segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Sporting: maioria nas convocações para a Seleção de Portugal

Fernando Santos, ex-comandante da Grécia na Copa do Mundo, é o novo orientador da Seleção de Portugal. A sua escolha seria também a minha escolha se estivesse no lugar do presidente da Federação Portuguesa de futebol.

Na sexta-feira passada Fernando Santos divulgou a nova lista de convocados e procedeu, em minha ótica, às alterações que se justificavam, designadamente tornar a convocar jogadores que o treinador anterior rejeitara por questões de conflitos de personalidade, chamar novos ‘astros’ a despontar que não foram convocados anteriormente e dispensar os ‘velhos’ que nada mais podem dar à Seleção e os quais Paulo Bento, o anterior comandante, insistia em convocar.

Paulo Bento, cuja contratação apoiei, manifestou incapacidade de progredir como treinador, não sei se por incapacidade intelectual no que respeita à profissão, mas certamente por ser absolutamente teimoso e querer impor a sua vontade acima de todos, rejeitando os atletas que por qualquer razão não concordavam com ele – e que devido ao seu cargo tinha obrigação de apaziguar e abrir alternativas em vez de uma rotura rápida e direta.

Uma das grandes características de Fernando Santos, originalmente engenheiro de profissão, é a sua enorme capacidade de diálogo, substituindo a rudeza de Paulo Bento, que, diga-se em abono da verdade, era realçada por dizer sempre o que pensa e não esconder a verdade das coisas.

Assim, regressam Ricardo Carvalho (Mônaco), Danny (Zenit), Tiago (Atlético Madrid) e Quaresma (Porto), após larga interrupção; são estreias Ivo Pinto, José Fonte, João Mário e Cedric (Sporting); afastamento daqueles que já deveriam estar fora das convocações, designadamente Ricardo Costa, João Pereira, André Almeida, Miguel Veloso e Raul Meireles.

Porém, o que me fez escrever este artigo foi simplesmente o reconhecimento público e formal da qualidade dos futebolistas da Academia do Barcelona (segundo Relatório Internacional Oficial, dezembro 2013).

Ao contrário dos seus rivais, Benfica e Porto, que fazem algumas contratações milionárias de estrangeiros, o Sporting quer cumprir o fair-play financeiro imposto pela UEFA e sanear a sua dívida financeira, baseando o seu plantel na ‘prata da casa’, isto é, nas revelações da Academia.


O Sporting viu, nada mais, nada menos, do que seis titulares convocados para a Seleção de Portugal, representando um quarto do total das convocações; 9 jogadores atuam em Portugal e 15 atuam no estrangeiro (predominando o Real Madrid com 3 atletas). Se considerarmos o total de convocados, um terço do total formou-se na Academia do Sporting; em termos de convocações relativas apenas aos jogadores que atuam em clubes portugueses, dois terços são sportinguistas (6), sendo o restante terço divido entre benfiquistas (1), portistas (1) e bracarenses (1).

Lista de convocados:

Beto (Sevilla), Anthony Lopes (Lyon), Rui Patrício (Sporting), Bruno Alves (Fenerbachçe), Cedric (Sporting), Eliseu (Benfica), Fábio Coentrão (Real Madrid), Ivo Pinto (Dínamo Zagreb) José Fonte (Southampton), Pepe (Real Madrid), Ricardo Carvalho (Mônaco), Antunes (Málaga), Adrien Silva (Sporting), André Gomes (Valencia), João Moutinho (Paris Saint-Germain), João Mário (Sporting), Tiago (Atlético Madrid), William Carvalho (Sporting), Vieirinha (Wolfsburg), Cristiano Ronaldo (Real Madrid), Danny (Zenit), Éder (Braga), Nani (Sporting), Ricardo Quaresma (Porto).

Resumo por clubes:

Clubes nacionais: Sporting (6), Benfica (1), Braga (1), Porto (1); Clubes estrangeiros: Real Madrid (3), Atlético Madrid (1), Dínamo Zagreb (1), Fenerbachçe (1), Lyon (1), Málaga (1), Mônaco (1), Paris Saint-Germain (1), Sevilla (1), Southampton (1), Valencia (1), Wolfsburg (1), Zenit (1).

Conclusão: o Sporting permanece fortíssimo na formação de atletas e, futuramente, poderá constituir um trunfo essencial para o time de futebol e para a Seleção Portuguesa.

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