por CARLOS VILARINHO
especialmente
para o Mundo Botafogo
sócio-proprietário
e historiador do Botafogo de Futebol e Regatas
Na
noite anterior, 26 [de janeiro de 1959], com a abstenção do Botafogo, Passo foi reeleito para o biénio 1959-60 [da
federação Metropolitana de Futebol]. Então,
estourou a bomba. Em novembro, a FMF colocara à venda ingressos para o jogo de
22 de fevereiro (DFxSP) em prol da construção de uma sede própria. De pronto, o
Botafogo havia dito que não cederia ninguém. Na segunda-feira, Octávio reiterou
a negativa. No dia seguinte, Estellita pôs uma pá de cal no assunto: “A FIFA,
entidade que congrega as federações de todo o mundo, tem apenas três salas como
sede. (…)
De
resto, mesmo se não houvesse esta razão importante, outra haveria de prevalecer
e impedir a nossa colaboração: a incompatibilidade entre o meu Clube e o
presidente da Federação. (…)
A
atitude do Sr. Antônio do Passo naquela questão foi condenável. Ele próprio,
mais tarde, haveria de reconhecer isso. Mas nós, do Botafogo, não poderíamos
perdoar quem, por ambições políticas e com o único fim de conseguir votos para
uma reeleição, serviu de pau mandado, foi um boneco manejado por terceiros [Vasco]
interessados em atingir o Botafogo. (…)
O
Sr. Antônio do Passo se arrependeu do que fez. Mas o Botafogo, um dos
fundadores, e sustentáculo da Federação, não pode esquecer que foi punido
injustamente e de forma tão baixa por essa Federação É por isso que não
colaboramos com a atual Situação da Entidade”.
[O livro pode ser adquirido nas melhores
livrarias do Rio de Janeiro e a partir do sítio www.ofuteboldobotafogo.com]
Excerto autorizado pelo autor. In: VILARINHO, C. F.
(2013). O Futebol do Botafogo 1951-60. Rio de Janeiro: Edição do Autor, p. 254.
2 comentários:
Pelas atitudes que seus dirigentes tomavam no passado, percebe-se o porque de tão poucos títulos e tanta perseguição mais intensa a partir do final da década de 60. Prefiro assim, pois a ética e a defesa dos interesses do Botafogo estavam acima de qualquer coisa para os verdadeiros dirigentes do Botafogo, aqueles do passado e não esses pulhas subservientes de agora. Duvido que com aqueles do passado aceitassem o que esses políticos e dirigentes de federações inescrupulosos fazem o que tem feito ao clube nos últimos tempos, que diga-se de passagem começou com a preocupação maior com a parte social em detrimento do futebol no final dá década de 60. Abs e SB!
Eu não duvido que os do passado não aceitassem as coisas de hoje: tenho a certeza absoluta que NÃO!!!
Quanto ao foco no social, Sergio, não é do final da década de 1960. É desde o momento em que Paulo Antônio Azeredo assumiu o BFR na década de 1950 até 1962. Por isso é que ganhamos tanto nas modalidades amadoras nesses anos e chegamos aos famosos 80 títulos de campeão e 40 de vice-campeão no ano de 1962 - que culminou o último ano de Azeredo na presidência.
O João Saldanha demite-se de técnico do BFR por causa disso. Ele e Azeredo não encaixavam: Saldanha queria que o BFR tivesse apenas futebol, mas Azeredo tinha uma visão muito mais alargada e eclética de um Clube desportivo e travou os intentos de Saldanha.
Noutra perspetiva, os grandes bailes sociais, os eventos chic das pessoas finas do Botafogo atingiu o seu clímax entre a década de 1920 e a de 1940. Houve uma quebra, entretanto, mas Azeredo tornou a recriar o ambiente social do BFR em meados da década de 1950.
Abraços Gloriosos.
Enviar um comentário