O Clube entrou em 1993 com um
time modesto, formado por jogadores quase desconhecidos, deixando sua torcida
sem grandes pretensões naquele ano. […] Todos esperavam que o
Botafogo só fizesse figuração na [Copa Conmebol]. Mas não foi o que aconteceu. […]
O Glorioso estreou contra o
Brigantino […] com duas vitórias suadas, por 3 a 1 em
Niterói e 3 a 2 no interior paulista. […] Depois foi a vez dos venezuelanos de Caracas: […] 1 a 0 na Venezuela e 3 a 0 no Brasil. Chegar
às semifinais, para muitos, era o limite daquele time. […] O Alvinegro levou uma esfrega de 3 a 1 para
o Atlético Mineiro […] e viu sua
torcida jogar a toalha. Mas um milagre aconteceu no Caio Martins. […] Tudo deu certo […] e o Botafogo arrasou o forte Galo por 3 a 0, classificando-se para as
finais contra os uruguaios do Peñarol.
A torcida já sentia uma pontinha
de esperança […] e acreditou mais quando o Glorioso arrancou
um empate raçudo de 1 a 1. […] O
Botafogo de pior nível técnico dos últimos anos, mas muito mais raçudo do que o
do ano anterior, estava prestes a fazer história. Aproximadamente 70 mil
botafoguenses tomaram o Maracanã e vaiaram o anúncio do público pagante – como
mais de 26.000 – como se a maioria não tivesse entrado de graça. […]
Na única chance do Peñarol saiu o
gol: […] o craque da Seleção Uruguais chutou forte,
sem defesa fazendo 1 a 0 para os carboneros aos 35 minutos. Assustados com a
possibilidade de um ‘Maracanazzo’ os botafoguenses foram cabisbaixos para o
vestiário.
Sinval […] em um dia de Didi acertou um chute maravilhoso, espetaculoar, que
encobriu toda a área e foi morrer no ângulo direito de Rabajda: […] 2 a 1 para o Glorioso, e delírio na
comemoração. Parecia o gol do título.
Nos acréscimos o Peñarol achou um
gol […] e empatou: era inacreditável.
Na série de pênaltis […] William Bacana espalmou o chute de Ferreira.
O Botafogo estava na frente com 2
a 1. E quando André fez o terceiro alvinegro, o título estava nas mãos de
William Bacana. […] A bola, abençoada, acertou o travessão: a
Copa Conmebol era do Glorioso. E a torcida, na mesma hora, invadiu o campo, em
comemoração enlouquecida.
[Além da narração de partes do jogo,
Auriel de Almeida ainda faz três destaques dedicados a Sinval, Eliel e William
Bacana.]
Excerto autorizado pelo autor. In:
ALMEIDA, A. (2012). Jogos Memoráveis do Botafogo. Rio de Janeiro: ed. iVentura,
pp. 163 a 166 (à venda nas livrarias Travessa e Saraiva ou no portal www.iventura.com.br
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