“Supersticioso, eu? Por quê? Só porque vou a todos os jogos de paletó e gravata?” – Salim Simão
O Botafogo é, provavelmente, o clube mais supersticioso do Brasil, quiçá de todo o mundo, especialmente desde tempo em que Carlito Rocha, seu presidente, lançou mão de todas as superstições com vista a ser campeão.
Sucede que Carlito Rocha, após 13 anos de jejum de títulos, levou o Botafogo, em 1948, a um título de campeão carioca bastante improvável contra a máquina vascaína conhecida por ‘expresso vitória’ – a mais temida equipa sul-americana da época.
Os acontecimentos estranhos foram sempre apanágio do clube, desde a fundação do Club de Regatas Botafogo, passando pela Tragédia da Piedade e o abandono da liga carioca em 1911, até à fusão dos dois Botafogos após o falecimento súbito de um atleta de basquetebol durante um jogo entre ambos os clubes do bairro.
Os acontecimentos bem estranhos levaram a que o jornalista Armando Nogueira eternizasse a frase “Há coisas que no universo só acontecem ao Botafogo”.
Efectivamente, o Botafogo conquistou os títulos mais inesperados e perdeu os que pareciam mais seguros. Por exemplo, foi vice-campeão brasileiro em 1972 e em 1992, apesar de conquistar mais pontos que os campeões Palmeiras e Flamengo, devido à regra de decisão em finais. Durante a gloriosa Era de Garrincha e de um ataque formidável que foi bicampeão do mundo pelo Brasil, o Botafogo não conquistou nenhum título internacional, mas em 1993, com uma equipa mediana, tornou-se campeão da copa sul-americana (Conmebol). O Botafogo ganhou campeonatos inesperados, tal como a final imposta à poderosa equipa do Fluminense, em 1957, com uma goleada de 6x2, e perdeu competições “quase certas”, como a final da Copa do Brasil, em 1999, na qual o Botafogo não conseguiu, no Maracanã, perante um público superior a cem mil alvinegros, mais do que um empate a 0x0 que deu o título ao Juventude.
Acrescentando as tragédias que ocorreram com elementos das equipas do Botafogo, a perda de sedes e de estádio, as arbitragens maioritariamente desfavoráveis, as originalidades mais inesperadas, etc., estamos perante um clube com uma história indubitavelmente notável, mas recheada de estranhezas que reforçam o ditado de que “há coisas que só acontecem ao Botafogo”.
No Botafogo não são apenas as superstições que fazem carreira. Também os sonhos premonitórios da sorte ou as pragas prenunciadoras do azar estão presentes.
No primeiro caso há o exemplo do sonho ocorrido com José Lins do Rego, em 1945, citado por Milton Coelho: “O escritor acordou sobressaltado na noite da sexta-feira para o sábado. Sonhara que o Vasco vencia o jogo por 1x0. Achou que o sonho tinha sido interrompido e resolveu voltar a dormir para sonhar o resto. Vasco 2x0. José Lins do Rego voltou a acordar, com o coração batendo aflito. Mas seu otimismo não se alterou e ele fez todo o esforço para pegar de novo no sono. Quando despertou definitivamente, tinha um sorriso nos lábios: o Botafogo reagira e empatara por 2x2. No domingo não deu outra coisa”.
No segundo caso, o Botafogo foi alvo de uma das pragas mais conhecidas e antigas no futebol, que ocorreu em 1909 quando o Botafogo aplicou a goleada de 24x0 no Mangueira. No final do jogo, o diretor mangueirense praguejou: ‘Durante vinte anos vocês hão de sofrer’. A praga foi de efeito retardado, pois ainda no ano seguinte, o Botafogo conquistou o título. Mas só em 1930 foi novamente campeão carioca”. [ambos os casos in Thelma Linhares, Superstições no futebol brasileiro, em http://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/historia/hist27.htm]
Provavelmente, o Botafogo é o clube com a mais rica mitologia de todos os clubes brasileiros, possuindo ícones próprios, manias, superstições e rituais que fazem parte da história do clube e da sua torcida. Por isso se abre uma nova rubrica sob o título ‘sortilégios’, por serem tantas e com tão notáveis ocorrências.
