sábado, 11 de maio de 2013

Arbitragem: a imparcialidade é um mito?


por Rui Moura
blogue Mundo Botafogo 
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Ultimamente as informações e as novidades (boas e más) têm sido muitas e o blogue tem procurado levar aos leitores a opinião do Mundo Botafogo sobre as matérias em pauta.

Por essa razão, algumas publicações e comentários ainda estão em fila de espera.

Entre vários assuntos eu não poderia deixar de comentar a arbitragem de Marcelo de Lima Henrique (MLH). Em primeiro lugar porque prejudicou o Botafogo claramente em duas ocasiões, tal como é reconhecido por Globoesporte na imagem acima; em segundo lugar porque penso que ele ainda necessita de dar prova de imparcialidade que, em 2008, ficou ferida aos olhos de muita gente.

Dir-se-á que mais uma vez vem à baila a arbitragem. Pois é, mas neste caso, como noutros que referi, não é por termos perdido – e portanto desiludam-se os ‘choramingões’ que querem nos apelidar de ‘chorões’ para desviar as atenções dos seus fracassos –, já que fomos campeões. Mas o assunto deve vir à baila porque é nestes momentos, em que somos campeões, que devemos reclamar claramente, porque como eu costumo dizer, é preciso sermos muito superiores aos adversários para sermos campeões. Fomos campeões porque arrasámos, e fomos capazes de suprir os erros de arbitragem sistematicamente contra nós.

Quanto ao 2º gol legal de Rafael Marques, nem discuto o árbitro. Na verdade ele tem que confiar nos seus assistentes, e foi o assistente que errou claramente, sendo o grande responsável por essa anulação. Não sei se o trio de arbitragem estaria propenso a facilitar a vida do Fluminense ou não, mas temos que dar o benefício da dúvida ao árbitro.

Contudo, desejo falar da célebre grande penalidade.

Nenhum árbitro é tão rápido a assinalar a grande penalidade como foi MLH. Se outro árbitro fosse, que não tivesse o apito na boca nesse momento – como tinha MLH –, o mais certo seria validar o gol, porque este ocorreu em menos de um segundo após a suposta grande penalidade. E apito não é para andar na boca, mas na mão. Aliás, Arnaldo César Coelho comentou precisamente que o árbitro errou ao apontar tão impetuosamente a marca da grande penalidade.


Globoesporte reconhece os erros

Este meu comentário deve ser precedido de um pressuposto em que acredito: MLH sabe fazer boas arbitragens e é inteligente em muitas situações, o que significa que se erra em lances fáceis, vale a pena questionar a sua ‘propensão’ no jogo.

Retorno a 2008 quando MLH assinalou uma grande penalidade a favor do Flamengo contra o Botafogo numa decisão. Nunca alguém marcara uma grande penalidade dessa natureza em todo o Brasil. Se os árbitros assinalassem grandes penalidades por puxões de camisa dentro da área quando se cobra uma falta ou um escanteio, os jogos de futebol acabariam 11x9 ou 8x5 ou 9x7 e por aí fora, tal é a quantidade de puxões de camisa que se sucedem.

Ora, MLH assinalou essa grande penalidade num momento crucial de uma decisão que o Botafogo estava ganhando, fazendo com que o Flamengo marcasse o gol redentor e toda a contenção emocional do time Glorioso se desfez a partir dali. Perdemos o campeonato. Ganhámos o título de ‘clube do chororô’.

MLH também costuma assinalar certas faltas inexistentes a meio campo, ou não assinalar outras que existem. Uma falta a meio campo contra uma equipa que lança um rápido contra-ataque, evita um possível gol e não é muito polémica, já que foi apenas um erro de marcação de uma falta e não um erro de gol mal anulado ou de uma grande penalidade não assinalada.

Coincidentemente, o Flamengo nunca saiu prejudicado pelas suas arbitragens, ao contrário de outros times.

Após aquele penalty fantasma de 2008, MLH decidiu marcar outro muito parecido em 2010, e agora este, em 2013. Sendo apenas este árbitro a marcar tais penalties pode-se perguntar: Será critério dele? Será para mostrar ‘ao mundo’ que se marcou contra o Botafogo também marca a favor do Botafogo quando isso sucede?

Bem, MLH teve muitas outras situações de puxar camisa e não assinalou grande penalidade, o que me faz inclinar para uma tentativa de se redimir e mostrar que é imparcial.

Todavia…

Todavia, reconheço a capacidade e a inteligência de MLH, o que me faz inclinar para que MLH queira mostrar que marca tais grandes penalidades seja a favor ou contra o Botafogo e, quiçá, a favor ou contra o Flamengo.

Porém, “gato escaldado de água fria tem medo”, eu não fico por essa mera crença de imparcialidade. Na verdade, MLH marcou grande penalidade num momento em que o jogo estava resolvido, porque o Fluminense já não tinha capacidade de resposta. E MLH pressentiu isso devido à sua experiência na arbitragem. Marcando a grande penalidade conseguiria não somente mostrar que é imparcial, tal como teria sido em 2008, mas também simultaneamente impedir o 2º gol do Botafogo. Como o jogo estava resolvido, tanto fazia 1x0 como 2x0, no caso de a grande penalidade ser desperdiçada. E MLH marcou-a. Foi desperdiçada, mas o jogo já estava decidido, como muito bem sabia MLH, já que o Fluminense nem se abeirava da área do Botafogo – o que impediria qualquer possibilidade de obter uma falta perigosa ou uma grande penalidade, existente ou não. Em suma, MLH aparentemente ganhou com este golpe de visão estratégica.

