sábado, 4 de setembro de 2010

Um Botafoguense nas Arábias (1)

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Caros amigos botafoguenses, eu viajo todos os anos para o estrangeiro em férias e em trabalho, tendo realizado muitas dezenas de viagens nos últimos anos. Na verdade, realizei quase duzentas e cinquenta viagens ao estrangeiro nos últimos vinte anos e conheci sessenta e um países.

Apesar disso, não tenho relatado as muitas peripécias ocorridas comigo, desde ser rodeado por sete assaltantes num mercado e conseguir escapulir-me deles perante a sua perplexidade, passando por ser ameaçado de prisão por um ríspido polícia inglês, até ao desvio de um avião para Kinshasa durante a guerra civil de Mobutu contra Kabila, com sequestro de várias horas como passageiro. E, claro, muitas outras situações originais e divertidíssimas nos ‘quatro cantos do mundo’.

Efetivamente, de originalíssimas situações engraçadas a outras difíceis, tudo me tem ocorrido. Então, alguns amigos entenderam que seria interessante relatar acontecimentos de viagens no blogue. Confesso que ainda não me convenci disso. Talvez noutro lugar isso possa acontecer um dia, relatando as coisas extraordinárias que me têm ocorrido, com certa regularidade, resultantes das minhas próprias escolhas de mobilidade e direção na saga da vida.

No entanto, alguns amigos como o Rodrigo Federman, o Macau, o Hangman, o Leonel, entre outros, têm me estimulado para que eu leve o manto glorioso e mostre algumas fotos por esses sítios onde me movo. Já fiz isso na minha última ida a Moçambique, em Fevereiro deste ano, tendo publicado algumas fotos com o manto sagrado na etiqueta ‘encontros de lusofonia’.

Desta vez também levei o manto glorioso (e os dois excelentes livros do meu querido amigo Paulo Marcelo Sampaio), registrando algumas fotografias na Jordânia e na Síria.


Por outro lado, o Macau incita-me sempre a escrever histórias do Botafogo relacionadas com os sítios onde vou. Quando estive nos países da Península Balcânica em 2008 escrevi um artigo original com base numa notícia de 1957 da revista publicada por uma companhia aérea, e digitalizei uma foto em que eram trocados galhardetes entre húngaros e brasileiros (do Botafogo) – a foto circula hoje pela Internet com alguns internautas a reclamarem a sua exclusividade depois de a copiarem do nosso blogue (!!!).

No ano passado creio que não escrevi nada durante as férias ao norte de África, mas desta vez pensei que poderia relacionar o Botafogo com a Jordânia ou a Síria. Não consegui, mas posso relacionar a Síria com o Brasil em vários casos, incluindo a história da bandeira brasileira, cujas origens talvez não sejam apenas o desenho do estilista francês. Vai ser furo jornalístico (rs).

Posto isto, decidi escrever uns quantos artigos de ‘um botafoguense nas arábias’, mostrando algumas fotos em que envergo o manto glorioso e escrevendo sobre vários encontros com a bandeira brasileira, cujas cores sempre foram, para mim, um verdadeiro sonho.

Porém, eu tive um acidente na última tarde de férias, potencialmente mortal, e fui fazer uma inesperada visita a um hospital sírio. Isso não me impediu de, à noite, introduzir um novo artigo previamente escrito para o blogue – e continuar a fazê-lo diariamente. Mas como levei alguns pontos e tenho o lado esquerdo do corpo muito dorido, ainda não ganhei coragem para selecionar as fotos, fazer uma digitalização e contar uma história em alguns capítulos. Nem colocar na máquina de lavar roupa o manto glorioso e o turbante, ensanguentados, que, creio, se relacionam com a atenuação da gravidade do acidente. Mas essa é outra história, cheia de superstição botafoguense, que também narrarei nos próximos dias.
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Texto e fotos de Rui Moura (blogue Mundo Botafogo)

10 comentários:

Gil disse...

Amigo Rui,

Que coisa chata! Espero que estejas bem e fico na torcida por tua melhora.

Abs e Sds, Botafoguenses!!!

Ruy Moura disse...

Não estou bem, não. As dores somente irão aliviar mais dentro de 30 dias. É doloroso, mas faz parte da vida. E como estou vivo... estou torcendo muito por uma boa vitória contra o execrável R.Gaúcho.

