domingo, 6 de fevereiro de 2011

O meu maior clímax negativo no futebol

Sou torcedor do Botafogo exatamente há cinquenta anos. Dessa década de 1960 em que me tornei botafoguense (ou fui ‘eleito´, como gostamos de afirmar), guardo momentos absolutamente maravilhosos dos maiores esquadrões de futebol de todos os tempos que o Botafogo construiu, alguns dos quais já narrei no blogue.

Porém, nunca falei de um acontecimento futebolístico que creio ter-me marcado muito negativamente para toda a minha vida de torcedor, afastando-me a ‘sete pés’ de certa gente e de discussões em torno de futebol que não sejam com os meus camaradas de clube. Pode-se contar pelos dedos as vezes em que discuti desporto e futebol com torcedores de clubes que não fossem do Botafogo de Futebol e Regatas ou do Sporting Clube de Portugal. Esse ‘elitismo’ faz hoje 45 anos.

Tal acontecimento nefasto tem um nome: Almir.

Ubirajara tenta segurar Almir

Almir foi o pior jogador que alguma vez vi em campos de futebol. Para mim foi sempre a encarnação pura do ‘Satanás futebolístico’. Ouçam-no pelas suas próprias palavras [excerto de livro que publicou]:

- “Quebrei a perna do Hélio, do América. Briguei com o time inteiro do Bangu na decisão do Campeonato Carioca de 1966. Paralisei o Milan num jogo em que o Santos se sagrou bicampeão mundial: dei um chega-pra-lá no Amarildo e chutei a cabeça do goleiro Balzarini. Agredi jogadores de outros times, briguei com tantos que até perdi a conta. Eu fui um marginal do futebol.”

Almir iniciou uma briga em campo, em Montevidéu, na qual participaram quase todos os jogadores das seleções do Brasil e do Uruguai. Na final do Mundial Interclubes de 1963 contra o Milan, o próprio contou, no seu livro, que entrou em campo dopado e sabendo que o árbitro estava "comprado", e assim poderia bater à vontade sem ser expulso...

Mas foi em 1966 que assisti ao primeiro espetáculo chocante da então minha curta vida de torcedor: na final do Campeonato Carioca, o Bangu batia o Flamengo de Almir por 3x0 e já estava com a mão na taça quando Almir, para estragar a volta olímpica do Bangu, resolveu enfrentar o adversário no braço: armou a maior briga que o Maracanã já viu, tudo porque o atacante não queria que a torcida rubro-negra fosse “humilhada” com a comemoração do Bangu. Uma verdadeira vergonha à qual o Flamengo tem habituado o Brasil e o Mundo.

A expressão de Almir ao iniciar a confusão

Depois de escrever no seu livro que “para jogar esta partida, eu tomei dois Dexamil. Outros jogadores tomaram também”, o jogador acrescenta [in www.museudosesportes.com.br]:

“O diretor de futebol do Flamengo, Flávio Soares de Moura (…) me fez uma pergunta não como dirigente, mas como torcedor:
– Almir, eles vão dar volta olímpica?
– Não vai ter volta olímpica não, seu Flávio. Só se for do Flamengo.”

Efetivamente, o Bangu foi campeão, mas o jogo foi interrompido pela expulsão de cinco horrendos cathartiformes, e não houve festa - como Almir prometera. E sem que fosse excluído do futebol depois disso.

Creio que foi nessa briga de Almir (Pernambuquinho) que coloquei os cathartiformes fora das minhas relações pessoais nessa época, e me tornei simpatizante do Bangu, o meu segundo clube no Rio.

O modo como eu fora educado era absolutamente contrário às manifestações flamenguistas que já nesse tempo eram exuberantes e meio ‘criminosas’.

Almir saiu ovacionado do Maracanã pela torcida cathartiforme – uma revelação para a eternidade do caráter desta torcida.

