por Rui Moura
blogue Mundo Botafogo
.
Ultimamente
as informações e as novidades (boas e más) têm sido muitas e o blogue tem
procurado levar aos leitores a opinião do Mundo Botafogo sobre as matérias em
pauta.
Por
essa razão, algumas publicações e comentários ainda estão em fila de espera.
Entre
vários assuntos eu não poderia deixar de comentar a arbitragem de Marcelo de
Lima Henrique (MLH). Em primeiro lugar porque prejudicou o Botafogo claramente
em duas ocasiões, tal como é reconhecido por Globoesporte na imagem acima; em
segundo lugar porque penso que ele ainda necessita de dar prova de imparcialidade
que, em 2008, ficou ferida aos olhos de muita gente.
Dir-se-á
que mais uma vez vem à baila a arbitragem. Pois é, mas neste caso, como noutros
que referi, não é por termos perdido – e portanto desiludam-se os ‘choramingões’
que querem nos apelidar de ‘chorões’ para desviar as atenções dos seus
fracassos –, já que fomos campeões. Mas o assunto deve vir à baila porque é nestes
momentos, em que somos campeões, que devemos reclamar claramente, porque como
eu costumo dizer, é preciso sermos muito superiores aos adversários para sermos
campeões. Fomos campeões porque arrasámos, e fomos capazes de suprir os erros
de arbitragem sistematicamente contra nós.
Quanto
ao 2º gol legal de Rafael Marques, nem discuto o árbitro. Na verdade ele tem
que confiar nos seus assistentes, e foi o assistente que errou claramente,
sendo o grande responsável por essa anulação. Não sei se o trio de arbitragem
estaria propenso a facilitar a vida do Fluminense ou não, mas temos que dar o
benefício da dúvida ao árbitro.
Contudo,
desejo falar da célebre grande penalidade.
Nenhum
árbitro é tão rápido a assinalar a grande penalidade como foi MLH. Se outro
árbitro fosse, que não tivesse o apito na boca nesse momento – como tinha MLH –,
o mais certo seria validar o gol, porque este ocorreu em menos de um segundo
após a suposta grande penalidade. E apito não é para andar na boca, mas na mão.
Aliás, Arnaldo César Coelho comentou precisamente que o árbitro errou ao apontar
tão impetuosamente a marca da grande penalidade.
Retorno
a 2008 quando MLH assinalou uma grande penalidade a favor do Flamengo contra o
Botafogo numa decisão. Nunca alguém marcara uma grande
penalidade dessa natureza em todo o Brasil. Se os árbitros assinalassem grandes
penalidades por puxões de camisa dentro da área quando se cobra uma falta ou um
escanteio, os jogos de futebol acabariam 11x9 ou 8x5 ou 9x7 e por aí fora, tal
é a quantidade de puxões de camisa que se sucedem.
Ora,
MLH assinalou essa grande penalidade num momento crucial de uma decisão que o
Botafogo estava ganhando, fazendo com que o Flamengo marcasse o gol redentor e
toda a contenção emocional do time Glorioso se desfez a partir dali. Perdemos o
campeonato. Ganhámos o título de ‘clube do chororô’.
MLH
também costuma assinalar certas faltas inexistentes a meio campo, ou não
assinalar outras que existem. Uma falta a meio campo contra uma equipa que
lança um rápido contra-ataque, evita um possível gol e não é muito polémica, já
que foi apenas um erro de marcação de uma falta e não um erro de gol mal
anulado ou de uma grande penalidade não assinalada.
Coincidentemente,
o Flamengo nunca saiu prejudicado pelas suas arbitragens, ao contrário de outros
times.
Após
aquele penalty fantasma de 2008, MLH
decidiu marcar outro muito parecido em 2010, e agora este, em 2013. Sendo
apenas este árbitro a marcar tais penalties
pode-se perguntar: Será critério dele? Será para mostrar ‘ao mundo’ que se marcou
contra o Botafogo também marca a favor do Botafogo quando isso sucede?
Bem,
MLH teve muitas outras situações de puxar camisa e não assinalou grande
penalidade, o que me faz inclinar para uma tentativa de se redimir e mostrar
que é imparcial.
Todavia…
Todavia,
reconheço a capacidade e a inteligência de MLH, o que me faz inclinar para que
MLH queira mostrar que marca tais grandes penalidades seja a favor ou contra o
Botafogo e, quiçá, a favor ou contra o Flamengo.
Porém, “gato
escaldado de água fria tem medo”, eu não fico por essa mera crença de
imparcialidade. Na verdade, MLH marcou grande penalidade num momento em que o
jogo estava resolvido, porque o Fluminense já não tinha capacidade de resposta.
E MLH pressentiu isso devido à sua experiência na arbitragem. Marcando a grande
penalidade conseguiria não somente mostrar que é imparcial, tal como teria sido
em 2008, mas também simultaneamente impedir o 2º gol do Botafogo. Como o jogo
estava resolvido, tanto fazia 1x0 como 2x0, no caso de a grande penalidade ser
desperdiçada. E MLH marcou-a. Foi desperdiçada, mas o jogo já estava decidido,
como muito bem sabia MLH, já que o Fluminense nem se abeirava da área do
Botafogo – o que impediria qualquer possibilidade de obter uma falta perigosa
ou uma grande penalidade, existente ou não. Em suma, MLH aparentemente ganhou
com este golpe de visão estratégica.
