sexta-feira, 9 de maio de 2014

O coitadinho...

Em 2010, quando se confirmou que Jobson tinha jogado as últimas partidas de 2009 pelo Botafogo sob o uso de estupefacientes, considerei essa atitude uma irresponsabilidade, que poderia ter custado a 2ª divisão ao Glorioso em 2009, e que configurava um atleta que deitaria toda a carreira a perder. Se no melhor momento da sua carreira necessitava de estupefacientes, que aconteceria nos momentos mais difíceis da sua vida futebolística? Defendi a sua saída imediata, com justa causa, porque se algum dia quisermos tornar a ser o Glorioso de outrora, somente com gestão profissionalizada e atletas verdadeiramente responsáveis poderemos enfrentar tantos desafios adversos como aqueles com os quais o clube se defronta, começando pela atual diretoria.

Porém, sob o pretexto de ter ocorrido o mesmo com o seu irmão, Maurício Assumpção recebeu novamente Jobson, fazendo a figura do pai que perdoa o filho pródigo – que reincidiu. Após isso foi emprestado ao Atlético Mineiro – reincidiu e foi devolvido. O Botafogo recebeu-o novamente sob pretexto de o apoiar na superação dos seus problemas pessoais, retomando a figura paterna – Jobson reincidiu. Foi emprestado ao Bahia – reincidiu e foi devolvido. Aí o Botafogo já não o quis por Jobson não se retratar nem se querer curar, quando tudo indiciava este desenlace desde que foi conhecido o seu primeiro doping e as suas reações subsequentes. O Botafogo preferiu ser ‘pai’, mas no futebol profissional não há pais – isso é papel do próprio pai de cada um, não de um clube profissional.

Foi emprestado ao Barueri – reincidiu e foi devolvido. Foi emprestado ao São Caetano – reincidiu e foi devolvido. Foi emprestado ao Al-Ittihad, acarinhado com prémios e automóveis, mas… reincidiu e o clube quer-se livrar dele. Confiscou-lhe o passaporte, apreendeu-lhe os carros, suspendeu o aluguer de quarto no hotel, deixou de lhe pagar os salários. É assim nas ‘democracias’ árabes: os nossos direitos são implacavelmente deitados ao lixo quando deitamos ao lixo os direitos deles e a hospitalidade com a qual fomos recebidos. Mas todos sabemos que é assim quando aceitamos negócios com eles e somos ‘mal comportados’. Sem contar que foi suspenso por quatro anos pelo Comitê Antidoping do país, e que pelo menos teoricamente uma suspensão de tal envergadura não se afigura como algo completamente destituído de fundamento, como alega o advogado do jogador. Deram-lhe a oportunidade, não foram retribuídos e, quiçá, sentiram-se desrespeitados, então agem à maneira deles privando Jobson de quaisquer direitos sociais. Só Jobson parece que não sabia. Nem o seu cândido advogado, que desenha um quadro de vitimização e de ‘coitadinho’.

O coitadinho, que não se retrata, o coitadinho, que não se reabilita, o coitadinho, que não honra os seus compromissos, o coitadinho, que estraga os planos de quem lhe dá oportunidades ao mesmo tempo que se afunda cada vez mais, o coitadinho, que quer sair novamente como coitadinho por ter sido tão mal tratado nas Arábias, o coitadinho. Vai regressar, o coitadinho, quando lhe devolverem o passaporte, coitadinho. Tem contrato com o Botafogo até 2015, o coitadinho.

Os botafoguenses que defenderam as duas reintegrações do futebolista e nas redes sociais clamaram por ele, ainda o querem no Botafogo? Talvez sejam os mesmos que ‘cornetaram’ todos aqueles que apontavam os erros desta diretoria, visando mudar a agulha, e agora estão completamente mudos no que respeita ao desempenho da ‘sua’ diretoria ao cabo de quase seis anos de erros sucessivos, que culminaram no vergonhoso futebol dos nossos times no 1º trimestre de 2014, quiçá o pior futebol desde a descida de divisão em 2002.

Está aberta a votação…

Escolham-no. É a melhor maneira de jamais termos uma diretoria profissionalizada e jogadores verdadeiramente responsáveis. É a melhor maneira de se acabar por completo com todo e qualquer respeito pelo Botafogo – o respeito que o Gigante tinha até que as suas administrações levaram o clube à qualidade de Anão.

Imagem: Reprodução Twitter.

2 comentários:

Unknown disse...

Eu fui um que, na primeira vez que foi pego no dopping, o defendi, mas agora, defendo, sim, uma boa surra de vara de marmelo.

Ruy Moura disse...

"À primeira todos caem; à segunda só cai quem quer". - provérbio português.

Quer dizer, Ronau, a primeira vez, tudo bem, mas a segunda não só cai quem quer como cai quem é deficitário de bom senso.

Abraços Gloriosos.

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