É claro que este horrível jogador não foi muito longe após abandonar o futebol: aos 35 anos de idade foi assassinado. Nascera no Recife em 1937 e foi abatido no Rio de Janeiro em 1973 – exatamente há 38 anos completados hoje. Após uma confusão no bar Rio-Jerez em Copacabana, o português Artur Garcia Soares acabou com ele e com um amigo dele a tiros de revólver. Deve-se acrescentar que o autor dos disparos foi absolvido em tribunal.

Não faço ideia quem era esse nefasto jogador em sua vida privada, mas termino esta publicação reproduzindo o excerto de um artigo que li recentemente, o qual me parece de certo modo elucidativo da ‘alma’ do dito jogador [in www.museudosesportes.com.br]:

“Escondia um drama que só os amigos mais íntimos podiam notar. Uma nostalgia, uma solidão que o atacava no meio da noite e que fazia ter o seu apartamento cheio de amigos, dormindo pelos cantos.”

[PS: Alguns blogues cathartiformes narram as peripécias de Almir em 1966 como se de uma grande façanha se tratasse…]

Pesquisa de Rui Moura (blogue Mundo Botafogo)

18 comentários:

Anónimo disse...

Boa tarde.

BANGU 3 x 0 FLAMENGO
Data: 18/12/1966
Local: Maracanã
Público: 143.978
Árbitro: Aírton Vieira de Moraes
Gols: 1° tempo: Bangu 2 a 0, Ocimar e Aladim; Final: Bangu 3 a 0, Paulo Borges
Bangu: Ubirajara Motta, Fidélis, Mário Tito, Luiz Alberto e Ary Clemente; Jayme e Ocimar; Paulo Borges, Cabralzinho, Ladeira e Aladim. Técnico: Alfredo Gonzalez.
Flamengo – Valdomiro, Murilo, Jaime, Itamar e Paulo Henrique; Carlinhos e Nelsinho; Carlos Alberto, Almir, Silva ‘Batuta’ e Oswaldo “Ponte Aérea”. Técnico: Armando Renganeschi.
Obs: Aos 25’ do 2° tempo houve um conflito entre os jogadores, depois que Paulo Henrique e Ladeira se desentenderam e Almir partiu para cima do atacante do Bangu, que correu, e foi agredido pelo zagueiro Itamar, que pulou com os dois pés no peito do jogador do Bangu. Aí brigou todo mundo e, depois de serenados os ânimos, o árbitro Aírton Vieira de Moraes expulsou cinco jogadores do Flamengo: Almir, Silva ‘Batuta’, Itamar, Paulo Henrique e Valdomiro; e quatro do Bangu: Ary Clemente, Ubirajara Motta, Luiz Alberto e Ladeira. De acordo com recomendação da FIFA que diz que nenhuma partida oficial pode ser iniciada, nem prosseguir, se um dos times tiver ou ficar com menos de 7 jogadores, Aírton Vieira de Morais deu por encerrado o prélio.

Saudações esportivas.

hangman disse...

E, quando falam de Garrincha, tentam marginaliza-lo para exorcizar seus traumas de Maracanã!
Fazer o quê? Cada qual com seus ídolos!

Ruy Moura disse...

Obrigado, Pedro.

Abraços Gloriosos!

Ruy Moura disse...

Perfeito, Hangman! Cada qual com os ídolos que merece.

Abraços Gloriosos!

Anónimo disse...

PREZADO IRMÃO
AOS 15 ANOS ESTAVA LÁ COM MEU PAI QUERIDO - FLAMENGUISTA E UM PRIMO QUERIDO - BANGUENSE.
EVIDENTEMENTE TORCIA PARA O BANGU,POIS JÁ APRESENTAVA TOTAL OJERIZA AS CORES VERMELHA E PRETA.
ESTAVA NAS CADEIRAS ATRÁS DO GOL DO LADO OPOSTO DA CONFUSÃO.DAÍ A MINHA VISÃO FOI ESPETACULAR PARA PRESENCIAR SOCOS, VOADORAS E TUDO DE RUIM QUE PODERIA OCORRER.
SE BEM ME LEMBRO FOI A PRIMEIRA VEZ QUE VI TAL BAGUNÇA EM UM JOGO.A OUTRA FOI EXATAMENTE NO JOGO DO SANTOS CONTRA O MILAN E PARA VARIAR ALMIR TAMBÉM ESTAVA PRESENTE.
ERA UM JOGADOR DOENTE, TALVEZ COM BIPOLARIDADE DIRECIONADA À AGRESSIVIDADE, POIS NORMALMENTE PARECIA SER UMA PESSOA SIMPLES E EDUCADA.COM CERTEZA MERECERIA UM ESTUDO A PARTE DE SUAS ATITUDES, UMA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA E INTENSA CAPACIDADE DE REAÇÃO A QUALQUER PROVOCAÇÃO.

