por Carlos Simon
18 de junho de 2008
Estocolmo, domingo, 29
de junho de 1958: uma geração de supercraques colocava o Brasil no topo do
futebol mundial. A conquista da primeira Copa do Mundo faz cinqüentenário, e
durante as comemorações Curitiba receberá um convidado especial. Ulf Lindberg
Henrik, fruto gerado na Suécia por uma aventura amorosa de um dos protagonistas
daquela conquista, estará na capital paranaense quando a vitória brasileira na
final completar 50 anos.
A idéia de trazer ao
Paraná o filho sueco de Garrincha foi de um velho aficionado do Mané. Desde
criança o paulista Arlindo Ventura, o Magrão, radicado há 20 anos em Curitiba,
junta material biográfico sobre o ponta-direita. Depois de apresentar a coleção
em diversas exposições, encontrou o lugar adequado para exibi-la: o próprio
bar, não por acaso denominado “Otorto Bar”, na Rua Paula Gomes, centro de
Curitiba. “Queria chamá-lo Garrincha, mas não pude pelos direitos sobre o uso
do nome. Aí soube que ele mesmo se apelidou de Torto”, conta Arlindo.
Há três meses o
comerciante recebeu no estabelecimento o jornalista Paulo Vinícius Coelho, do
Lance! e da ESPN Brasil, que já havia entrevistado Ulf e forneceu-lhe os contatos.
Veio o convite por telefone e o filho de Garrincha confirmou que chegará em
Curitiba, acompanhado da mulher, em 26 de junho, com as despesas pagas.
Arlindo conta que o
casal ficará cerca de 10 dias na capital paranaense. Ele já contratou
assessoria de imprensa para divulgar algumas atividades com a presença de Ulf,
como visitas em escolinhas de futebol na periferia da Capital.
O objetivo, segundo o
comerciante, é fazer singela homenagem à época de ouro do futebol. “A CBF
sequer fez um amistoso no Maracanã ou mesmo na Suécia. A data merece ser
relembrada, pois é uma geração que abriu as portas do futebol brasileiro”, diz o
dono do “Otorto”, que garante torcer apenas pela seleção brasileira. “O futebol
virou muito capitalista e não consigo me envolver com nenhum clube”, diz.
Ulf cuja fisionomia não
deixa dúvida da paternidade - foi gerado numa escapada de Garrincha da concentração
do Botafogo, que excursionava pela Europa em 1959. A mãe abandonou o garoto
quando ele tinha um ano de idade, e o pai biológico nunca mais voltou. Em 2005,
Ulf veio da Suécia para o Rio de Janeiro, conheceu as irmãs brasileiras e
visitou o túmulo do pai em Pau Grande (RJ).
Apesar de ter as pernas
tortas como as de Garrincha, Ulf não seguiu o caminho do pai e só jogou futebol
como amador. Mas tem esperanças de que a herança transmitida ao filho Mark, de
18 anos, transforme o neto de Garrincha em um craque.
Fotos: Anderson Tozato
fotografando ‘Otorto Bar’ e Arlindo Ventura. Fonte: http://www.parana-online.com.br/noticias/index.php?op=ver&id=352183&caderno=7
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