O Barcelona sempre foi freguês
por Carlos Vilarinho
especialmente
para o Mundo Botafogo
sócio-proprietário
e historiador do Botafogo de Futebol e Regatas
Da
costa atlântica para Barcelona, às margens do Mediterrâneo. Na noite de sábado,
23, o Botafogo enfrentou o Barcelona. […] Aos 41, Alarcón amplia com um canhonaço alto: 2x0. Aos 18 da etapa
final, recebendo de Basora, Martínez, em impedimento, chuta o couro para as
redes, mas o juiz anula. Forma-se o bolo. Quando Rubens se curva para recolocar
a bola no lugar de reposição, recebe um pontapé de Kubala. Amaury revida na
mesma medida. Estoura o sururu, envolvendo os dois times, mais os reservas, os
técnicos, massagistas, bandeirinhas, etc. no tumulto, o bando do Barcelona
apoderou-se da súmula e só a devolveu após o juiz expulsar todos os jogadores
botafoguenses.
Kubala
gozava da proteção do Governo Militar de Barcelona [fascista]. Em 1945, após as operações militares para
libertar a Hungria do fascismo, Kubala evadiu-se para a Tchecoeslováquia.
[…] Neste país, a derrota da burguesia
obrigou-o a retornar à Hungria. […] Então,
Kubala desertou definitivamente, abrigando-se na Espanha fascista. […]
O
Barcelona não pagou integralmente a cota combinada.
[…] Mas o pior estava por vir. […] Um policial ordenou que o acompanhassem até
à Delegacia. […] Os brasileiros
ficaram detidos, incomunicáveis, durante 10 horas.
Mediante
o pagamento de multa […] a delegação
foi conduzida até o aeroporto. […] O
manda-chuva nazista, também presidente de honra do Barcelona, bradava: […] “Sou militar e exijo a disciplina e, por
mim, toda a delegação cumpriria a mesma pena de 48 horas de detenção.” […] João Citro permaneceu em Barcelona, ao lado
de Amaury [que ficara detido].
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Excerto autorizado pelo autor. In: VILARINHO, C. F.
(2013). O Futebol do Botafogo 1951-60. Rio de Janeiro: Edição do Autor, pp. 57-58.
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