segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Voz de Peron: mais exigência, menos imediatismo no futebol

Um dos grandes problemas para a decadência do nosso futebol é que todos – incluo aí técnicos, jornalistas e torcedores – pararam de ser exigentes com o desempenho dos nossos jogadores e das equipes e de cobrar sempre o melhor futebol e bons jogos. Infelizmente, hoje, quem reclama por uma melhor qualidade do esporte é taxado de chato e saudosista. […] Trocamos a exigência de qualidade pelo imediatismo. O que vale agora é o jogo da próxima rodada ou até os próximos cinco minutos. Não temos mais vitórias, temos atos ‘heróicos’ e ‘históricos’ – mesmo nos triunfos que ocorrem na primeira rodada do Campeonato Estadual – e vemos o surgimento de um craque por semana. Do mesmo jeito  uma simples derrota já é classificada como um desastre ou vexame. […] Fico chocado também quando a torcida começa a gritar: ‘Raça! Raça! Raça!’. O certo seria gritar ‘Queremos futebol!’" – Humberto Peron, in Peron na Arquibancada – Globoesporte.com


Comentário do Mundo Botafogo: Concordando completamente com Humberto Peron, acrescento que a questão não é conjuntural de “técnicos, jornalistas e torcedores”, mas um problema sistêmico de inexistência de escolas qualificadas de de jogadores, de treinadores e de árbitros, além de um escandaloso problema de dirigismo corrupto e um gravíssimo problema de (in)ética jornalística, que são situações aparentemente aceites pela maioria dos torcedores na medida em que não reagem organizadamente à inética, à corrupção, à mediocridade. O quadro global é de completa desresponsabilização das lideranças e submissão dos adeptos do futebol à mediocridade generalizada.

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