quinta-feira, 26 de maio de 2011

80 Anos de Futebol (VI)

No dia de aniversário do Glorioso, o Jornal do Brasil, de 12.08.1984, sob o título O Rio estava lutando contra a febre amarela, noticia o seguinte:

“E o Rio de Janeiro? Como era a cidade em 1904, ano em que o Botafogo Football Club foi fundado? Em primeiro lugar, é preciso que se diga que a insalubridade era um grave problema, com casos frequentes de febre amarela, varíola e até de peste bubônica. O Presidente da República, Rodrigues Alves, escalou então dois homens notáveis para ajudá-lo a dar combate às doenças: Osvaldo Cruz, trabalhando no Serviço de Higiene, e Pereira Passos, na Prefeitura. Não satisfeito, ainda reforçou o time com dois engenheiros do maior gabarito: Paulo de Frontin e Francisco Bicalho. Enquanto Osvaldo cruz criava a vacina obrigatória – que a população custou a aceitar –, Passos, Frontin e Bicalho mandavam destruir os velhos pardieiros do centro da cidade, na tentativa, vitoriosa, de abrir espaços e facilitar ao máximo o saneamento e a construção de esgotos.

Essas histórias são antigas, mas tão antigas que o rio Carioca – que nasce no Cosme Velho, desce pela rua das Laranjeiras e vai desaguar na praia do Flamengo, na altura da rua Paissandu – ainda corria a céu aberto e tinha pequenos peixes que faziam a alegria da garotada da época. Um dos meninos de então – que relatou esses fatos – morava justamente no Cosme Velho e era vizinho de um velhinho simpático e carinhoso, que sempre lhe passava a mão pelos cabelos quando saía de casa e se dirigia à cidade. O velhinho simpático era Machado de Assis e o menino, Alceu Amoroso Lima, o Tristão de Ataíde, mais tarde rubro-negro e muito mais tarde ainda bisavô de um botafoguense.

O Largo dos Leões, no Humaitá – ali mesmo onde o Botafogo surgiu – de leões, mesmo, só tinha três irmãos portugueses que possuíam tal sobrenome e que haviam doado parte de seu terreno para que passassem os trilhos de bonde da Light. Bondes a burro, por sinal, e que trocavam de parelhas justamente numa paragem que a Light tinha por lá. Nas ruas mais movimentadas da cidade trafegavam apenas doze automóveis – um deles de Rui Barbosa – fazendo muito barulho e espantando os passantes.”

Referências: Jornal do Brasil, 12.08.1984; texto de enquadramento de Rui Moura (Mundo Botafogo); notícia digitalizada e gentilmente cedida por Mauro Axlace, colaborador do Mundo Botafogo e editor do blogue Aqipossa.

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