A
alma do torcedor botafoguense estava machucada pelos últimos anos. Campeão do
Estadual em 2006, o Clube da estrela Solitária engatou uma sequência de finais
– 2007, 2008 e 2009 – mas todas foram perdidas para o Flamengo
[com a habitual inética e escandalosa contribuição das arbitragens].
Em
2010 o Alvinegro começou mal, m,uito mal. Levou uma surra de 6 a 0 para o Vasco
da Gama no Engenhão […] e passou a ser
apontado pelos especialistas [invariavelmente flamenguistas] como o pior time do Rio. […] Mas aí veio Joel Santana [e Loco Abreu,
a figura do campeonato].
Aos
poucos ajeitou a equipe, que foi vencendo os clubes pequenos e conseguiu se
classificar para as semifinais da Taça Guanabara contra o Flamengo.
[…] O que se viu foi um valente Glorioso
despachar o rival por 2 a 1 e garantir a vaga na final. […]
E
o adversário da decisão seria jjustamente o embalado Vasco da gama, carrasco
dos alvinegros no turno. Desta vez, diziam, o Botafogo cairia. Só que o
alvinegro […] venceu o
Cruzmaltino de forma incontestável, por 2 a 0. […]
O
Glorioso seguiu sua caminhada vitoriosa pela Taça Rio.
[…] e o adversário da decisão de 2010
seria justamente o Rubro-negro. […]
Se
o Botafogo lutava pelo resgate da honra, o Flamengo também tinha uma motivação
extra para o título – conquistar um inédito tetracampeonato estadual, marca já
alcançada pelo time da Estrela Solitária. […]
Ronaldo
Angelim segurou Fábio ferreira dentro da área, em penalidade bem apitada por
Gutemberg de Paula. E Herrera foi para a bola.
[…]
O
goleiro rubro-negro, cujo nome não merece ser mencionado, fora o grande herói
nessas ocasiões [tri em 2007-08-09]. Herrera cobrou forte, no meio, e colocou o
Botafogo na frente do Placar. […]
A
redonda caiu nos pés de Vágner Love, que só teve o trabalho de empurrar quase
em cima da linha: 1 a 1 no finzinho da etapa. […]
O
Botafogo seguiu concentrado […] e
sempre jogando com calma […] veio o
lance inesquecível.
Tudo
começou com mais um pênalti. […] Loco Abreu […] correu para a
bola e deu um toque suave, cruel, de cavadinha. E enquanto o arqueiro
adversário, algoz dos anos anteriores, caía desmoralizado de bunda no chão, a
pelota subiu e desceu devagarzinho, bem no meio do gol, tocando caprichosamente
o travessão superior antes de entrar. Era o gol do título. […]
E
para completar as pazes com os pênaltis […] Fahel fez falta em Ronaldo Angelim dentro da área. Na cobrança o
gigante Adriano, que jamais havia desperdiçado uma penalidade. Mas quem se
agigantou foi Jefferson […] para
confirmar o título do Glorioso.
Um
dia perfeito, uma final inesquecível. De lavar a alma.
[Além da narração de partes do jogo, Auriel de Almeida
ainda faz destaques especiais sobre Loco Abreu e Jefferson]
FIM DA RUBRICA
Excerto autorizado pelo autor. In: ALMEIDA, A. (2012). Jogos Memoráveis do Botafogo. Rio de Janeiro: ed. iVentura, pp. 195
a 198 (à venda nas livrarias Travessa e Saraiva ou no portal www.iventura.com.br)
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