sábado, 28 de junho de 2014

De craque para craque - Parte 6

[Paulo Marcelo Sampaio é o autor destas crônicas, interpretando os protagonistas pelos quais assina; as crônicas publicadas no Mundo Botafogo são uma gentileza do autor.]

Do céu para a Inglaterra
19/jun/2014

Caro Gordon:

passados 44 anos, aquela cena não me sai da memória. Ainda no primeiro tempo, Carlos Alberto, num passe de três dedos, pegou toda a nossa defesa desprevenida. Foi um desespero tentar alcançar o Jairzinho. Incorporando o Garrincha, seu antecessor no grande Botafogo, o aspirante a Furacão foi à linha de fundo. Antes mesmo de Wright pular com Pelé, você já estava se jogando no chão. Mais tarde, revendo o lance pela TV, não entendíamos como aconteceu aquele milagre. Anos depois, num desses encontros que a Federação Inglesa organiza, me confessou: o gol de Pelé teria sido mais bonito do que a defesa que você fez. Acho que estava sendo sincero. “A defesa que parou o mundo”, diria um locutor inglês. Aquela foi uma partida difícil, truncado, estudado como um jogo de xadrez. E com lances violentos, como a entrada de Lee em Félix e o troco dado por Carlos Alberto no mesmo Lee, que vimos de longe, lá da nossa intermediária. Uma pena não termos ficado mais na Copa. Mas guardo daquela derrota um troféu: a camisa de Pelé, onde enxuguei as lágrimas que teimavam em escorrer do meu rosto suado.

Vejo com simpatia o Roy Hodgson. Fomos contemporâneos, ele seis anos mais novo do que eu. Jogou em clubes pequenos. Por isso raras vezes nos enfrentamos. Quando encerrou a carreira foi corajoso. Saiu da ilha para ir para um lugar mais cinzento ainda: a Suécia. Lá conquistou muitos títulos. Mas foi na Suíça que ele conseguiu sua maior façanha: classificar a seleção patra a Copa de 94 e para a Euro 96, torneio que o país dos cantões na participava desde 1966.

Dá um orgulho danado de ver garotos de times de menor expressão como Everton e Tottenham Hotspur no English Team. Bonita a reverência de Gérrard e a Lampard, ícones do país que criou o futebol. Como deixá-los de fora de uma Copa num país que reinventou o velho esporte bretão? Mais uma prova do caráter de nosso coach. Além de tudo isso, precisa-se de muita coragem para ir a uma Copa do Mundo pensando na próxima. E ainda que que se ter muito humildade para admitir mudanças. Leio pela internet daqui que Rooney vai jogar mais centralizado. Não ficará nas pontas. Mesmo com a boa atuação contra os italianos, você admite erros, muito diferente dos técnico da seleção anfitriã.

Já estamos aqui na expectativa dessa jogo de vida ou morte. Ficamos ansiosos. Parece que os ponteiros do relógio demoram a girar. E como diria um ex-presidente de um clube inglês sediado em Laranjeiras, hoje é vencer ou vencer!

Os bons votos do
Robert Morre

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