Fonte
secundária: Reprodução a partir do blog de PC Guimarães.
sábado, 31 de maio de 2014
Fragmentos futebol do botafogo 1951-60: a grande virada [20]
por Carlos Vilarinho
especialmente
para o Mundo Botafogo
sócio-proprietário
e historiador do Botafogo de Futebol e Regatas
[Nota preliminar do Mundo
Botafogo: Carlos Vilarinho reproduz, no capítulo respeitante ao ano de 1956, a carta de um português botafoguense que
enviou a sua história para a coluna do Jornal dos Sports intitulada ‘A História
do Torcedor’.]
Meu nome é Carlos Dias Ferreira. […] Há dezessete anos sofro com o meu Botafogo.
Tenho acompanhado, com muito interesse, todas as narrativas dos sofredores do
football. Eu resolvi também escrever a minha. Sou português. Deixei minha terra
aos quatorze anos para vir tentar a sorte neste país, que aprendi a amar desde
os primeiros anos de colégio. Vim residir com o meu tio, aqui radicado há muito
tempo. Meu tio me prendia em seu estabelecimento. […] Dando-me casa e comida,
achava que eu nada devia receber em dinheiro.
[E por isso Carlos Dias
Ferreira não tinha recursos para ir ao estádio ver jogos de futebol,
acompanhando a modalidade via rádio e jornais.]
Certo dia […] virou-se
para mim e exclamou: “Olha, rapaz, vou te levar ao jogo, mas tens que torcer
pelo Vasco”. No íntimo, só porque ele era vascaíno doente, eu pensava torcer
pelo adversário. […]
No primeiro tempo tive uma grande decepção. O Vasco
vencia por 3x0. Eu ma podia esconder a minha dor vendo meu tio delirar. […] No segundo tempo, o Botafogo
transfigurou-se. Dominou o Vasco em todos os setores da cancha. O grande
Paschoal abre a contagem e aumenta, até chegar a 4x3 a nosso favor. Quando veio
o goal da vitória não me pude conter. Acho que gritei no ouvido do meu tio.
[…] Foi a conta. No outro dia, tive de procurar emprego e casa. Mas estava
vingado. […]
Desde esse dia nunca mais perdi uma partida daquele grande
team. […]
[Nota final do Mundo Botafogo:
Carlos Dias Ferreira referia-se a uma partida que contava simultaneamente para
o Campeonato Carioca e para o Torneio Rio-São Paulo, realizada no dia 21 de julho
de 1940, no estádio de São Januário, em que o Botafogo estava a ser goleado por
3x0 pelo Vasco da Gama aos onze minutos do 1º tempo. Porém, quatro gols de
Paschoal consagraram uma das maiores viradas na história do Botafogo. Leia mais
sobre este jogo em http://mundobotafogo.blogspot.pt/2010/05/virada-de-paschoal-botafogo-4x3-vasco.html.]
[O livro pode ser adquirido nas
melhores livrarias do Rio de Janeiro e a partir do sítio www.ofuteboldobotafogo.com]
Excerto autorizado pelo autor. In: VILARINHO, C. F.
(2013). O Futebol do Botafogo 1951-60. Rio de Janeiro: Edição do Autor, p. 168.
Bruno de Carvalho e Maurício Assumpção – o contraste
Os amigos
que acompanham o blogue dia a dia sabem da situação do Sporting Clube de
Portugal em 2012/2013 (7º lugar e fora das competições europeias) e a evolução
abismal em 2013/2014 após Bruno de Carvalho (BdC) se tornar presidente.
Com BdC o
Sporting foi alvo de uma profundíssima revolução que alterou positivamente
todos os desempenhos do clube: administrativos, financeiros e competitivos. A
situação do Sporting era muito semelhante à atual situação do Botafogo, com um
endividamento explosivo em virtude de administrações ‘não amigas’ do clube.
Nesta
temporada o Sporting conseguiu algo que ninguém – mas absolutamente ninguém, a
não ser o competentíssimo BdC – esperaria: obter o 2º lugar no campeonato,
folgadamente à frente do poderoso Porto, com um orçamento 5 vezes inferior aos
portistas, e entrar diretamente para a fase de grupos da próxima Liga dos
Campeões.
Por mim, não
liguei muito à frase da esposa de BdC quando ele foi eleito, porque todas as
esposas tecem altos elogios aos maridos no momento da eleição e gostam de
aparecer. Porém, foi a única aparição pública até hoje da esposa de BdC, e
disse simplesmente isto na noite da eleição: “Saiu a sorte grande ao Sporting.”
POIS SAIU!
