por Guilherme Figueira
Blog Aliança Alvinegra
6 de Maio de 2013
Uma das primeiras
coisas que se aprende em um curso de roteiro é sobre o turning point, aquele momento crucial em que a história tem uma
virada.
É o momento onde o
roteiro, que seguia calmo em seu curso original, erra de caminho e passa a navegar
longe de seu lugar-comum.
É o momento em que um
time afeito ao quase, pega gosto por vencer e, assim, começa a recolocar sua
história nos trilhos dourados por onde ela sempre seguiu.
Dentro desse título
estadual do Botafogo, moram muitos outros títulos.
É o título de um time
que faz da vitória uma obsessão, mesmo quando um empate já seria o suficiente.
É o título de um time
que nunca abaixa a cabeça, nem quando toma o primeiro gol. E que, por isso
mesmo, redescobriu a existência da ‘virada’.
É o título de um time
que, assim que faz o primeiro gol, estranhamente se lança ainda mais à frente,
em busca do segundo. E do terceiro. E do quarto.
É o título de um time
que tem um camisa 10 genial, que transformou o choro em sinônimo de alegria,
não mais de fracasso.
É o título de um time
que voltou a revelar grandes jogadores. E, mais do que isso, que já os fez
saborear o delicioso gosto da vitória.
É o título de um time
que tem um goleiro que mais parece um cirurgião, porque frio e preciso.
Que tem um zagueiro
que rasga mesmo, porque um general deve vencer todas as guerras.
Que tem dois laterais
obedientes. Que tem um meio de campo que talvez seja o melhor ‘jogador tático’
do Brasil.
Que tem um outro meia
de um país que é celeste, mas também preto e branco, que faz da bola o prato de
comida que ele persegue faminto por noventa minutos.
Que tem na frente o
próprio turning point encarnado, ao
errar o caminho das vaias para encontrar o gol do título.
E que tem um técnico
que soube passar a arrogância (da qual eu sempre reclamei) para o time.
Esqueçam aquele time
com lágrimas tristes, com mania de tomar gol nos últimos minutos, com medo de
buscar o gol para não tomar um, com as pernas pesando toneladas na cobrança de
pênalti decisiva. Aquele não era o Botafogo.
O Botafogo é esse aí,
de caneta em punho escrevendo sua nova velha história.
8 comentários:
Esse texto é muito bom!!!
Seedorf me lembra aquela frase:
"Inspiração vem dos outros. Motivação vem de dentro de nós!"
O que me preocupa, e muito, é a questão do Engenhão.
O Botafog terá muitas dificuldades - políticas, financeiras e técnicas - daqui pra frente.
Hangman, certamente que se a situação do Engenhão for até 2014 a preocupãção será grande. Porém, talvez depois de ter sido resolvido o 'outro' problema, o Engenhão possa ser liberado ainda este ano. Ou, em sua opinião, isso é improvável?
Abraços Gloriosos!
Rui, é com tristeza que afirmo não acreditar na liberação do Engenhão!
E, digo mais: ficará muito difícil para o Botafogo negociar com o pires na mão...
Sim, é provável que a Engenhão se arraste, Hamgman, tanto mais que li hoje uma nota inacreditável do Botafogo a dar respaldo ao prefeito. Não é com puxa-saquismo que chegamos seja onde for.
Abraços Gloriosos!
Rui, eu sou suspeito para falar do Engenhão, pois já estava totalmente adaptado ao estádio.
E digo mais: não estou com nem um pingo de vontade de ir ao "novo" maracanã, pois para mim, eles conseguiram acabar com um estádio feito para o povo e colocaram no seu lugar uma arena de luxo para poucos usufruirem.
Hangman, eu adaptei-me ao estádio facilmente, porque gostei muito de lá estar. Eu gosto de estádios olímpicos, e não apenas estádios de futebol. Na Europa, os estádios modernos têm apenas um campo e logo em cima do campo todos os espectadores. Há muita gente que gosta disso porque está mais próximo do jogo e diz-se que a torcida dá mais calor à equipa. Porém, eu sinto-me excessivamente 'aglutinado' no meio de tanta gente quase em cima dos jogadores. As invasões são mais fáceis...
Talvez eu esteja a ser parcial, mas eu prefiro o Engenhão ao Maracanã. E refiro-me ao Maracanã de 2009, não ao novo. Eu acho que o Maracanã que está na mente do coletivo já não existe e as representações dele creio que jamais serão as mesmas daqueles jogos fantásticos com 150.000 pessoas, como eu assisti na década de 1970.
O 'maior do mundo' foi menorizado...
Abraços Gloriosos!
Rui, no meu ponto de vista a maior modificação que deveria ser feita no Maracanã, e isso serve para todos lugares públicos, seria de diminuir, e não muita quantidade, a carga de ingressos, além de investir no conforto e segurança, mas não nesse nível absurdo que fizeram. O Maracanã foi "estuprado". Se fizessem uma enquete junto à opulação, dúvido que ela concordara com essas modificações. Tenho "pena" das novas gerações que jamais sentirão o calor de um estádio popular. Lembra quando a gente ia e marcava com os amigos para esperar nos lugares "cativos"? Pois é... nunca mais. Isso dá tristeza.
Quer saber a minha opinião sobre ao Engenhão?
ADORO aquele estádio e sempre me senti em casa quando lá assistia jogos. Inicialmente, fiquei estupefato com a notícia da interdição, agora é só "revolta" com os políticos. O Maracanã agora é "terra de inimigos", se é que meu amigo me entende.
Abraços gloriosos!!!
Entendo muito bem, Hangman. Eu tenho a mesma opinião. O Maracanã tem sido alvo de disparates imensos. Destruiram o 'maior do mundo' transformando-o num estádio vulgar.
Também adoro o Engenhão. Senti-me muito bem lá. E veja que assisti à partida de inauguração após a nossa posse do estádio, contra o River Plate. Eram 40 mil pessoas e um espetáculo magnífico, sem nenhum problema antes, durante e depois.
Espero poder retornar ao Engenhão 'botafoguense'. E preferencialmente, é esse o meu desejo, ao Estádio Olímpico João Saldanha.
Abraços Gloriosos!
Enviar um comentário