Portanto, devido à sua importância no resultado final de 2008, permito-me não confiar em MLH. Confiarei em MLH quando ocorrer uma única circunstância: no dia em que assinalar uma grande penalidade da mesma natureza a favor do Botafogo de Futebol e Regatas contra o Clube de Regatas Flamengo num momento decisivo do jogo, isto é, num momento em que quem marcar um gol assegura, ou praticamente assegura, um título de campeão.

Também confiarei nele no dia em que isso ocorrer não apenas a favor do Botafogo e contra o Flamengo, mas a favor de qualquer clube que esteja jogando contra o Flamengo e a grande penalidade seja decisiva no jogo.

Se algum dia MLH colocar o seu evidente talento de árbitro em todos os jogos que arbitra, tem potencial para ser internacionalmente reconhecido e arbitrar jogos muito importantes.

Pedro Proença, árbitro português que apitou a final da Liga dos Campeões de 2011/2012 e a final do Campeonato Europeu de Futebol de 2012, foi eleito o melhor árbitro do mundo em 2012 pela International Federation of Football History & Statistics (IFFHS), entidade reconhecida pela Fifa. Pedro Proença é benfiquista declarado e, contudo, o Benfica não quer que ele arbitre os seus jogos. Efetivamente, Pedro Proença não convém ao Benfica, porque sendo um árbitro adepto do Benfica, em nenhuma circunstância beneficiou o seu time de coração até hoje, chegando a expulsar atletas do Benfica em jogos decisivos. Hoje vai novamente arbitrar o clássico Porto x Benfica, decisivo para a conquista do campeonato de um ou outro clube na época 2012/2013. Não faço ideia de quem vencerá, mas torço muito para que a vitória acompanhe este árbitro exemplar.

O talento de MLH – que conseguiu segurar um jogo de decisão Botafogo x Fluminense tão tenso e agressivo como foi o último Clássico Vovô sem expulsar ninguém – poderia levá-lo longe. Que ponha os olhos em Pedro Proença e não noutro lado…


Eis, como anexo, comentários efetuados por Carlos Alberto Ferreira a propósito do árbitro Marcelo de Lima Henrique no endereço acima citado:

“Alguns jogos que ele apitou:

1 – Ele apitou Flamengo 4x1 Madureira, decisão da Taça Guanabara de 2007. Distribuiu quatro cartões amarelos para jogadores do Tricolor Suburbano e ainda marcou um pênalti para os rubro-negros.

2 – Ele apitou Flamengo 2x1 Botafogo, decisão da Taça Guanabara de 2008, o famoso jogo do “chororô”. Expulsou dois atletas alvinegros e marcou um pênalti para o Fla que nenhum juiz normal daria.

3 – Ele apitou Flamengo 1x0 Vasco, pelo Brasileiro de 2008, e o Vasco precisava muito pontuar para fugir da zona de rebaixamento. Não deu um pênalti claro para o Vasco aos 42 do segundo tempo.

4 – Ele apitou Flamengo 1x0 Botafogo, pelo Brasileiro de 2008, jogo que o Fla precisava vencer para entrar no G-4. Não marcou pênalti de Bruno em Jorge Henrique, mas inventou um para o Fla no fim.

5 – Ele apitou Flamengo 1x0 Fluminense, pela semifinal da Taça Rio de 2009. Conseguiu aplicar nove cartões amarelos no jogo, sete para o time do Fluminense, quase todos para defensores tricolores.

6 – Ele apitou Flamengo 2x0 Fluminense, jogo que a dupla Fla-Flu precisava desesperadamente da vitória. No segundo tempo, quando o jogo estava 0 a 0, deixou de dar um pênalti de Bruno em Digão.

Amigos, eu quero realmente acreditar que esses resultados são mera coincidência, mas os números não deixam dúvidas, com Marcelo de Lima Henrique, o Flamengo não perde. Isso é muito complicado e pode marcar a carreira do árbitro para sempre.”

2 comentários:

PEDRIN disse...

um árbitro que na prática faz isso não pode ser considerado um bom árbitro... Soprador de apito, como dizia o saudoso Mario Vianna.

Ruy Moura disse...

Pedrin, seja novamente bem-vindo após a ausência prolongada.

Companheiro, eu não disse que MLH era um bom árbitro, ou pelo menos não era essa a minha intenção. O que eu disse é que ele tem capacidade e inteligência para o ser se seguir o exemplo citado do Pedro Proença.

Veja que eu disse que não confiava nele até prova definitiva em contrário. Ora, se eu não confio nele como o poderia achar um bom árbitro?

Porém, eu procura nunca perder a lucidez devido à emoção, e reconheço que ele tem capacidade e inteligência para fazer muitíssimo melhor do faz. Se olhar para o lado certo, evidentemente...


Abraços Gloriosos!

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