domingo, 8 de março de 2015

Fragmentos ‘jogos memoráveis do botafogo’: os absurdos federativos… (26)

por AURIEL DE ALMEIDA
Investigador esportivo
especialmente para o Mundo Botafogo

A campanha do Botafogo no primeiro estadual da década [1990] foi quase perfeita – apenas uma derrota em 123 partidas, impedindo que o clube repetisse a marca de 1989, quando foi campeão invicto. […]

Mas se em campo o Glorioso não encontrou adversários, o mesmo não s epode dizer fora dele. A dobradinha fisiológica […] personificada nas figuras de Eduardo Vianna (o Caixa D’ Água) e Eurico Miranda […] já começava a ser perigosa. […]

Os dirigentes vascaínos, com as costas devidamente cobertas pela Federação, resolveram alterar em conselho arbitral a interpretação de um ponto crucial do regulamento, que definia as vantagens para a finalíssima. […]

A proposta abusada no conselho arbitral: o Vasco defendia que, caso vencesse a semifinal, somaria mais dois pontos aos conquistados no primeiro turno e passaria a ser a equipe com melhor pontuação, superando o Botafogo. […]

A ideia era absurda. O regulamento dizia claramente que a pontuação era referente apenas à primeira fase. […] Os Botafoguenses, indignados, prometeram disputar a final de acordo com as regras originais. […]

Aos 34 minutos [da segunda parte], quando tudo indicava que o placar não sairia do zero a zero, […] Carlos Alberto, na corrida, já havia chegado na bola e emendou: 1 a 0 para o Glorioso, gol que naquelas circunstâncias definiu a partida. […]

Conforma prometido, o Alvinegro recusou-se a jogar a prorrogação, recebeu o troféu […] e deu a volta olímpica. […] Os vascaínos esperavam sentados. Após a festa botafoguense o juiz Cláudio Garcia encerrou oficialmente o jogo, anotando na súmula uma vitória do Vasco na prorrogação por desistência do rival. […]

A sentença do Tribunal da Federação foi rápida e assustadora: o título era do Vasco, e o Botafogo foi imediatamente desfiliado da entidade. Chocados, os alvinegros recorreram no Supremo tribunal de Justiça Desportiva, que no dia 9 de Agosto anulou a decisão da FFERJ. […]

No fim, valeu a palavra do STJD: “Se o Botafogo não fosse proclamado o campeão, a moralidade esportiva estaria comprometida”.

[Além da narração de partes do jogo, Auriel de Almeida ainda faz dois destaques dedicados a Carlos Alberto Dias e Wilson Gottardo.]

Excerto autorizado pelo autor. In: ALMEIDA, A. (2012). Jogos Memoráveis do Botafogo. Rio de Janeiro: ed. iVentura, pp. 157 a 160 (à venda nas livrarias Travessa e Saraiva ou no portal www.iventura.com.br

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