terça-feira, 28 de julho de 2015

Um gloriosíssimo dia de 2010...

18 de abril de 2010. Jogo da decisão da Taça Rio e simultaneamente, caso o Botafogo ganhasse, seria o jogo da decisão do campeonato carioca, já que o Glorioso ganhara a Taça Guanabara anteriormente.

Frente a frente no Estádio do Maracanã estavam pelo 4º ano consecutivo o sempre-em-pé Botafogo e o time da carniça flamenguista. O Flamengo fora tricampeão estadual em 2007-2008-2009 sempre em cima do Botafogo com a ajuda escandalosa de vermes do apito, sem ética nem moral, e preparava-se para ganhar o seu 1º tetracampeonato de futebol. Porém, a federação esqueceu-se de nomear Marcelo de Lima Henrique ou Djalma Beltrami ou Péricles Bassols para a arbitragem e não deu outra coisa que não fosse Botafogo campeão de 2010, 21 anos depois de 21 – isto é, 1968-1989-2010 (intervalos de 21 anos).

O Globoesporte e a Lancenet radiografaram o Botafogo como a 4ª força do Rio, sempre em condições inferiores a Vasco da Gama, Fluminense e Flamengo, mas, afinal, ganhamos tudo de todos: o Botafogo bateu o favorito Flamengo na semifinal da Taça Guanabara, bateu o favorito Vasco da Gama na final da Taça Guanabara; bateu o favorito Fluminense na semifinal da Taça Rio; bateu o favorito Flamengo na final da Taça Rio.

O Botafogo provou que Mancini, Cuca e Andrade não eram os ‘tais’; provou que Dodô não fazia nenhuma falta ao Botafogo nem ‘explodiu’ como era sugerido no início do campeonato; provou que Fred não chegou para concretizar a profecia de Cuca sobre vir a ser campeão carioca; provou que o ‘Império dos Gringos’ Loco Abreu e Herrera era muito superior ao ‘Império do Amor’ Adriano e Vagner Love.

Herrera abriu o marcador para o Botafogo cobrando uma grande penalidade aos 22 minutos de jogo, mas já ao cair da 1ª parte, Vagner Love empatou para o Flamengo aos 44 minutos.

Num jogo muito tenso, o Flamengo cometeu novamente grande penalidade (na esperança de não ser marcada contra eles, como de costume) e o árbitro assinala a marca dos 11 metros. O uruguaio Loco Abreu é chamado para a cobrança e encara o ‘arrepiante’ goleiro Bruno, atualmente preso sob a acusação de mandante do assassínio de uma das suas amantes. Aos 71’ Loco Abreu desloca o goleiro para o lado direito com uma cavadinha que bate na parte interior do travessão e se aninha no fundo da baliza, deixando Bruno de bunda escarranchada no chão. Botafogo 2x1.

Nessa tarde, Loco Abreu sucedeu a Túlio ‘Maravilha’ como ídolo botafoguense.

Porém, o jogo ainda tinha algo mais para consagrar: o magnífico guardião botafoguense Jefferson. Já no enfiamento final da partida o árbitro assinalou grande penalidade a favor do flamengo e Adriano encaminha-se para a cobrança. Adriano nunca desperdiçara a cobrança de uma grande penalidade e a ‘nassão’ esperava obviamente o empate. Porém, Jefferson lançou-se apenas no último nanossegundo, adivinhou onde Adriano bateu a bola e… defendeu!!!

O flamengo já não tinha ânimo para mais nada depois de o seu ídolo Bruno, o ‘matador’, tomar uma cavadinha, e o seu ídolo Adriano ficar de cara à banda com a grande penalidade defendida pelo melhor goleiro do Brasil.

E o ‘azarão’ virou CAMPEÃO!

» 2010 sem zeros = 21.
» [17 (Herrera) + 13 (Loco)] - 9 (Love) = 21.
» O placar na ordem do mando de campo: 1x2 – invertido, 21.
» O nº 4 (Fábio Ferreira sofre penalty) + 17 (convertido por Herrera) = 21.
» Como se não bastasse... Sebastian Abreu + Herrera = 21 letras.
» Santas coincidências, São Carlito Rocha das Gemadas Milagrosas!

