“Um dos grandes
problemas para a decadência do nosso futebol é que todos – incluo aí
técnicos, jornalistas e torcedores – pararam de ser exigentes com o desempenho
dos nossos jogadores e das equipes e de cobrar sempre o melhor futebol
e bons jogos. Infelizmente, hoje, quem reclama por uma melhor qualidade do
esporte é taxado de chato e saudosista. […] Trocamos a exigência de qualidade pelo
imediatismo. O
que vale agora é o jogo da próxima rodada ou até os próximos cinco minutos. Não
temos mais vitórias, temos atos ‘heróicos’ e ‘históricos’ – mesmo nos
triunfos que ocorrem na primeira rodada do Campeonato Estadual – e vemos o
surgimento de um craque por semana. Do mesmo jeito uma simples derrota
já é classificada como um desastre ou vexame. […] Fico
chocado também quando a torcida começa a gritar: ‘Raça! Raça! Raça!’. O certo
seria gritar ‘Queremos futebol!’" – Humberto Peron, in Peron na Arquibancada –
Globoesporte.com
Comentário
completo em http://globoesporte.globo.com/blogs/especial-blog/peron-na-arquibancada/post/mais-exigencia-menos-imediatismo.html
Comentário
do Mundo Botafogo: Concordando completamente com Humberto Peron, acrescento que
a questão não é conjuntural de “técnicos, jornalistas e torcedores”, mas um
problema sistêmico de inexistência de escolas qualificadas de de jogadores, de
treinadores e de árbitros, além de um escandaloso problema de dirigismo
corrupto e um gravíssimo problema de (in)ética jornalística, que são situações aparentemente
aceites pela maioria dos torcedores na medida em que não reagem organizadamente
à inética, à corrupção, à mediocridade. O quadro global é de completa
desresponsabilização das lideranças e submissão dos adeptos do futebol à
mediocridade generalizada.
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