Portanto,
devido à sua importância no resultado final de 2008, permito-me não confiar em
MLH. Confiarei em MLH quando ocorrer uma única circunstância: no dia em que assinalar
uma grande penalidade da mesma natureza a favor do Botafogo de Futebol e Regatas
contra o Clube de Regatas Flamengo num momento decisivo do jogo, isto é, num momento
em que quem marcar um gol assegura, ou praticamente assegura, um título de
campeão.
Também
confiarei nele no dia em que isso ocorrer não apenas a favor do Botafogo e
contra o Flamengo, mas a favor de qualquer clube que esteja jogando contra o
Flamengo e a grande penalidade seja decisiva no jogo.
Se
algum dia MLH colocar o seu evidente talento de árbitro em todos os jogos que
arbitra, tem potencial para ser internacionalmente reconhecido e arbitrar jogos
muito importantes.
Pedro
Proença, árbitro português que apitou a final da Liga dos Campeões de 2011/2012
e a final do Campeonato Europeu de Futebol de 2012, foi eleito o melhor árbitro
do mundo em 2012 pela International Federation of Football History & Statistics (IFFHS), entidade reconhecida pela Fifa.
Pedro Proença é benfiquista declarado e, contudo, o Benfica não quer que ele
arbitre os seus jogos. Efetivamente, Pedro Proença não convém ao Benfica,
porque sendo um árbitro adepto do Benfica, em nenhuma circunstância beneficiou
o seu time de coração até hoje, chegando a expulsar atletas do Benfica em jogos
decisivos. Hoje vai novamente arbitrar o clássico Porto x Benfica, decisivo para
a conquista do campeonato de um ou outro clube na época 2012/2013. Não faço
ideia de quem vencerá, mas torço muito para que a vitória acompanhe este
árbitro exemplar.
O
talento de MLH – que conseguiu segurar um jogo de decisão Botafogo x Fluminense
tão tenso e agressivo como foi o último Clássico Vovô sem expulsar ninguém – poderia
levá-lo longe. Que ponha os olhos em Pedro Proença e não noutro lado…
Eis,
como anexo, comentários efetuados por Carlos Alberto Ferreira a propósito do
árbitro Marcelo de Lima Henrique no endereço acima citado:
“Alguns jogos que ele
apitou:
1 – Ele apitou Flamengo
4x1 Madureira, decisão da Taça Guanabara de 2007. Distribuiu quatro cartões
amarelos para jogadores do Tricolor Suburbano e ainda marcou um pênalti para os
rubro-negros.
2 – Ele apitou Flamengo
2x1 Botafogo, decisão da Taça Guanabara de 2008, o famoso jogo do “chororô”.
Expulsou dois atletas alvinegros e marcou um pênalti para o Fla que nenhum juiz
normal daria.
3 – Ele apitou Flamengo
1x0 Vasco, pelo Brasileiro de 2008, e o Vasco precisava muito pontuar para
fugir da zona de rebaixamento. Não deu um pênalti claro para o Vasco aos 42 do
segundo tempo.
4 – Ele apitou Flamengo
1x0 Botafogo, pelo Brasileiro de 2008, jogo que o Fla precisava vencer para
entrar no G-4. Não marcou pênalti de Bruno em Jorge Henrique, mas inventou um
para o Fla no fim.
5 – Ele apitou Flamengo
1x0 Fluminense, pela semifinal da Taça Rio de 2009. Conseguiu aplicar nove
cartões amarelos no jogo, sete para o time do Fluminense, quase todos para
defensores tricolores.
6 – Ele apitou Flamengo
2x0 Fluminense, jogo que a dupla Fla-Flu precisava desesperadamente da vitória.
No segundo tempo, quando o jogo estava 0 a 0, deixou de dar um pênalti de Bruno
em Digão.
Amigos, eu quero
realmente acreditar que esses resultados são mera coincidência, mas os números
não deixam dúvidas, com Marcelo de Lima Henrique, o Flamengo não perde. Isso é
muito complicado e pode marcar a carreira do árbitro para sempre.”
2 comentários:
um árbitro que na prática faz isso não pode ser considerado um bom árbitro... Soprador de apito, como dizia o saudoso Mario Vianna.
Pedrin, seja novamente bem-vindo após a ausência prolongada.
Companheiro, eu não disse que MLH era um bom árbitro, ou pelo menos não era essa a minha intenção. O que eu disse é que ele tem capacidade e inteligência para o ser se seguir o exemplo citado do Pedro Proença.
Veja que eu disse que não confiava nele até prova definitiva em contrário. Ora, se eu não confio nele como o poderia achar um bom árbitro?
Porém, eu procura nunca perder a lucidez devido à emoção, e reconheço que ele tem capacidade e inteligência para fazer muitíssimo melhor do faz. Se olhar para o lado certo, evidentemente...
Abraços Gloriosos!
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