Em 2010,
quando se confirmou que Jobson tinha jogado as últimas partidas de 2009 pelo Botafogo
sob o uso de estupefacientes, considerei essa atitude uma irresponsabilidade,
que poderia ter custado a 2ª divisão ao Glorioso em 2009, e que configurava um
atleta que deitaria toda a carreira a perder. Se no melhor momento da sua
carreira necessitava de estupefacientes, que aconteceria nos momentos mais
difíceis da sua vida futebolística? Defendi a sua saída imediata, com justa
causa, porque se algum dia quisermos tornar a ser o Glorioso de outrora,
somente com gestão profissionalizada e atletas verdadeiramente responsáveis
poderemos enfrentar tantos desafios adversos como aqueles com os quais o clube
se defronta, começando pela atual diretoria.
Porém, sob o
pretexto de ter ocorrido o mesmo com o seu irmão, Maurício Assumpção recebeu
novamente Jobson, fazendo a figura do pai que perdoa o filho pródigo – que
reincidiu. Após isso foi emprestado ao Atlético Mineiro – reincidiu e foi
devolvido. O Botafogo recebeu-o novamente sob pretexto de o apoiar na superação
dos seus problemas pessoais, retomando a figura paterna – Jobson reincidiu. Foi
emprestado ao Bahia – reincidiu e foi devolvido. Aí o Botafogo já não o quis
por Jobson não se retratar nem se querer curar, quando tudo indiciava este
desenlace desde que foi conhecido o seu primeiro doping e as suas reações subsequentes.
O Botafogo preferiu ser ‘pai’, mas no futebol profissional não há pais – isso é
papel do próprio pai de cada um, não de um clube profissional.
Foi
emprestado ao Barueri – reincidiu e foi devolvido. Foi emprestado ao São
Caetano – reincidiu e foi devolvido. Foi emprestado ao Al-Ittihad, acarinhado
com prémios e automóveis, mas… reincidiu e o clube quer-se livrar dele.
Confiscou-lhe o passaporte, apreendeu-lhe os carros, suspendeu o aluguer de
quarto no hotel, deixou de lhe pagar os salários. É assim nas ‘democracias’
árabes: os nossos direitos são implacavelmente deitados ao lixo quando deitamos
ao lixo os direitos deles e a hospitalidade com a qual fomos recebidos. Mas
todos sabemos que é assim quando aceitamos negócios com eles e somos ‘mal
comportados’. Sem contar que foi suspenso por quatro anos pelo Comitê
Antidoping do país, e que pelo menos teoricamente uma suspensão de tal envergadura
não se afigura como algo completamente destituído de fundamento, como alega o
advogado do jogador. Deram-lhe a oportunidade, não foram retribuídos e, quiçá,
sentiram-se desrespeitados, então agem à maneira deles privando Jobson de
quaisquer direitos sociais. Só Jobson parece que não sabia. Nem o seu cândido advogado,
que desenha um quadro de vitimização e de ‘coitadinho’.
O
coitadinho, que não se retrata, o coitadinho, que não se reabilita, o
coitadinho, que não honra os seus compromissos, o coitadinho, que estraga os
planos de quem lhe dá oportunidades ao mesmo tempo que se afunda cada vez mais,
o coitadinho, que quer sair novamente como coitadinho por ter sido tão mal
tratado nas Arábias, o coitadinho. Vai regressar, o coitadinho, quando lhe
devolverem o passaporte, coitadinho. Tem contrato com o Botafogo até 2015, o
coitadinho.
Os
botafoguenses que defenderam as duas reintegrações do futebolista e nas redes
sociais clamaram por ele, ainda o querem no Botafogo? Talvez sejam os mesmos
que ‘cornetaram’ todos aqueles que apontavam os erros desta diretoria, visando
mudar a agulha, e agora estão completamente mudos no que respeita ao desempenho
da ‘sua’ diretoria ao cabo de quase seis anos de erros sucessivos, que
culminaram no vergonhoso futebol dos nossos times no 1º trimestre de 2014,
quiçá o pior futebol desde a descida de divisão em 2002.
Está aberta
a votação…
Escolham-no.
É a melhor maneira de jamais termos uma diretoria profissionalizada e jogadores
verdadeiramente responsáveis. É a melhor maneira de se acabar por completo com
todo e qualquer respeito pelo Botafogo – o respeito que o Gigante tinha até que
as suas administrações levaram o clube à qualidade de Anão.
Imagem: Reprodução Twitter.
2 comentários:
Eu fui um que, na primeira vez que foi pego no dopping, o defendi, mas agora, defendo, sim, uma boa surra de vara de marmelo.
"À primeira todos caem; à segunda só cai quem quer". - provérbio português.
Quer dizer, Ronau, a primeira vez, tudo bem, mas a segunda não só cai quem quer como cai quem é deficitário de bom senso.
Abraços Gloriosos.
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