Caros amigos
botafoguenses, embora o conheçam há muito tempo, quero clarificar o meu
pensamento e o meu sentimento relativamente a questões relacionadas com os
tapetões que têm ocorrido e enxovalhado o futebol brasileiro.
Em primeiro
lugar, que fique bem claro que não pactuo com quaisquer vitórias inventadas
fora de campo, nem que isso beneficie o Botafogo, e defendo que as
irregularidades não podem ser aplicadas exclusivamente através de fatores
objetivos, isto é, nos termos do lema dura
lex, sed lex.
Em segundo
lugar, quero frisar que descer de divisão, por exemplo, não é o fim do mundo,
apesar de doer muito: o Palmeiras já lá esteve duas vezes, o Vasco da Gama
caminha para a segunda vez caso a CBF não faça outro tapetão, conforme é
sugerido em diversas notícias, e também o Botafogo, o Corinthians, o
Fluminense, o Grêmio e o Atlético Mineiro já lá estiveram. Deveriam ter lá
estado também o Flamengo e o Internacional, porque em 1987 negaram-se a jogar a
fase final do campeonato brasileiro. E deviam ter estado duplamente: o
Internacional foi salvo no tapetão em 1995 quando foi condenado pela FIFA a
descer de divisão por falta de pagamento do empréstimo do atleta Silas, mas
logo outra ‘caneta dourada’ anulou a sentença (era presidente da FIFA João
Havelange…); o Flamengo foi salvo pelas arbitragens pelo menos em duas
circunstâncias. Os únicos que, segundo sei, não beneficiaram de nenhum tapetão ou
apito amigo foram o Santos e o São Paulo.
Por isso, poderão
alguns ‘espertos’ referir que eu não tenho moral para falar, mas tenho, porque:
(a) Nunca
defendi qualquer ato imoral ou amoral a favor do Botafogo, e todos sabem que
vou muitas vezes contra a corrente dos botafoguenses que quiseram o regresso de
jogadores que nem merecem um olhar nosso, ou que defenderam o perdão imediato a
atos de indisciplina de jogadores, ou que apaziguaram falhas clamorosas da
diretoria, entre outros casos.
(b) Jamais
omito uma falha de arbitragem a nosso favor, embora sejam raríssimas.
(c) Uma vez
mais, enquanto alguns defendem a parceria com a empresa Telexfree, eu sou
contra, porque nunca apostei nas conjunturas, mas no trabalho estrutural, e
também entendo que é obrigação do Botafogo ir à procura de parcerias capazes,
que não ofereçam dúvidas, já que ao contrário do que dizem alguns, que o
Botafogo não tem nada a ver com as decisões da justiça, eu digo que tem a ver
com a sua ética e a sua honra, e que a decisão tomada pela diretoria ainda pode
vir a ser paga duramente, além do desprestígio óbvio.
(d)
Publiquei em 2008 dois artigos que elencavam as viradas de mesa do futebol
brasileiro e não exclui desses artigos as situações em que o Botafogo foi
indiretamente beneficiado, tal como se pode comprovar no seguinte endereço: http://mundobotafogo.blogspot.pt/2008/10/viradas-de-mesa-alertando-memria.html
(e)
Considero absoluta falta de sensibilidade e de bom senso esta diretoria
sujeitar os torcedores do Botafogo a tão dura prova pública, e empurrando
alguns torcedores do Glorioso a favor da parceria na esperança de um manancial
de dinheiro que traga os títulos que a diretoria não conseguiu em cinco anos
devido a uma desastrosa gestão dos seus plantéis – especialmente nos desmanches
dos times de 2012 e 2013.
A quem
oferece dúvidas as minhas posições, tomadas em nome do meu conceito de honra,
devo dizer que, embora o Botafogo tivesses sido indiretamente beneficiado de
tapetões, isto é, sem a sua própria intervenção, pagou a 2ª divisão em 2002 e
subiu jogando bola. Não foi o caso do Fluminense, por exemplo, que não subiu da
2ª divisão para a 1ª, nem é o caso do Flamengo salvo pelos apitos amigos.
Portanto,
esses dois clubes ESTÃO DEVENDO A 2ª DIVISÃO, enquanto o Botafogo já pagou em
2002 quaisquer benefícios anteriores. E mais: ofereceram a Bebeto de Freitas a
possibilidade de um tapetão em 2002, mas ele não aceitou arcar com esse ‘rabo
de palha’ e deu como resposta que o Botafogo iria subir de divisão jogando
bola. Assim foi. Na honra.
Não tenho
nada a ver com a maioria dos torcedores do Flamengo e do Fluminense. O primeiro
clube tem os árbitros a salvá-lo constantemente e o segundo clube a proteção
inequívoca dos dirigentes federativos e confederativos. Esses torcedores não
têm ética, não sabem o que é a honra, não amam verdadeiramente o desporto,
fazem mal ao futebol e assumem vulgarmente atitudes canalhas.
Em tempos,
eu suprimia comentários de argentinos que menorizavam os brasileiros e ofendiam
as brasileiras, e de cathartiformes, cujas ordinarices para com o Glorioso e eu
próprio sempre tiveram como resposta a eliminação dos seus comentários sem um
pestanejar de olhos. Mas agora são os ordinários tapetistas fluminenses que
ganharam a vanguarda, não se aguentaram com a rubrica ‘FLUtuações em prosa e
imagem’ e mostram o seu verdadeiro rosto desmascarando-se. Levam com o
indicador direito em cima da tecla ‘delete’. Valem zero, como diria o tricolor
Jô Soares.
Confesso que
a rubrica ‘FLUtuações’ tinha inicialmente um objetivo visível e outro objetivo
invisível: o visível, pretendia / pretende desmascarar as vergonhosas atitudes
dos tapetistas e manter acesa a memória; o invisível, pretendia fazer estalar o
verniz dos ‘pó-de-arroz’, cujo apelido deveu-se a um atleta fluminense chamado
Carlos Alberto que para mascarar a origem da cor escura da sua pele entrou em
campo com o rosto cheio de ‘pó-de-arroz’, que com o suor se desfez e a máscara
caiu de vez. Tive, então, a certeza do que já supunha. Porém, nem posso
publicar os comentários, que em geral têm tantos palavrões como os dos
cathartiformes. Igualam-se num belo flaxflu…
Finalmente,
espanta-me que cathartiformes e tapetistas frequentem assiduamente o Mundo
Botafogo, porque eu não vou perder tempo aos blogues deles. Porém, compreendo
que se querem aprender algumas atitudes desportivas dignas só num blogue
botafoguense o conseguem. Mas aviso que continuarei o ‘delete in’ – com imenso
ímpeto.
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