[Nota
preliminar: Título, subtítulo e excerto de texto de artigo publicado na Placar
Magazine, nº 63, de 28.05.1971, sobre o campeonato carioca de 1971 que o
Botafogo viria a perder.]
“Quem
pode com êste time, que ganha tanto que suas vitórias se transformaram em
problema? Quem vai salvar o Campeonato Carioca, que para todo o mundo já tem um
dono: o Botafogo, o time Invencível?
Ganhar é ótimo, mas ganhar de mais nem sempre
é um bom negócio. Pelo menos é isso que acontece no Rio: o Botafogo tem o
ataque mais positivo, o artilheiro do Campeonato, a defesa menos vazada, está
na frente até na tabela das arrecadações – o que nunca foi seu forte. Pena que
o Botafogo esteja tão disparado na liderança, 4 pontos à frente de Fluminense e
Olaria.
Aí começam todas as dores de cabeça de Xisto
Toniato, diretor de futebol do Botafogo. Ele não tem culpa de nada, mas a bomba
vai estourar na sua mão: com Flamengo e Vasco a perder de vista, as rendas vão
cair. Como é que Xisto vai pagar os salários do elenco milionário que conseguiu
formar na base da conversa?
O Botafogo disparado, dono mesmo da bola – é
líder invicto até nos juvenis. Todo mundo levando fé no seu time, até os
adversários.”
Nota do
Mundo Botafogo: É certo que o Botafogo foi escandalosamente ROUBADO no último
jogo em que o Fluminense se sagrou campeão carioca de 1971, e não o timaço do
Glorioso, mas convém lembrar que chegamos a ter cinco pontos na frente, o que
equivaleria hoje a sete pontos, e acabamos por perdê-los gradualmente. É a
prova que a confiança excessiva dá maus resultados. Aconteceu mais do que uma
vez na nossa história. É como quando os amantes iniciam o seu romance: tomam
todos os cuidados para não serem descobertos, mas à medida que o tempo passa a
confiança aumenta e acabam por se desleixar nos cuidados e são descobertos pelo
cônjuge de um deles. Nós, acabamos por perder muitos pontos e… títulos!
Fonte:
Placar Magazine, nº 63, de 28.05.1971; Imagem: Falta sobre o goleiro Ubirajara que o árbitro não assinalou, roubando o título para o Fluminense.
2 comentários:
Só aquele pulha do marçal filho não viu essa falta escandaloso. Estava atrás do gol e não acreditei quando o ladrão validou o gol. Achei que aquele seria o maior rouba que o Botafogo poderia sofrer. Ledo engano, roubos muito piores viriam mais adiante. Aquele campeonato me tirou a ilusão de que futebol só se ganhava dentro de campo. Abs e SB!
Ele ver, viu, mas talvez alegue que por um instante pestanejou mais intensamente e teve dificuldade de observar...
Esse não foi o 1º roubo. Como leio a história toda do BFR, muito antes disso, já desde a década de 1930, os cathyartiformes e os fluminenses tinham o benepláicto das arbitragens. Mas como os espectarores desse tempo já praticamente morreram todos, a memória perde-se.
Abraços Gloriosos.
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