No último período
fiscal o Sporting Clube de Portugal melhorou o seu desempenho financeiro em 30,480
milhões de euros e obteve, pela primeira vez em muitos anos, um resultado líquido
positivo de 720 mil euros, que contrasta com os 29,76 milhões de euros de prejuízos
registrados no mesmo período com a administração anterior. As despesas foram
substancialmente reduzidas ao mesmo tempo que o time de futebol foi
substancialmente acrescido de capacidade competitiva.
O que BdC
está a fazer no Sporting é inversamente proporcional ao que Maurício Assumpção (MA)
está a fazer no Botafogo: o primeiro atinge os níveis mais baixos de passivo em
muitos anos de aumentos sucessivos e o segundo atinge os níveis mais elevados
de passivo da história do Botafogo de Futebol e Regatas.
Com o Sporting
este ano nas competições europeias, seguramente haverá um novo ano fiscal
altamente positivo, esperando-se que o time seja capaz de lutar por títulos.
O que separa
BdC, o ‘presidente do povo sportinguista’, de MA, o ‘presidente da omissão e da
submissão’?
TUDO!
– Inteligência,
coragem, visão, competência, dedicação, ligação à torcida, serviço público e desinteressado
e um enorme respeito pela história do clube que ama e que quer guindar ao mais
alto nível do futebol europeu.
Há alguém no
Botafogo capaz de avançar à presidência do clube disposto a seguir os passos de
BdC?
– Terá que
ser um presidente bastante inteligente, corajoso e visionário para acabar com os
privilégios de alguns, varrer as teias de aranha que dominam General
Severiano, sanear os alçapões administrativo e financeiro e ambicionar
recolocar o clube na alta-roda do futebol sul-americano, quiçá mundial.
sexta-feira, 30 de maio de 2014
Voz de Tostão
João Saldanha era corajoso, inteligente, visionário e
diferente. Associava com muita velocidade as palavras e ideias. Às vezes,
viajava, fantasiava a realidade. Isso é também necessário. Há pessoas demais no
mundo excessivamente operatórias, padronizadas e normais. - Tostão, campeão do mundo em 1970.
João Saldanha e a Seleção tricampeã do Mundo
HÁ QUARENTA ANOS JOÃO SALDANHA SE DESPEDIA DA
SELEÇÃO BRASILEIRA NO LIMIAR DA COPA DO MUNDO DE 1970
por IZAIAS
NASCIMENTO
20 de março de
2010
Dedicado a Iata
Anderson e Deni Menezes
“Meus Amigos……¨
Era o dia 14 de março de 1970 e João Saldanha comandava a Seleção
Brasileira pela última vez. No jogo treino que culminou com empate em 1 x
1 com o Bangu, clube da primeira divisão de futebol do Rio de Janeiro, ocorria
à despedida do jornalista/técnico que assumira a seleção em 1969, convocando
jogadores que ficaram conhecidos como ¨As feras do Saldanha¨ e que alinhavaram
a conquista do México. Seria demitido quatro dias depois dessa partida,
menos de noventa dias para início da Copa do México.
Ficha Técnica
Bangu 1 x 1 Seleção Brasileira.
Sábado, 14 de março de 1970.
Estádio Moça Bonita, Bangu, Rio de Janeiro.
Público estimado em 30.000.
Seleção Brasileira: Ado, Carlos Alberto Torres (Zé Maria), Brito, Joel
Camargo e Marco Antonio. Crodoaldo (Zé Carlos) e Gérson. Jairzinho,
Dirceu Lopes (Edu) , Pelé e Paulo César Lima.
Bangu: Roni (De Vito), Cabrita (Bicas), Serjão, Luis Alberto (Moraes) e
Bauer. Sidclei (Vanderlei) e Didinho (Nenén Da Guia). Mário (Gijo), Jorge
Félix (Lins) , Paulo Mata e Aladim (Zé Carlos). Técnico: Lendário Flávio Costa.
Gols: Paulo Mata (Bangu) e Moraes (contra para o Brasil).
Coincidentemente estava do lado contrário no jogo de despedida de
Saldanha, o também lendário Flávio Costa – técnico da Seleção Brasileira em 1950,
nessa oportunidade dirigindo o Bangu
No livro de João Máximo, página 94, Título: João Saldanha há a narrativa
do dia da apresentação de João Saldanha como técnico da Seleção, na qual em
suas primeiras palavras, após ser apresentado pelo Presidente João Havelange,
informava os onze titulares e os onze reservas visando à disputa das
eliminatórias e para a Copa do Mundo de 1970, transformando o ambiente em
surpresa geral
“Meu time é criado por 11 feras”
João Saldanha
A estréia de Saldanha ocorreu no jogo Brasil 2x1 Peru em 07 de abril de
1969. Gols de Jairzinho e Gérson. O jogo foi disputado no Estádio
Beira-Rio, em Porto Alegre.