SAUDAÇÕES ALVINEGRAS GLORIOSAS

MARCOS VENICIUS

Ruy Moura disse...

Muito estimo as tuas observações, irmão, mas fosse doente ou não o lugar do Almir não deveria ter sido entre a comunidade humana. Desculpe-me a reação radical, mas tenho horror ao homem que entrou despudoradamente na minha retina de criança a desonrar a nobre causa do desporto. Esse foi um dos exemplos pioneiros que serviram de guia aos 'criminosos' que vão aos jogos de futebol para a violência pura - para maltratar, espancar e até matar adeptos inocentes. Imperdoável!

Abraços Gloriosos!

Ruy Moura disse...

Irmão, a saga deles é esta: http://www.sidneyrezende.com/noticia/119132+torcedores+do+flamengo+sao+presos+apos+espancarem+vascainos+em+bar

Sempre!

Abraços Gloriosos!

Júlio disse...

Excelente post meu amigo Rui.

E eu que achava que já tinha visto tudo com Junior Baiano e sua "tesoura voadora"; com Edmundo e seus socos e acessos de loucura; com Felipe Melo e Marco Materazzi e seus "pavios curtos".
Pelo visto Serginho Chulapa não pessava nem perto desse Almir...

Tinha um jogador ingles e um alemão (que eu não lembro o nome), ambos jogaram nas décadas de 1980 e 1990 que batiam uma barbaridade, eram muitos desleais.

Esse Almir aí pelo visto era mal intencionado, o jogador pode muito bem jogar duro sem ser violento: Dunga, Terry, Gattuso...

Ruy Moura disse...

Júlio, já vi muita coisa no futebol, mas nada como Almir. Aliás, o depoimento é dele mesmo: está tudo escrito no livro, não há engano.

Abraços Gloriosos!

Anónimo disse...

Relacionar as atitudes de um jogador com a torcida do Flamengo é preconceito. Já vi torcedores do Botafogo espancando um tricolor ao lado do busto do Garrincha no Maracanã. Isso não me dá o direito de dizer que a torcida do Botafogo seja de bandidos. Bandidos existem em todas as torcidas.

Ruy Moura disse...

Caro Anónimo, à priori concordaria com o seu comentário, já que uma andorinha não faz o verão. Porém, o Almir foi estimulado justamente por dirigentes do Flamengo e os torcedores concordaram com Almir. Eu lembro-me disso.

É certo que há bandidos em todas as torcidas, mas a maioria dos torcedores botafoguenses condena tais atitudes, enquanto a maioria dos torcedores flamenguistas concorda com elas. Daí não ser preconceito, mas constatação.

Ainda hoje há dirigentes como Kleber Leite que se comportam como todos sabemos (os botafoguenses não se comnportam assim) e todos conhecemos as atitudes da torcida flamenguista, o que dizem e o que fazem (os botafoguenses não fazem o que fazem os flamenguistas).

Até os atletas flamenguistas são diferentes dos outros: veja-se os casos mais recentes de Adriano, Vagner Love e Bruno. Porque é que nada disso acontece nas torcidas do Botafogo, do Fluminense e do Vasco da Gama?!...

Abraços Gloriosos!

Anónimo disse...

