sexta-feira, 31 de maio de 2013

Voz de Tim Vickery


Lá fora o Botafogo tem muito nome… Botafogo e Santos especialmente. Porque foram times que formaram grandes seleções. (…) Botafogo e Santos, dois nomes muito famosos.” – Tim Vickery, comentador desportivo, respondendo a André Rizeck quando este comentou que considerava o Botafogo o ‘patinho feio’ para a imprensa do Rio de Janeiro. 
Nota de Mundo Botafogo: Enquanto o estrangeiro reconhece e estima o Botafogo, a imprensa do Rio de Janeiro, a Prefeitura e outras entidades desportivas mostram o seu despeito por um clube que devia ser homenageado por levar o nome do Brasil ao mundo.

O laudo do Engenhão é ilegal?!?!?!

por Canagé Vilhena
arquiteto e urbanista

Laudo pericial sobre segurança estrutural é serviço de Engenharia.

O laudo aceito pela prefeitura do Rio é de uma empresa alemã.

É necessário contratar estrangeiros para ver que a estrutura está podre?

Esta empresa tem registro no CREA-RJ para exercer a Engenharia no Brasil?

Ela fez Anotação de Responsabilidade Técnica – ART para o laudo pericial?

A Lei 5.194/66 proíbe a contratação de serviços de Engenharia produzidos por pessoas não registradas no Brasil:

Art. 6- Exerce ilegalmente a profissão de engenheiro ou engenheiro-agrônomo:

a) a pessoa física ou jurídica que realizar atos ou prestar serviços público ou privado reservados aos profissionais de que trata esta lei e que não possua registro nos Conselhos Regionais; (…)

Art. 13. Os estudos, plantas, projetos, laudos e qualquer outro trabalho de engenharia e de agronomia, quer público, quer particular, somente poderão ser submetidos ao julgamento das autoridades competentes e só terão valor jurídico quando seus autores forem profissionais habilitados de acordo com esta lei. (…)

Art. 15. São nulos de pleno direito os contratos referentes a qualquer ramo da Engenharia ou da Agronomia, inclusive a elaboração de projeto, direção ou execução de obras, quando firmados por entidade pública ou particular com pessoa física ou jurídica não legalmente habilitada a praticar a atividade nos termos desta lei.

Nota de Mundo Botafogo: Perante os argumentos de Canagé Vilhena, é necessário confirmar a ilegalidade do laudo acolhido pelo prefeito. A ser ilegal, a torcida deve, por todos os meios, encontrar forma de concretizar manifestações públicas que exijam um comportamento digno da diretoria e, quiçá, estudar a possibilidade de mover uma ação popular contra a ilegalidade cometida pela prefeitura ou apelar ao Ministério Público para que intervenha o mais rapidamente possível num caso que prejudica um clube que é património da cidade do Rio de Janeiro e do País.

OUSEMOS LUTAR, OUSEMOS VENCER!
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Um pedaço do clube

por Rui Moura
Blogue Mundo Botafogo

Um recorte de jornal de 1983, publicado no blog do PC Guimarães, conta a história da oferta que a Juventus de Turim fez para a aquisição de Garrincha em 1959, um ano após a conquista do 1º campeonato do mundo de Seleções. Cito:

Representando o Botafogo, João Saldanha e Renato Estelita foram convidados pelo dono do Juventus, Gianni Agnelli para almoçar na Fiat. Conversa vai, conversa vem, Agnelli acabou botando as cartas na mesa: perguntou o preço de Garrincha. Quando os dois disseram que Garrincha não tinha preço, Agnelli engasgou, pois já tinha prometido o craque à torcida.

O empresário achou que os dois estavam brincando e acenou com um milhão de dólares, que na época, há quase 25 anos, representava bem mais que os 4 milhões de dólares que o Udinese promete ao Flamengo por Zico.

Saldanha explicou então que não era só Garrincha que não tinha preço, era o Botafogo. Garrincha naquele momento era o Botafogo, confundia-se com o clube, e os seus dirigentes não tinham o direito de vendê-lo.

Garrincha não foi vendido e passou quase dez anos cobrindo o clube alvinegro de glórias, enchendo-o de títulos e conquistas e seus torcedores de alegria.”