O Brasil alinhou: Fèlix, Carlos Alberto Torres, Brito, Djalma Dias e
Rildo. Wilsom Piazza e Gérson. Jairzinho, Tostão, Pelé (Edu) e Dirceu Lopes.
Peru: Sartor, Fernandez, La Torre, Chumpitaz e Gonzalez. Miflin e Zegarra
(Challe). Baylon (Munhante), Perico Leon, Cubillas e Gallardo. Técnico: Didi.
Coincidentemente no jogo de estréia do outro lado um técnico brasileiro
de destaque – o Mestre Waldir Pereira – Didi.
Eis as feras do Saldanha:
TITULARES: Félix (Fluminense), Carlos Alberto Torres (Santos), Brito
(Vasco da Gama), Djalma Dias (Atlético Mineiro), Rildo (Santos), Piazza
(Cruzeiro), Gérson (Botafogo), Jairzinho (Botafogo), Dirceu Lopes (Cruzeiro), Pelé
(Santos) e Tostão (Cruzeiro).
RESERVAS: Cláudio (Santos), Zé Maria (Corinhians), Scalla (Internacional),
Joel Camargo (Santos), Everaldo (Grêmio), Crodoaldo (Santos), Paulo César Lima
(Botafogo), Paulo Borges (Corinthians), Toninho Guerreiro (Santos), Rivelino
(Corinthians) e Edu (Santos).
Jogos das Eliminatórias de 1970:
06/08/1969. El Campin, Bogotá. Colômbia 0 x 2 Brasil. Tostão (2).
10/08/1969. Olímpico, Caracas. Venezuela 0 x 5 Brasil. Tostão (3) e Pelé
(2).
17/08/1969. Puerto Sajonia, Assunção. Paraguai 0 x 3 Brasil. Mendonza
(contra), Jairzinho e Edu.
21/08/1969. Maracanã. Brasil 6 x 2 Colômbia. Tostão (2), Edu, Pelé,
Rivellino e Jairzinho.
24/08/1969. Maracanã. Brasil 6 x 0 Venezuela. Tostão (3), Pelé (2) e
Jairzinho.
31/08/1969. Maracanã. Brasil 1 x 0 Paraguai. Pelé.
Time Base das Eliminatórias
Félix, Carlos Alberto Torres, Djalma Dias, Joel Camargo e Rildo. Piazza e
Gérson. Jairzinho, Tostão, Pelé e Edu.
Jogaram ainda: Paulo César Lima, Everaldo, Rivellino, Lula (goleiro),
Brito. Dirceu Lopes esteve em todas as convocações.
Formação titular de João Saldanha a partir de 1969. Sete jogadores
foram titulares da Copa do México: Félix, Carlos Alberto, Piazza, Jair, Gérson,
Tostão e Pelé. Joel Camargo e Edu foram a Copa. Apenas Djalma
Dias e Rildo foram cortados por Zagallo.
Mudaram de equipe Gérson (transferiu-se para o São Paulo) e Brito
(tranferiu-se para o Flamengo).
Dessa primeira convocação, não disputaram a Copa do Mundo de 1970 os
seguintes jogadores: Djalma Dias, Rildo, Dirceu Lopes, Cláudio, Scalla, Paulo
Borges, Toninho, Guerreiro.
Foram substituídos, quando da disputa da Copa do Mundo, pelos seguintes
jogadores: Ado (Corinthians), Leão (Palmeiras), Fontana (Cruzeiro), Baldochi
(Corinthians), Marco Antônio (Fluminense), Dario (Atlético Mineiro) e Roberto
Miranda (Botafogo).
Dos jogadores que foram incluídos na convocação final para a Copa por
Zagallo, Ado, Leão, Baldochi, Fontana e Marco Antônio fizeram parte de
convocações do então técnico João Saldanha
Rogério (Botafogo) foi cortado quando a Seleção Brasileira se preparava
no México, sendo substituído por Leão (goleiro). Apesar do corte, Rogério
permaneceu no México participando da Comissão Técnica
Outros jogadores que atuaram com João Saldanha, no período de 1969 a
1970: Lula (goleiro/Corinthians), Gilmar (goleiro/Santos), Zé Carlos (Cruzeiro).
Analisando-se a convocação final da Seleção Brasileira que disputou a
Copa do Mundo de 1970, somente Roberto Miranda (Botafogo) e Dario (Atlético
Mineiro) não atuaram com João Saldanha.
