O artigo 37 da Constituição Federal estabelece que "os
poderes públicos Federais, Estaduais e Municipais devem se pautar, entre
outros, pelos princípios da impessoalidade e da moralidade".
Em consequência, usando os dois princípios básicos de
impessoalidade e de moralidade do artigo, existe respaldo legal e
constitucional para remover o nome de João Havelange do Estádio Olímpico gerido
pelo Botafogo.
Isso é possível por meio de uma ação civil pública que é altamente
desejável em defesa da Constituição e dos princípios desportivos.
A declaração do prefeito muito imperfeito sobre o Botafogo ter o
direito de mudar o nome do Estádio Olímpico, provavelmente não será formalmente
válida, funcionando, talvez, como uma declaração à Pôncio Pilatos. Em
consequência, os advogados ao serviço do Botafogo devem estudar o assunto para
que se possa concretizar essa mudança, caso o Projeto de Lei de mudança de nome
para estádio Olímpico João Havelange não seja aprovado.
A Sondagem Lance!Net confirma a preferência dos torcedores
botafoguenses, evidenciando que o Projeto de Lei tem uma sustentação social
significativa: 84% votaram a favor da designação Estádio Olímpico João
Saldanha. Seguramente que a substituição do nome ‘Saldanha’ pelo nome
‘Havelange’ é a todos os títulos responsavelmente desejável e eticamente
necessária.
Apoio a
designação ‘João Saldanha’ porque os seus atos públicos sempre mostraram um
comportamento impoluto e moralmente oposto ao de João Havelange, cuja demissão
de presidente honorário da FIFA avolumou a suspeita do seu envolvimento em ‘propinas’.
15 comentários:
Rui,
Mais uma vez foste cirúrgico, Perfeito, nos teus comentários sobre a mudança de nome do estádio e a interdição do mesmo!
Escutei o prefeito PaesPalho proferindo essas insanidades no rádio!
Tentou desqualificar o parecer da ABECE, dizendo que o responsável pela cobertura do Engenhão é membro diretor da mesma. Porém, esqueceu-se de comentar que no parecer consta dados de outras entidades.
A única coisa que os políticos brasileiros temem (muda completamente de ação, atitude, pensamento) é o voto. A perda dos votos (seus eleitores) é mais temida por eles que o vampiro teme a cruz, o alho, uma estaca.
Por isso, tenho certeza que a situação da interdição do Engenhão só será resolvida quando essa idiota visse uma passeata, protesto, cobrando uma solução! Não tenho a menor dúvida que a situação seria resolvida rapidamente.
Lembro-me quando a imprensa divulgou as suspeitas de corrupção do ex-presidente Collor. Os meios de comunicação divulgaram, mas só após os jovens (denominados de caras pintadas, pois pintavam os rostos nas passeatas e protestos), surgiram os inquéritos e a sua cassação.
Tenho certeza que se as torcidas organizadas (principalmente aquelas que não se envolvem ou não possuem histórico de violência, como a Loucos, Botachopp e outras) convocarem, mobilizarem a torcida do Botafogo, outras torcidas, pois o fechamento do Engenhão prejudica o futebol carioca, a imprensa esportiva que critica a falta de solução, as entidades de engenharia (como o Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura - CREA), os políticos que apoiam e já estiveram no estádio, ou seja, envolvendo outros setores da sociedade, teríamos uma solução rapidamente.
Como você, estou preocupado com esse fechamento!
Aí sim teremos que vender todas as nossas promessas que brilham e contribuíram para a conquista do carioca!
Se ficarmos um ano sem o estádio pereceremos!
Já existe corrente apoiando a ideia inicial do Montenegro em devolver o estádio! Pessoas que não apoiavam no primeiro momento!
Não sei se leu essa matéria publicada pela Amir Somoggi Marketing e Gestão Esportiva, divulgada no blog do Juca Kfouri (http://blogdojuca.uol.com.br/2013/05/o-faturamento-dos-maiores-clubes-do-brasil-em-2012/).
Isso só piora a minha expectativa! Os outros clubes aumentando e conseguindo novos e melhores patrocínios! Enquanto isso nós perdemos ou não sabemos quando permitirão retornar ao estádio!
Algo precisa ser feito! Não podemos esperar pela benevolência dos dirigentes Botafoguenses! Não podemos esperar e ficar no meio de uma briga política entre o atual prefeito e o prefeito anterior, que construiu o Engenhão!