A citação feita vem a propósito da eventual venda de Dória e Vitinho (além da especulação sobre a venda de Fellype Gabriel e outros), jovens revelações das categorias de base do Botafogo, acerca das quais a diretoria não se tem cansado de realçar como uma aposta fundamental da política de resgate da tradição de grandes revelações no clube, incluindo atletas que outrora foram campeões do mundo pela Seleção Brasileira.

Salvaguardas as distâncias entre Garrincha por um lado e Dória e Vitinho por outro, pode-se dizer que hoje, após tanto alarde da diretoria em considerar as jovens revelações como um bem essencial do clube, se trata de vender ‘um pedaço do clube’.

A situação financeira do Botafogo é difícil desde a interdição do Engenhão, mas, por isso mesmo, a diretoria deveria ter-se munido de todos os instrumentos jurídicos legais e de toda a influência que um clube como o Botafogo deve ter para, por todos os meios possíveis, anular a interdição do Engenhão, que considero prepotente, ilegal, de natureza política, sem transparência, sem laudo e sem credibilidade.

Ao invés, a diretoria entregou-se nas mãos do prefeito em comunicado oficial, colocando-se ao lado da prefeitura na interdição do estádio, cujo titular de tão importante cargo público já se viu como nos trata, brandindo o Engenhão como instrumento político contra César Maia e, quiçá, contra o Botafogo, prejudicando-o aproximadamente em 45 milhões de reais até ao fim do ano se a interdição não for levantada.

Em vez de combater a dita interdição e, por outro lado, procurar soluções financeiras alternativas ao desmanche da equipa que estava finalmente a dar os seus frutos, a diretoria pretende trilhar o caminho mais fácil e mais prejudicial ao nosso clube, designadamente no que respeita às nossas justas ambições desportivas.

E o presidente, cuja presença é crucial neste momento, pede o licenciamento da sua função e desaparece sem deixar rasto, mostrando mais uma vez a falta de transparência dos seus atos, porque ninguém acredita na bondade da sua justificação – cujo prolongamento além do aceitável não se compreende e prejudica gravemente o clube.

O presidente, honrando as funções para que foi eleito, deveria optar entre a sua renúncia ou o seu regresso, sob pena de não termos presidente efetivo nem ninguém com autoridade suficiente para travar os acontecimentos nefastos que desabaram sobre o clube. E temos sorte de os atletas, depois de um anúncio público extemporâneo contra a concentração antes dos jogos, terem sido eticamente irrepreensíveis ao cumprirem a promessa de jogar como sempre o fizeram nos últimos meses. E agora voltaram atrás com a sua decisão a bem do clube.

Em vez de autoridade, a diretoria manifestou a sua submissão, quer na resposta aos atletas quando se negaram a concentrar-se, quer principalmente na resposta que não deram à prepotência da prefeitura. E, como se verifica, a diretoria poderia ter atuado, porque, afinal, os jogadores reconheceram o desgaste físico de não se concentrarem e agiram a favor do clube. Mas deveria ter sido a diretoria a demovê-los. A decisão assertiva dos atletas deveria envergonhar esta diretoria submissa. Assim, estamos em auto-gestão, que por acaso funciona porque temos um grupo de atletas digno e coeso.

Em relação à prefeitura ocorre o mesmo. Se tivéssemos uma diretoria assertiva e pressionante, certamente que as coisas não estariam como estão atualmente e o Biotafogo não sofreria tantos prejuízos como vai sofrer.

Agora, mais do que renunciar passivamente a “um pedaço do clube”, arriscamo-nos a que a diretoria venda um ‘pedação’ do clube e nos lance numa crise só comparável à gestão destruidora de Charles Borer nos idos da década de 1970.

É hora de os torcedores, organizados e não organizados, mas sob a batuta de alguém credível e enérgico – onde está a oposição? –, cerrarem os punhos e chamarem para si a responsabilidade de inverter os destinos do clube combatendo com todas as suas forças a inação de uma diretoria inócua e incapaz de responder à altura da nobreza e das tradições do Botafogo de Futebol e Regatas.

OUSEMOS LUTAR, OUSEMOS VENCER!