Eis a Seleção Brasileira que conquistou a Copa do Mundo do México, sob o
comando de Zagallo:
TITULARES: Félix, Carlos Alberto Torres, Brito, Piazza, Everaldo, Crodoaldo,
Gérson, Jairzinho, Tostão, Pelé e Rivellino.
RESERVAS: Ado, Leão, Zé Maria, Baldochi, Fontana, Marco
Antônio, Joel Carmargo (zagueiro), Paulo César Lima, Roberto Miranda, Dario e Edu.
Após uma eliminatória soberba, problemas de ordem política passaram a
criar situações embaraçosas para o então técnico. João Saldanha militante
comunista, estava numa situação difícil, em face do regime militar ser
prioritariamente, um modelo de combate aos segmentos de esquerda, a qual
Saldanha pertencia. A pressão política – a poucos dias da Copa do Mundo –
retirou Saldanha do comando daquela que seria a maior seleção de todos os
tempos.
Este Blog – especificamente nesta publicação – não acentua qualquer
análise tática no desenvolvimento da Copa do Mundo de 1970, tão somente, aponta
para nomes e dados que pontificam o trabalho de João Alves Jobim Saldanha –
JOÃO SALDANHA, como o técnico que preparou a equipe que se tornaria a mais
reconhecida de todos os tempos.
Méritos a quem conquistou a Copa do Mundo – Sr. Mário Jorge Lobo Zagallo
e a Comissão Técnica, mais o reconhecimento ao lendário SALDANHA.
quinta-feira, 29 de maio de 2014
Voz da Torcida Loucos pelo Botafogo
O Flamengo tentou a contratação
de Jefferson, ídolo do Botafogo. O clube rubro-negro consultou empresários
sobre a ideia e ouviu a resposta imediata: não há a menor possibilidade. – Loucos pelo Botafogo, referenciando notícia do Globoesporte.com
quarta-feira, 28 de maio de 2014
Botafogo 2x0 Palmeiras
Gostei do resultado, mas não da partida. O Botafogo
continua sem padrão de jogo e vai vivendo de inspirações individuais, bem
patente no excelente gol de Bolatti e em algumas jogadas de Sheik, como a da
expulsão de um adversário que, claramente, foi vítima da sua ingenuidade face à
experiência do botafoguense.
Por sua vez, a defesa salva-se por virtude da ruindade do
adversário, cuja criatividade é redondamente zero.
O que se pode observar com nitidez é a falta de consistência
do time, que não articula bem as transições da defesa para o ataque. Por outro
lado, a defesa abre brechas que somente a ruindade dos adversários pode justificar
que se chegue ao fim do jogo com a baliza inviolada.
Mancini tem muito que trabalhar até provar que consegue
dotar o time com algum padrão, que consegue articular os setores e que consegue
assegurar a resiliência necessária à defesa, quer para segurar resultados positivos
quer para bloquear contra-ataques. A concentração deve ser trabalhada com mais
afinco, porque é justamente em momentos de distração que os adversários marcam
os seus gols.
Uma última nota: o departamento de futebol deveria ter previsto
amistosos para que o time continuasse a funcionar durante a Copa do Mundo e se
estreitasse mais na sua mecânica, mas em vez disso os jogadores vão ser
dispensados por 15 dias.
Mas não tem importância, porque segundo o
presidente, está tudo previsto no planejamento.
FCHA TÉCNICA
Botafogo 2x0 Palmeiras
» Gols: Bolatti, aos 61’ e Zeballos, aos 90+3’
» Competição: Campeonato Brasileiro
» Data: 28.05.2014
» Local: Prudentão, em
Presidente Prudente (SP)
» Público: 5.661
espectadores
» Renda: R$ 173.770,00
» Árbitro: Heber Roberto
Lopes (SC); Assistentes: Fabio
Pereira (TO) e Helton Nunes (SC)
» Disciplina: cartão amarelo – Bolatti e Sheik
(Botafogo); Wesley (Palmeiras); cartão vermelho – Wesley, por acumulação de
cartões amarelos
» Botafogo: Renan, Lucas,
Bolívar, André Bahia, Júnior César; Airton, Edilson e Bolatti (Rodrigo Souto);
Zeballos, Wallyson (Jorge Wagner) e Sheik. Técnico: Vagner Mancini.
» Palmeiras: Fábio; Wendel
(Rodolfo), Lúcio, Marcelo Oliveira e William Matheus; Renato, Wesley,
Marquinhos Gabriel (Chico) e Felipe Menezes (Bernardo); Diogo e Henrique.
Técnico: Alberto Valentim.