33 pontos igualam a melhor campanha pós 2ª divisão (em 2007 fizemos 33 pontos na 1ª volta do campeonato).

Abraços Gloriosos!

Paisano disse...

Rui,

Desejo melhoras!!!

Um abraço.

David Carreiro.

IBR FÉ ICAPUÍ disse...

Como leitor diário já me considero amigo. Ao menos "amigo virtual". Em comum temos, no mínimo o amor pelo Glorioso. Quem sabe em uma das viagens ao Brasil não te interessa visitar o Ceará e mais precisamente Icapui - litoral leste do estado, divisa com o Rio Grande do Norte, onde resido, trabalho e possuo uma pequena pousada a beira mar - Mãe Natureza.
Desejo pronta recuperação. Deus te proteja!
Estarei acompanhando as notícias pelo blog.
Saudação Botafoguense

Ruy Moura disse...

Obrigado, David. Vai melhorar lentamente, é sempre assim com as zonas doridas. Paciência. Vida que segue...

Abraços Gloriosos.

Ruy Moura disse...

Obrigado pelas suas palavras, Augusto. Creio que os botafoguenses têm mais em comum do que o clube, porque ao sermos Botafogo significa que, antes disso, somos pessoas com determinadas características comuns - e daí a escolha. Do mesmo modo que se sabe porque se escolhe ser Flamengo ou Fluminense. O DNA botafoguense existe.

Conheço Icapui da Internet. É um sítio espantoso e o Augusto tem um privilégio extraordinário de viver em tal lugar.

Nos meus planos 'tupiniquins' já está uma viagem a sul. É mais próximo do Rio e eu gostaria de conhecer o sul e aproveitar o passeio pela Argentina, Chile e Paraguai. Talvez faça isso em 2011. Mas o Ceará poderá ser uma excelente alternativa. O único problema é encontrar um roteiro cultural adequado, porque não aprecio fazer férias de praia nem estar parado num sítio mais do que dois dias. Gosto de passear na praia, mas não me expor ao sol por horas infindas. Fica o registro para o futuro. Obrigado.

Abraços Gloriosos.

Anónimo disse...

Caro Rui,
Que susto, ti cuida. Como outros já disseram considero vc como um e-amigo, pois a leitura diária, ou quase, é obrigatória. Estou na torcida pela melhora, já estás na terrinha?
Porque vc quando se refere a nossa camisa, não a chama de "GLORIOSA" em vez de "manto" termo muito usado pelo pessoal daquele time da beira da lagoa?
Sds, Avinegras

Osmar (Jatahy)

Anónimo disse...

Caro Rui, seguem os desejos de uma progressiva e total recuperação dos danos corporais sofridos.

Aguardo com expectativa a apresentação da sua "trilogia" por terras árabes envergando a nossa Gloriosa camisa.

Se me permite uma pequena brincadeira, pelo menos, há algo de positivo, o brilhante articulista deverá ter mais tempo para nos brindar com seus artigos e análises sobre o Alvinegro, espero que sobre as vitórias...

Gloriosas Saudações

Léo

Ruy Moura disse...

Osmar, eu chamo 'manto glorioso'. Os cathartiformes chamam manto sagrado, eu troco o sagrado pelo glorioso e mantenho o manto porque gosto da expressão. Mas há mais botafoguenses que utilizam a expressão 'manto'. Assim como fluminenses.

Mas também é bonito 'camisa gloriosa', embora 'manto' me pareça uma coisa mais 'forte' (rs).

Abraços Gloriosos!

Ruy Moura disse...

Estou me cuidando, Léo, obrigado.

Eu poderia escrever mais sobre o Glorioso, confesso. Porém, às vezes sinto que estou a dar 'pérolas a porcos', isto é, para quê textos muito elaborados, analíticos e construtivos do nosso Botafogo se a diretoria trata as coisas tão mal e não enxerga o óbvio?...

Gostava que o meu clube tivesse gente a dirigi-lo com o perfil de Paulo Antônio Azeredo, Renato Estelita ou Xisto Toniato, e não gente como - com todo o respeito pela 'pessoa' individual - André Silva ou Maurício Assumpção.

Gente que 'cobre' Anderson Barros não pode ser bom gestor nem bom botafoguense.

Abraços Gloriosos!

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