quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Fragmentos 'jogos memoráveis do botafogo': prefácio [1]

Auriel de Almeida, um jovem de 30 anos, é autor de dois livros: ‘Passos de Campeão’, no qual narra a histórica campanha do Botafogo na Taça Brasil de 1968, e ‘Jogos Memoráveis do Botafogo’, no qual descreve 30 jogos memoráveis do Glorioso.

Foi com imenso prazer que aceitei o gentil convite de Auriel para escrever o Prefácio do seu 2º livro, que hoje estreia uma nova rubrica no Mundo Botafogo. Em cada publicação será transcrito um breve excerto sobre cada um dos 30 jogos, iniciando-se a série com o Prefácio que escrevi ao meu estimado amigo escritor – e que permite ao leitor começar a conhecer um pouco da figura simpaticíssima de Auriel de Almeida.

Prefácio

Auriel de Almeida é um botafoguense apaixonadíssimo que nasceu há quase três décadas na cidade do Rio de Janeiro. Botafoguense desde sempre?... Não exatamente. Embora seja filho de um torcedor do Glorioso, o nosso ‘investigador-escritor’ tinha outras ‘fervorosas’ influências familiares muito próximas e teve que lutar contra as tendências que o rodeavam, incluindo as dos colegas de escola que o instigavam para outra escolha.

Inicialmente o pequeno Auriel cedeu às pressões, mas a sua paixão por escudos mirava sempre o escudo que ele considerava mais lindo: o da Estrela Solitária. E a camisa alvinegra também se mostrava mais bela do que as outras. Quando inquirido pelo seu pai sobre a razão da sua escolha, Auriel respondeu que era porque se tratava da ‘maioria’. Papai, inteligente, respondeu-lhe que a maioria nem sempre faz a melhor escolha, e exemplificou o raciocínio. Então, as profundas dúvidas do nosso pequeno rapaz cresceram ainda mais.

Em 1990, após o bicampeonato carioca, Auriel já era realmente botafoguense, mas… como dizê-lo aos outros?... Eis que em 1992 mudou para o bairro da Tijuca e na nova escola assumiu-se orgulhosamente como botafoguense – definitivamente. A consolidação chegou em 1993 quando, ao lado do pai, vibrou com a disputa de penâltis que levou o Glorioso à conquista da Copa Conmebol. Faltava algo mais para que a paixão absoluta tomasse conta da mente, do coração e da alma do nosso pequeno Auriel?

Sim… faltava… Túlio ‘Maravilha’! Em 1994, com o seu jeito fanfarrão e goleador, o craque encantou o nosso futuro ‘investigador-escritor’. Seguiram-se os títulos de 1995 a 1998 e, nos anos seguintes, Auriel assumiu o notável estoicismo botafoguense de resistir à escassez de títulos, passando com distinção a última grande prova e tornando-se um botafoguense da cabeça aos pés. E Auriel transformou o ‘sofrimento clubista’ em uma espécie de ‘luxo da dor’ com a sua incomensurável paixão pelo Glorioso – paixão sublimada muito acima da dor das derrotas ou do prazer das vitórias.

Entretanto, a sua curiosidade e a paixão pelo Futebol e pelo Botafogo (pleonasmo?...) abriram-lhe novos horizontes. Da atração profunda pelos escudos que colecionava, Auriel passou à investigação em livros e revistas e, mais tarde, à Internet. Descobriu as cisões amadoras e profissionais, a história da Taça Brasil e tornou-se uma pequena enciclopédia para os seus amigos do colégio, descrevendo, de memória, os títulos dos clubes, os anos das conquistas, os nomes e a história de jogadores antigos, os causos curiosos, etc.

A universidade ‘agravou’ a paixão pelo futebol, porque Auriel descobriu o método científico e pode tornar-se uma espécie de ‘profissional’ da investigação futebolística. Foi um caminho sem regresso: Biblioteca Nacional, Arquivo Nacional, membro da RSSSF, colaboração em portais e páginas da Internet e, finalmente, o seu primeiro livro, publicado em 2011: “Passos do Campeão”, obra em que narra a par e passo a formidável conquista da Taça Brasil de 1968.

O profundo prazer de Auriel ao escrever sobre o Botafogo e o sucesso público da sua obra fê-lo trilhar um novo rumo sem bilhete de volta: a publicação editorial. E eis que num curto espaço de tempo concretiza a segunda ideia: foco nos ‘jogos memoráveis’ do Botafogo de Futebol e Regatas.

Nesta magnífica obra, Auriel descreve brilhantemente 30 jogos memoráveis do futebol botafoguense, incluindo as decisões de muitos títulos importantes e outros jogos, tais como a maior goleada de todos os tempos no futebol brasileiro, o 1º clássico com o Flamengo, a 1ª taça Rio-São Paulo de 1930, o 1º jogo profissional, o ‘jogo do senta’, duas goleadas inesquecíveis sobre os flamenguistas, o título continental e os títulos nacionais, a extraordinária decisão contra a Juventus no Troféu Tereza Herrera, a inauguração do Engenhão e… o último título carioca com direito a uma ‘cavadinha’ que abateu o Flamengo e um pênalti defendido pelo grande goleiro botafoguense.

A dificuldade de Auriel de Almeida foi na escolha dos 30 jogos, porque o Glorioso tem mais dezenas de títulos e jogos memoráveis na sua centenária e lendária história futebolística. De fora ficaram partidas relativas a alguns títulos estaduais e interestaduais, tais como os jogos decisivos dos títulos estaduais de 1912, 1930, o tri de 1932-33-34 e o título de 2006. Também não foram incluídas diversas decisões da Taça Guanabara e da Taça Rio nem do Torneio Rio-São Paulo de 1966 e 1998, assim como dezenas de decisões em que conquistamos títulos oficiosos de nível mundial, defrontando e vencendo equipas como o Barcelona, Bayern München, Benfica, Borussia Mönchengladbach, Leeds United, Anderlecht, Peñarol, River Plate, Boca Juniors, Independiente e até Seleções nacionais como as da Argentina, da União Soviética, do México ou de Cuba.

Porém, os leitores fãs de Auriel de Almeida podem ficar tranquilos quanto ao futuro, porque este é apenas o seu segundo livro e as glórias botafoguenses continuarão a brotar da ‘pena inflamada’ do nosso ‘investigador-escritor’.

Rui Moura
Lisboa, 21 de Junho de 2012

Autorizado pelo autor. In: ALMEIDA, A. (2012). Jogos Memoráveis do Botafogo. Rio de Janeiro: ed. iVentura, pp. 11-12 (à venda nas livrarias Travessa e Saraiva ou no portal www.iventura.com.br)

2 comentários:

Lorismario disse...

Parabens aos dois, Auriel e Rui. Quem é que tem pessoas assim? Loris

Ruy Moura disse...

O BOTAFOGO, claro! (rs)

Abraço grande (e Glorioso)

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