Aloysio Ferreira de Araujo foi roupeiro do Botafogo durante décadas (desde 1932 até aos anos sessenta) e as suas superstições eram famosas, desde o tempo de Carlito Rocha. A alcunha de “Birruma” tem origem em uma ocasião Aloysio encontrar um jogador fazendo um buraco na porta de um quarto de hotel, de martelo e pregão, para espiar um casal. Então, o nosso querido roupeiro chamou-lhe a atenção: “Ô seu filhote de burro: porque você não usa uma ‘birruma’?” Um outro membro do grupo e ‘intelectual’, escutou e gozou: “Filhote de burro é você. Não é ‘birruma’, ouviu? É ‘verruma’, entendeu?”. A alcunha pegou.
‘Birruma’ foi o homem das superstições no Botafogo durante mais de três décadas, seguindo as peugadas de Carlito Rocha. Por exemplo, na final de 1957 contra o Fluminense, o velho ônibus do Botafogo pifou à entrada do Maracanã, mas o engenhoso motorista Arlindo descobriu que conseguia entrar de marcha à ré. Como o Botafogo goleou o Fluminense por 6x2 e arrecadou o título, o supersticioso de plantão queria obrigar Arlindo a entrar sempre de marcha à ré. O que ele não fez…
Nesse campeonato ainda aconteceu uma coisa curiosa. João Saldanha dizia não ter superstições, mas depois de um jogo em que o Botafogo venceu o América, o roupeiro Aloysio faltou na terça-feira quando os jogadores iniciavam os treinos para o jogo seguinte. Na quarta-feira, Saldanha deu uma bronca em Aloysio, que lhe disse que tinha ido à praia para ver se afastava uma indisposição. Mas como o Botafogo tornou a vencer no Domingo Saldanha pediu a Aloysio, após o jogo, que faltasse na terça-feira. E assim aconteceu todas as terças feiras até o Botafogo terminar campeão carioca de 1957.
Noutra final, a do campeonato carioca de 1962, Aloysio acordou cedo, colocou as superstições na balança e decidiu que o Botafogo iria disputar a final com o Flamengo usando as habituais camisas compridas – era Dezembro e o Rio de Janeiro estava em pleno Verão, mas o Botafogo foi campeão.
Aloysio também contou algumas superstições de outros. Por exemplo, de Aymoré Moreira, goleiro do Botafogo nos anos trinta, aconteceu que ao usar pela primeira vez uma camisa branca, o goleiro viu o seu Botafogo vencer fácil. Então, adoptou essa camisa para os jogos seguintes e não permitia que a lavassem. A camisa ficou cor de cinza e ninguém suportava o mau cheiro quando se abria o armário do Aymoré. Ao fim de 15 jogos sem derrotas a camisa estava ‘insuportável’. Então, Aloysio resolveu lavar a camisa e no jogo seguinte o Botafogo perdeu.
A figura de Aloysio acompanhou o quotidiano do Botafogo durante mais de três décadas e revelou-se imprescindível à equipa e ao convívio típico daqueles tempos. No livro de João Saldanha, Histórias do Futebol, é bem patente a dimensão supersticiosa, solidária e divertida de Aloysio ‘Birruma’.
Nota do Mundo Botafogo: Em 28.07.2019 o editor substituiu o nome 'Aloísio por 'Aloysio' a pedido do seu neto em comentário não identificado, acreditando-se que o autor do comentário tenha verificado realmente que no registro de nascimento o nome é 'Aloysio', porque em livros publicados, em artigos e publicações diversas (incluindo as fontes principais mencionadas), o nome que consta sempre é 'Aloísio de Araújo' e não 'Aloysio de Araujo'.
Fontes principais: João Saldanha (1994), Histórias do Futebol, Rio de Janeiro: Editora Revan; http://fantasmadomaracana.blogspot.com/2007_04_01_archive.html
‘Birruma’ foi o homem das superstições no Botafogo durante mais de três décadas, seguindo as peugadas de Carlito Rocha. Por exemplo, na final de 1957 contra o Fluminense, o velho ônibus do Botafogo pifou à entrada do Maracanã, mas o engenhoso motorista Arlindo descobriu que conseguia entrar de marcha à ré. Como o Botafogo goleou o Fluminense por 6x2 e arrecadou o título, o supersticioso de plantão queria obrigar Arlindo a entrar sempre de marcha à ré. O que ele não fez…
Nesse campeonato ainda aconteceu uma coisa curiosa. João Saldanha dizia não ter superstições, mas depois de um jogo em que o Botafogo venceu o América, o roupeiro Aloysio faltou na terça-feira quando os jogadores iniciavam os treinos para o jogo seguinte. Na quarta-feira, Saldanha deu uma bronca em Aloysio, que lhe disse que tinha ido à praia para ver se afastava uma indisposição. Mas como o Botafogo tornou a vencer no Domingo Saldanha pediu a Aloysio, após o jogo, que faltasse na terça-feira. E assim aconteceu todas as terças feiras até o Botafogo terminar campeão carioca de 1957.
Noutra final, a do campeonato carioca de 1962, Aloysio acordou cedo, colocou as superstições na balança e decidiu que o Botafogo iria disputar a final com o Flamengo usando as habituais camisas compridas – era Dezembro e o Rio de Janeiro estava em pleno Verão, mas o Botafogo foi campeão.
Aloysio também contou algumas superstições de outros. Por exemplo, de Aymoré Moreira, goleiro do Botafogo nos anos trinta, aconteceu que ao usar pela primeira vez uma camisa branca, o goleiro viu o seu Botafogo vencer fácil. Então, adoptou essa camisa para os jogos seguintes e não permitia que a lavassem. A camisa ficou cor de cinza e ninguém suportava o mau cheiro quando se abria o armário do Aymoré. Ao fim de 15 jogos sem derrotas a camisa estava ‘insuportável’. Então, Aloysio resolveu lavar a camisa e no jogo seguinte o Botafogo perdeu.
A figura de Aloysio acompanhou o quotidiano do Botafogo durante mais de três décadas e revelou-se imprescindível à equipa e ao convívio típico daqueles tempos. No livro de João Saldanha, Histórias do Futebol, é bem patente a dimensão supersticiosa, solidária e divertida de Aloysio ‘Birruma’.
Nota do Mundo Botafogo: Em 28.07.2019 o editor substituiu o nome 'Aloísio por 'Aloysio' a pedido do seu neto em comentário não identificado, acreditando-se que o autor do comentário tenha verificado realmente que no registro de nascimento o nome é 'Aloysio', porque em livros publicados, em artigos e publicações diversas (incluindo as fontes principais mencionadas), o nome que consta sempre é 'Aloísio de Araújo' e não 'Aloysio de Araujo'.
Fontes principais: João Saldanha (1994), Histórias do Futebol, Rio de Janeiro: Editora Revan; http://fantasmadomaracana.blogspot.com/2007_04_01_archive.html
1 comentário:
O nome do meu avô está escrito errado, o correto é Aloysio Ferreira de Araujo, poderia corrigir?
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