Fragmentos futebol do botafogo 1951-60: a luta dos hinos [19]
O presidente Paulo Azeredo [pediu] que não fizessem tocar
o disco, pois o Botafogo, por seus homens mais representativos, entende que a
marcha de Lamartine Babo não exalta na medida ideal as glórias alvinegras. […]
O tal “hino” […] fora
lançado por Lamartine Babo, Yara Salles e Héber de Boscoli […] num show
de homenagem ao Flamengo. […]
Acontece que o Hino do Botafogo era outro, criação dos
botafoguenses Eduardo Souto (música) – o maior compositor popular de sua
geração – e Octacílio Gomes (letra). No ano de 1921, um grupo de apaixonadas
torcedoras quis presentear o Botafogo com uma rica bandeira de seda. […] Em 29 de junho, General Severiano lotou. A
jovem Lygia Raposo Murtinho conduziu o pavilhão. […] Uma comissão de
alunos do Colégio Botafogo formou a Guarda de Honra para o ato de hasteamento.
Nesse momento, o “GLORIOSO” fez sua estreia oficial, executado por coro de
sócios e banda militar regidos por Eduardo Souto. […]
Em 12 de Julho a imprensa já anunciava a venda do disco,
na Casa Carlos Gomes – Instrumentos de Música, […] de Eduardo Souto.
A primeira audição do “GLORIOSO”, fora do Botafogo,
ocorreu no Trianon (Rua Treze de Maio), centro das atividades artísticas da
capital. […] Os ingressos
esgotaram. […] A interpretação do “GLORIOSO” coube à atriz Abigail Maia
(botafoguense). […]
O “GLORIOSO” era cantado em todas as ocasiões: jogos,
bailes, solenidades, etc. No carnaval de 1922, no salão de Wenceslau Braz, com
a massa em polvorosa, foi ele que encerrou o concurso de fantasias. Entretanto,
em 1950, a marcha de Lamartine Babo foi gravada em disco, cai do rapidamente no
gosto do público mais jovem com a ajuda poderosa da Rádio. O Botafogo reagiu.”
Carlos Vilarinho continua a
contar a história dos hinos e os seus desfechos. Para quem não conhece, aqui
fica o Hino Oficial do Botafogo:
Botafogo Gentil!
Pura Glória do esporte brasileiro
A expressão mais viril
Da energia e do brio verdadeiro!
A lutar com afã
Tu farás, corrigindo a juventude,
Que o Brasil de amanhã
Seja a pátria da força e da saúde
Teu futuro e teu passado
Defendidos sem repouso
Façam sempre respeitado
Esse teu nome glorioso!
O alvinegro pendão,
O caminho a apontar-nos da vitória
Do Cruzeiro o clarão
As estrelas traduzam a nossa glória!
Não te falte jamais
Da ousadia a nobreza e o puro fogo
Que o primeiro, entre os mais,
Há-de ser ó glorioso Botafogo
(estribilho: Teu futuro e...)
Autores: Octacílio Gomes (letra) e
Eduardo Souto (música)
[O livro pode ser adquirido nas
melhores livrarias do Rio de Janeiro e a partir do sítio www.ofuteboldobotafogo.com]
Excerto autorizado pelo autor. In: VILARINHO, C. F.
(2013). O Futebol do Botafogo 1951-60. Rio de Janeiro: Edição do Autor, pp. 165-166.
terça-feira, 27 de maio de 2014
Um dia de 1962…
Composição de Iram Santos
Final do campeonato carioca de 1962. O campeão carioca
de 1961 não podia empatar naquele jogo, sob pena de dizer adeus ao título de
bicampeão carioca de 1962.
Mais um Botafogo x Flamengo se perfilava no horizonte das fortes emoções clubistas do Rio de Janeiro, num tempo em que o futebol carioca possuía pergaminhos invejáveis.
Mas os botafoguenses eram os favoritos com uma equipa composta por Manga; Paulistinha, Jadir, Nílton Santos e Rildo; Aírton e Édson; Garrincha, Quarentinha, Amarildo e Zagalo).
Numa saudosa tarde de gala no Maracanã, o Brasil inteiro estava ligado na partida. O Flamengo iniciou o jogo em pressão e Dida, com um tiro fulminante, rasou a trave do fenomenal Manga. A pressão dos vermelhos e pretos continuou sem parar, mas o Botafogo tinha Garrincha, o homem que ganhou a Copa de 1962 ‘quase sozinho’.
Garrincha fez uma das suas arrancadas absolutamente irresistíveis, ultrapassou Jordan na corrida e com um chute cruzado e rasteiro no canto do goleiro Fernando inaugurou o marcador: Botafogo 1x0.
