quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Originalidades, década de 1960

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“Esse é o Botafogo que eu gosto, esse é o Botafogo que eu conheço. Quanto tempo esperando este momento, meu Deus, deixa eu festejar que eu mereço” – versos eternizados por Beth Carvalho

· FAIR PLAY. Garrincha foi o criador do maior lance de fair play do desporto mundial durante o jogo Botafogo x Fluminense de 27 de Março de 1960: Pinheiro foi rebater uma bola e estoirou um músculo; a bola sobrou para Garrincha que invadiu a área e podia fazer o gol, mas viu Pinheiro caído e, tranquilamente, como se fizesse a coisa mais natural do mundo, atirou a bola para fora. Era um Gandhi do futebol florescendo, subitamente, em meio ao incêndio das paixões de um jogo. Altair, quando foi bater o arremesso, compreendeu que tinha de retribuir. E foi do Botafogo a bola, dando início a uma tradição brasileira, que ganhou o mundo [relatado por Duda Guennes, A Bola].

· 120 TÍTULOS NUM SÓ ANO. O Botafogo obteve um feito inédito de nível mundial ao conquistar 120 títulos durante o ano de 1962, tornando-se um campeão da cabeça aos pés (xadrez, futebol…) e um campeão de terra, mar e ar (basquetebol, remo, aeromodelismo…). Esta designação de “campeão de terra, mar e ar” foi-lhe atribuída pelo Comitê Olímpico Internacional em virtude de o Botafogo ter sido a entidade poliesportiva que conquistou títulos em todas as categorias desportivas em que participou nesse ano.

· CLÁSSICO DOS ‘REIS’. Botafogo x Santos constituiu-se como o maior clássico do futebol brasileiro da década de 1960 do século XX. De um lado estava Garrincha, o rei do drible, do outro lado estava Pelé, o rei do futebol e atleta do século eleito pela FIFA. Ambos foram naturalmente eleitos para a selecção FIFA do século.

· NÚMERO 7. No Botafogo, a maior honra dos grandes craques não consiste em usarem a habitual camisa 10, mas carregar nas costas o número 7, imortalizado pelos dribles geniais de Garrincha que marcaram os meados da década de 1950 até meados da década de 1960.

· CAMISA IMORTALIZADA. O Botafogo é o único clube brasileiro que tem uma camisa imortalizada no Museu Internacional do Futebol. É a gloriosa camisa 7, usada por Mané Garrincha.

· DRIBLES NUM METRO QUADRADO. No jogo da final do campeonato carioca de 1962, Garrincha esteve quase dois minutos de posse de bola no espaço mínimo de um metro quadrado, cercado por Carlinhos, Jordan e Gérson.

· OS CLUBES DE AMOROSO. Amoroso fez parte do temível ataque do Botafogo bicampeão carioca em 1961-1962 e depois ingressou no Fluminense. Anos mais tarde, questionado sobre o seu clube do coração, respondeu: “Eu tenho três times: o Botafogo, o Fluminense e qualquer um que jogue contra o Flamengo!”

· A QUINTESSÊNCIA DO FUTEBOL. Garrincha, em excursão na América latina, deu um ‘baile’ em Gambetta, o grande lateral argentino conhecido como ‘El Campin’. Numa disputa de bola junto à linha lateral, Garrincha driblou seguidamente Gambetta. Este caía, levantava-se e caía de novo a cada drible. Seria driblado até morrer, mas não desistiria. Em pleno combate, os dois saíram sem querer pela lateral e os dribles continuaram no relvado ao lado do campo. O juiz e o bandeirinha podem ter visto, mas não ousaram interromper a beleza do lance. A jogada só foi paralisada pelo apito do juiz quando os dois já estavam no asfalto em volta do campo – ali estava a quintessência do futebol.

· JUIZ DRIBLADO. Numa partida contra o Vasco da Gama, Garrincha iniciou um ataque fulminante, deixando Bellini, Orlando e Coronel para trás e seguiu em flecha para a meta vascaína. O juiz Amílcar Ferreira tentou acompanhar a jogada, mas Garrincha parou bruscamente, girou e seguiu noutra direcção. O árbitro enrolou-se nas próprias pernas e caiu no relvado, tal e qual um ‘João’, com o público em delírio. Quando passou por Garrincha na jogada seguinte deu bronca: “Mais respeito comigo. Se me der outro drible destes, te boto pra fora”.

· MISSES BRASIL BOTAFOGUENSES. O Botafogo deu, em 1965, a sua quinta e última Miss ao Brasil. Em menos de quatro décadas, o Botafogo viu cinco das suas representantes de origem serem galardoadas com o título de Miss Brasil: Olga Bergamini de Sá em 1929, Vânia Pinto em 1939, Adalgisa Colombo em 1958, Gina Macpherson em 1960 e Maria Raquel de Andrade em 1965.

4 comentários:

Gustavo disse...

Meu nome é Gustavo (phantom), faço parte da direção do CANALBOTAFOGO. Parabéns pelo Blog, está realmente muito bom. Posso, aqui, aprender bastante sobre fatos e curiosidades do Botafogo.
Saudações Alvinegras

Ruy Moura disse...

Obrigado, Gustavo. Espero que este tributo ao Botafogo possa ser bom para todos os internautas. O material de que disponho corresponde a três anos de pesquisa e penso que ficará muito completa a história botafoguense. Saudações amigas.

Samuel disse...

Cheguei aqui procurando "fair play garrincha". Parabéns pelo blog! Rolei de rir com o drible no juiz. rsrsrs

Ruy Moura disse...

Pois é, Samuel, no futebol nunca conheci nada mais puro nem alegre como Garrincha. Uma vida curta e plena.

Obrigado pelo elogio ao blogue.

Abraços Gloriosos!

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