Nota preliminar de Mundo Botafogo: Um jornalista
provavelmente ignorante – e insignificante do ponto de vista da análise estatística
– concluiu que o Botafogo ganha mais sem Seedorf do que com Seedorf. O nosso
querido amigo e ‘fanático’ botafoguense Lorismario Simonassi desmonta a grosseria estatística e não
deixa que nos enganemos a nós próprios com conclusões não fundamentadas. Já o 'Tristonho' Garcia, que é engenheiro e não matemático, atropela os fundamentos científicos para brandir argumentos permanentes a favor do Cruzeiro. Agora é um jornalista. Leiam Lorismario Simonassi, que é doutorado e sabe do que fala. Vale a
pena ler.
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Botafogo ostenta invencibilidade de 10 jogos sem Seedorf
Globoesporte.com [reprodução de Fogaonet.com]
A fase de Seedorf não é das melhores. Uma chance
sem goleiro perdida contra o Corinthians e o pênalti cobrado para fora contra o
Cruzeiro ilustram a situação. Mesmo assim, o Botafogo tem resistido no
Campeonato Brasileiro, mantendo a segunda colocação. E ainda que sequer esteja
em campo, o desempenho do time não deixa a desejar.
De uma forma geral, o Botafogo ostenta em 2013
uma invencibilidade de 10 jogos na ausência de Seedorf. Desde sua estreia com a
camisa do clube, o time sofreu apenas uma derrota, exatamente no primeiro jogo
em que ficou fora, quando o Palmeiras venceu por 2 a 0, em Barueri, pela Copa
Sul-Americana.
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Seedorf, de 37 anos, disputou 64 jogos de 79
possíveis desde o primeiro, na derrota por 2 a 1 para o Grêmio, em julho do ano
passado, marcando 21 gols. Com ele em campo, o aproveitamento do Botafogo é de
60,4%. Sem ele, em 15 jogos, aumenta para 66,6%.
Na maratona de jogos imposta pelo calendário do
futebol, o técnico Oswaldo de Oliveira já falou, depois da derrota para o
Cruzeiro, que Seedorf deve sentir a sequência em algum momento. No Campeonato
Brasileiro deste ano, ele ficou fora de três jogos e o Botafogo venceu dois e
empatou um.
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O último deles foi a vitória por 2 a 1 sobre o
Criciúma, em Santa Catarina. No entanto, nesse caso, Seedorf ficou fora por
suspensão, depois de levar o terceiro cartão amarelo na vitória sobre o
Coritiba, no Maracanã.
Seedorf, aliás, está mais uma vez pendurado com
dois cartões amarelos. O jogador costuma ficar os 90 minutos em campo. Nos 19
jogos em que atuou no Campeonato Brasileiro, ele foi substituído apenas cinco
vezes, sempre nos cinco minutos finais ou até nos acréscimos, como aconteceu na
vitória por 2 a 1 sobre o Santos, na Vila Belmiro, domingo passado.
Este ano, Seedorf já ficou fora também por
lesão, quando teve um estiramento na coxa direita. Por isso, inclusive,
desfalcou o time no empate em 2 a 2 com o Atlético-MG, no Independência, pelo
Campeonato Brasileiro.
O próximo jogo é contra o Bahia, domingo, no
Maracanã. Ainda não se sabe a condição física de Seedorf depois de três jogos
consecutivos. O jogador não voltou com o grupo para o Rio de ônibus e se
reapresenta na manhã de sexta-feira no Engenhão.
Fonte primária: Globoesporte.com; Fonte
secundária Fogaonet.com
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por Lorismario Simonassi
Análise de ignorante (ignorante como aquele
que desconhece), Sr. jornalista. Sei, sua intenção foi apenas de informar. Ao
informar temos que saber do que escrevemos, mesmo porque, vocês jornalistas,
formam opiniões. Seu texto é tendencioso. A Tabela mostrada contém dados
confiáveis, mas a análise estatística é mal feita. Creio que por ignorância.
Vamos partir de dois pontos:
1°- A quantidade de jogos totais do Botafogo
utilizada para análise é de 49 jogos. Seedorf jogou 39 destes jogos e não jogou
10. Vamos ao segundo ponto:
2°- Jogando maior número de pontos tem MAIS
probabilidade de ganhar, empatar ou perder. Jogando menos acontece o mesmo só
que com MENOS probabilidade de ganhar, empatar ou perder. Como o que vale para
avaliar a posição no campeonato ou a participação de algum atleta, a MEDIDA
mais adequada para medir o desempenho do jogador Seedorf é o número de pontos
ganhos COM e SEM a participação do referido atleta. Quando os cálculos são
feitos tendo como medida o NUMERO DE PONTOS ganhos COM e SEM o atleta, a conclusão
é outra. Segue a análise com uma MEDIDA MAIS ADEQUADA:
Média de pontos por oportunidade de
participar de jogos:
Com Seedorf: 2,076 e seguindo regra de
arredondamento fica 2,010.