E desde aí a tarde tornou-se botafoguense. Aos 35 minutos Amarildo serviu Garrincha que, num arranque soberbo, narrado mais tarde pelo próprio Gerson, fez um drible seco em Jordan, passou por Gérson com apenas um palmo de terra até à linha de fundo, cruzou para Quarentinha que, em corrida, bateu com o seu canhão de perna esquerda. A bola raspou o rosto de Vanderlei e o goleiro Fernando nem soube por onde a bola entrara: Botafogo 2x0.
Dominando completamente a partida, o Botafogo seguiu jogando em ritmo cadenciado, na base do toque, chegando ao terceiro gol com apenas 2 minutos do segundo tempo. Amarildo recebeu a bola de Aírton e, de costas para Joubert, tocou para Zagalo, livre pela esquerda. O ‘formiguinha’ fez um dos seus cruzamentos ‘fatais’ e Quarentinha concluiu a jogada com uma fantástica ‘tesoura voadora’, que embateu no peito de Fernando e sobrou para o rebote de Mané Garrincha matar o jogo com o terceiro gol.
A equipa base do Botafogo que acabara de conquistar o bicampeonato carioca de futebol era constituída por Manga, Joel, Zé Maria, Nílton Santos, Rildo, Ayrton, Arlindo, Garrincha, Quarentinha, Amarildo, Zagallo. O técnico era Marinho Rodrigues.
Pesquisa de Rui Moura (Blogue Mundo Botafogo)
segunda-feira, 26 de maio de 2014
Memória - Eterno polemista
por
Carlos Herculano Lopes
EM
Cultura
07.02.2008
Logo depois de classificar a Seleção Brasileira para a Copa do Mundo de 1970, no México, o treinador João Saldanha teria dado uma resposta à altura quando o presidente Médici manifestou o desejo de ver no time o atacante Dario: “O senhor organiza o seu ministério e eu organizo o meu time”. Esta frase corajosa, dita ao chefe do país, no período mais negro da ditadura militar, teria sido a gota d’água para a demissão do técnico, que além do mais era comunista convicto. Zagalo assumiu o comando do time e acabou levando o jogador do Atlético Mineiro, mas Dadá Maravilha nem entrou em campo. O time, até então chamado de “as feras de Saldanha”, foi campeão, e toda essa história, e muitas outras, está contada no livro João Saldanha, uma vida em jogo (Companhia Editora Nacional, 552 páginas, R$ 64), que o jornalista André Iki Siqueira acaba de lançar.
O
autor conta em detalhes a vida desse que, além de técnico e jogador de futebol
e ativista político, foi repórter de vários jornais e comentarista esportivo
consagrado, uma das personagens mais fascinantes do Brasil no século 20. “Entre
o início das pesquisas e a conclusão, entrevistei dezenas de pessoas ao longo de
quatro anos”, conta André Siqueira. Seu relato segue uma ordem cronológica,
para facilitar a leitura, começando com o nascimento de Saldanha no interior do
Rio Grande do Sul, em 1917, em plena luta entre chimangos e maragatos, até sua
morte, na Itália, em 12 de julho de 1990, durante a Copa do Mundo, trabalhando
como cronista esportivo para o Jornal do Brasil e comentarista da TV Manchete .
Um
dos aspectos mais interessantes do livro é que, muito mais do que se deter na
vida pura e simplesmente do biografado, André Siqueira recheia a narrativa com
os principais acontecimentos de vários períodos da história. Por exemplo: na
década de 1930, quando o então adolescente João Saldanha chegou com a família
ao Rio, indo morar em Botafogo, o país também seria sacudido por importantes
movimentos políticos, como a revolução que levaria Getúlio Vargas ao poder e o
levante comunista de 1935. De muitos deles Saldanha participaria, sempre
exaltando sua paixão pelo futebol. “Em algumas entrevistas, Saldanha dizia que
havia entrado para o Partido Comunista em 1942; em outras, que seu ingresso
havia se dado em 1935… Seja como for, João passou os primeiros anos da década
de 1940 entre a família, o PCB e o Botafogo”, relata André Siqueira.
Mitos
e realidade
Ainda
de acordo com a biografia, Saldanha teria estado também na Europa durante a 2ª
Guerra Mundial, como repórter. Documentado com dezenas de fotos, em 6 de junho
de 1944, o histórico Dia D, Saldanha desembarcou ao lado do marechal
Montgomery, quando os aliados chegaram à Normandia. “Tanto amigos quanto
críticos debocham da história, afirmando ser outra mentira do João”, diz o
autor. Nada de mais em se tratando de um personagem tão polêmico que, por muito
menos, no Rio de Janeiro, de revólver em punho, enfrentou o dono de uma
farmácia que teria desfeiteado sua empregada. Ou outra vez, quando deu um tiro
no goleiro Manga, do Botafogo, que teria se vendido para o Bangu do bicheiro
Castor de Andrade, na decisão de um campeonato carioca. Ou ainda no início da
década de 1950, participando da luta pela posse da terra, no Norte do Paraná.