Sr Rui,

Estava realizando uma pesquisa na Internet sobre o Pernambuquinho e me deparei com seu blog e gostaria de acrescentar o que se segue.
Antes de ser um jogador, ele foi filho, ele foi irmão, sobrinho, tio, primo e pai de família, além de ter sido amigo de muitos. Enfim, ele foi um ser humano de excelentes virtudes, as quais você, certamente, não as conheceu, nem as conhece, a julgar pelos seus comentários.
Você faz comentários desumanos acerca de fatos trágicos que enlutaram e destroçaram toda uma família, quando faz a citação, aspas: "É claro que este horrível jogador não foi muito longe após abandonar o futebol: aos 35 anos de idade foi assassinado...". Você faz, ainda, outra citação terrível, comparando-o a satanás, ignorando que ele era pessoa que se condoía e comprava a briga dos mais fracos injustiçados, não se detinha diante de uma necessidade que se lhe apresentasse, sendo a pessoa sua conhecida ou não, era caridoso e prestativo com as pessoas, era honesto e verdadeiro, não transigia com falsidades. Esses valores eram testemunhados por todos que o cercavam. Mas, me parece que foram todos ignorados por você. Sei que a Internet é um meio público para expressar as nossas opiniões, mas a vida das pessoas não é pública, para se dispor dela e se falar o que bem entender, ignorando a família, a honra e direito de defesa, que, no caso, não é mais possível, por estar morto. Só por esse detalhe, julgo ser desprovido de ética qualquer tipo de comentário que seja agressivo ou ofensivo, contra uma pessoa que sequer tem como se defender.
Outra coisa que chama a minha atenção é que você fala de futebol como se fosse algo tão límpido, puro, correto, chegando a ser até romântico, quando nós sabemos que é um meio totalmente falso, desleal, selvagem, corrupto e onde sempre vence o mais forte e astuto - não há espaços para ingenuidade ou romantismos. Hoje em dia, o que mais vemos é jogador passar uma imagem de bom moço dentro de campo e, fora dele, ser o mais reprovável. Creio que a outra opção é melhor, embora exista uma outra melhor ainda. Entretanto, os que optam pela terceira opção muitas vezes não sobrevivem nos campos de batalha do futebol. (AAA, sobrinho do Pernambuquinho)

Ruy Moura disse...

“AAA, sobrinho do Pernambuquinho”

Publico o seu comentário porque cumpre os requisitos da linha editorial deste blogue e por isso tem direito à sua opinião, especialmente acerca de um familiar tão próximo.

Referi-me exclusivamente a “Satanás FUTEBOLÍSTICO”, e não a outro Satanás referente a alguma dimensão da vida privada do jogador. Tive, aliás, o cuidado de afirmar que “não faço ideia quem era esse nefasto jogador em sua vida privada”. O que sei, e o que publiquei, é que Almir foi o meu primeiro grande choque que tive como torcedor e creio que as palavras publicadas por ele sublinham o seu comportamento absolutamente lamentável. E por isso tenho direito a comentar os seus comportamentos enquanto atleta e enquanto figura pública, em especial baseando-me na citação de fontes. Aliás, nas palavras do próprio Almir, ele foi um “marginal do futebol”. Exatamente, exatamente. Nunca deveria ter lá chegado.

Por isso me espanta que o seu testemunho de hoje contrarie tudo aquilo que Almir dizia de si mesmo: “Quebrei a perna do Hélio”… “Chutei a cabeça do goleiro Balzarini”… “Agredi jogadores de outros times…” etc. etc. etc.

De resto, não é por alguém ter morrido que não possa e não deva ser julgado, caso contrário jamais se tornaria a criticar bestas hediondas como Hitler ou Stalin.

No seu comentário, que é legítimo, apenas lamento que trate o futebol como “um meio totalmente falso, desleal, selvagem, corrupto e onde sempre vence o mais forte e astuto”, o que implicitamente absolve todas as barbaridades que nele são cometidas porque na sua ótica só o maior forte e o mais astuto tem lugar. Não é verdade. Isso é uma ofensa a milhares e milhares de atletas que não são os mais fortes nem os mais astutos e têm lugar devido à sua disciplina, ao seu esforço, à sua dedicação, à sua lealdade e ao seu espírito verdadeiramente desportivo. Lamento essa submissão a tudo o que é ruim no futebol, porque essa submissão aproveita cabalmente a todos aqueles que querem manter o futebol num estado lastimoso de subdesenvolvimento. O espírito desportivo de ‘corpo são em mente sã’ não pode e não deve ser nunca abandonado por todos aqueles que sentem com alegria todas as práticas desportivas e, sobretudo, por todos aqueles que lutam para que os desportos sejam um exemplo de vida e de equidade, de amizade e alegria.

