O Botafogo
iniciou a sua campanha na Copa São Paulo de Juniores contra uma equipa humilde
e esforçada, mas claramente inferior e vinda de uma viagem de 3.000km. que
durou dois dias, a qual foi visível em duas lesões e cãibras em todos os demais
atletas (exceção do goleiro) do JI-Paraná.
Ainda assim,
o ensaio foi positivo, e a gestão do resultado a partir do 3x1 mostrou-se
pertinente.
Vale a pena
destacar bons ataques realizados pelo Botafogo, com triangulações interessantes
e, na 1ª parte, sempre ao primeiro toque, o que não ocorreu na 2º parte e fez
diminuir a eficiência do time.
Se o ataque
funcionou, em especial no 1º e 3º gols bem articulados, já que o 2º gol
resultou de uma enorme confusão na área, no capítulo da defesa as coisas não
foram bem. Mesmo enfrentando um time claramente inferior, a defesa bobeou em
certos momentos e num deles resultou o gol do JI-Paraná.
A defesa do
Botafogo, cujos zagueiros têm a irritante mania de irem ao ataque sem que haja
bola parada, mostrou-se frágil. Os zagueiros devem ir à área quando se trata de
bolas paradas e pretendem tirar partido da sua estatura, mas não mais do que
isso. Ocorre que a ida à frente e uma perda de bola a meio campo do adversário,
com o meio campo desarticulado e a defesa completamente aberta, foi possível ao
JI-Paraná marcou um justo gol que premiou os seus esforços.
Se
observarmos melhor o gol tomado, verifica-se que é exatamente assim que ocorre
com o time principal, o que significa que os zagueiros e os laterais aprendem
essa horrível mania de irem ao ataque a qualquer preço desde as bases, à boa
moda de Márcio Azevedo que ficava lá pela frente e jogo após jogo tomávamos
gols nas suas costas.
Permanece a
grande pecha dos times brasileiros: bons ataques e péssimas defesas. Coisa que
vem de uma cultura individualista de jogar à bola e assente nas imagens dos
craques de outrora, mas que hoje não existem mais. O coletivo é muito mais
importante e as táticas deram lugar às ‘explosões’ individuais exclusivistas,
mas a cultura de todo mundo ir à frente sem organização está enraizada no
futebol brasileiro, e como os técnicos não evoluem face aos novos métodos de trabalho
e táticas de jogo, bem como as suas dinâmicas, também não conseguem travar essa
mania nos times de base. E é lá, nas bases, que ocorrem os primeiros vícios e
virtudes. Enquanto não houver treinadores capazes nas bases, o futuro dos
clubes brasileiros não será muito risonho. E quando existirem é necessário que
também haja treinadores competentes nos times profissionais, coisa que ainda não
ocorre, para manterem a orientação.
Se for este
o time destacado para o campeonato carioca, então há aparentemente muito trabalho
a fazer. Mas há alguns valores que poderão despontar.
FICHA
TÉCNICA
Botafogo 3x1 JI-Paraná (RO)
» Gols: Rabello,
aos 20’, Vinícius, aos 41’ e Erick, aos 56’ (Botafogo); Yago, aos 46’
(JI-Paraná)
»
Competição: Copa São Paulo de Futebol Júnior
» Data:
05.01.2014
» Local: Estádio Prefeito Liberatti, Osasco
» Árbitro: Antonio
Ferreira; Assistentes: Luís Alexandre e Fabrício Porfírio
» Botafogo: Douglas;
Erick, Rabello, Emerson e Jean; Baiano (Fernandes), Andreazzi, Moraes e
Jhonson; Vinícius (Jeferson) e Juninho (Marcelo). Suplentes:
Gabriel, Cazu, Guga, Marcelo, Fernandes, Jeferson e Igor. Técnico: Alfredo Cintra.
» JI-Paraná: Patrick;
Lucas Marques, Ricardo (Carlos Gabriel), Júnior PM (Dhieysson) e Henrique; Kenndy, Neilton e Pablo (Fernandinho);
Jaílson, Weltinho e Yago. Suplentes: Carlos, Dhieysson, Matheus Moreno, Carlos
Gabriel, Fernandinho, Giovanni e Fabrício. Técnico: Luciano de Almeida.
4 comentários:
Rui, a impressão que eu tenho desses jogadores de defesa é que eles só viram partidas de futebol desde pequeno pela tv, pois a maioria não tem a menor noção do que seja posicionamento e os técnicos brasileiros parecem apenas distribuidores de camisa. Eu não sei como são os gramados das divisões inferiores aí na Europa, mas o que se viu ontem em termos de gramado é um absurdo sem tamanho. Deveria ser proibido jogar futebol num gramado daqueles. Sobre o time, gostei de alguns jogadores, que bem trabalhados podem dar frutos. O que me preocupa até o momento são as especulações sobre saídas e contratações. Essa de emprestar o Gilberto foi dose, assim como contratar um goleiro reserva do Figueirense e emprestar um garoto que desde o infantil frequenta as seleções de base. Ou o empresário do Luís Guilherme é muito ruim ou então o garoto não tem empresário. Se o garoto Gilberto foi mal contra os cathiformes, bota na conta do monge oo. Pelo que está se especulando, mais um ano sem planejamento, pois teremos uma penca de volantes e até agora nenhum atacante e a zaga sem reservas a altura. Prá que tanto volante? A única resposta é que o Botafogo quer virar uma fábrica de automóveis. Que diretoria profissional essa do Glorioso. Esse ano vai ser pior do que aquele que passou. Espero que não Abs e SB!
Sergio, confesso naõ entender como é que não existe uma cabeça sensata que chama a atenção sobre as absurdas contratações de gente para o meio da equipa quando o ataque é inexistente e a defesa precisa de bons reservas.
O posicionamento dos atletas é de bradar aos céus. Começo até a desconfiar que com o pouco que sei de futebol (não sou daqueles que julga treinador de arquibancada) eu conseguiria melhor posicionamento dos garotos.
Abraços Gloriosos!
68Rui, Vc sabe se o jogador Jonhatan que passou em uma reportagem no Sportv que estava nas categorias da base do Botafogo esta no clube? abraço
Não sei, não, Nando. Confesso que nem o conheço: eu não vi essa reportagem.
Abraços Gloriosos!
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