Não podemos esperar e ficar a mercê de entidades que ditam as regras de quando e o local que devemos jogar! Ficar a mercê de uma privatização de outro estádio!
O Botafogo sempre foi e sempre será libertário. Já teve jogadores soldados na segunda guerra mundial, abrigou jovens estudantes em General Severiano durante a ditadura e se recusou a participar de um campeonato, liga, para defender seu jogador.
Abs e Sds, Botafgouenses!!!
Rui,
Algumas informações que li hoje a noite:
- O comércio em volta teve o lucro derrubado. Até casos de violência em volta do estádio estão acontecendo. Segundo alguns moradores do entorno, a área está abandonada, mal iluminada e sem policiamento.
Essa você já havia informado através do laudo:
- A informação da empresa alemã - a cobertura corre risco de cair com vento superior a 63km/h - está sendo discutida. Mais pelo fato de a tempestade de segunda-feira, no Rio. Com vento na casa dos 96km/h. Segundo rumores, o vento chegou a retorcer alguns ferros da cobertura corroídos pela ferrugem, porém não afetou a estrutura.
Abs e Sds, Botafoguenses!!!
Gil, a desqualificação da ABECE é um verdadeiro tiro nos pés no respeito à capacidade estrutural da arquitetura e da engenharia brasileiras. O que é absurdo, tendo em consideração que, nesse domínio. o Brasil tem uma projeção razoável interessante.
Sempre defendi que quando se pretende obter uma coisa justa e transparente só lutando em coletivo, unindo as forças, se consegue. Uma passeata já deveria ter sido organizada contra a decisão do Imperfeito, mas parece que as gentes lusófonas são 'macias' demais para protestar e organizar-se em torno de entidades idóneas. Considero que essas torcidas que referiste já deram muitas provas de idoneidade. Outras torcidas poderiam juntar-se também.
Na verdade, ao rebentarem com o Clube dos 13 - ação para a qual Maurício Assumpção participou - ficaram prejudicados os clubes com menos torcida, como o Botafogo, por exemplo.. Enquanto os direitos televisivos de uns dispararam, o Botafogo recebeu apenas mais 2 milhões. A negociação clube a clube, em vez da negociação coletiva, sempre foi defendida por economias liberais e neoliberais que não favorecem o coletivo, mas apenas o sucesso individual. A nossa posição contra o Clube dos 13 foi uma enorme 'burrice'. A Europa está precisamente a abandonar o modelo 'individualista' em favor do modelo 'coletivo', enquanto o Brasil opta agora por aquilo que os campeonatos mais poderosos do mundo abandonaram. É a 'desordem e o desprogresso'.
Em minha opinião, é de reconhecer que a diretoria, a comissão técnica, o departamento médico e o time de futebol melhoraram muito com as mudanças de 2012 para 2013, designadamente o afastamento de Anderson Barros, dos responsáveis médicos e da psicóloga. Pena foi que O. Oliveira não tenha sido substituído por um grande técnico, embora Seedorf cubra bem as deficiências técnicas do treinador, que não sairá tão cedo.
E não me digam que equipa vencedora não mexe e não muda de treinador, porque o exemplo do treinador do Bayern, que construiu uma equipa formidável e vai ser substituído por Guardiola mostra que se houver uma nova visão para o clube justifica-se a mudança de treinador. E, em minha opinião, há uma nova visão, embora ainda tenha algumas deficiências. No entanto, face às dificuldades que vamos enfrentar com a perda temporária do Engenhão, é de manter o treinador.
Temo pelos meses até ao fim do ano, e a parte de torcedores que embandeira em arco de que vamos ganhar tudo, talvez se deva refrear. 'Gato frio de água escaldada tem medo', e a nossa vocação para 'cavalo paraguaio' tem sido enorme. A motivação e o otimismo são bons, mas o oba-oba costuma dar maus resultados. Isso é patente no clube do oba oba - o Flamengo. Acaba tudo em estrondosos desastres.
Tenho a sensação que a estrutura do Engenhão não tem problemas. os problemas parecem ser muito mais superficiais do que se apregoa.
Abraços Gloriosos!
Rui,
Só para corroborar teu comentário, o campeonato ce basquefe americano é um sucesso devido ao coletivo. Se não estiver enganado os times se uniram e estipularam limite máximo de salários para os atletas da liga. Limite de contratações e estrelas em cada time, além de valores pagos iguais pela tv aos times.