O Botafogo é, provavelmente, o clube mais supersticioso do Brasil, quiçá de todo o mundo, especialmente desde tempo em que Carlito Rocha, seu presidente, lançou mão de todas as superstições com vista a ser campeão.
Sucede que Carlito Rocha, após 13 anos de jejum de títulos, levou o Botafogo, em 1948, a um título de campeão carioca bastante improvável contra a máquina vascaína conhecida por ‘expresso vitória’ – a mais temida equipa sul-americana da época.
Os acontecimentos estranhos foram sempre apanágio do clube, desde a fundação do Club de Regatas Botafogo, passando pela Tragédia da Piedade e o abandono da liga carioca em 1911, até à fusão dos dois Botafogos após o falecimento súbito de um atleta de basquetebol durante um jogo entre ambos os clubes do bairro.
Os acontecimentos bem estranhos levaram a que o jornalista Armando Nogueira eternizasse a frase “Há coisas que no universo só acontecem ao Botafogo”.
Efectivamente, o Botafogo conquistou os títulos mais inesperados e perdeu os que pareciam mais seguros. Por exemplo, foi vice-campeão brasileiro em 1972 e em 1992, apesar de conquistar mais pontos que os campeões Palmeiras e Flamengo, devido à regra de decisão em finais. Durante a gloriosa Era de Garrincha e de um ataque formidável que foi bicampeão do mundo pelo Brasil, o Botafogo não conquistou nenhum título internacional, mas em 1993, com uma equipa mediana, tornou-se campeão da copa sul-americana (Conmebol). O Botafogo ganhou campeonatos inesperados, tal como a final imposta à poderosa equipa do Fluminense, em 1957, com uma goleada de 6x2, e perdeu competições “quase certas”, como a final da Copa do Brasil, em 1999, na qual o Botafogo não conseguiu, no Maracanã, perante um público superior a cem mil alvinegros, mais do que um empate a 0x0 que deu o título ao Juventude.
Acrescentando as tragédias que ocorreram com elementos das equipas do Botafogo, a perda de sedes e de estádio, as arbitragens maioritariamente desfavoráveis, as originalidades mais inesperadas, etc., estamos perante um clube com uma história indubitavelmente notável, mas recheada de estranhezas que reforçam o ditado de que “há coisas que só acontecem ao Botafogo”.
No Botafogo não são apenas as superstições que fazem carreira. Também os sonhos premonitórios da sorte ou as pragas prenunciadoras do azar estão presentes.
No primeiro caso há o exemplo do sonho ocorrido com José Lins do Rego, em 1945, citado por Milton Coelho: “O escritor acordou sobressaltado na noite da sexta-feira para o sábado. Sonhara que o Vasco vencia o jogo por 1x0. Achou que o sonho tinha sido interrompido e resolveu voltar a dormir para sonhar o resto. Vasco 2x0. José Lins do Rego voltou a acordar, com o coração batendo aflito. Mas seu otimismo não se alterou e ele fez todo o esforço para pegar de novo no sono. Quando despertou definitivamente, tinha um sorriso nos lábios: o Botafogo reagira e empatara por 2x2. No domingo não deu outra coisa”.
No segundo caso, o Botafogo foi alvo de uma das pragas mais conhecidas e antigas no futebol, que ocorreu em 1909 quando o Botafogo aplicou a goleada de 24x0 no Mangueira. No final do jogo, o diretor mangueirense praguejou: ‘Durante vinte anos vocês hão de sofrer’. A praga foi de efeito retardado, pois ainda no ano seguinte, o Botafogo conquistou o título. Mas só em 1930 foi novamente campeão carioca”. [ambos os casos in Thelma Linhares, Superstições no futebol brasileiro, em http://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/historia/hist27.htm]
Provavelmente, o Botafogo é o clube com a mais rica mitologia de todos os clubes brasileiros, possuindo ícones próprios, manias, superstições e rituais que fazem parte da história do clube e da sua torcida. Por isso se abre uma nova rubrica sob o título ‘sortilégios’, por serem tantas e com tão notáveis ocorrências.
Sem comentários:
Enviar um comentário