Blog de Cosme Rímoli (I): dignidade de jogadores, inépcia da dirigentes

por Cosme Rímoli
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Liderados por Seedorf e Jefferson, jogadores do Botafogo dão uma lição de profissionalismo. Foram campeões do Rio e estão jogando ótimo futebol sem receber. Um episódio que escancara o amadorismo dos dirigentes no Brasil...
"Aqui não tem mercenário. Aqui não tem jogador que só pensa em dinheiro. Aqui tem pais de famílias."

O desabafo é do goleiro Jefferson.

Ele mostrou sua indignação antes de se apresentar à Seleção.

Sua queixa é inacreditável.

Mostra como os clubes grandes brasileiros são administrados.

O Botafogo ganhou o Campeonato Carioca de forma impressionante.

Venceu os dois turnos.

Não deixou espaço para Flamengo, Vasco e Fluminense.

Não houve nem final.

A superioridade dentro de campo foi absoluta.

O time teve sete atletas na seleção do torneio.

E Oswaldo de Oliveira como melhor treinador.

Qual foi o prêmio que a equipe recebeu por este domínio do Rio?

Dois meses de salários atrasados.

Ou seja, enquanto comemoravam o título, os atletas sabiam.

Não recebiam pelo trabalho.

A Federação Carioca não se manifestou.

O Sindicato dos Atletas do Rio de Janeiro também não.

Como se tudo fosse normal.

Os líderes do time resolveram protestar.

Não se concentraram para a partida contra o campeão mundial Corinthians.

Foram ao clube no sábado e embarcaram para São Paulo.

Jogaram com toda a dedicação.

E foram até melhor do que o adversário em pleno Pacaembu.

Empataram em 1 a 1, mais uma premiação que não receberam.

A tabela apontava quarta-feira partida contra o Santos.

A diretoria esperava novamente que o time não se concentrasse.

Mas Seedorf e Jefferson, líderes do elenco, procuraram a direção.

E avisaram que o time queria sim se concentrar.

Alegaram que a logística seria facilitada, já que o jogo será em Volta Redonda.

Está sendo uma sucessão de demonstração de profissionalismo incrível.

Comprometimento com o clube, com a profissão.

Algo raro no futebol brasileiro.

A situação do financeira do Botafogo é lamentável.

Um levantamento da Pluri Consultoria aponta.

São mais de R$ 566 milhões.

A interdição do Engenhão foi um golpe terrível.

O clube conseguia pagar os jogadores com o aluguel do estádio.

Os dirigentes estavam para fechar um acordo de R$ 30 milhões por ano.

Iria vender o naming rights do Engenhão.

Com a ameaça de desabamento da cobertura, o estádio foi interditado.

O clube deixa de ganhar também o dinheiro dos camarotes.

A situação está tão ruim que a direção resolveu fazer o que não queria.

Está negociando Doria, sua maior revelação em anos com o grupo DIS.

Mistura firmeza, antecipação e técnica.

Uma promessa de apenas 18 anos.

Recebeu a proposta de oito milhões de euros, cerca de R$ 21 milhões.

Dirigentes insistem que não há solução a não ser vender o atleta.

E com esse dinheiro pagar os salários dos jogadores até o final do ano.

Eles querem vender e apenas tentam demover o grupo de levar Doria.

O plano dos empresários é usar o Cruzeiro como vitrine para o beque.

Acreditam que atuando ao lado de Dedé, ele conseguirá maior valorização.

A venda está para ser fechada entre hoje e o final de semana.

Os jogadores estão acompanhando tudo de maneira digna.

Até se reunindo com chefes de torcidas organizadas.

Tudo acontece de maneira clara.

Com muito profissionalismo por parte dos atletas.

Seedorf e Jefferson mostraram como se age em um momento de crise.

Se os atletas se entregassem, sabotassem seu trabalho, seria tudo pior.

O time foi campeão sem salários.

É um exemplo de dedicação.

E mais um motivo para vergonha da organização do futebol brasileiro.

O Botafogo é um clube de grandes conquistas.

Base de Seleções Brasileiras campeãs do mundo.

Mas não se estruturou.

Se atolou em dívidas.

Chegou a vender General Severiano, sua sede, para a Companhia Vale do Rio Doce.

Só a conseguiu de volta dando o seu ginásio coberto no Mourisco.

Mesmo assim, as dívidas só aumentaram.

E quase todo ano a situação é a mesma.

A diretoria atrasando salários.