Segundo o jornal A Folha de Londrina, “Saldanha esteve de corpo e alma no auge
do conflito, vivendo em Londrina e dando apoio aos posseiros”.
Essas
foram apenas algumas brigas em que Saldanha se meteu. Esteve também envolvido
na famosa greve dos 300 mil, em 1953, que literalmente parou São Paulo. Quatro
anos mais tarde, seria campeão carioca dirigindo o Botafogo de Didi, Garrincha
e Nilton Santos, num memorável jogo contra o Fluminense. “Nosso time era uma
máquina de jogar”, diria três anos mais tarde, já como cronista esportivo da
Última Hora, para onde foi, a convite de Samuel Wainer, ao mesmo tempo em que
também trabalhava na Rádio Guanabara. Em 1964, como não poderia deixar de ser,
esteve contra os militares golpistas, que tomaram o poder com a deposição do
presidente João Goulart. Já em 1969, no auge do autoritarismo, aceitou comandar
a Seleção Brasileira, da qual acabou demitido em 17 de março de 1970, pouco
mais de dois meses antes da Copa do México.
Casado
quatro vezes, pai e avô extremado, a partir de então, seja como comentarista
esportivo de jornais e televisão ou como ativista político, João Saldanha
sempre foi coerente com seus princípios, dos quais nunca abriu mão. Seria assim
até sua morte, aos 73 anos, aclamado como uma das mais importantes
personalidades públicas do Brasil. Como disse Thereza Bulhões, em depoimento
sobre ele: “O João era um grande Dom Quixote, mas também um Sancho Pança. Ele
era uma mistura dos dois”.
Gente bem-educada e socialmente capaz: o futebol precisa de pessoas assim
Marco Silva, o novo treinador do Sporting Clube de Portugal,
despediu-se assim dos jogadores que comandava no Estoril Praia, um clube de
pequena dimensão, e que Marco Silva colocou pela primeira vez, e em dois anos
sucessivos, na Liga Europa:
"Ao fim de 9
anos de ligação ao Estoril Praia, sinto este clube como uma família. Foi aqui
que escolhi terminar a minha carreira de jogador profissional e é ao Estoril
que devo o início da minha carreira como treinador. Por isso, agradeço ao seu
Presidente, Tiago Ribeiro, a aposta que fez e a oportunidade que me deu para
desenvolver este trabalho fantástico. Como se costuma dizer, a sorte dá muito
trabalho. É um facto. Mas a verdade é que ao longo da vida há momentos e
pessoas que marcam o nosso destino. Quero deixar uma palavra muito especial aos
jogadores. Foi com eles que mais aprendi e foram eles, a cada dia, que me
ajudaram a ser um melhor profissional. Deixem-me partilhar esta convosco.”
No dia seguinte à apresentação do ex-treinador do Estoril
Praia como treinador do Sporting, o presidente do seu ex-clube, Tiago Ribeiro,
disse dele o seguinte:
“O Sporting fica muito
bem servido. O Marco tem todas as condições para trabalhar ao mais alto nível e
acho que o Sporting fez uma escolha muito acertada para o lugar de Leonardo
Jardim. Deixo-lhe duas mensagens: uma de agradecimento e reconhecimento pelo trabalho
que fez no Estoril e desejar-lhe todo o sucesso nessa nova aventura. Ele fez
por merecer chegar a um grande clube e merece toda a sorte do Mundo, excetuando
nos jogos com o Estoril.”
domingo, 25 de maio de 2014
Botafogo 1x1 Vitória
O meu comentário ao jogo:
“Vejo o elenco do Botafogo entre os cinco melhores do país.” – Chico Fonseca,
vice-presidente do futebol (sério?!?!?!?!?!?!?!?!?!)
