quarta-feira, 29 de maio de 2013

Botafogo 2x1 Santos


Jogo muito dividido e incaracterístico até aos 14 minutos quando, na esquerda do ataque, num inspirado toque para trás, Júlio César deixou a bola para Lodeiro que, na passada, emendou para a baliza e, no rebote, Fellype Gabriel inaugurou o marcador com muita oportunidade.

Foi a partir daí que o jogo ganhou contornos, tendo o Botafogo assumido as rédeas do jogo, motivado pela vantagem contra um Santos muito descaracterizado. Sem Neymar, Montillo passava a ser a estrela santista, mas o argentino não se viu em campo na 1ª parte.

O domínio do Botafogo traduziu-se, naturalmente, na ampliação do placar. E por quem?... Rafael Marques, um ‘pereba’ que em 20 jogos não marcou um único gol e contra o Santos marcou o seu 6º gol nos últimos 6 jogos, igualando a artilharia do ano que pertencia isolada a Lodeiro com 8 gols. Se antes um excessivo azar acompanhava o rapaz, agora é a sorte que o acompanha: quando chuta a gol, a bola bate num defesa santista, muda de direção, engana o goleiro e 2x0 para o Botafogo. Coisas do futebol: quando dá para correr mal não se acerta uma, quando dá para correr bem chega-se ao ponto da excelente fase de Rafael Marques. Parece Loco Abreu quando fazia pelo menos um gol por partida. Que continue assim!

Logo a seguir Antônio Carlos quase amplia de cabeça, aos 18 minutos, e o Santos mostrava-se irreconhecível sem Neymar. O meio campo do Botafogo, com o seu coringa Fellype Gabriel, domina as operações e até final do 1º tempo o jogo é do Botafogo, embora não amplie para selar definitivamente o placar.

Na 2ª parte o Santos cresceu e o Botafogo encolheu. A substituição de Fellype Gabriel por Vitinho aos 58 minutos transformou a partida, em virtude de o Botafogo ter perdido o meio campo e recuar para a defesa. Por outro lado, Renan fazia más reposições de bola e Andrezinho evidenciou uma vez mais que de titular não tem nada, errando praticamente todos os passes e sendo o pior jogador da equipa. A sua substituição tardou e, então, sem meio campo, deixamos que Montillo aparecesse com maior perigo no ataque santista.

Isso deveu-se, simultaneamente, a uma pior marcação do Botafogo; se no 1º tempo a marcação foi cerrada, no 2º tempo passou a marcação à zona, e os espaços abriram-se ao Santos. Montillo aproveitou-se disso para levar perigo ao gol e, aos 71 minutos, diminuir o placar para o Santos. Adivinhava-se, então, o empate e Montillo perdeu um gol feito, cara a cara com Renan, aos 75 minutos.

A pouco e pouco o jogo mais cadenciado e organizador de Renato, que substituiu Andrezinho, reequilibrou o meio campo, Vitinho começou a levar perigo com arrancadas fulminantes, segurando a defesa santista atrás, e o clube de Vila Belmiro deixou praticamente de atacar aos 80 minutos. Os últimos 13 minutos (incluindo 3 minutos de acréscimos) foram razoavelmente tranquilos para o Botafogo, enquanto o Santos evidenciava estar em perda física. Creio que a atual boa preparação física dos atletas botafoguenses contou na reta final para gerir a vitória de 2x1.

Vitinho ainda obrigou a defesa santista a travar com faltas as suas incursões, mas daí nada resultou, já que o Botafogo não conseguiu aproveitar uma única cobrança de falta para converter em gol.

Placar justo pela boa 1ª parte do Glorioso e pela reação do Santos na 1ª metade da 2ª parte. No entanto, a partida não foi tecnicamente relevante, havendo muita disputa de bola a meio campo e relativamente poucas oportunidades de gol. Neymar e Seedorf fazem falta ao esquema de ambas as equipas. No nosso caso, Seedorf teria colocado a bola a rolar, em vez do que foi feito em muitas ocasiões: chutão e bola para a frente de qualquer maneira – especialidade de Antônio Carlos.

Em suma, eu diria que o Botafogo tem equipa para se bater com os melhores, mas como referi a semana passada, a diretoria prepara-se para o desmanche da equipa por manifesta falta de capacidade para a resolução de problemas financeiras nesta fase. Sem nenhuma injeção de capital, a diretoria prepara-se para fazer o fácil: provavelmente vender Dória, Fellype Gabriel e Vitinho, segundo certas vozes, a preço de saldo. Um verdadeiro ‘crime’ para os jovens e prometedores Dória e Vitinho. Trata-se, apenas, de ficarmos sem o melhor atleta da defesa, sem o magnífico coringa F. Gabriel a meio campo e sem o veloz Vitinho no ataque. Paulatinamente vamos ficar sem os melhores atletas se – como parece – esse for o caminho a seguir.