Almir nunca deveria ter praticado nenhum desporto com o espírito que ele reconheceu em si próprio. Muitas outras profissões seriam mais adequadas.

Cumprimentos.

Unknown disse...

Boa tarde! Sou Flamenguista e não gostei de seu comentário maldoso em relação a torcida e ao Clube de Regatas do Flamengo.
Vc generalizou!

Ruy Moura disse...

Caro Aloísio, normalmente os comentários de torcedores do Flamengo eu apago. Sabe porquê? Porque chegam aqui para ofender o meu Clube, a mim, à minha família, ao meu País, a tudo que possa relacionar-se com o meu amor a um Clube - e eu não vou a nenhum blogue de nenhum adversário ofender ninguém, respeitando o espaço dos outros e dos seus clubes, mas o meu espaço e o meu Clube não respeitam. Então, generalizo, naturalmente. Porque QUASE TODOS os flamenguistas que aqui veem são ordinários, ofensivos, ameaçadores, muitas vezes socialmente analfabetos - V. é apenas o 2º flamenguista não ofensivo em oito anos de blogue! São do estilo do "roubado é mais saboroso". São torcedores do estilo de jogadores que se fotografam com metralhadoras de traficantes ao lado deles; do estilo de jogadores que batem na mulher ou mandam matar a amante; do estilo de parvoíces como "somos incaíveis" e "time grande não cai", quando se sabe que se o Flamengo não caiu já mais de uma vez foi por favor e que já caíram os grandiosos times do Manchester United, Arsenal, Chelsea, Liverpool, Juventus, Olimpique de Marselha, etc. etc. - qualquer deles infinitamente superior ao que o Flamengo representa no futebol.

Porém, essa generalização naturalmente que tem excepções para confirmar a regra / a generalidade. Há homens / mulheres flamenguistas que são decentes a falar dos clubes dos outros, do futebol, do desporto em geral. Pelo seu comentário, que foi corretíssimo, julgo que V. será uma dessas excepções e por isso o seu comentário passou. Acredite: há anos que nenhum comentário flamenguista passava, tal o chorrilho de palavrões, ofensas e tudo o mais.

E o meu comentário não é maldoso: baseia-se em fatos! Não tenho maldade, mas não perdoo aos maldosos flamenguistas.

Quando comecei a pesquisar a história do Botafogo há anos, cruzei-me com a do Flamengo. Fui gostando da história e até troquei comentários com alguns flamenguistas, fui recuperando da antipatia, mas os acontecimentos em campo, no tapetão, no blogue, fizeram-me perceber que de todas as torcidas que conheço, a do Flamengo é, na generalidade, a menos decente de todas. V. é excepção, o meu querido amigo Miguel Gonzalez, do blogue EsporteRio, é uma excepção brilhante. Nessas circunstâncias acredito perfeitamente que não tenha gostado da publicação, assim como de muitas outras que me levaram a considerar o Flamengo como uma espécie de 'satanás' do desporto. Até nas bases do futebol os juízes favorecem o seu clube; até na natação os juízes escolhem o lado do Flamengo. Já em 1920 os juízes roubavam a favor do Flamengo na... natação! Mas nessa altura a comunicação social era outra coisa, virou-se contra o Flamengo e os juízes tiveram que recuar na sua decisão dias depois.

Não o incluo nessa minha generalização se o seu comportamento corresponder ao que parece, mas tem que compreender que uma andorinha não faz o verão. Nem duas. O Flamengo é o que é e continuará a ser o que tem sido e o que, afinal, parece que sempre foi.

Abraços Desportivos.

Unknown disse...