A grande diferença em 2013 partiu dos jogadores.

Eles estão tendo uma atitude digna.

Marcam posição pública, mostram que estão sem receber salário.

Mas se desdobram em campo.

Amadorismo do lado dos dirigentes.

Incapazes de manter a folha de pagamento em dia.

E emocionante demonstração de profissionalismo de outro.

De jogadores que só querem ter o direito de receber por seu trabalho...

Blog de Cosme Rímoli (II): estádio interditado onde mais se treina

por Cosme Rímoli

É mais uma história absurda no futebol brasileiro.

O Engenhão foi interditado por um motivo muito sério.

Houve um erro nas suas estruturas.

A cobertura que pesa toneladas pode desabar.

São milhões de quilos de concreto e ferro.

Ela já apresenta várias rachaduras.

Muita ferrugem.

Incrível porque o estádio foi construído em 2007.

Técnicos apontam grande perigo à cobertura.

Se houver rajadas de vento com mais de 63 quilômetros pode desabar.

O estádio que custou R$ 380 milhões ao Rio foi interditado.

A decisão foi divulgada em março.

O Botafogo decidiu não mais arcar com a administração do complexo.

A prefeitura tirou a administração do clube.

Mas na prática, a liberação do Engenhão ainda fica por conta dos botafoguenses.

Foram eles quem acertaram uma gravação de publicidade da Nike no estádio.

E a multinacional não só usou o campo.

Como colocou 200 figurantes nas arquibancadas.

Bem embaixo da comprometida cobertura do estádio.

Neymar chegou a gravar no gramado.

Foi há duas semanas.

Quando a história vazou, ninguém quis assumir.

A diretoria do Botafogo alegou que pensou que a filmagem seria em torno do estádio.

Mas não mandou ninguém para acompanhar as gravações.

A prefeitura disse que não sabia.

E na prática, logo o comercial da Nike da nova chuteira de Neymar estará no ar.

Mas quem acredita que tudo já foi um absurdo, vem mais por aí.

A Seleção escolheu justo o gramado do interditado Engenhão.

Será lá que irá treinar no dia 31, na próxima sexta-feira.

Dois dias antes do amistoso contra a Inglaterra.

A liberação aconteceu por parte do próprio prefeito Eduardo Paes.

Todos vão fingir que não há nada de errado na cobertura.

Afinal, se cair, será sobre as arquibancadas.

Só que não para por aí.

A Itália e o Taiti irão usar o interditado estádio.

Treinarão nele antes de seus jogos no Rio pela Copa das Confederações.

Balotelli pensa que só as noitadas serão agitadas.

Mal sabe ele como podem ser seus treinos.

O João Havelange foi reservado também para um dos finalistas da competição.

O Engenhão entrará para a história.

Será o estádio interditado mais usado de todos os tempos.

Tomara que o laudo da empresa SBP seja apenas uma piada.

E que as estruturas da cobertura não estejam tão comprometidas.

Seria um caos se estivesse certo.

Em todo caso vale a torcida.

Para que os ventos no Rio de Janeiro não passem dos 63 quilômetros por hora.

Outra vez, o Brasil brinca com o perigo.

E coloca a Seleção, a Itália e o Taiti em um estádio interditado.

Assim como o libera para propaganda da Nike.

Com seus figurantes sentados no ponto mais perigoso do estádio.

Por quê?

Por que só a Espanha vai treinar em São Januário?

Só José Maria Marin e Eduardo Paes podem responder.

E Felipão, não poderia escolher outro campo?

Por que esta exposição desnecessária?

Será motivo para questionamento em todo planeta.

Ele também está ocupado demais para responder.

Não, o melhor é colocar todos em um estádio interditado.

Mais emoção.

O que significa o laudo da empresa alemã recomendando a interdição?

Aparentemente nada.

Não para Eduardo Paes e José Maria Marin.

Só que ninguém se esqueça.

O prefeito carioca cravou uma frase sobre o Engenhão.

Tão histórica quanto assustadora.

“O estádio foi feito nas coxas…”

Botafogo campeão estadual de futebol sub-17 (com fichas técnicas)

Fonte: X – Botafogo F. R. por RUY MOURA | Editor do Mundo Botafogo O Botafogo conquistou brilhantemente o Campeonato Estadual de Futebol...