segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Um conto sobre o Botafogo...

por Danilo R. Paiva
leitor e amigo do Mundo Botafogo
reprodução do facebook

Imagine um sujeito que vai passar um fim-de-semana prolongado em Iguabinha e logo depois disso um mês de férias na Europa. Ele deveria fazer todo seu orçamento priorizando as férias.

Mas, quando chega em Iguabinha, dá uma olhada e vê que seus vizinhos estão meio mal das pernas, resolve gastar. Faz churrascos, paga bebida pra todo mundo, aluga jet-ski e banana boat na lagoa. Volta pra casa se sentindo o ‘Rei de Iguabinha’.

E chega a fatura do cartão de crédito. Ele tem que refazer as contas, tira uma parte considerável do dinheiro das férias para pagar. Mas valeu a pena, ele pensa, afinal, é o rei de Iguabinha.

E chegam as sonhadas férias. Uma viagem longa, emocionante. Ele vai passar por vários países, alguns muito legais, outros meia boca. E deixou, no roteiro, o melhor para o final. O país que ele mais quer conhecer, passear e aproveitar será o último da viagem.

Ele começa por uns países bem legais. Aproveita tudo. Fica em bons hotéis, come bem, faz excelentes passeios. Está adorando. É quando começam os problemas. Pois esse sujeito percebeu que calculou mal os custos e nos primeiros dez dias já gastou quase todo o orçamento da viagem de 30. E, para piorar, ele descobre que aquela agência de viagens sem cnpj nem registro, que funcionava nos fundos de um cortiço, não era de confiança. E as passagens e remessas de dinheiro estavam todas na mão dessa agência...

É hora de tomar medidas drásticas. Nosso herói vende o relógio, um muito bom, para poder pagar os hotéis. Mas precisa de um relógio, para não se perder nos horários. Compra um num camelô na Bulgária pensando "ah, relógio é tudo igual, esse substitui perfeitamente". Mas não. O relógio novo atrasa, com isso ele perde um voo e gasta seu último dinheiro na multa da companhia aérea.

A viagem agora continua, mas já não existem mais hotéis. Ele agora dorme em quartos com 36 camas e banheiro do outro lado da rua em albergues. Compra biscoito no mercado, ao invés de ir a restaurantes. Perde a câmera fotográfica.

E, quando finalmente chega no país que ele mais queria chegar, está cansado, com fome, sem forças, sem câmera ou dinheiro. Não pode nem consegue aproveitar nada. Já não depende de si nem para comer. Resolve mendigar pela ajuda de outros na estação de trem. É preso e deportado, sem ver o país que tanto queria.

***
Danilo acrescenta que “é uma história real, embora esteja sendo contada como alegoria. Iguabinha é o campeonato estadual. As férias na Europa, o campeonato brasileiro”. – O leitor adivinhou quem é o sujeito da história do Danilo?

3 comentários:

Gil disse...

Rui,

Perturbo muito o Danilo para que volte com o blog Botafoguismo!
Nessa última vez ele disse além da falta de tempo o Botafoguismo tinha um tempo de vida.
Torço que ele crie um outro espaço, pois as mensagens dele são brilhantes!

É mais uma voz a cobrar mudanças que se fazem necessárias em General Severiano!

Abs e Sds, Botafoguenses!!!

Gil disse...

Rui,

Fico imaginando o presidentista eleito na época do Bebeto de Freitas!
Não tenho dúvidas que já teria renunciado e o Botafogo estaria disputando a série D!
Lembro que quando foi eleito, a situação era infinitamente melhor e a primeira coisa que fez foi se cercar das pessoas que levaram o clube para a segunda divisão!

Lembra-se dele dizendo que era pato novo e que contava com o seu Criador (Montenegro) para dirigir o clube?
Lembra que o primeiro vice de futebol, indicado por ele, disse que não entendia nada de futebol?

Se não bastasse traz José Rolim e Mauro Ney Palmeiro (ex-presidentes que quase faliram/arrasaram e rebaixaram o Botafogo para segunda divisão) para cargos importantes no clube!

Nunca caiu tão bem a frase bíblica: Diga com quem tu andas e eu direi quem és!

Como sempre conversamos, imagino como deva ser muito mais penoso para você constatar essa MEDIOCRIDADE! Se dói na minha alma, imagino na sua que trabalha e persegue a QUALIDADE!

Lembro-me de uma faixa da torcida organizada, Loucos, dizendo que o presidente do Botafogo era o único dentista que tirava o sorriso dos seus torcedores!

Não desejo mal a ninguém e fazendo um plágio da faixa da Loucos e de você; Desejo que a vida de Maurício Assumpção lhe sorria tanto quanto ele fez sorrir os nossos torcedores!

Abs e Sds, Botafoguenses!!!

Ruy Moura disse...

Gil, dificilmente o Danilo regressará a um espaço de blogue botafoguense. Ele também está muito desiludido com os últimos anos do quase-campeão. Se eu ainda não tivesse o blogue seria uma das pessoas que não iniciaria um. Como tenho, não desisto, a não ser quando a linha editorial se esgotar.

Sobre os mandatos de Maurício Assumpção pouco há a dizer. Apareceu vindo do nada, protegido por C.A. Montenegro. Afirmou que de futebol só sabia de futebol de praia e André Silva nem disso sabia sequer. Depois foram os convites aos afundadores do Botafogo entre, sobretudo, 1999 e 2002.

Dos dois mandatos restarão, provavelmente, apenas três coisas realmente distintivas: Loco Abreu, Seedorf e o ressurgimento do remo botafoguense, honrando as suas tradições de origem e os seus estatutos que consagram o futebol e as regatas.

Abraços Gloriosos!

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