terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Fragmentos ‘futebol do botafogo 1951-60’: quando o Botafogo encarava de frente! [29]

por CARLOS VILARINHO
especialmente para o Mundo Botafogo
sócio-proprietário e historiador do Botafogo de Futebol e Regatas

Na noite anterior, 26 [de janeiro de 1959], com a abstenção do Botafogo, Passo foi reeleito para o biénio 1959-60 [da federação Metropolitana de Futebol]. Então, estourou a bomba. Em novembro, a FMF colocara à venda ingressos para o jogo de 22 de fevereiro (DFxSP) em prol da construção de uma sede própria. De pronto, o Botafogo havia dito que não cederia ninguém. Na segunda-feira, Octávio reiterou a negativa. No dia seguinte, Estellita pôs uma pá de cal no assunto: “A FIFA, entidade que congrega as federações de todo o mundo, tem apenas três salas como sede. (…)

De resto, mesmo se não houvesse esta razão importante, outra haveria de prevalecer e impedir a nossa colaboração: a incompatibilidade entre o meu Clube e o presidente da Federação. (…)

A atitude do Sr. Antônio do Passo naquela questão foi condenável. Ele próprio, mais tarde, haveria de reconhecer isso. Mas nós, do Botafogo, não poderíamos perdoar quem, por ambições políticas e com o único fim de conseguir votos para uma reeleição, serviu de pau mandado, foi um boneco manejado por terceiros [Vasco] interessados em atingir o Botafogo. (…)

O Sr. Antônio do Passo se arrependeu do que fez. Mas o Botafogo, um dos fundadores, e sustentáculo da Federação, não pode esquecer que foi punido injustamente e de forma tão baixa por essa Federação É por isso que não colaboramos com a atual Situação da Entidade”.

 [O livro pode ser adquirido nas melhores livrarias do Rio de Janeiro e a partir do sítio www.ofuteboldobotafogo.com]

Excerto autorizado pelo autor. In: VILARINHO, C. F. (2013). O Futebol do Botafogo 1951-60. Rio de Janeiro: Edição do Autor, p. 254.

2 comentários:

Sergio Di Sabbato disse...

Pelas atitudes que seus dirigentes tomavam no passado, percebe-se o porque de tão poucos títulos e tanta perseguição mais intensa a partir do final da década de 60. Prefiro assim, pois a ética e a defesa dos interesses do Botafogo estavam acima de qualquer coisa para os verdadeiros dirigentes do Botafogo, aqueles do passado e não esses pulhas subservientes de agora. Duvido que com aqueles do passado aceitassem o que esses políticos e dirigentes de federações inescrupulosos fazem o que tem feito ao clube nos últimos tempos, que diga-se de passagem começou com a preocupação maior com a parte social em detrimento do futebol no final dá década de 60. Abs e SB!

Ruy Moura disse...

Eu não duvido que os do passado não aceitassem as coisas de hoje: tenho a certeza absoluta que NÃO!!!

Quanto ao foco no social, Sergio, não é do final da década de 1960. É desde o momento em que Paulo Antônio Azeredo assumiu o BFR na década de 1950 até 1962. Por isso é que ganhamos tanto nas modalidades amadoras nesses anos e chegamos aos famosos 80 títulos de campeão e 40 de vice-campeão no ano de 1962 - que culminou o último ano de Azeredo na presidência.

O João Saldanha demite-se de técnico do BFR por causa disso. Ele e Azeredo não encaixavam: Saldanha queria que o BFR tivesse apenas futebol, mas Azeredo tinha uma visão muito mais alargada e eclética de um Clube desportivo e travou os intentos de Saldanha.

Noutra perspetiva, os grandes bailes sociais, os eventos chic das pessoas finas do Botafogo atingiu o seu clímax entre a década de 1920 e a de 1940. Houve uma quebra, entretanto, mas Azeredo tornou a recriar o ambiente social do BFR em meados da década de 1950.

Abraços Gloriosos.

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