sexta-feira, 10 de maio de 2013

Turning point


por Guilherme Figueira
Blog Aliança Alvinegra
6 de Maio de 2013

Uma das primeiras coisas que se aprende em um curso de roteiro é sobre o turning point, aquele momento crucial em que a história tem uma virada.

É o momento onde o roteiro, que seguia calmo em seu curso original, erra de caminho e passa a navegar longe de seu lugar-comum.

É o momento em que um time afeito ao quase, pega gosto por vencer e, assim, começa a recolocar sua história nos trilhos dourados por onde ela sempre seguiu.

Dentro desse título estadual do Botafogo, moram muitos outros títulos.

É o título de um time que faz da vitória uma obsessão, mesmo quando um empate já seria o suficiente.

É o título de um time que nunca abaixa a cabeça, nem quando toma o primeiro gol. E que, por isso mesmo, redescobriu a existência da ‘virada’.

É o título de um time que, assim que faz o primeiro gol, estranhamente se lança ainda mais à frente, em busca do segundo. E do terceiro. E do quarto.

É o título de um time que tem um camisa 10 genial, que transformou o choro em sinônimo de alegria, não mais de fracasso.

É o título de um time que voltou a revelar grandes jogadores. E, mais do que isso, que já os fez saborear o delicioso gosto da vitória.

É o título de um time que tem um goleiro que mais parece um cirurgião, porque frio e preciso.

Que tem um zagueiro que rasga mesmo, porque um general deve vencer todas as guerras.

Que tem dois laterais obedientes. Que tem um meio de campo que talvez seja o melhor ‘jogador tático’ do Brasil.

Que tem um outro meia de um país que é celeste, mas também preto e branco, que faz da bola o prato de comida que ele persegue faminto por noventa minutos.

Que tem na frente o próprio turning point encarnado, ao errar o caminho das vaias para encontrar o gol do título.

E que tem um técnico que soube passar a arrogância (da qual eu sempre reclamei) para o time.

Esqueçam aquele time com lágrimas tristes, com mania de tomar gol nos últimos minutos, com medo de buscar o gol para não tomar um, com as pernas pesando toneladas na cobrança de pênalti decisiva. Aquele não era o Botafogo.

O Botafogo é esse aí, de caneta em punho escrevendo sua nova velha história.

8 comentários:

hangman disse...

Esse texto é muito bom!!!

Seedorf me lembra aquela frase:
"Inspiração vem dos outros. Motivação vem de dentro de nós!"

O que me preocupa, e muito, é a questão do Engenhão.
O Botafog terá muitas dificuldades - políticas, financeiras e técnicas - daqui pra frente.

Ruy Moura disse...

Hangman, certamente que se a situação do Engenhão for até 2014 a preocupãção será grande. Porém, talvez depois de ter sido resolvido o 'outro' problema, o Engenhão possa ser liberado ainda este ano. Ou, em sua opinião, isso é improvável?

Abraços Gloriosos!

hangman disse...

Rui, é com tristeza que afirmo não acreditar na liberação do Engenhão!
E, digo mais: ficará muito difícil para o Botafogo negociar com o pires na mão...

Ruy Moura disse...

Sim, é provável que a Engenhão se arraste, Hamgman, tanto mais que li hoje uma nota inacreditável do Botafogo a dar respaldo ao prefeito. Não é com puxa-saquismo que chegamos seja onde for.

Abraços Gloriosos!

hangman disse...

Rui, eu sou suspeito para falar do Engenhão, pois já estava totalmente adaptado ao estádio.
E digo mais: não estou com nem um pingo de vontade de ir ao "novo" maracanã, pois para mim, eles conseguiram acabar com um estádio feito para o povo e colocaram no seu lugar uma arena de luxo para poucos usufruirem.

Ruy Moura disse...

Hangman, eu adaptei-me ao estádio facilmente, porque gostei muito de lá estar. Eu gosto de estádios olímpicos, e não apenas estádios de futebol. Na Europa, os estádios modernos têm apenas um campo e logo em cima do campo todos os espectadores. Há muita gente que gosta disso porque está mais próximo do jogo e diz-se que a torcida dá mais calor à equipa. Porém, eu sinto-me excessivamente 'aglutinado' no meio de tanta gente quase em cima dos jogadores. As invasões são mais fáceis...

Talvez eu esteja a ser parcial, mas eu prefiro o Engenhão ao Maracanã. E refiro-me ao Maracanã de 2009, não ao novo. Eu acho que o Maracanã que está na mente do coletivo já não existe e as representações dele creio que jamais serão as mesmas daqueles jogos fantásticos com 150.000 pessoas, como eu assisti na década de 1970.

O 'maior do mundo' foi menorizado...

Abraços Gloriosos!

hangman disse...

Rui, no meu ponto de vista a maior modificação que deveria ser feita no Maracanã, e isso serve para todos lugares públicos, seria de diminuir, e não muita quantidade, a carga de ingressos, além de investir no conforto e segurança, mas não nesse nível absurdo que fizeram. O Maracanã foi "estuprado". Se fizessem uma enquete junto à opulação, dúvido que ela concordara com essas modificações. Tenho "pena" das novas gerações que jamais sentirão o calor de um estádio popular. Lembra quando a gente ia e marcava com os amigos para esperar nos lugares "cativos"? Pois é... nunca mais. Isso dá tristeza.
Quer saber a minha opinião sobre ao Engenhão?
ADORO aquele estádio e sempre me senti em casa quando lá assistia jogos. Inicialmente, fiquei estupefato com a notícia da interdição, agora é só "revolta" com os políticos. O Maracanã agora é "terra de inimigos", se é que meu amigo me entende.
Abraços gloriosos!!!

Ruy Moura disse...

Entendo muito bem, Hangman. Eu tenho a mesma opinião. O Maracanã tem sido alvo de disparates imensos. Destruiram o 'maior do mundo' transformando-o num estádio vulgar.

Também adoro o Engenhão. Senti-me muito bem lá. E veja que assisti à partida de inauguração após a nossa posse do estádio, contra o River Plate. Eram 40 mil pessoas e um espetáculo magnífico, sem nenhum problema antes, durante e depois.

Espero poder retornar ao Engenhão 'botafoguense'. E preferencialmente, é esse o meu desejo, ao Estádio Olímpico João Saldanha.

Abraços Gloriosos!

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