"Estamos em 2024. É hora de fazer uma escolha entre amor e ódio. Vocês
[torcedores] são um companheiro de time
que vai nos ajudar a vencer?" – perguntou John Textor.
Confesso que quanto mais o
ouço mais me desilude como gestor. Agora John Textor decidiu tomar uma atitude
maniqueísta bem ao gênero do “se não és por mim, és contra mim”. O que nos
ajudaria muito mais a vencer, caro senhor, seria termos uma excelente gestão e
um plantel reforçado orientado para títulos, que é o que já não acontece desde antes
da janela de transferências de julho/2023, sabendo-se que como líder máximo é o
maior responsável pelas gritantes decisões erráticas da gestão do Botafogo nos
últimos seis meses.
A minha resposta de torcedor
do Botafogo desde a infância, há sessenta anos, é simples:
– Amo o Botafogo e cada vez mais Odeio o atual modelo de gestão amador e fracassado que se pratica.
PS: A Holding de John Textor tem feito contratações para o Botafogo a custo zero ou a baixo custo, apesar de poder ter sido campeão brasileiro se tivesse havido reforços sérios em julho/2023, enquanto o Lyon estagna na zona de despromoção do campeonato francês. Porém, para benefício do clube francês, fazendo do Botafogo 'barriga de aluguel', a Eagle Football já tem dinheiro... E porque não é comprado diretamente pelo Lyon e emprestado ao Botafogo?... Seria técnica e eticamente bem diferente. A minha tristeza cresce, depois de muita esperança frustrada. Mas pelo que li parece que há bastantes botafoguenses indiferentes ao modelo de negócio.
3 comentários:
Grande Rui,
Destaco um trecho do seu texto que concordo completamente:
"Amo o Botafogo e cada vez mais Odeio o atual modelo de gestão amador e fracassado que se pratica."
Como você, cada vez mais fico desiludido com john textor.
Acreditei que nunca mais veríamos o amadorismo na gestão e atitudes de dirigentes no futebol do Botafogo.
Parece que o john textor aprendeu muito rápido tudo de errado que as gestões passadas do velho Botafogo fizeram, infelizmente.
Abs e Sds Botafoguenses!
Na verdade, Gil, e sem qualquer tipo de pretensão discriminatória, os americanos que se meteram a donos de futebol não primam pela boa gestão. Creio que há dois problemas principais.
Na América o que conta primordialmente é fazer dinheiro de tudo e mais alguma coisa (não falo apenas por conhecimento teórico, mas também porque já estive na América e captei todo o ambiente financeiro do país), assumindo um espírito capitalista bem diferente da Europa e da própria América do Sul, e então entraram no futebol para produzirem dinheiro sem olhar aos contextos.
A este problema soma-se um segundo de não entendimento da gestão do futebol. Talvez saibam muito de futebol americano, basebol, basquetebol, mas de futebol veja-se o exemplo do Manchester United - o que era antes dos americanos e o que é depois dos americanos.
Não sei se estou a ser justo ao generalizar, mas uma coisa é certa: Textor quer fazer dinheiro a partir de revelações do Botafogo para expor na montra do Lyon e depois vender para o restante futebol americano e engordar a Eagle Football. É o modelo da colonização económica global descontextualizada do local.
A questão é que para o sucesso disso julgo ser fundamental preservar o espírito do desporto e vontade de ganhar, porque é competição pura e sem títulos não funciona - os árabes percebem muito melhor essa questão e sabem que o sucesso desportivo projeta os seus países mundo global.
A estratégia deveria ser mais de natureza Glocal, isto é, compatibilizar interesses globais com interesses locais, e os locais foram definidos por Textor com epicentro no Rio de Janeiro ao pretender formar futebolistas nas camadas jovens para mais tarde exportar.
Todavia, esse sucesso global só pode chegar com a concretização de importantes benefícios para o Clube local - portanto, uma estratégia Glocal com internacionalização bem sucedida do Botafogo. Textor prometeu internacionalizar o Botafogo como exemplo de sucesso, mas a única projeção do Botafogo no mundo até agora foi um 'upgrade' de 'cavalo paraguaio' mundial.
Até agora é muito tristonha a gestão Textor. Admito que ainda possamos vir a melhorar devido ao empresário começar a perceber que a sua estratégia não o beneficia, mas tenho pouca esperança de sermos um 'grande' da América do Sul. Se formos, retrato-me e baterei palmas.
Em minha opinião, a torcida deveria ser mais assertiva e exigir uma gestão diferente, porque a dita 'Teoria U', seguida por Textor, tem grandes falhas teóricas e as suas virtudes, que supostamente criam uma nova cultura e soluções inovadoras, esbarram na falta de sensibilidade desportiva e nas conjugações 'financistas' dos balanços contabilísticos que, por exemplo, desfavoreceram o Botafogo na venda de Adryelson e Perri – além de Textor ter desmentido a sua venda em outubro e provar o Botafogo de dois atletas jovens e com futuro.
Abraços Gloriosos.
Errata: no final da última linha deve ler-se "privar o Botafogo de..." em vez de "provar o Botafogo de..."
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