E quando os resultados indesejáveis começarem a aparecer, não culpem o treinador ou os jogadores, culpem-vos, senhores diretores, a vós próprios. É difícil viver sem a renda do Engenhão, mas em dois meses já havia tempo de gizar um Plano B que nos servisse. Creio que vai sair o Plano Zero para que a diretoria não seja pressionada e possa viver com tranquilidade, e quiçá sem a ambição dos bons resultados, até ao fim do ano. Quem não sabe de futebol nem de gestão é isso que faz.

FICHA TÉCNICA
Botafogo 2x1 Santos
» Gols: Fellype Gabriel, aos 14‘ e Rafael Marques, aos 21’ (Botafogo); Montillo, aos 71‘ (Santos)
» Competição: Campeonato Brasileiro
» Data: 29.05.2013
» Local: Estádio Raulino de Oliveira, Volta Redonda (RJ)
» Público: 1.186 pagantes; 2.344 espectadores
» Renda: R$ 37.945,00
» Arbitragem: Jaílson Macedo Freitas (BA); Assistentes: Luiz Carlos Silva Teixeira (BA) e Elicarlos Franco de Oliveira (BA)
» Disciplina: cartão amarelo – Durval, aos 62’ (Santos)
» Botafogo: Renan, Lucas, Bolívar, Antônio Carlos e Júlio César; Marcelo Mattos, Gabriel, Fellype Gabriel (Vitinho, 58’), Andrezinho (Renato, 70’), e Lodeiro (André Bahia, 89’); Rafael Marques. Técnico: Oswaldo Oliveira.
» Santos: Rafael, Rafael Galhardo, Gustavo Henrique, Durval e Emerson; Renê Júnior (Neilton, 59’), Arouca, Cícero, Montillo e Patito Rodriguez (Gabriel, 14’); Willian José. Técnico: Muricy Ramalho. 
Imagem: Alexandre Loureiro / Lancenet.

8 comentários:

Aurelio Bulhões Pedreira de Moraes-Jornalista disse...

O Fellype Gabriel faz muita falta no segundo tempo, assim como Seedorf fez falta o jogo todo. O time piorou depois que ele saiu. Mas tudo bem, valeu pelo 2 x 1. E não pode ficar recuando tanto.
Abraços

Ruy Moura disse...

Exato, Aurélio. Sem o coringa a tapar os 'buracos', sem Dória a fazer o paredão, sem Jeferson a repor a bola, sem Seedorf a orientar e organizar, a equipa perde parte do seu fulgor. O que será da equipa sem Dória, Fellype Gabriel e Vitinho no futuro? No mínimo, empataria a partida ontem.

Abraços Gloriosos.

Aurelio Bulhões Pedreira de Moraes-Jornalista disse...

Há tempos que eu digo que Renan é inseguro, mas não me ouvem.
Espero que consigam manter o Dória e os outros.
abraços

Ruy Moura disse...

Aurélio, já vi boas partidas do Renan, mas quando ele acha que a baliza é dele, torna-se desagradável e mostra as suas deficiências. Não sei como em tanto tempo e com tanto treino de goleiros o Renan não melhorou mais.

Abraços Gloriosos!

Gil disse...

Rui,

Temos o time da colina como exemplo! Ganharam a copa do Brasil e logo depois venderam (quase) o time inteiro. Os péssimos dirigentes vascaínos deram as mesmas desculpas que os nossos péssimos dirigentes. Dizem que é para pagar salários!
Atualmente o time da colina virou saco de pancada e perde tudo que disputa.

Além do Dória e Vitinho, agora falam em Fellype Gabriel, Lodeiro, Gabriel e até uma proposta inglesa pelo Jefferson.
Como você mencionou, a falta de capacidade para resolver os problemas é gritante na direção do clube. Mantém os jogos deficitários em Volta Redonda e nem cogitam ou mudam para outras cidades, quase a mesma distância, porém com muito mais torcedores Botafoguenses, como Juiz de Fora.

Abs e Sds, Botafoguenses!!!

marlon disse...

Prezado Rui,
como você, também perdi a esperança de um bom ano após as notícias de venda de Dória e cia. Sua observação foi muito tem feita: houve dois meses para se pensar em uma alternativa, mas, apostou-se no óbvio! É a velha estratégia bastante conhecida do "vende o almoço para pagar a janta"! Triste!
um abraço, Marlon

Ruy Moura disse...

Gil, s ecom Assumpção a inação era grande, sem Assumpção a inação é escandalosa. E sabe-se lá o que ainda tramam estes senhores sob o pretexto de falta de dinheiro...

Não há amor ao Botafogo nem gosto pelo desporto.

Abraços Gloriosos!

Ruy Moura disse...

Muito bem dito, Marlon. Vendem o almoço para comprar o jantar e arriscomo-nos, como diz o Gil, a seguir o caminho do Vasco da Gama.

Abraços Gloriosos!

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