O proclamado ‘azarão’ foi CAMPEÃO DE TUDO em 2010 e os cathartiformes comemoraram o PENTA-TRI VICECAMPEONATO nos seus ensaios para o sempre abortado tetra campeonato!

Perante 60.748 pessoas (50.303 pagantes) o Botafogo, comandado por Joel Santana, alinhou com Jefferson, Fábio Ferreira, Antônio Carlos e Fahel; Alessandro, Leandro Guerreiro, Túlio Souza (Caio), Renato (Edno) e Somália; Herrera e Loco Abreu.

O Botafogo conquistou, ainda, o Troféu Tupi 75 Anos.

Os campeões: Leandro Fahel Matos, 17 jogos; Leandro Luchese Guerreiro, 17; Caio Canedo Corrêa, 17; Marcelo Cordeiro de Souza, 17; Jefferson de Oliveira Galvão, 16; Germán Gustavo Herrera, 16; Lúcio Flávio dos Santos, 16; Washington Sebastián Abreu Gallo (Loco Abreu), 15; Fábio Ferreira da Silva, 14; Alessandro da Conceição Pinto, 13; Eduardo da Silva Nascimento Neto, 13; Antônio Carlos dos Santos Aguiar, 13; Paulo Rogério Reis Silva (Somália), 12; Wellington Oliveira dos Reis, 11; Renato Adriano Jacó de Morais (Renato Cajá), 9; Édno Roberto Cunha, 8; Sandro Laurindo Silva, 6; Rodrigo Andrade da Silva (Diguinho), 5; Danny Bittencourt Morais, 4; Jancarlos de Oliveira Barros, 4; Renan dos Santos, 4; Luiz Carlos Caetano de Azevedo Júnior, 3; Túlio Gustavo Cunha Souza, 3; Jorge Luiz da Costa, 2; Édson Henrique da Silva, 2; Gabriel Henrique Silva, 2; Wellington Cândido da Silva Júnior, 1; Rodrigo Corrêa Dantas, 1; Felipe Lima Lopes, 1; Alexssander Medeiros de Azeredo (Alex), 1. Técnicos: Estevam Eduardo Lemos Soares (3 jogos), Jair Zaksauskas Ribeiro Ventura (interino, 1 jogo) e Joel Natalino Santana (15 jogos).

Artilheiros: Loco Abreu, 11 gols; Herrera, 9; Caio, 7; Marcelo Cordeiro, 5; Antônio Carlos, 2; Fábio Ferreira, 2; Fahel, 2; Renato Cajá, 1; Lúcio Flávio, 1; Wellington Júnior, 1; Gabriel, 1; Diguinho, 1; Alessandro, 1.

Pesquisa de Pedro Varanda (colaborador do Mundo Botafogo) e Rui Moura (editor do Mundo Botafogo).

2 comentários:

Sergio Di Sabbato disse...

Esse jogo foi uma loucura. O Loco Abreu quase me deixou louco e na hora que o Adriano foi bater o penâlti, disse prá mim mesmo: o Jeferson vai defender. Amigos meus que foram ao jogo e estavam atrás do gol do Jeferson, me disseram que a torcida gritou tantos impropérios para o Adriano, principalmente em relação a ex namorada, que ele ficou completamente desconcentrado e, diante do monstro de goleiro que é o Jeferson, concentrado já é difícil, iminagina sem a concentração. Torcida não ganha jogo, mas pode ajudar a ganhar. Abs e SB!

Ruy Moura disse...

Loucura é pouco, Sergio... Presenciei ao vivo as emoçõe sda conquista do campeonato carioca e da taça guanabara em 1968 e a estreia do Botafogo dono do nosso atual estádio contra o River Plate, que muito me emocionou. Mas talvez o mais delirante tenha sido um quarto momento que acompanhei na televisão: a decisão de 2010. Jamais me esquecerei de mais um baile dado aos cathartiformes: o 'matador' esparramado de bundo no chão e a expressão trágico-suicida de Adriano na perda do pênalti tão bem defendido, são duas imagens que jamais sairão da minha mente e jamais deixarão de constituir mais duas espinhas cravadas na gargantas dos imundos da Gávea.

Abraços Gloriosos.os três primeiros e por televisão quatro momentos muito emocionantes

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