Você realmente co teve a história?

Leia por favor,

Outro, uma séria desconfiança de Almir de que seu goleiro estava comprado pelo Bangu. E mais um, que ele só descobriu quando entrou em campo: o juiz estava comprado também. Sansão — esse o apelido dele — o ameaçou de expulsão antes de o jogo começar.

No primeiro lance o lateral esquerdo do Bangu, Ari Clemente, atingiu violentamente Carlos Alberto. Sansão não deu falta nem advertiu Clemente. E o Flamengo passou a jogar com dez homens, porque Carlos Alberto mal se arrastava em campo (naquele tempo o único que podia ser substituído era o goleiro).

“Com pouco mais de 20 minutos o Bangu deu outra entrada para quebrar. Desta vez o atingido foi Nelsinho, peça vital no nosso meio campo. Ele terminou o primeiro tempo capengando e no segundo praticamente apenas fez número”.

“Mas o desastre maior foi o nosso goleiro, Valdomiro. Nós tomamos dois gols em três minutos, entre os 23 e 26 do primeiro tempo. O primeiro foi feito por Ocimar, num chute mais ou menos da intermediária. Valdomiro saltou atrasado, chegou a tocar na bola com um soco, mandando-a para dentro do gol. Logo depois, com o Flamengo ainda zonzo com o primeiro gol, Aladim fez o segundo”.

No intervalo — conta Almir — o diretor de futebol do Flamengo, Flávio Soares de Moura, estava indignado com o esquema montado pelo Bangu. Indignado e desanimado. “Almir, eles vão dar a volta olímpica?” ele me perguntou. “Não vai ter volta olímpica não, seu Flávio. Só se for do Flamengo”, respondi.

“Logo aos três minutos ficamos grogues: outro gol do Bangu. Houve um lançamento para Paulo Borges, que marcou um dos gols mais bonitos da história do Maracanã. Ele deu um chapéu em nosso zagueiro Ditão, para um lado, para o outro e, com a bola ainda no ar, deu um chute violentíssimo, indefensável. Era o fim”.

Aos 25 minutos, Ladeira, atacante do Bangu, deu um soco na cara de Paulo Henrique. Logo Paulo Henrique, que, segundo Almir, era “uma dama dentro de campo”. Almir correu para acertar Ladeira, que fugiu. No meio do caminho o zagueiro Itamar, do Flamengo, com 1m90 de altura, deu um salto e meteu o pé no peito de Ladeira. Então Almir chegou e foi chutando. Ari Clemente veio por trás e deu-lhe um soco.

“Aí eu vi que eles queriam brigar, e topei a parada. Tudo o que tiver camisa de listras brancas e vermelhas é inimigo, pensei. E comecei a distribuir socos e pontapés”. Quando essa briga acabou, e Ladeira foi retirado de maca, Almir saiu de campo — ele sabia que seria expulso. Quando ia passando pelo banco do Flamengo ouviu uma ordem, disse que nem sabe de quem:

“Volta, Almir. Acaba com essa palhaçada deles”.

Ele voltou para o centro de campo. Nisso, aproximadamente 100 mil pessoas, a torcida do Flamengo (outras 43 mil eram do Bangu) começaram a gritar:

Porrada, porrada, porrada.

“Eu estava cercado por jogadores do Bangu, mas fui enfrentando todos: um pontapé num, um soco noutro, uma corrida em cima de outro   Sansão expulsou cinco jogadores do Flamengo e quatro do Bangu. O Flamengo ficou sem jogadores para terminar a partida — o mínimo permitido é de sete jogadores. Sansão deu o jogo por encerrado, o Bangu era campeão.

Há braços.

Ruy Moura disse...

Almir e flamengueses no seu melhor... justificando o injustificável... retrato fiel de uma torcida de chororô, de pancadaria, de violência desportiva sem limites... Não há paciência. Só publiquei porque o texto não é ofensivo.

Ruy Moura disse...

O comentário que não publiquei hoje, 22.03.2019, cheira-me novamente ao invejoso, traumatizado e infantilizado FMP...

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