Como o teu blog e visitado por muitos, espero que as organizadas independentes comprem a nossa ideia de passeata, manifestações, envolvendo a sociedade, patrocinadores, imprensa, e outras torcidas.
Abs e Sds, Botafoguenses!!!
Exato, Gil. É a opção coletiva que permite competitividade, sob pena de vermos os países transformados em Real Madrid x Barcelona e nada mais. O campeonato espanhol chateia de tão previsível.
Desejaria muito que as organizadas se organizassem, mas não creio que a Fúria - a maior organizada - o faça.
Abraços Gloriosos!
A minha opinião sobre o caso é a seguinte (ver texto abaixo):
"Na véspera (15/02/1967), Saldanha apoiara a decisão do Flamengo de vender a sede do Morro da Viúva: “Aquilo está pessimamente alugado e não rende coisa alguma”. Sobrou para o Botafogo: “Um estádio e sede obsoletos não foram atualizados porque os que construíram querem que suas obras fiquem para a eternidade. O clube que se dane. O importante e que fala mais alto é a vaidade de meia dúzia de homens que estacionaram. Aliás, esta a razão principal do atraso em que se encontram os clubes cariocas de futebol. Muita moleira fechada e o diabo é que eles mandam”.
Aqui, a palavra não serve para comunicar, mas para confundir. O Botafogo não é um clube de futebol, mas uma associação esportiva (fundamentalmente amadorista) com um setor profissional de futebol. Saldanha estava bem a par das providências tomadas pelo Clube para construir um novo estádio na Avenida Brasil, abrindo espaço em General Severiano para uma moderna sede social. Preservando, naturalmente, o Palacete, que Saldanha considerava “obsoleto”, devendo ser posto abaixo. A defesa genérica do Clube não passava de recurso vocabular para atingir o objetivo de eliminar a Velha Guarda como força política, removendo a barreira de proteção dos esportes olímpicos.
A partir de 1982, Saldanha combaterá com unhas e dentes o movimento pela reconquista de General Severiano, sustentando a inutilidade de um clube de futebol ter sede social. Vejamos. Num artigo em que propunha desapropriações na Zona Sul para eliminar engarrafamentos e criar áreas de lazer, ele escreveu: “Com esta fabulosa área [do Jóquei Clube], com o remanejamento das pistas de trânsito no Aterro e com o terreno de General Severiano, lazer e outros problemas da Zona Sul estariam resolvidos e a população eternamente agradecida ao Senhor Miro Teixeira, que pediu ideias e sugestões” (JB – 6/08/1982).
Três semanas depois, supondo que o Botafogo desistira da luta, comemorou: “Creio que agora ficará mais fácil de o Botafogo se conscientizar de que o futebol é o carro-chefe e não se deixar levar por pequenos grupos carregadores de interesses mesquinhos. (...) Falam muito de General Severiano. Pois saibam que General Severiano nunca foi muito mais do que uma sede, pequena relativamente, um muro e duas balizas” (JB – 25/08/1982).
Seis meses depois, novamente preocupado, voltou à carga: “A meta do Botafogo não é apenas uma sede social? Para quê? Para meia-dúzia se reunir? General Severiano, atualmente, não serve mais nem para futebol soçaite. (...) Que trate de fortalecer Marechal Hermes, o que ainda é bem viável, e que forme um bom time. Os falsos amadoristas não encontrarão dificuldades para ir para outros clubes” (JB – 2/02/1983).
No ano seguinte, alarmado com o progresso do movimento, cujos componentes chamou de “grupinho que quer o clube como o prosseguimento do quintal de suas casas e para suas famílias”, condenou o “ridículo sonho de recuperar General Severiano” (JB – 6/04/1984).
Em fevereiro de 1993, após 17 anos de luta, o esforço titânico do Botafogo será recompensado.
O Botafogo não deve escorregar na casca de banana lançada pelo prefeito. A responsabilidade de manter ou alterar o nome do Estádio Olímpico é exclusivamente dele. Agora, o Botafogo não deve apoiar a sugestão de quem desconhece inteiramente o papel de cada um tanto na venda da sede e do estádio, quanto na sua reconquista.
Batizar o Engenhão com o nome de João Saldanha seria um prêmio indevido a quem detestava a convivência do futebol botafoguense com os esportes olímpicos; e um desrespeito a todos que lutaram (por 17 anos) para que o Botafogo voltasse pra casa.