Sem Seedorf: 2,4.
A diferença é de 0,324. Aplicando um teste
estatístico para a amostra de 49 jogos e com um grau de significância de 0,10
verifica-se que a diferença de obtenção de pontos COM e SEM o referido atleta
NÃO É ESTATISTICAMENTE SIGNIFICATIVA. Isto implica em uma outra conclusão diferente da sua e com uma MEDIDA
mais apropriada aos fatos.
Conclusão: A obtenção de mais pontos pelo
Botafogo sem a presença do atleta não se deveu à sua ausência, mas sim a outras
variáveis não identificadas.
Uma provável variável que enviesa as conclusões do jornalista Thales é o
fato de comparar duas amostras quantitativamente e qualitativamente diferentes.
Trinta e nove em um grupo (Grupo COM e 10 no outro Grupo SEM) seguramente
introduz novas variáveis que enviesam mais a análise ou simplesmente
impossibilitam a comparação. São comparações com dados
qualitativamente/quantitativamente incomparáveis. É como comparar urubu com
galinha preta e, sendo assim, completamente incomparáveis.
Nesta linha de não possibilidade de análise há inúmeras variáveis a serem
apontadas além das já citadas. Uma que salta aos olhos do pesquisador neófito é
a diferença entre os times que o Botafogo enfrentou. No Grupo dos 10, cinco
times são do campeonato Carioca e times que jamais entraram no Brasileirão tal
como disputado atualmente. Desta forma, a amostra cairia para cinco eventos (o
grupo de 10 cairia para grupo de cinco uma vez que as variáveis das quais o
autor se valeu para fazer suas comparações são incomparáveis (meus alunos de 2°
período sabem disso). São incomparáveis porque comparam jogos do campeonato
Carioca com campeonato Brasileiro. Haja diferença.
Resumidamente pode-se dizer que a análise do jornalista está enviesada por
n variáveis não controladas. Algumas foram citadas aqui, tais como: 1)
diferenças nos grupos comparados, 2) medidas inadequadamente utilizada 3)
times completamente diferentes nas duas amostras, 4) competições diferentes,
etc...
Não acredito em teoria da conspiração, em maldade, etc... mas sim em incompetência
para analisar. Mas o pior de tudo é que tais análises mal feitas
influenciam os torcedores, lançando-os contra o jogador (Seedorf). Até mesmo
Seedorf pode ser influenciado. Seedorf não é problema. É solução.
Sr. jornalista:
desta vez a aula foi de graça, mas da próxima vez, cobrarei.
2 comentários:
Nosso amigo Lorismario, a quem devo um "testamento", foi bonzinho com o jornalista. O AQIPOSSA não poderia dar tamanha aula ao tendencioso falso jornalista, porém, não ficaria barato a "incompetência" do mesmo.
Lorismario permitiu ao final da relambória matéria de tal ignóbil jornalista, que este tivesse a chance de não repetir o erro.
Erro? Teoria da conspiração? Maldade? Lorismario tem razão. Não se pode acreditar mesmo nisso.
Foi feito pela FlaPress com o real intuito de manipular os torcedores botafoguenses. Assim, sendo, não é erro, nem teoria. É proposital.
Maldade é Tristão ser chamado de matemático.
Maldade com os matemáticos.
Saudações botafoguenses.
Mauro Axlace
Apoiado, Mauro. Esse 'tristonho' faz-me asco por dois motivos fundamentais:
(a) Envergonha os matemáticos sendo ele engenheiro, colocando na linha da incompetência uma disciplina em que ele não se formou nela nem lhe conhece os fundamentos, locupletando-se indevidamente.
(b) É um assassino da Ciência, e assim como há pessoas que não admitem qualquer desvalorização do seu deus, eu não admito qualquer desvalorização da ciência, que nos tem conduzido à descoberta dos mistérios universais e é o único instrumento que temos para tal. Não lhe perdoo que conspurce o instrumento.
Nem sequer lhe tenho asco como indivíduo que pactua com a flapress, porque essa e os seus protagonistas já não me causam asco - é mais do que isso.
Abraços Glorioso!
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