolutamente teimoso e querer impor a sua vontade acima
de todos, rejeitando os atletas que por qualquer razão não concordavam com ele
– e que devido ao seu cargo tinha obrigação de apaziguar e abrir alternativas
em vez de uma rotura rápida e direta.
Uma
das grandes características de Fernando Santos, originalmente engenheiro de
profissão, é a sua enorme capacidade de diálogo, substituindo a rudeza de Paulo
Bento, que, diga-se em abono da verdade, era realçada por dizer sempre o que
pensa e não esconder a verdade das coisas.
Assim,
regressam Ricardo
Carvalho (Mônaco), Danny (Zenit), Tiago (Atlético Madrid) e Quaresma (Porto),
após larga interrupção; são estreias Ivo Pinto, José Fonte,
João Mário e Cedric (Sporting); afastamento daqueles que já deveriam estar fora
das convocações, designadamente Ricardo Costa, João Pereira, André Almeida, Miguel
Veloso e Raul Meireles.
Porém,
o que me fez escrever este artigo foi simplesmente o reconhecimento público e
formal da qualidade dos futebolistas da Academia do Barcelona (segundo
Relatório Internacional Oficial, dezembro 2013).
Ao
contrário dos seus rivais, Benfica e Porto, que fazem algumas contratações
milionárias de estrangeiros, o Sporting quer cumprir o fair-play financeiro imposto pela UEFA e sanear a sua dívida
financeira, baseando o seu plantel na ‘prata da casa’, isto é, nas revelações
da Academia.
O Sporting
viu, nada mais, nada menos, do que seis titulares convocados para a Seleção de
Portugal, representando um quarto do total das convocações; 9 jogadores atuam
em Portugal e 15 atuam no estrangeiro (predominando o Real Madrid com 3
atletas). Se considerarmos o total de convocados, um terço do total formou-se
na Academia do Sporting; em termos de convocações relativas apenas aos
jogadores que atuam em clubes portugueses, dois terços são sportinguistas (6),
sendo o restante terço divido entre benfiquistas (1), portistas (1) e
bracarenses (1).
Lista
de convocados:
Beto
(Sevilla), Anthony Lopes (Lyon), Rui Patrício (Sporting), Bruno Alves
(Fenerbachçe), Cedric (Sporting), Eliseu (Benfica), Fábio Coentrão (Real
Madrid), Ivo Pinto (Dínamo Zagreb) José Fonte (Southampton), Pepe (Real Madrid),
Ricardo Carvalho (Mônaco), Antunes (Málaga), Adrien Silva (Sporting), André
Gomes (Valencia), João Moutinho (Paris Saint-Germain), João Mário (Sporting),
Tiago (Atlético Madrid), William Carvalho (Sporting), Vieirinha (Wolfsburg),
Cristiano Ronaldo (Real Madrid), Danny (Zenit), Éder (Braga), Nani (Sporting),
Ricardo Quaresma (Porto).
Resumo
por clubes:
Clubes
nacionais: Sporting (6), Benfica (1), Braga (1), Porto (1); Clubes
estrangeiros: Real Madrid (3), Atlético Madrid (1), Dínamo Zagreb (1),
Fenerbachçe (1), Lyon (1), Málaga (1), Mônaco (1), Paris Saint-Germain (1),
Sevilla (1), Southampton (1), Valencia (1), Wolfsburg (1), Zenit (1).
Conclusão:
o Sporting permanece fortíssimo na formação de atletas e, futuramente, poderá
constituir um trunfo essencial para o time de futebol e para a Seleção
Portuguesa.
Sem comentários:
Enviar um comentário