Carlos Vilarinho
Sócio Proprietário
Estes vereadores e deputados do PSOL deveriam priorizar a luta em defesa do futebol carioca, indo a fundo nas investigações do que está por trás da interdição do Engenhão, cujos efeitos são desastrosos para o Botafogo. A atitude subalterna da diretoria do Botafogo a coloca numa posição insustentável. Este movimento de mudança de nome cheira a manobra de gente que não tem nada a ver com o Botafogo e seus problemas. O nome que se dane! A prioridade é reabrir o Engenhão!
Carlos Vilarinho
Sócio Proprietário
Em tempo, faço uma retificação.
Esses caras são velhos inimigos do Botafogo. Esse movimento tem outros fins, que passam longe do Rio de Janeiro. São interesses - digamos assim - federais.
Mas voltando aos elementos, lembro que o Botafogo só voltou pra casa porque a Câmara dos Vereadores aprovou, em 1991, a elevação do gabarito das construções na praia de Botafogo, condição sine qua non para que a Companhia Vale do Rio Doce aceitasse fazer negócio com o Botafogo.
Pois bem, na primeira votação, em 28/11/1991, a aprovação foi unânime. O então vereador do PT, Eliomar Coelho se retirou do plenário. Na segunda votação, em 5/12/1991, ele e Chico Alencar (PT) votaram contra, mas foram esmagados. Deu Botafogo na cabeça!
Carlos Vilarinho
Sócio Proprietário
Estimado Carlos Vilarinho, fico muito contente com os seus comentários no Mundo Botafogo, que há largo tempo não fazia – e cuja profundidade bem falta fazem ao blogue, que pretende, entre outras coisas, abrir o debate a todos os botafoguenses acerca dos problemas que merecem ser analisados, consciencializando os botafoguenses do que está em jogo e ‘como’ desmascarar o que tem que ser desmascarado, apoiar o que deve ser apoiado, sugerir o que pode ser bom para o Botafogo. Se um dia isso ocorrer com o Mundo Botafogo, eu diria que estaria cumprida integralmente a linha editorial que sustenta este espaço botafoguense.
Naturalmente que o Carlos conhece bem os acontecimentos desde que perdemos General Severiano. Eu faço o possível por saber, mas à distância é difícil conhecer os pormenores.
Eu gostaria, contudo, de deixar claro que, obviamente, a prioridades de todas as prioridades é o fim da interdição do Engenhão, que, como diz e bem, é desastroso para o Botafogo.
E, contudo, como também o Carlos afirma, considero que a atitude da diretoria do Botafogo é subalterna e completamente submissa ao prefeito, designadamente na última nota oficial sobre o assunto. E considero, evidentemente, que se devia aprofundar as causas da interdição do Engenhão, que, como todos nós adivinhamos, terá pouco a ver com ‘problemas estruturais’ da cobertura. Todavia, quem se interessa por aprofundar isso? O Botafogo recusou liminarmente mediante a sua posição. Os órgãos oficiais que deviam investigar? Também não creio que o façam. Julgo que vamos ficar à mercê do que politicamente interessa a grupos e individualidades que se movem privilegiadamente entre a trilogia ‘futebol – política – obras públicas’.
Quanto ao nome do Engenhão mudar para ‘João Saldanha’ não me parece que haja relação direta com o Casarão e tudo o que ocorreu a partir de 1976. Creio que seria apenas simbólico, sem implicações práticas. Mas, como sabemos, o simbolismo tem a sua força e é muito importante em diversas ocasiões. Particularmente – e, se me permite, vou-me escusar a justificar a afirmação – a troca de nome para Nilton Santos não me parece a mais adequada. Dar ao estádio o nome de alguém ligado ao futebol sem ser João Saldanha, quanto a mim só encontro o de Mané Garrincha.
Porém, e acredito nas suas palavras sempre muito bem fundamentadas, se a questão é simbolizar um Botafogo de todos os desportos, valorizando as vertentes chamadas ‘olímpicas’, então encontro um nome que provavelmente cobre simbolicamente todos os desportos que podem ocorrer no Engenhão:
Estádio Olímpico Aida dos Santos.
Abraços Gloriosos!
A sugestão - para um Estádio Olímpico - é excelente. Se o Estádio fosse nosso, o nome de Nadim Marreis poderia ser estudado. Mas o nome de Célio de Barros (maior dirigente esportivo brasileiro de todos os tempos) também merecia ser lembrado. Ainda mais agora!!!
