domingo, 5 de janeiro de 2014

Botafogo 3x1 JI-Paraná (RO)

O Botafogo iniciou a sua campanha na Copa São Paulo de Juniores contra uma equipa humilde e esforçada, mas claramente inferior e vinda de uma viagem de 3.000km. que durou dois dias, a qual foi visível em duas lesões e cãibras em todos os demais atletas (exceção do goleiro) do JI-Paraná.

Ainda assim, o ensaio foi positivo, e a gestão do resultado a partir do 3x1 mostrou-se pertinente.

Vale a pena destacar bons ataques realizados pelo Botafogo, com triangulações interessantes e, na 1ª parte, sempre ao primeiro toque, o que não ocorreu na 2º parte e fez diminuir a eficiência do time.

Se o ataque funcionou, em especial no 1º e 3º gols bem articulados, já que o 2º gol resultou de uma enorme confusão na área, no capítulo da defesa as coisas não foram bem. Mesmo enfrentando um time claramente inferior, a defesa bobeou em certos momentos e num deles resultou o gol do JI-Paraná.

A defesa do Botafogo, cujos zagueiros têm a irritante mania de irem ao ataque sem que haja bola parada, mostrou-se frágil. Os zagueiros devem ir à área quando se trata de bolas paradas e pretendem tirar partido da sua estatura, mas não mais do que isso. Ocorre que a ida à frente e uma perda de bola a meio campo do adversário, com o meio campo desarticulado e a defesa completamente aberta, foi possível ao JI-Paraná marcou um justo gol que premiou os seus esforços.

Se observarmos melhor o gol tomado, verifica-se que é exatamente assim que ocorre com o time principal, o que significa que os zagueiros e os laterais aprendem essa horrível mania de irem ao ataque a qualquer preço desde as bases, à boa moda de Márcio Azevedo que ficava lá pela frente e jogo após jogo tomávamos gols nas suas costas.

Permanece a grande pecha dos times brasileiros: bons ataques e péssimas defesas. Coisa que vem de uma cultura individualista de jogar à bola e assente nas imagens dos craques de outrora, mas que hoje não existem mais. O coletivo é muito mais importante e as táticas deram lugar às ‘explosões’ individuais exclusivistas, mas a cultura de todo mundo ir à frente sem organização está enraizada no futebol brasileiro, e como os técnicos não evoluem face aos novos métodos de trabalho e táticas de jogo, bem como as suas dinâmicas, também não conseguem travar essa mania nos times de base. E é lá, nas bases, que ocorrem os primeiros vícios e virtudes. Enquanto não houver treinadores capazes nas bases, o futuro dos clubes brasileiros não será muito risonho. E quando existirem é necessário que também haja treinadores competentes nos times profissionais, coisa que ainda não ocorre, para manterem a orientação.

Se for este o time destacado para o campeonato carioca, então há aparentemente muito trabalho a fazer. Mas há alguns valores que poderão despontar.

FICHA TÉCNICA
Botafogo 3x1 JI-Paraná (RO)
» Gols: Rabello, aos 20’, Vinícius, aos 41’ e Erick, aos 56’ (Botafogo); Yago, aos 46’ (JI-Paraná)
» Competição: Copa São Paulo de Futebol Júnior
» Data: 05.01.2014
» Local: Estádio Prefeito Liberatti, Osasco
» Árbitro: Antonio Ferreira; Assistentes: Luís Alexandre e Fabrício Porfírio
» Botafogo: Douglas; Erick, Rabello, Emerson e Jean; Baiano (Fernandes), Andreazzi, Moraes e Jhonson; Vinícius (Jeferson) e Juninho (Marcelo). Suplentes: Gabriel, Cazu, Guga, Marcelo, Fernandes, Jeferson e Igor. Técnico: Alfredo Cintra.
» JI-Paraná: Patrick; Lucas Marques, Ricardo (Carlos Gabriel), Júnior PM (Dhieysson) e Henrique;  Kenndy, Neilton e Pablo (Fernandinho); Jaílson, Weltinho e Yago. Suplentes: Carlos, Dhieysson, Matheus Moreno, Carlos Gabriel, Fernandinho, Giovanni e Fabrício. Técnico: Luciano de Almeida.

4 comentários:

Sergio Di Sabbato disse...

Rui, a impressão que eu tenho desses jogadores de defesa é que eles só viram partidas de futebol desde pequeno pela tv, pois a maioria não tem a menor noção do que seja posicionamento e os técnicos brasileiros parecem apenas distribuidores de camisa. Eu não sei como são os gramados das divisões inferiores aí na Europa, mas o que se viu ontem em termos de gramado é um absurdo sem tamanho. Deveria ser proibido jogar futebol num gramado daqueles. Sobre o time, gostei de alguns jogadores, que bem trabalhados podem dar frutos. O que me preocupa até o momento são as especulações sobre saídas e contratações. Essa de emprestar o Gilberto foi dose, assim como contratar um goleiro reserva do Figueirense e emprestar um garoto que desde o infantil frequenta as seleções de base. Ou o empresário do Luís Guilherme é muito ruim ou então o garoto não tem empresário. Se o garoto Gilberto foi mal contra os cathiformes, bota na conta do monge oo. Pelo que está se especulando, mais um ano sem planejamento, pois teremos uma penca de volantes e até agora nenhum atacante e a zaga sem reservas a altura. Prá que tanto volante? A única resposta é que o Botafogo quer virar uma fábrica de automóveis. Que diretoria profissional essa do Glorioso. Esse ano vai ser pior do que aquele que passou. Espero que não Abs e SB!

Ruy Moura disse...

Sergio, confesso naõ entender como é que não existe uma cabeça sensata que chama a atenção sobre as absurdas contratações de gente para o meio da equipa quando o ataque é inexistente e a defesa precisa de bons reservas.

O posicionamento dos atletas é de bradar aos céus. Começo até a desconfiar que com o pouco que sei de futebol (não sou daqueles que julga treinador de arquibancada) eu conseguiria melhor posicionamento dos garotos.

Abraços Gloriosos!

Nando disse...

68Rui, Vc sabe se o jogador Jonhatan que passou em uma reportagem no Sportv que estava nas categorias da base do Botafogo esta no clube? abraço

Ruy Moura disse...

Não sei, não, Nando. Confesso que nem o conheço: eu não vi essa reportagem.

Abraços Gloriosos!

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