“Um
texto da grande mídia me chamou particularmente a atenção na semana passada. O
motivo é que ele era extraordinariamente revelador da mentalidade que domina as
corporações jornalísticas. Fernando Rodrigues escreveu sobre o
‘constrangimento’ imposto ao ‘homem mais rico do país’, Jorge Paulo Lemann, por
este ser obrigado a usar o elevador comum numa visita a Dilma no Palácio do
Planalto. Usar elevador comum é fonte de constrangimento. Um fotógrafo
reconheceu Lemann e registrou a cena. Rodrigues classificou-a, triunfante, como
um ‘furo’.
Na Escandinávia juízes da Suprema Corte se locomovem de
bicicleta de casa rumo ao trabalho. Dirigem seus próprios carros, pagam suas
contas, lavam suas roupas. E dividem os elevadores com as pessoas que querem
subir ou descer. Primeiros-Ministros também.
No Brasil, um empresário pegar o elevador comum é um
embaraço. É uma coisa que reflete o que os jornalistas vêem em seu ambiente de
trabalho. Quase sempre, quando os patrões chegam, os elevadores são
imperialmente bloqueados aos demais funcionários. Sua Majestade chegou.”
–
Paulo Nogueira, Blog dos Desenvolvimentistas
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