Mas essa gente oportunista, que não reconhece a folha de serviços de Havelange (essa estória de que ele serviu à ditadura é uma piada) ao desporto brasileiro (como atleta do Fluminense, do CRB e BFR; e dirigente da CBD) não quer saber de debate.
Eles são os donos da verdade e da moral. Eles decidiram e pronto.
Sucesso e bom trabalho!
Carlos Vilarinho
Carlos, o Nadim Marreis não é de todo um nome a rejeitar, mas creio que a Aida dos Santos teve maior projeção nacional e internacional do que o Nadim.
Quanto ao Célio de Barros, existe o Estádio de Atletismo com o nome dele. Provavelmente será demolido, como previsto, mas não sei se a nova pista de atletismo prevista mantém ou não o nome de Célio de Barros. Se mantém, a homenagem está feita.
Abraços Gloriosos!
Você sabia que Célio de Barros era Botafogo até a raiz dos cabelos? Poucos sabem que foi ele quem trouxe a Copa do Mundo de 1950 para o Brasil.
Nadim Severo Marreis era sargento do Exército. Era gaúcho. Morreu em 16/08/1966.
Um abraço
Carlos Vilarinho
Rui,
Ainda sobre Havelange, reproduzo aqui a resposta que dei a um estudante de jornalismo da USP, no ano passado:
2 - Qual era a relação entre o presidente da CBD João Havelange e o general Médici?
RESPOSTA: Havelange nunca foi fascista. Na eleição presidencial de 1960, ligado ele próprio ao PSD, pediu votos e votou no marechal Lott. Mas aproximou-se de Lacerda, tendo exercido o cargo de secretário de esportes da Guanabara no período 1961-1963. Em abril de 1964, curvou-se às pressões dos militares, retirando o convite (já aceito) à União Soviética para participar da Taça das Nações. Sua relação com Médici era de absoluta subordinação. Caso contrário, seria derrubado.
Sob a gestão de Havelange, o Brasil
foi tricampeão mundial de futebol, entre incontáveis títulos nos mais variados esportes. Na minha opinião, como dirigente esportivo, no Século XX, em importância, ele só perde para Célio de Barros. Ele tem muitos pecados, mas está no outono da vida. Muitos daqueles que hoje promovem seu linchamento, ontem o bajulavam. Por que esses oportunistas não revolvem o passado de Paulo Machado de Carvalho e Mendonça Falcão, sujeitos reacionários e inimigos da CBD. Paulo Machado participou ativamente do Golpe de 1964.
Mas voltando ao assunto do Engenhão (para encerrar, pode contar com o meu humilde apoio para a candidatura de Aída, grande atleta e benemérita do Botafogo. Um Estádio Olímpico com um nome de mulher (e que mulher!) cairia muito bem para o Brasil. Até o Havelange apoiaria para sair da linha de tiro.
Mas se for para escolher o nome de um morto, teria de ser o Nadim, pois o Célio ninguém mais conhece. Veja que nem a Associação de Cronistas Esportivos do Rio de Janeiro lutou para impedir a demolição do Estádio de Atletismo.
Devemos pressionar o Ministério Público para se pronunciar a respeito da suspeita interdição.
Também devemos exigir um pronunciamento desses politiqueiros, cuja conduta, no passado, sempre foi marcada pela hostilidade ao Botafogo.
Até qualquer dia.
Carlos Vilarinho
Carlos, efetivamente não sabia que Célio de Barros era botafoguense nem que fora com ele que a Copa de 1950 foi disputado no Brasil.
Sobre Havelange sei que teve uma 'magistratura de influência', certamente para ambos os lados do mal e do bem. Há muitos sujeitos consagrados que estiveram envolvidos em atos de corrupção, mas como não foram descobertos, ou foram encobertos, os seus nomes ficaram para a história. Mas creio que isso não invalida que qualquer grande personalidade que esteja envolvida em atos de corrupção, e se saiba, tenha o seu nome vetado para designar um estádio que foi pago pelo erário público. Pode ser cruel, e será, mas creio que no plano da ética política e social não cabe que pessoas ligadas a corrupção possam ter o seu nome figurando em monumentos, ruas ou quaisquer outras situações.
