sexta-feira, 10 de maio de 2013

O prefeito muito imperfeito e a tolerância zero


por Rui Moura
blogue Mundo Botafogo

Após a apresentação de um Projeto de Lei para atribuir ao Engenhão o nome de João Saldanha, a prefeitura do Rio informou à CBN Rio que não pretende trocar o nome do estádio, após polêmicas envolvendo o ex-presidente da Fifa João Havelange.

Porém, ontem, Thomas Bach, vice-presidente do Comitê Olímpico Internacional, e provável futuro presidente nas eleições de setembro próximo, referiu-se ao estádio olímpico brasileiro de 2016 nos seguintes termos:

- “Estou certo de que o comitê organizador vai respeitar todas as exigências éticas estabelecidas pelo COI”.

A afirmação, não explicitamente dirigida ao nome de Havelange, mas claramente implícita, enquadra-se noutra afirmação de fundo proferida por Thomas Bach:

- “O COI está em condições de construir uma tolerância zero contra doping, corrupção e qualquer tipo de manipulação.”

Talvez por isso o prefeito tenha declarado ontem o seguinte sobre a mudança de nome do Engenhão:

- "Isso é um direito do Botafogo. Eu mudei o nome de muitas coisas no Rio de Janeiro. Mudei por questão de gosto pessoal meu. O Botafogo tem uma coisa chamada naming rights, ele pode chamar o estádio como quiser. Tudo depende da diretoria. Não vou ficar aqui mudando o nome de tudo", explicou o político em entrevista à Rádio CBN ontem.

Em consequência, o Projeto de Lei dos deputados do Partido Socialismo e Liberdade – que foi publicado ontem no Mundo Botafogo – pode ser aprovado e o nome do Engenhão pode mudar para João Saldanha. Não obstante, devo realçar a declaração “mudei por questão de gosto pessoal meu”. Mas um prefeito muda as coisas por ‘gosto pessoal’ ou porque gerou consensos na comunidade para o fazer? É o seu gosto que manda ou os interesses da população que o elegeu e representa? E, neste caso, o seu gosto não se inclina para João saldanha mas para João Havelange? Em que ficamos? Que raio de políticos temos!...

Sobre a interdição do Engenhão, o prefeito muito imperfeito do Rio de Janeiro declarou:

Se houver nove laudos liberando o Engenhão, mas apenas um contrário, o estádio vai continuar interditado." – afirmou em entrevista à CBN Rio o prefeito Eduardo Paes.

Portanto, o prefeito muito imperfeito mostra a sua ‘tolerância infinita’ para fazer valer uma avaliação mesmo que outras nove recomendem o inverso com dados concretos de natureza técnica imbatível. Talvez seja uma questão de ‘gosto pessoal’ do prefeito…

Em consequência, o prefeito muito imperfeito liquidou liminarmente o esforço da ABECE em esclarecer as verdadeiras condições do Engenhão.

Porém, ontem, o consórcio formado por Odebrecht Participações e Investimentos S.A. (empresa líder, com 90%), IMX Venues e Arena S.A. (de propriedade de Eike Batista, com 5%) e AEG Administração de Estádios do Brasil LTDA (também com 5%) será o responsável por administrar o Complexo do Maracanã pelos próximos 35 anos, a partir do final da Copa das Confederações (30 de junho próximo).

Então, talvez os dois berbicachos se resolvam agora mais celeremente: a mudança de nome do Engenhão para Estádio Olímpico João Saldanha e a rápida solução das questões estruturais levantadas com a interdição do Engenhão.

2 comentários:

MAM disse...

Com certeza isso vai acontecer...É só esperar...

Ruy Moura disse...

Desejo que isso se concretize mesmo. Se a resolução dos 'problemas estruturais' fosse célere, por exemplo em três meses, poderíamos aspirar a um ano bom. Caso contrário dificilmente haverá títulos perante uma situação financeiramente 'calamitosa'.

Abraços Gloriosos!

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