por Fernando Jares
Nestes tempos de comemorações alviazuis pelas ruas de Belém, por mais um campeonato estadual conquistado pelo Paysandu, tenho aqui um registro interessante.
Trata-se de um requintado banquete realizado pelo time alviceleste em 1916, no refinado Café da Paz, um dos lugares mais chiques da Belém daquela época. Era um prédio todo bonitinho, dois andares, que ficava na Presidente Vargas com a Carlos Gomes, onde hoje está o prédio sede do Banco da Amazônia.
O jantar foi para homenagear o “distincto sportsman tenente Benjamin Sodré, famoso e applaudido ‘player’ do ‘Botafogo’ do Rio de Janeiro”, informou a revista Caraboo.
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Benjamin Sodré, ou Mimi Sodré, a quem conheci pessoalmente, no Rio de Janeiro, lá por 1968 ou 1969, quando ele tinha uns 77 anos, foi um grande jogador, inclusive da seleção brasileira [foto do atleta Mimi Sodré à esquerda, não publicada no artigo original e introduzida pelo editor de Mundo Botafogo]. Ele jogou entre 1910 e 1916. Foi militar da marinha, chegando a almirante, em 1954. Mas foi, talvez, o maior de todos os escoteiros brasileiros, organizando e espalhando o movimento, pelo qual era verdadeiramente apaixonado, por todo o país.
Benjamin Sodré, ou Mimi Sodré, a quem conheci pessoalmente, no Rio de Janeiro, lá por 1968 ou 1969, quando ele tinha uns 77 anos, foi um grande jogador, inclusive da seleção brasileira [foto do atleta Mimi Sodré à esquerda, não publicada no artigo original e introduzida pelo editor de Mundo Botafogo]. Ele jogou entre 1910 e 1916. Foi militar da marinha, chegando a almirante, em 1954. Mas foi, talvez, o maior de todos os escoteiros brasileiros, organizando e espalhando o movimento, pelo qual era verdadeiramente apaixonado, por todo o país.
Escreveu um clássico, o “Guia do Escoteiro”, que assinou como Velho Lobo, nome como ficou conhecido no escotismo. Lá em casa tinha um exemplar. Quando criança, aprendi lá muitas coisas interessantes. Mimi teria fundado o primeiro grupo escoteiro de Belém. Faleceu em 1982 [foto do militar Mimi Sodré à direita, não publicada no artigo original e introduzida pelo editor de Mundo Botafogo].
Mas voltando ao banquete do Papão. Veja aqui uma foto da mesa dos homens, todo mundo chiquérrimo para a época, coisa muito fina. As senhoras estavam em mesa ao lado. Por sinal, depois, tenho um comentário interessante sobre o encontro...
Foto: Baby Gommensoro, que seria a cronista social da citada revista Caraboo, fez um comentário sobre esse encontro.
Ao longo de seu longo texto, queixa-se de que em Belém os “hotéis chics são tristonhos” e comenta que “os diners seguidos de tour de valse, o cabaret familiar, como em Paris, como no Rio, podia ser uma nota de alegria aqui, por elles adoptada com successo. E uma revelação disso coube ao Paysandu dar com o seu elegantíssimo diner em honra do festejado sportsman Mimi Sodré”.
“Foi uma noite deliciosa e uma inovação chic bem lançada”, comenta a cronista, que conta com espaço de algumas páginas.
Ela só lamentou que “não prevenissem as senhoras que, a festa era num salão e que, realizada a noite, abrigava o toilette du soir, sem chapéu”.
Na foto ao lado, realizada após o grande ágape, vemos os cavalheiros e as damas, que estão com os chapéus, criticados pela colega jornalista especializada em eventos sociais.
2 comentários:
Que bom ler este meu texto, colocado com tanto carinho neste blog. Não sou botafoguense - aliás, sou apenas Paysandu. E tenho muito orgulho deste eminente brasileiro, quando serviu em Belém, ter jogado no meu time, ao lado de Suiço, a maior referência bicolor de todos os tempos, tanto que o Papão até hoje é chamado de "Clube de Suiço" na crônica esportiva, especialmente pelos mais velhinhos... Estou em visita a Niterói, e ontem tive a felicidade de transitar na Avenida Benjamim Sodré, um ponto nobre nesta cidade - basta dizer que é a rua do MAC. Cumprimentos! Viva os grandes brasileiros!
Eu lhe agradeço pelo seu texto, Fernando. Adoro esse tipo de textos.
Abraços Gloriosos.
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