por
Auriel de Almeida
Investigador
esportivo
especialmente
para o Mundo Botafogo
Botafogo
e Santos, as duas maiores equipes brasileiras dos anos 60 e base do selecionado
nacional naquela época de ouro […] em 1965 […] fizeram uma das
decisões mais polémicas e discutidas da história […] válida pelo Torneio Roberto Gomes Pedrosa do ano anterior. […]
O
primeiro gol da noite saiu dos pés de Jairzinho, que dentro da área recebeu de
Arlindo, tirou dois marcadores com um jogo de corpo e girou bonito, colocando a
bola no canto. […]
A
equipe carioca continuou controlando a partida com tranquilidade – era como se
o Santos, envolvido no meio-de-campo de Gérson e Élton, não existisse. E
Roberto Miranda, em ótimas jogadas aos 40 e 43 da etapa inicial, ampliou o
placar. No primeiro gol, Arlindo deu uma de Garrincha, fez Geraldino de “João”
e cruzou para Roberto cabecear […]
Pouco
depois, Roberto recebeu a bola fora da área, e sem que ninguém esperasse
girou e soltou um tiro indefensável no ângulo de Gilmar. […]
O
placar elástico no primeiro tempo dava a impressão de fatura liquidada,
[…] mas logo aos quatro minutos o Peixe
diminuiu. […] O Santos partiu para
cima, buscando o empate. […] Após
muita pressão santista, Coutinho voltou a marcar, em um chute surpreendente
fora da área. […]
E
a poucos minutos do fim da partida, o lance polémico: Toninho chutou cruzado, a
bola escorregou entre as mãos de Manga, mas o goleiro conseguiu se recuperar e
salvar em cima da linha. […] Enquanto
os santistas saíam em comemoração o auxiliar Antônio Viug chamou a atenção do
árbitro, afirmando que a bola não entrara. […] Foi a senha para a confusão. […]
Em
um dos mais antigos tira-teimas feitos na televisão brasileira, foi confirmado
que a polémica bola […] não havia
entrado. […]
[Entretanto o Santos] alegou
que seus jogadores estavam “esgotados” com a “maratona” de jogos a que vinham
sendo submetidos […] e recusou [o
jogo de volta]. E antes que o Clube da estrela Solitária pudesse arranjar uma
nova data, as federações decidiram dar a competição por encerrada e dividir o
título do torneio entre os dois rivais.
[Além de muitos outros comentários, da narração completa
do jogo, que acabou com vários jogadores expulsos, e da inclusão da ficha
técnica, Auriel de Almeida ainda fez dois destaques e curiosidades, uma sobre
Roberto Miranda e outra sobre o “fugitivo” Santos que seguiu as pisadas do
Corinthians na Taça dos Campeões Estaduais de 1931, o qual depois de ser
goleado por 7x1 ‘fugiu’ ao segundo jogo. Mas nessa altura as federações ainda
tinham alguma moral e o Botafogo foi declarado campeão e o Corinthians vice.]
Excerto autorizado pelo autor. In: ALMEIDA, A. (2012). Jogos Memoráveis do Botafogo. Rio de Janeiro: ed. iVentura, pp. 95
a 98 (à venda nas livrarias Travessa e Saraiva ou no portal www.iventura.com.br)
4 comentários:
Nunca entendi a reclamação dos santistas pois a bola realmente não entrou. Mas o pior é dividir um título com um time que desistiu de jogar a 2ª partida. Coisas do futebol brasileiro, que sempre foi uma bagunça. Outro Rio - SP dividido que eu não entendo é o de 66. Se o Botafogo tinha o melhor saldo de gols e pela lógica seria o único campeão, mas aí a cdb prá variar. Li certa vez, se não me engano no Aqipossa, que o Rio-Sp de 61 terminou com Botafogo e flamengo com o mesmo nº de pontos, mas o Botafogo tinha um saldo maior, entretanto o flamengo é que foi o campeão. Rui, você saberia me explicar por que? Abs e SB!
Os santistas eram catimbeiros e espertalhões. Aquela fin al que nós perdemos por 5x0 eles já conheciam antecipadamente a nossa tática e atacaram no ponto frágil. Quem foi o entreguista?... O esquem a foi à flamengo...
Quanto ao RSP de 1961, a fase final foi assim:
Corinthians 0x1 Botafogo
Vasco 2x1 Santos
Flamengo 3x1 Palmeiras
Corinthians 0x2 Vasco
Botafogo 0x0 Palmeiras
Santos 1x5 Flamengo
Palmeiras 1x0 Vasco
Flamengo 2x0 Corinthians
Santos 1x2 Botafogo
Logo, flamengo 6 pontos e Botafogo 5. Neste caso está certo.
Abraços Gloriosos.
Rui, nesse 5X0 se não me engano, e isso foi relatado pelo José Antonio Gehain (acho que é assim) conta que o jogo era parelho e que a expulsão do Nílton Santos liquidou com o Botafogo, pois aí o Pelé deitou e rolou. Jogar com o Santos 11 contra 11 já era complicado, imagina com um a menos e logo quem. Você sabe me dizer se o relato do JA é
fato ou estou confundindo? Abs e SB!
Desconheço isso, Sergio. O que li foi que alguém deu ao Santos a tática do Botafogo para o jogo.
Abraços Gloriosos.
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