Fico contente que tenha gostado do nome de Aida dos Santos. Um dos motivos da minha escolha, embora não o tivesse dito, é por ser mulher e, como diz, uma grande mulher.
Eu creio que tanto o Célio de Barros como o Nadim Marreis não são conhecidos do público de hoje, ao contrário da Aida dos Santos que, por ser viva, de vez em quando anda pelos jornais a propósito de homenagens recebidas.
Efetivamente ninguém se opôs à demolição do estádio de atletismo. Aliás, parece que cada vez mais só temos futebol, futebol, futebol... Mais do que uma visão maniqueísta é uma visão paupérrima do desporto. É um fechar de ‘leque de interesses’ para as juventudes que surgem.
E, finalmente, devemos exigir ao Ministério Público que investigue a interdição do Engenhão. Quanto aos políticos vai ser mais difícil exigir isso a alguém, a não ser que alguém muito bem colocado os fizesse ter que enfrentar as suas contradições.
Se o Carlos concordar, eu creio que estes assuntos aqui discutidos devem ser levados à publicação no Mundo Botafogo para que todos os leitores possam ajuizar melhor os acontecimentos relatados e aqui debatidos.
Confirme-me o seu consentimeno em publicar um artigo no Mundo Botafogo com os seus comentários. Pode confirmar neste espaço ou para mundobotafogo@gmail.com
Obrigado.
Abraços Gloriosos!
Só agora estou lendo seu último comentário.
Voltando à sugestão da troca do nome de Havelange por Saldanha, permita-me firmar a seguinte posição.
O nome do Engenhão (Estádio Olímpico) não deve ser dado a quem sempre combateu (com todas armas, lícitas ou não) os esportes olímpicos amadores praticados por atletas botafoguenses. Saldanha era o ideólogo da corrente que não aceitava a fusão do Futebol com o Regatas, sempre pintado como um covil de tricolores. Isto é uma grossa mentira.
Já em fins de 1959, Saldanha dava claros sinais de sua disposição em romper com o Botafogo, com sua história e sua ideologia. No período de 1965-1967, Saldanha, Rivinha e Cia moveram uma guerra suja contra a Velha Guarda com o objetivo de liquidar os esportes amadores.
Ora, isto significava ir de encontro à essência do Botafogo. Além disso, alimentava o racha, plantando a semente do ódio de amplos setores do Clube contra o futebol. Nas eleições de 1966 (para o Conselho Deliberativo), esse grupo chegou a aliar-se com Charles Borer, justamente o coveiro do futebol botafoguense. O grupo de Saldanha, com as suas teorias insanas e demagógicas, isolou o futebol, fornecendo valiosa munição aos verdadeiros inimigos do futebol dentro do corpo social. Foi o que ocorreu em 1975.
Estou convencido de que para Saldanha a liquidação do Palacete de Wenceslau Braz representava o tiro de misericórdia na Velha Guarda. Por esta razão, tinha horror à ideia do retorno do Botafogo para General Severiano e via com bons olhos a compra do terreno de General Severiano pela Prefeitura. Felizmente, ficou falando sozinho, pois os verdadeiros botafoguenses, jovens ou velhos, sabiam que o Botafogo precisava reencontrar-se consigo mesmo. E a História provou que eles estavam certos.
Permita-me mais uma transcrição: "No início do ano (1982), possivelmente de posse de informações que faltavam ao torcedor comum, Saldanha decretou que havia chegado a hora de o Botafogo “esquecer a sede de General Severiano, que doravante não passa de um investimento imobiliário e que muito pouco tem a ver com o time”. Zombando do movimento que vinha desde janeiro de 1976 (liderado pela Velha Guarda), ele lançou a pérola: “Os clubes cariocas que pretendem ser clubes sociais, de recreação, estão iludidos. Podem alugar seu patrimônio. Tudo bem. Mas pretender dar recreação a sócios é brincadeira. O sócio de recreação não procura mais o clube de futebol” (JB – 27/03/1982).
Um sujeito como esse não pode dar o nome ao Engenhão. Já é hora de os botafoguenses abandonarem a mitologia. A História verdadeira do Botafogo é maravilhosa, mas muito pouco conhecida dos jovens, que são levados, pela repetição, a cultuarem pessoas que não merecem a fama que possuem, falsos beneméritos, ídolos de barro.
Espero que você consiga articular rapidamente uma frente em defesa do nome de Aída.
Evidentemente, autorizo a divulgação de meus comentários.
Vilarinho
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