por RUY MOURA | Editor do Mundo Botafogo
Comentar o quê?...
Que tal como tem acontecido desde há uns meses a
equipe cria muito pouco? Que o último passe é geralmente desastroso? Que quando
é um pouco melhor os atacantes chegam atrasados ou falham o remate? Que os
cruzamentos para a área adversária são geralmente infrutíferos? Que os gols de
falta anteriormente característicos da equipe não são convertidos? Que os
escanteios são sopas de mel para as zagas? Que os remates são à figura do
goleiro, ou contra os adversários, ou longe do retângulo da baliza? Que os gols
adversários são normalmente falhas da defesa, e neste caso na demora em Gatito
sair da baliza para intercetar a bola? Que o sistema de três zagueiros é pouco
adequado para jogar contra equipes pouco produtivas no ataque?
Sei, estamos em pré-época, a equipe ainda está
abalada psicologicamente, fora de forma, os testes são importantes até
encontrar a forma ideal, mas… o teste ontem foi à EQUIPE TITULAR!
Na última análise sobre o jogo contra o Bangu o
MB escreveu “que não são os pontos conquistados que
interessa observar de momento – porque como muitos dizem, vencer Madureira ou
Bangu é obrigação –, mas sim a qualidade da equipe, o potencial a desenvolver,
o seu crescimento rodada a rodada, a integração da equipe antiga com os novos
reforços, a recuperação da resiliência mental, o modelo de jogo e a dinâmica
coletiva.”
Ora, não está ocorrendo crescimento,
integração, recuperação mental, consolidação de modelo de jogo ou dinâmica
coletiva. E ontem nem sequer foi cumprida a obrigação de vencer um adversário
com menos argumentos futebolísticos.
A equipe parece psicologicamente a mesma, sem capacidade de superação mental, os esquemas de jogo por enquanto não tiveram nenhum acrescento positivo com a chegada de Tiago Nunes, a qualidade técnica mantém-se a baixo nível, o número de reforços é irrelevante, a reação do treinador no pós-jogo foi doce e serena e a Copa Libertadores está à porta…
À consideração de John Textor: ou
urgentemente o Botafogo se reforça convenientemente e engendra um programa de
recuperação psicológica de modo a conseguir integrar em melhores condições os
jogadores antigos e novos num esquema tático aceitável, ou a Libertadores será
certamente um desastre e a fragilidade mental uma continuidade a caminho de um
novo ano imprevisível.
Disputar a Copa Libertadores é o melhor resultado alcançado pelas equipes da Eagle. E Textor, onde está?
Sublinha-se que a nossa sensação é que os torcedores
estão a desmobilizar, a virar as costas a esta equipe, e se a estratégia de
gestão do Clube não mudar já, talvez venhamos a conhecer o período mais crítico
da nossa vida clubista após a enorme frustração de 2023, com grandes chances de
nos reduzirmos a uma torcida desanimada, afastada e sem renovação.
Peço-vos, Companheiros de escudo, que
reclamem, que procurem intervir civicamente com fortes manifestações públicas
pacíficas e exigentes, mas que não virem as costas a esta equipe nem ao nosso
Clube, sob pena de uma grave crise existencial, quiçá a maior de todas devido
às circunstâncias recentemente vividas.
Botafogo
Sempre!
FICHA TÉCNICA
Botafogo 0x1 Boavista
» Gols: Sheldon,
aos 31’
» Competição: Campeonato Carioca / Taça Guanabara
» Data: 24.01.2024
» Local: Estádio Elcyr
Resende de Mendonça
» Público: 2.588
presentes
» Renda: R$
82.170,00
» Árbitro: Alex
Gomes Stefano (RJ); Assistentes: Luiz
Claudio Regazone (RJ) e Daniel do Espírito Santo Parro (RJ)
» Disciplina: cartão amarelo – Eduardo e Alexander Barboza e Tiago Nunes (técnico) (Botafogo) e William
Oliveira, Jeffinho, Léo Costa, Matheus Alessandro, Ryan Guilherme e André Luiz
Botafogo: Gatito
Fernández; Lucas Halter, Danilo Barbosa e Alexander Barboza (Janderson); Victor
Sá (Raí), Tchê Tchê, Marlon Freitas (Júnior Santos), Eduardo (Kauê) e Hugo
(Marçal); Jeffinho e Tiquinho Soares. Técnico: Tiago Nunes.
Boavista: André
Luiz; Pablo Maldini, Sheldon (Gabriel Almeida), Mizael e Alyson Vinicius;
Willian Oliveira (Léo Costa), Crystopher (Erick Flores) e Ryan Guilherme;
Matheus Alessandro, Matheus Lucas (Cristiano) e Jeffinho (Matheus Ludke).
Técnico: Filipe Cândido.
2 comentários:
Cirúrgico seu comentário. Não ia ver o jogo, mas acabei assistindo segundo tempo e o que vi foi um horror. Time sem jogadas, esquema confuso, jogadores completamente perdidos. Infelizmente pelo andar da carruagem se não mudar a maneira de conduzir o clube teremos um ano bem desagradável em relação ao Botafogo.
Até o presente momento não vi resultados com essa comissão técnica, seja do.ponto de vista técnico, físico e principalmente psicológico.
É bem verdade que o time de 2023 o time do Botafogo deveu seu sucesso ao Luís Castro e sua comissão técnica, pois na verdade o time do Botafogo carece de qualidade, não temos nenhum jogador que possa fazer a diferença, e os que poderiam me parecem completamente fora de sintonia, em especial o Tiquinho.
Fica evidente que se não forem contratados jogadores que possam fazer a diferença é melhor esquecermos a Libertadores. O mais inacreditável é o clube não sair desse eterno amadorismo, e infelizmente não estou confiando muito no nosso treinador, apesar de estarmos no início da temporada. Espero estar redondamente enganado. Abs e SB!
Rigorosamente certos os seus comentários, Sergio. Infelizmente parece um bando desnorteado. Eu quis, eu quero, dar crédito à comissão técnica porque as mudanças sucessivas de treinador são absurdas e muitas vezes abusivas, mas o meu sentimento é que esta comissão ténica é e será 'mole'. As declarações de Nunes são 'fofinhas', não tiram os jogadores dos seus lugares de conforto, não transmitem ânimo, não mostram inconformismo. Ele considerou que a equipe dominou o Boavista e que isso foi muito positivo... Enfim... quantas vezes o Castro ganhou com 30% de posse de bola e domínio adversário? "Dominar" não significa grande coisa no futebol hodierno.
Eu sempre afirmei que a equipe era mediana e tinha apenas 3 jogadores com desempenho realmente acima da linha média, mas muita gente achava que a equipe ganhava APESAR do Castro... Um perfeito disparate analítico. Quando o Castro saíu foi o que se viu... Li tantos disparates sobre o Castro que deixei de frequentar diversos sítios botafoguenses na internet. E não regressei. E abandonei o facebook há meses.
Claro que Castro é responsável posterir pela quebra da equipe devido à sua saída, mas o maior responsável é Textor, que não cumpria a promessa de pré-temporada (nem pelo mínimo que poderia tê-lo feito, apesar da FERJ), não fez uma só contratação capaz em julho/2023, negou aumento de salário ao Castro, aceitou a nomeação que considero absurda do Lúcio Flávio e não buscou um técnico cascudo para a reta final, entregando a equipe a Nunes, que não se revelou, até agora, treinador diferenciado. E continua apoiando Mazzuco, que se tem revelado ineficiente por onde passou.
Abraços Gloriosos.
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