FICHA TÉCNICA
FICHA TÉCNICA
Botafogo 1x1 Vitória
»
Gols: Émerson Sheik, aos 42’ (Botafogo); Dinei, aos 68’
(Vitória)
» Data: 25.05.2014
» Local: Estádio Cláudio Moacyr, em Macaé
(RJ)
»
Público: 2.389 pagantes
»
Árbitro: Dewson Fernando Freitas da Silva (PA); Assistentes: Márcio
Eustáquio Santiago (MG) e Márcio Gleidson Correia Dias (PA)
»
Disciplina: cartão amarelo – Emerson Sheik, Bolatti, Júnior César e
Gabriel (Botafogo); Neto Coruja, Josa, Danilo Tarracha e Wilson (Vitória)
»
Botafogo: Renan, Lucas, Bolívar, André Bahia e
Junior Cesar; Aírton (Gabriel), Edilson e Bolatti (Rodrigo Souto); Zeballos
(Sassá), Wallyson e Emerson Sheik. Técnico: Vagner
Mancini.
» Vitória: Wilson, Ayrton, Alemão, Luiz Gustavo e Danilo Tarracha; Neto Coruja (Cáceres), Josa e Léo Costa (Willie); Marquinhos, Caio e Souza (Dinei). Técnico: Jorginho.
» Vitória: Wilson, Ayrton, Alemão, Luiz Gustavo e Danilo Tarracha; Neto Coruja (Cáceres), Josa e Léo Costa (Willie); Marquinhos, Caio e Souza (Dinei). Técnico: Jorginho.
Identidade futebolística dos brasileiros
“Os
brasileiros conheceram Pelé, mas identificaram-se com Garrincha.” – Portal Sport.be (França)
Fonte: http://www.falaglorioso.com.br/noticias-gloriosas/site-frances-brasileiros-conheceram-pele-mas-se-identificaram-com-garrincha/
Fonte: http://www.falaglorioso.com.br/noticias-gloriosas/site-frances-brasileiros-conheceram-pele-mas-se-identificaram-com-garrincha/
Botafogo nos campeonatos cariocas de Judô
Decorreu o Campeonato
Carioca Frederico Flexa Kuntze – Circuito Alto Rendimento 2014, promovido pela
Federação de Judô do Estado do Rio de Janeiro, entre 18 e 19 de maio, no CT da
Federação, Vila Militar, Deodoro.
Os atletas
do Botafogo obtiveram as seguintes medalhas:
OURO
» Sênior – Feminino // Super-Ligeiro, -44kg: Victoria
Cristina de Souza
» Sub-23 – Feminino // Super-Ligeiro, -44kg; Victoria Cristina de
Souza
» Sub-18 – Feminino // Super-Ligeiro, -40kg; Victoria
Cristina de Souza
» Sub-23 – Masculino // Super-Ligeiro, -55kg; Lucas Salandra de
Alcântara
PRATA
» Sub-23 –
Masculino // Meio-Médio, -42kg; João Daniel Jorge Nogueira
» Sub-21 – Feminino // Super-Ligeiro, -44kg;
Victoria Cristina de Souza
» Sub-21 – Masculino // Super-Ligeiro, -55kg;
Lucas Salandra de Alcântara
» Sub-18 – Masculino // Meio-Pesado, -90kg; Pedro
Henrique da Silva Alves
» Sub-15 – Feminino // Médio, -58kg: Joyce Marques Michael Lima
BRONZE
» Sub-23 –
Masculino // Meio-Médio, -42kg: Daniel Santos Damasceno
» Sub-18 – Masculino // Meio-Médio, -73kg;
Felipe Isaías Simão Farias
» Sub-15 – Masculino // Ligeiro, -40kg; Victor Hugo Moraes de
Oliveira
» Sub-13 –
Feminino // Ligeiro, -31kg; Letícia de Moraes de Oliveira
» Sub-13 –
Masculino // Médio, -42kg; Rômulo da Silva Anastácio
***
Também decorreu o Campeonato Carioca Frederico Flexa Kuntze – Circuito Nova Geração 2014, promovido pela FJERJ, a 18 de maio, no CT da Federação, Vila Militar, Deodoro.
Os atletas
do Botafogo obtiveram as seguintes medalhas:
OURO
» Sub-18 – Feminino // Médio, -63kg: Yasmin
Soares Luís
» Sub-15 – Feminino //
Meio-Pesado, -64kg: Suiane Atayde da Silva
PRATA
» Sênior RO/PR – Masculino // Meio-Médio, -81kg: Rafael Monteiro
da Silva
» Sub-18 – Feminino // Pesado, +70kg: Isabel Ferreira de R.
» Sub-15 – Feminino // Super-Pesado, +72kg: Sara
Cristina Correa S.
BRONZE
» Sub-21 – Feminino // Leve, -57kg: Luísa Leal da Costa
» Sub-21 – Maculino // Médio, -90kg: Jansen Farias Florentino
» Sub-21 – Masculino // Pesado, +100kg: Renato Decothe da Silva
Pesquisa de Rui Moura. Fonte: Federação de
Judô do Estado do Rio de Janeiro.
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