sábado, 25 de maio de 2013

Assim, o topo é miragem num deserto

O Botafogo começa mal o Campeonato Brasileiro de futebol. Sem estádio, sem dinheiro para pagar salários e com jogadores que decidem emitir uma nota pública dizendo:

Nós jogadores do time de futebol profissional do Botafogo de Futebol e Regatas decidimos não respeitar a viagem programada para a partida contra o Corinthians, no dia 24 de maio. Nós decidimos viajar no dia da partida diretamente (25 de maio) com chegada no hotel em torno de 11h30m.” [negritos da autoria do editor do blogue]

E a nota acrescenta que há um distanciamento da diretoria em relação ao plantel no que respeita ao assunto, quando, em minha opinião, deveria ser o contrário – aproximação – precisamente para controlar a difícil situação dando informação adequada sobre as esforços para solucionar o problema e evitar, entre outras coisas, os estragos públicos que o conteúdo unilateral da referida nota traz à imagem do Botafogo e da sua diretoria.

A discussão do assunto em praça pública faz tão bem ao Botafogo como levar problemas de natureza familiar à mesa do café com vizinhos, colegas ou conhecidos. O rompimento com o plane(j)amento para a estreia do Brasileirão contra o campeão do mundo é tudo o que o Botafogo não precisaria nem quereria ter.

São coisas desta natureza que fazem as delícias da imprensa flamenguista e corintiana, mas que não fazem um campeão.

8 comentários:

MAM disse...

Começamos mal Amigo Ruy...

hangman disse...

O problema vem de longe, e o nosso presidente sempre aparentou ter a "Sindrome de Poliana".

No coração de todo botafoguense há uma linha muito tênue entre o pessimismo e a realidade, e não sei se estou sendo pessimista ou realista, acho até que estou mesclando as duas sensações, mas pelo jeito a vaca está indo pro brejo.

Biriba disse...

Se a meta for a que tem sido nos últimos anos, o título local ´´e pra ser agarrado com força.

Seja como for, ainda acredito muito nas virtudes do atual grupo de jogadores, apesar da nota extremamente "bola fora".

E, somando-se o teor da nota ao comportamento no jogo de hoje, teremos uma boa medida do que esperar deste grupo. Quanto à diretoria...

Saudações botafoguenses!

Ruy Moura disse...

É verdade, MAM, começamos mal. Parece-me que a ausência prolongada de Maurício Assumpção está a fazer mal ao clube, e ele devia tomar uma decisão quanto à sua permanência ou não à frente dos destinos do Botafogo, independentemente da sua justificação ser respeitável.

Há um interino, mas ser 'interino' é bem diferente de ser 'efetivo'. Queremos / precisamos de um presidente efetivo.

Abraços Gloriosos!

Ruy Moura disse...

Hangman, estou de acordo quanto ao síndrome, que se aplica bem à diretoria do Botafogo relativamente ao exterior. Mas admito que a ausência de Assumpção facilite uma tal abordagem dos jogadores. Ser 'interino' é diferente de ser efetivo, e o respeito é, em geral, também diferente.

Apesar de tudo, Assumpção é o poder dentro do Botafogo. Aliás, viu-se como ele torneou publicamente bem a pretensão de CA Montenegro para a devolução do estádio, que acabou derrotado pelo presidente e calou-se novamente.

Penso que o luagr de presidente não pode estar vago. A disciplina nunca foi o forte do Botafogo, pelo contrário. Nos últimos anos a indisciplina grassava, e agora que começa a haver disciplina - certamente por influência de Seedorf- o presidente ausenta-se. Isso pode ser uma involução relativamente às últimas evoluções positivas da atitude do plantel.

Além de que somente o presidente tem gabarito aceite para assegurar aos jogadores que se está fazendo o melhor para a resolução do problema.

Abraços Gloriosos!

Ruy Moura disse...

Exato, Luiz. A postura dos jogadores na partida de hoje poderá ser muito indicativo de até que ponto o 'corpo mole' retorna ou não ao plantel.

Se retornar teremos um 2º semestre pífio.

Abraços Gloriosos!

Daniel Pablo disse...

Prezados, concordo com os jogadores do Fogão, se não recebem, possuem o direito de reclamar.

Agora penso também, que este tipo de informação pode ter ganhando uma roupagem mais negativa pela imprensa. Quando começaram os atrasos, houve aquela história dos jogadores não mais concentrarem, porém o rendimento em campo não caiu.

Acho que o jogador tem o direito de protestar, o que não pode é fazer corpo mole em campo, e isso era o que acontecia, salário atrasou o time perdia.

Estou confiante numa boa campanha, acho o título quase impossível, o sistema vai aprontar muito ainda, mas creio viável uma vaga na libertadores.


abraços,




Ruy Moura disse...

Daniel, eu também penso que os jogadores têm razão em reclamar, em defesa dos seus direitos enquanto 'empregados' por conta de outrém, mas uma coisa é reclamar 'em casa' outra é reclamar em público num momento tão crucial de início do Brasileirão. E não foi só reclamar, eles escreveram que DECIDIRAM NÃO RESPEITAR o que estava estipulado. Ora, desde quando se viu altleas de um plantel fazerem um comunicado público trazendo para a praça pública os seus problemas caseiros e ainda por cima dizendo que 'decidiram não respeitar'?

Mas isso decide-se assim unilateralmente, ainda mais sabendo eles que sofremos um golpe terrível com a interdição do Engenhão? Eles têm que partilhar com o Botafogo não apenas os bons mas também os maus momentos. Imagine que eu sou patrão, cai uma catástrofe em cima da emprtesa, e os trabalhadores, em vez de se uniram em defesa da causa coletiva, decidem crucificar-me.

Confesso que, compreendendo os atletas, não compreendo a sua postura pública. Se o clube fosse outro e o presidente outro, eles não o fariam. E se fizessem, o tiro talvez lhes saísse pela culatra no futuro seguinte.

Imagine que hoje perdemos do tipo clarissimamente, sem apelo nem agravo, que atitude tomará a torcida? Não será tentada a dizer que fizeram 'corpo mole'?

E as conivências de dirigentes com atletas, em casos destes, dão sempre mau resultado. Os atletas tendem, então, a atitudes de sobreposição sempre que algo lhes desagrade.

Mas, enfim, é a minha opinião, e outras opiniões certamente não alinham pelo mesmo diapasão.

Certo é que se ninguém segurar as rédeas, adeus à Copa do Brasil e a uma posição no pódio de honra dos 4 primeiros do Brasileirão. E adeus a um ano de consolidação para em 2014 termos plantel, experiência e coesão necessárias à conquista do campeonato nacional.

A bem do Botafogo, desejo muito que ambas as partes reconheçam os seus erros: uns porque se distanciaram dos jogadores, numa atitude que se aproxima muito da covardia, e os jogadores porque dispararam publicamente sobre a instituição Botafogo que lhes tem pago os ordenados.

Abraços Gloriosos!

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