terça-feira, 28 de maio de 2013

Aos meus amigos brasileiros

Creio que nenhum jornal do mundo dedica duas páginas ao início do campeonato brasileiro de futebol. A haver seria certamente um jornal português. É o caso do jornal desportivo ‘A Bola’.

‘A Bola’ dedica duas páginas de texto, fotos e informações sobre os vinte clubes que disputam o Brasileirão 2013. Para curiosidade vossa acerca do que se publica na terra de Camões e de Fernando Pessoa acerca do futebol brasileiro, aí vai o texto completo escrito por João Almeida Moreira, correspondente de ‘A Bola’ no Brasil:

“SÃO PAULO – O Fluminense parte para o Brasileirão-2013 como alvo abater dos outros 19 competidores. Campeão em 2010 e 2012, patrocinado pela generosa Unimed, conduzido com pragmatismo por Abel Braga e com Fred, Thiago Neves, Wellington Nem, Diego Cavalieri, Jean, Deco (suspenso preventivamente por doping) e outros craques no plantel o tricolor aparece em primeiro lugar nas bolsas de apostas, à frente de Corinthians e Atlético Mineiro. Mas o que valem as bolsas de apostas num desporto imprevisível como o futebol? pouco. E numa prova como o Brasileirão? Quase nada.

O Brasileirão é o mais indecifrável campeonato do planeta por um conjunto de motivos. Comecemos pelos bons: tem 12 grandes a nível nacional (este ano apenas 11 porque o Palmeiras está na Série B), mais meia dúzia de grandes de nível regional; nomes anónimos no papel neste momento podem tornar-se protagonistas ao longo da prova porque as estrelas no Brasil nascem a qualquer momento e em qualquer lugar. Por estas razões, em 56 edições houve 17 campeões – uma média única em ligas de alto nível.

Depois, há também os maus motivos: por causa do calendário caótico, o Brasileirão continua mesmo quando a seleção joga – no caso de 2013, até durante a Taça das Confederações –, o que levou nos últimos anos o Santos a jogar sem Neymar quase metade do tempo; decorrendo em simultâneo com a abertura do mercado europeu, os clubes podem perder jogadores nucleares e refazer a equipa em andamento; emocionalmente instáveis, os dirigentes abortam projetos ao mudar de técnico à primeira oportunidade (foram 27 alterações em 2012).

Somados estes dados, o favoritismo do Flu perde força. Tal como o do Corinthians, campeão estadual paulista, nacional, da Libertadores e do Mundial de Clubes em ano e meio e o do Atlético Mineiro, vice-campeão em 2012 e de forma unânime considerada a melhor equipa do Brasil no primeiro semestre de 2013. Outros clubes como Internacional, sob orientação de Dunga, e o Grémio, com veteranos como Zé Roberto, Dida, Elano ou Cris, podem ter uma palavra a dizer.

Ou o São Paulo de Rogério Ceni, Ganso e Luís Fabiano, tricampeão na década passada. E porque não o Santos, se conseguir manter Neymar, ou o Cruzeiro, agora com Dedé? E o Botafogo, que se passeou no estadual carioca? O Flamengo, em remodelação, corre por fora e o Vasco da Gama, em plena crise financeira e desportiva, corre mais por fora ainda, sob o comando de Paulo Autuori. Dos clubes menos grandes, só o Coritiba sonha com o título. Mas o Brasileirão-2013 é também, seguindo a tendência dos últimos anos, mais rico. Craques globais como Forlán (Inter) e Seedorf (Botafogo) chegaram no ano passado,  e estrelas brasileiras, como Ronaldinho (Atlético Mineiro) há dois anos e Pato (Corinthians) em janeiro, vão voltando cada vez mais jovens. Enquanto a Europa é atingida por uma recessão, os 20 principais clubes brasileiros tiveram uma receita conjunta de 1,25 mil milhões de euros.

Mais dinheiro, mais craques, a emoção e a desordem de sempre: eis o Brasileirão-2013. Quem quiser saber quem vai suceder ao Fluminense, o melhor é ir acompanhando a prova jornada a jornada e arriscar um palpite lá mais para dezembro.”

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